Poema de Paixão
Coração empunhado
Não há lágrimas que aniquilem
as magoas do desamor.
Porém acariciam a face
Serenando seu furor.
A paixão não da trégua
Grita, se esmera por mim.
É como um vício latente
mas que do fundo, quer emergir.
Com coração empunhado
sinto seu úmido calor.
Do pulsar agudo e fecundo
vaza-se mensagens de amor.
Abatida e desbotada
veste a dor, a sua cor.
Ainda geme em segredo
confortando “eu” o sofredor.
Enide Santos 29/06/14
Se For Real Não é só um Sonho!
Ser Só uma Faísca dos Seus Pensamentos não é Irônico!
Aprender que posso Ser uma fogueira e te Incendiar a Noite Inteira, todo dia, Todo Luar.
Noite misteriosa e estrelada
Lua cheia de prata iluminando o caís.
Um vento frio me trouxe um arrepio
noite doce igual aquela jamais vivi.
Noite que lhe conheci.
Muita emoção, disparo no coração
Deliciosa sensação de estar viva,
de sentir fibra por fibra a força da paixão.
Amor in finito.
Lembra aquele Amor,
de ontem,
Infinito?
Foi só ver um outro hoje,
que o de ontem,
finito foi-se!
Um aviso:
A vaga foi preenchida
Não que eu procurasse por alguém
Mas tinha um anúncio
Naquela página bem escondida.
Vida.
"" Abri a porta e lá estava o futuro
Meio sem rumo, mas preparado para seguir viagem.
Dei um passo adiante e senti a névoa do inesperado
À margem da estrada na qual eu estava de passagem
Pude perceber um sol que começava a nascer
E crianças inocentes e brincar e crescer
Vi também os adolescentes com suas manias
E ajudei os velhos atravessarem seus dias
Dei uma parada para entender
O fogo que havia na chegada
Era muito particular meu querer
assim continuei a caminhada
Outros vinham logo atrás e alegres chegavam
Todos com seus desejos e suas vontades
Essa viagem era rio onde navegavam
De um lado nossos sonhos e de outro nossas verdades.""
Nas não ditas
Desculpa se te assustei
Me perdoa se pequei
Esse é meu jeito
Um romantismo meio bobo
Acho bonito, comer pão com ovo
Sorrir pr'o povo
Rir de uma piada
Depois rir, de novo
Correr pela calçada
Descalço, feito um tolo
Sou intenso
Como dizes
Mas intensidade
Pode nos fazer felizes
Tu tens, também tenho
Muitas cicatrizes
Juntos talvez curaremos
Todas as imperfeições que podemos
Riremos do que fazemos
Nos repararemos e ampararemos
Todos os sorrisos e os choros
Compartilhados, em muitos namoros
Mas esse romantismo meio bobo
Pode ser resgatado lá do poço
Como um sedento busca água
Encontrando, vigoroso
Lembra de viver novamente
Loucamente, esplendoroso
Pensarei em te beijar
E te beijarei de novo
Bobo
Sempre bobo
Contigo sou um velho
E também sou o mais novo
Trarei em mim o teu olhar
Pra me alegrar
Tudo de novo
Manhã por manhã
Amanhecer no divã
Pra confessar o que sou todo
Todo teu como hoje e amanhã
Até o fim desse jogo
Jogo da vida
Te trago em toda despedida
Em cada esquina da minha vida
Em cada viela perdida
Em cada vida sucumbida
Em cada noite adormecida
Em minhas palavras proferidas
Mas principalmente nas não ditas
Nas sentidas.
'SOLIDÃO'
Nos momentos de solidão, sentimo-nos desertos, deveras um atleta que não consegue chegar ao objetivo essencial. Lembramo-nos do pouco que vivemos. Os pensamentos sempre voltam-se para os aprendizados passados. A experiência é o cerne. O medo de errarmos novamente, tira-nos o sono. Perguntas intrigantes fazem parte do cotidiano como uma criança interrogando ao progenitor o 'porque' de tudo.
A análise do que nos transformamos vem à tona feito um tiro de canhão que acerta o alvo por centenas de vezes. Chegamos a conclusão que somos a metamorfose do improvável. Somos o irreal que transformou-se no genuíno. Porque não excêntricos? Sentimo-nos mais prudentes. Estamos no ápice dos estágios de mutação. Uma borboleta com seus traços já definidos.
Percebemos e compreendemos que fazer parte desse 'aglomerado insólito' deixa-nos insanos. Vira-nos ao avesso todas às vezes quando a flecha da solidão acerta seu alvo. A cada piscar de olhos, os pensamentos ficam mais intensos. Sentimos o poder da mudança. Só não sabemos por onde começar. Traçamos o caminho a percorrer, só não conseguimos dar os primeiros passos.
Um dos piores fracassos é quando temos um caminho à frente, mas, por razões sucintas, não conseguimos trilhá-lo. Um dos atalhos é olharmos para o céu azul. Se não gostarmos do azul, podemos imaginá-lo amarelo, verde, marrom. Nossas escolhas dependem da intensidade com que vemos o mundo, como sentimo-lo e como saímos dele para o nosso exclusivamente particular e íntimo.
A solidão nos propicia essa 'saída', esse reencontro do 'eu' com a 'reflexão'. Solidão também é sinônimo de mudanças. Mistura de isolamento com aprendizado. Solidão é tão óbvio para os seres humanos que a maioria tentam burlá-lo. Tentam escondê-lo sem eficiência. Sendo inevitável para o amadurecimento que precisamos, a solidão é o amigo para as horas incertas e horas profundas de transformação.
Viver intensamente não é passar a vida com uma miríade de prazeres curtos para encher a si próprio, mas sim temperá-la com uma pitada de amor duradouro para completar ao outro com um pouquinho de ti.
Quem sabe um dia você não possa destacar na imensidão do Universo uma estrela solitária, que brilha menos se não na mesma intensidade que as bilhares de outras estrelas existentes. E então, descobrir o que realmente é a perfeição.
A perfeição não é o pôr-do-sol visto da praia. A perfeição... É a areia fina que beija o mar, um sussurro ao pé do ouvido, uma gota de água cristalina no deserto. É lágrima sorridente que toca os lábios, é toda a sua imperfeição ao contrário, refletida em um precipício caloroso de olhos verdes, azuis, castanhos. Qual a sua definição de perfeição?
Você pode não enxerga-la, mas ela não fica triste, ela é uma estrela que sempre vai brilhar nos olhos daquele que contempla sua luz no meio de tantas outras, daquele que a destaca no infinito do infinito do Universo.
Um dia... embora tardio... sentirás a falta do meu olhar...
Sentirás a falta do meu sorriso...
Sentirás a falta do beijo que jamais te tocou como meus lábios te tocaram...
Mas embora tardio... estarei nas tuas memórias...
Estarei nas tuas lembranças...
Estarei na tua alma...
Quando olhares para o Sol verás o meu sorriso... Sorriso de menina...
Aquele sorriso cheio de vida... que um dia te fez sonhar...
Que destino cruel...
Que me trazes você...
Que nos olhos eu vi...
O amor florescer...
Mas em instantes perdi...
Nos raios do amanhecer...
Tão cruel és tu destino...
Que me trouxe você...
Que acreditei que puderas ser tu...
O homem que tanto sonhei...
O que me dizes tu destino...
Quão lágrimas... quão sorrisos...
Queres ver...
Deixa-me viver...
Deixa-me sonhar...
Estes não podes me tirar...
Ó tempo... que tempo... que hera...
Encontrarme-ei tão perdida...
Onde sentimentos trocados são... por apenas...
Tão penas folhas verdes... que com o tempo queimarão...
Regarte-ei com palavras e sonhos...
Com o Sol e com a Lua...
Com o mar e as Estrelas...
Com o ar que respiras...
Sinta minhas mãos te tocarem...
O toque de quem jamais te amou como Eu...
E agora desperto tão distante...
Em que tempo... em que hera estarei...
Sentidos
Queria descrever
Queria explicar
Queria externar
Mas o que mostrar?
Penso tanta coisa
Penso o tempo todo
E paro para pensar de novo
O que há de novo?
Nesse vai e vem
Eu tenho cem
E não tenho ninguém
Eu estaria aquém?
Começo a sonhar
Passo o dia a imaginar
Ele diz se apaixonar
Mas será que devo acreditar?
Eu não sei dizer
Eu não sei quem é você
Será que um dia vou saber?
Eu posso notar
Que tem algo no ar
E eu não sei falar
Afinal, a gente não resolveu se gostar
Mas o que é gostar?
Não posso medir
Não explico o sentir
Vou refletir
Agora só quero dizer
Que quero me deliciar com você
Quero ouvir seu aroma
Quero sentir seu sabor
E quero ver sua voz
O QUE É O AMOR?
Depois de dias, lances...
amar você é o maior e mais estranho lance da minha vida,
sei que assim será até o último dia.
No decorrer dos dias, descobrimos quem merece o amor que temos.
E no decorrer dos dias, descobrimos que...
Amar é admirar corpo e alma.
Amar é perdoar mesmo os defeitos e os maiores enganos.
Amar é ser solidário.
Amar nem sempre recebe correspondência, mas sempre acompanha destinatário.
Amar é sofrer e se curar em pequenos instantes, quando é possível estar com você.
Amar, na distância de um raio, é superar as barreiras que encostam em teu coração...
Amor não é paixão, nem paixão é amor.
A paixão se acalma e o amor se fortalece na chama constante a cada dia.
Paixão significa ilusão, amor realidade com a metade dos pés fora do chão.
O amor é certo, sincero, ingênuo, puro, alegre na presença e triste na ausência.
O amor mata a saudade com os lábios ou simplesmente com a voz, com um sorriso, com palavras.
Meus sonhos mais reais
É errado acreditar?
Eu sempre quero aceitar
Te ver aceitar
Me aceitar
Não custa sonhar
Na verdade
Bem na verdade
É impossível não sonhar
Ao olhar teu olhar
Só sei que sou garoto ao te ver
Sou ingênuo e sou eu
Sem merecer
Sou teu
Todo teu
Me aceites, eu suplico
Me dê um beijo
Não me deixes mais ferido
Mate meu desejo
Do eu e você
Ser unido
Tão belo quanto teu vestido
Quando casares comigo
Então me namore
Menina dos meus sonhos mais reais
Construiremos a história mais bela
De todos os casais
Sendo, simplesmente, nós
Falando a língua que a gente entende
Rindo de tudo
E nos olhando diferente
Entendendo o outro, mesmo mudo
Mas simplesmente
A gente
Eu e você
Iguais na diferença
Contentes na presença
Eu e você
Aceite essa consequência.
'LEMBRANÇAS...'
Todas as vezes que íamos ao aeroporto pegar os malote de jornais, seu Artur Martins me perguntara: - Quem descobriu o Brasil?. Eu sempre respondia com afinco: - Pedro Álvares Cabral!. Ele arrebatava: - Mentira! Foram os índios! Eu sempre sorrira da sua resposta. Pergunta e resposta tornaram-se um 'rito'. Rito que ainda sobrevive e perdura até hoje na memória.
Muitas imagens boas marcam nossa infância, mas tem imagens que permanecem inesquecíveis. Éramos dezenas de Vendedores de Jornais. Moleques. Ávidos na luta diária no final dos anos 90. Era comum crianças trabalharem naquela época para ajudar com as despesas da casa. Comecei a vender jornais com nove anos.
Quando me perguntam se eu tive infância, digo que tive mais que isso. Tive uma aventura memorável. Sempre tínhamos uma sopa quentinha com pão francês quando íamos entregar os jornais ao fim do expediente. Dona Célia Martins sempre atendera a todos com sorriso e brilho no olhar. Seus filhos Pedrinho, André e Artuzinho eram amigos de todos.
Sábado e domingo era dia de almoço caprichado. Na sua residência, particularmente no quintal, havia um campinho de areia onde 'jogávamos aquela bolinha'. A recreação era o ponto forte. É onde meus flash se concentram. Lembro-me de irmos por vezes em alguns clubes para as socializações. Banhos em cachoeiras. Jogos em campos de verdade.
Depois de alguns anos sem vê-lo, soube que seu filho Pedrinho havia falecido e que ele entrara numa depressão profunda. Faleceu dia 16 de Novembro de 1995, vítima de um derrame cerebral. Seu Artur Martins foi um brilhante ser humano. Além de jornalista, era árbitro de futebol.
Todos as vezes quando vejo 'bondade', lembro-me da pessoa excelente que fora. Da forma como conquistava tudo e a todos. Lembranças boas não são esquecidas assim do dia para a noite. Elas permanecem vivas porque são imortais.
SORVETE
Eu doo meu são
Minha cor, meu chão
Meu coração
Eu voo, meu céu
Minh ‘alma, meu mar
Eu vou pra te encontrar
Eu sorvo do bom
Do ser feliz em ti
E aquele sorvete de lá
Ainda está...
Aqui.
Vida
""Escuto gemer ao longe,
o relógio que não para
é só mais uma badalada
na cicatriz que já não sara
Daqui a pouco virá a solidão
Com uma estupida bengala na mão
moldar as rugas que já temos na cara.
E eu fico aqui pensando
nas horas que vão se passando
Enquanto o sonho desperta lá fora...""