Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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Solitate

Esse idiotismo português assaz doloroso pra mim...
Já ouvira falar de sua companhia, mas há pouco conheci pessoalmente.
Seu conceito parece simples, explicável... Entretanto meu coração não compreende como é possível suportar...
Seria pouco dizer que saudade é nostalgia, vai além de sentir falta de alguém...

Saudade é sentir-se inebriado pela expectativa de um reencontro
É recordar com os olhos marejados de emoção daquele primeiro beijo...
É sonhar acordada, é ler, cantar, poetizar... É assistir filmes de amor, admirar casais enamorados...
É suspirar ao esplendor das lembranças que são apenas de nós dois...
Saudade é escrever seu nome incontáveis vezes num papel e circular com um coração apaixonado...
É parar no tempo e ver o tempo parar ao imaginar novamente seus abraços...
Saudade é esperar ansiosamente para ouvir sua voz num próximo telefonema e sorrir com você e sorrir de nós...
É falar aos amigos sobre você até não aguentarem mais...

Saudade é pedir as borboletas em tom desesperado que me leve em suas asas para encontrar-te. É falar pra esperança não esmorecer caso elas, as borboletas, digam que terei de esperar a chegada do verão...
Saudade é pedir licença ao arrebol para juntos começarmos o dia pensando em você...

Saudade não é dor por você estar longe, é a aflição por não tê-lo por perto...
Saudade é querer gritar com toda força, pra quem quiser ouvir: Amor, cadê você?

Saudade é pedir a Deus que abrevie o tempo...

A saudade não me para... Ela acalenta a vontade de dizer te amo!

Como nos enganamos fugindo ao amor!
Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar
Sua espada coruscante, seu formidável
Poder de penetrar o sangue e nele imprimir
Uma orquídea de fogo e lágrimas.

Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu
Em doçura e celestes amavios.
Não queimava, não siderava; sorria.
Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso.

Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor
Que trazias para mim e que teus dedos confirmavam
Ao se juntarem aos meus, na infantil procura do outro,
O outro que eu me supunha, o outro que te imaginava,
Quando - por esperteza do amor - senti que éramos um só.

Encanto arrebatador

Meus olhos extasiados pela tua presença
Esqueceram-se do meu eu.
E meu coração na busca de um amor,
acolhe-te, inocentemente
sem perceber que seria teu prisioneiro.
Enquanto minha vontade adormecida
Transforma-se em coragem para amar outra vez.
E no intimo afugentada pela paixão,
fez-me tremer de emoção.
E assim foram longos e maravilhosos dias
ate que percebo, não sou mais eu,
sou como um corpo celeste
que dentre milhão se destaca brilhante
por esta paixão alucinante.
e se um dia este corpo deixar de brilhar,
levarei na imensidão do tempo o teu encanto
e determinada a não deixar me esquecer
deixarei as chamas desta paixão
aquecer para sempre teu coração
e tornar-me-ei volúpia
para sufocar nos desejos dos teus pensamentos.
Sem licença sem permissão.

Soneto de Véspera

Quando chegares e eu te vir chorando
De tanto te esperar, que te direi?
E da angústia de amar-te, te esperando
Reencontrada, como te amarei?

Que beijo teu de lágrimas terei
Para esquecer o que vivi lembrando
E que farei da antiga mágoa quando
Não puder te dizer por que chorei?

Como ocultar a sombra em mim suspensa
Pelo martírio da memória imensa
Que a distância criou - fria de vida

Imagem tua que eu compus serena
Atenta ao meu apelo e à minha pena
E que quisera nunca mais perdida...

Vinicius de Moraes
Antologia poética

"Minhas mãos em seu corpo
Caminham descaradamente
Com desejo, com fervor
Com carinho, com amor
Sinto sua respiração ofegante
E o seu desejo delirante
Sinto desejo, sinto amor
Sinto a alegria de um instante
O que se passa
Muitos tentam explicar
É a transcendente
Inexplicável forma de amar"

"As Flores brotam, e morrem...

As estrelas Brilham, Mas um dia se

apagarão...

Tudo morre...

A terra,o Sol, a Via Láctea e até mesmo todo este universo não é exceção!

Comparado a isto,

a vida do homem é tão breve e fugidia quanto um piscar de um olho...

Neste curto Instante,

os homens nascem, Riem, choram,

Lutam, Sofrem,

Festejam, Lamentam,

odeiam pessoas e amam outras!

Tudo é transitório...

E em seguida,

Todos caem no sono eterno chamado morte..."

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

Luís de Camões

Nota: Trecho de soneto de Luís de Camões.

Parabéns, feliz aniversário.
Desejo tudo de bom nessa vida, mas também te desejo forças para enfrentar os desafios de viver. Que você consiga plenitude em suas necessidades e vitórias no seu plano superior.
Que tua virtude seja estimulada e continuada com ações de bondade. Que seu coração generoso bata por muitos e muitos anos, confirmando o que muitos já sabem: que és uma pessoa de grande valor e, como tal, merece e deve ser muito feliz.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
"Trouxeste a chave?"

Os homens não tem mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não tem mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me
-Que é preciso fazer?
-É preciso ser paciente_ Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, a cada dia, e sentarás mais perto
(...)
É preciso ter ritos.
-O que é um rito?
-É ma coisa muito esquecida também _ É o que faz com que um dia seja diferente de outros dias; uma hora, das outras

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Amizade é determinar a ausência da solidão
Para preencher de carinho o coração.
Quem tem amigos jamais estará só.

- Por que você está me olhando desse jeito?
- Só lembranças...
Eu me apaixonei por ela enquanto estávamos juntos, e me apaixonei ainda mais nos anos em que ficamos separados.”

Diário de uma Paixão

Nota: Autoria não confirmada

Ensinarás a voar ...
Mas não voarão o teu voo.
Ensinarás a sonhar ...
Mas não sonharão o teu sonho.
Ensinarás a viver...
Mas não viverão a tua vida.
Ensinarás a cantar ...
Mas não cantarão a tua canção.
Ensinarás a pensar...
Mas não pensarão como tu.
Porém, saberás que cada vez que voem, sonhem, vivam, cantem e pensem...
Estará a semente do caminho ensinado e aprendido!

Um modo diferente de pensar,
personalidade forte,
olhos castanhos marcantes e profundos
Ela ri do nada, mas só ela sabe o que a fez rir,
com sono, mas atenta a tudo que acontece.

Sempre com um sorriso marcante no rosto,
mesmo triste está com aquele sorriso vivo no rosto,
rosto esse que nunca quero ver triste.

Emite alegria a todos que estão perto dela,
até a pessoa mais triste por perto fica com felicidade perto dela.
Uma inteligencia muito grande e diferente que valoriza tudo que á é apresentada.

Como seu nome é Gótico tem uma natureza mística,
magia essa que lança a mais poderosas das magias a AMIZADE.

Loucas as pessoas que não se encantam com essa Gótica.
Gótica essa que não assusta,
mas só traz a alegria e a amizade.

SEMPRE BOM LEMBRAR:

Frequenta o abandono quem vive um quase namoro, fantasia reciprocidade, aceita abraço frouxo, conversa sem olho no olho, ausência de carícia.

Frequenta o abandono quem chama a rejeição de saudade, implora por qualquer fiapo de atenção, enfeita sua própria desvantagem.

Frequenta o abandono quem vê na recusa uma possibilidade de mudança ignorando os sinais óbvios da distância.

Frequenta o abandono quem não reconhece que ser bem tratada não é um mérito, mas uma condição e segue chamando migalhas de banquete.

Frequenta o abandono com assiduidade quem se contenta com tão pouco que o Outro para mantê-la descobre que pode dar cada vez menos.

Frequenta o abandono quem não está disponível pra viver um romance porque namora um drama.

Ao desconcerto do mundo

Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que só para mim
Anda o mundo concertado.

Luís de Camões
Camões, L. de. Esparsa ao desconcerto do mundo (poema).

Para os que Virão

Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.

Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.

Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular - foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente -
na primeira e profunda pessoa
do plural.

Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.

É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
(Dura no peito, arde a límpida
verdade dos nossos erros.)
Se trata de abrir o rumo.

Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.

Monólogo de Orfeu

Mulher mais adorada!
Agora que não estás, deixa que rompa

O meu peito em soluços!
Te enrustiste em minha vida,
e cada hora que passa
É mais por que te amar
a hora derrama o seu óleo de amor em mim, amada.

E sabes de uma coisa?
Cada vez que o sofrimento vem,
essa vontade de estar perto, se longe
ou estar mais perto se perto
Que é que eu sei?
Este sentir-se fraco,
o peito extravasado
o mel correndo,
essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu;
Tudo isso que é bem capaz
de confundir o espírito de um homem.

Nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga,
esse contentamento, esse corpo
E me dizes essas coisas
que me dão essa força, esse orgulho de rei.

Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música.
Nunca fujas de mim.
Sem ti, sou nada.
Sou coisa sem razão, jogada, sou pedra rolada.
Orfeu menos Eurídice: coisa incompreensível!
A existência sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos.
Tu és a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo,
minha amiga mais querida!

Qual mãe, qual pai, qual nada!
A beleza da vida és tu, amada
Milhões amada! Ah! Criatura!
Quem poderia pensar que Orfeu,
Orfeu cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala, como o vento à flor
Despetala as mulheres -
que ele, Orfeu,
Ficasse assim rendido aos teus encantos?

Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho
que eu vou te seguindo no pensamento
e aqui me deixo rente quando voltares,
pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo

Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que estarei contigo!

Vinicius de Moraes
Álbum "Vinicius: Poesia e Canção"

Nota: Música composta por Vinicius de Moraes e Tom Jobim

...Mais

Nós dois e a distância

Começamos por brincadeira
E por desejo nos unimos
Mas não por muito tempo
Pois além do desejo veio a distância, a qual me separa de teu cheiro
Dos teus carinhos, do teu amor.

A saudade me mata por dentro, não sei mais o que fazer
Tentei parar de diversas maneiras de pensar em ti
Mas como fazer se tudo que existe me lembra você?
Pois assim quis, por querer que fizeste parte de minha vida por completo.

Sobrevivo a espera de um tempo ao qual essa distância diminua
E me faça cada vez mais ser seu
Cada vez mais um só
Cada vez mais amor

Resisto por saber que a mesma lua e as mesmas estrelas que iluminam minha noite e as contemplo todos os dias, são as mesmas que iluminam o teu caminho e levam a ti as minhas preces e lamurias sinceras de meu amor a ti.

Amo-te acima de tudo
E sei que a distância não será suficiente para separar nós dois.