Poema do Bebado

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Mesmo que a poesia seque em mim
Entre espinhos, lamentos e emoção
O poeta é como o sequioso cerrado
Sobrevive as intemperes do sertão
Duma gota tem o embrião brotado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Rio de Janeiro, RJ

Inserida por LucianoSpagnol

Poetar...

... não é só escrever
é mais que sonhar
é mais que ser
é o poeta chorar
rir, olhar

e viver...

É a extasia da rima certa
é o achado sem se ter...
Pois, a poesia não é do poeta
é de quem primeiro ler.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

(sal)gado

minha saudade além do cerrado
não chega a ser um uivo
ou tão pouco ouvidos calados
são silêncios em ruídos
vindos do gosto salgado
do mar, são sentidos
que sinto aqui no cerrado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

fluorescência

cerrado
fulgor de cascalho
e vagalume alado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

advir

que venha o viver
deixe estar
que tenha prazer
deixe ficar
amar é haver...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

gangorra

a vida é
um vai e vem [ ... ]
habitue-se

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

boiada

não deixe nada para depois.
pois, o ontem já foi
o agora está sendo
e a saudade cobra os bois...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Canto em Versos

O meu poetar une versos
dos amores, dos reversos
porém, não são submersos
nem tão pouco dispersos...

É uma exaltação aos universos:
das trovas, dos mundos diversos
das dores e louvores tão imersos
nas palavras e sigilos complexos

De simples poemas abstersos...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

carão

quem quer só aparência, e não essência,
terá no amor conveniência, e na vida
reticência...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

durex sed lex

não acho nem a ponta do durex
quiçá o fio da meada do viver
sempre escrevendo um novo índex

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

porto

há uma saudade em mim no cerrado
ancorada nos barrancos ressequidos
são arrancos no peito em ronquidos
num espectral sentimento entalado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

LAMENTOS NO CERRADO (soneto)

Só, me encontro no cerrado cinzento
e acumulo agruras bem guardadas
das utopias na aridez desmaiadas
dos sonhos perdidos além do tempo

Tal qual pequizeiro de flores delicadas
que brotam no sequioso pasto sedento
meu temor e saudade faz de rebento
como as floradas nas secas galhadas

Quanto vil doloroso gemido em mim
assim como folhas secas num jardim
no seu fado, voam ao vento turbulento

Eu aqui, descrente no cerrado, vivo assim,
poetando lamentos tão irreverentes, enfim,
o fato é que a vida é feita de revoadas...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
12/06/2016, 06'06"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Haver

Gestos que a vida fez
o ouvido não quis ouvir
replicou mais de uma vez
e o olhar não pôs a sentir...

Falar, é fácil de dizer
crer, é que é difícil
a palavra tem poder
e entender, ofício...

Não se deixe dissuadir
a quem não diz tudo
mais vale muito sorrir
que um coração mudo...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

adubo

para um jardineiro nunca falta ferramentas
plantas e a terra para plantar
mas o adubo, ah, este vem da alma para tudo florar...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

fortuna

não sou bonito
nem tão pouco tenho ouro ou prata
mas trago encanto no olhar
sorriso e a vontade de sempre amar
e nunca deixo de poetar

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

oferendas

dê flores ao amor
beije e abrace
ao amador, rondas
não use disfarce
-pule sete ondas!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
outubro de 2019
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

vento

o vento no cerrado, chia
acaricia grosseiramente
pelos pequizeiros rodopia
e assobia ansiosamente
nos buritis, e em romaria
de repente, se faz ausente...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ciscando

busco significação
no cesto de entulho
do fim do ano
e eis que tenho na emoção
- monotonia –
uma folha em branco
e uma acinzentada poesia...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FIM DE ANO EM SONETO

Sim, vão-se os anos de fim de ano
Assíduos, só a aparência mudou
O tempo passa e tudo passou
O destino é mesmo soberano

Há anos pós anos, o sonho mitou
A minha rota tem outro cotidiano
Num entra e sai do desígnio tirano
Do nada como antes, vil sobrevoo

Saudade é a mesma, mesmo dano
Esperança, sim, desta nunca enjoo
E com a quimera nunca fui profano

Assim vou, mais um ano, num atroo
De comemoração, então seja ufano
O revoo, pois o fim, ainda não chegou...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
dezembro de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

região

chão árido cascalhado
de tradição e moda de viola
à alma consola
coração do Brasil
- Goiás do cerrado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol