Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Não deu para esconder o sorriso
E das palavras que falei sem pensar
Admirei com atenção seu sorriso
E sua boca, só queria beijar
Doce, pura e muito peculiar
Séria, madura e cheia de atenção
Disciplinada, centrada e donairosa
A doce moça que conquistou meu coração
Se eu pudesse voltar no tempo
Queria novamente te dizer
Que foi muito especial e legal
Conversar, brincar e sorrir com você
Como um exímio amante do saber
Queria em pequenos versos te definir
Mesmo não sendo literal ou figurado
Mas juro com dedos juntos, que ia amar ouvir
INFÂNCIA
Jamais deixe – me.
Ir sem suas lembranças.
Rastros, apenas rastro de minha velha infância.
Felicidade onde possa me definir, a infância.
O amor onde carrego, é a lembrança de minhas brincadeiras quando criança.
Pipa, Bola, Esconde e Esconde, amarelinha e peteca.
Lembranças de uma velha infância.
Era feliz, sorrir era o que me fazia ir.
Brincadeiras que nunca esqueci.
Infância, minha infância, era ser feliz.
Amigos, só tenho lembranças.
Cresci e só resta pensar.
Era, era a nostalgia.
Infância, ser criança.
Lembranças.
Pinga. Pinga. Pinga.
Debaixo da pia sem pudor
Garganta inteira pede
Agua, poesia e amor.
Tontura permeia em meu corpo
Ao banheiro no caminho
Piso no chão de quadrados
Piso, como se fosse espinhos.
Lâmpeja na minha cabeça
Situações começa a criar,
Olheiras brutas nos olhos
Começam a afundar.
Deito. Olho. Penso.
00:00
Mais uma noite em claro
Descrito no meu caderno.
Resisti a crônica passada
noite inteira pesada
Do meu coração ela veio; rasgada.
Por inteira me rasgou
Ultima gota me tirou
E os versos; externou.
Mesmo com certa pressão
Da crônica; expressão
Liberdade canta o coração.
Feira do Rolo
meu pote aberto
teu pote aberto
te dou meu treco
me dá seu teco
a poesia é uma junção ,
alegoria de potes poéticos
a palavra desloca, inspira, provoca
e promove a troca
Eu nunca seria poeta
Eu seria alcoólatra
Não quero saber de versos
Nem sentimentos
Beberia até sem sentir
Só para sentir o amargar
De uma vida não vivida.
Tem sido dias difíceis
não dá tempo de explicar,
Sinto saudades do que não vivi
imagino a mesa posta no jantar.
Uma vida paralela a essa
A alegria fazendo festa
Sem hora para acabar.
Sonho com a tal felicidade
Aquela vida de verdade
Espero que não demore
a esse dia chegar.
Nos cabelos castanhos, um brilho sutil,
No olhar felino, encanto incontestável,
Seu sorriso, estrela em noite tão hostil,
Ilumina meu mundo, torna-o memorável.
Jovem de idade, maturidade rara,
Encanta-me com sua sabedoria,
Comunicativa, qual pérola rara,
Conversas contigo são minha alegria.
Teu ser, uma poesia em movimento,
Cabelos, olhar, sorriso, tudo é encanto,
Na juventude, encontras entendimento,
És a musa que meu coração aguardo.
Oh, garota dos cabelos castanhos dourados,
Com teu olhar de felina, és meu fado,
Teu sorriso ilumina meus dias findos,
És a razão dos meus versos, minha felina.
Rua
Rua escura, sem saída
Sombras se movem na sarjeta
Um grito ecoa na noite
Um corpo é arrastado
Rua fria, sem alma
O vento sussurra segredos
Um choro é ouvido ao longe
Um espírito vaga
Rua perigosa, sem vida
O crime impera na esquina
Um assassinato é cometido
Um cadáver é jogado
Rua macabra, sem esperança
A morte é o único destino
Um funeral é realizado
Um caixão é fechado
Rua tenebrosa, sem futuro
O medo é o único sentimento
Um pesadelo se torna realidade
Um terror sem fim
No silêncio da minha mente confusa,
Eu me perco em uma busca incessante,
Comparando-me com um ideal ilusório,
Que me faz sentir tão distante.
Busco a perfeição que nunca alcanço,
Nas sombras da minha própria imagem,
Me cobro, me culpo, me machuco,
Nessa busca constante por uma miragem.
Vejo o mundo lá fora, tão cheio de luz,
E me vejo na penumbra do meu ser,
Me comparando com o que não sou,
Esquecendo o valor que há em me conhecer.
Às vezes, me sinto pequeno e frágil,
Diante do espelho implacável da idealização,
Mas preciso lembrar que sou único,
E encontrar a beleza na minha imperfeição.
Rosa Branca
Essa é uma mensagem para a Rosa Branca no meio do campo.
Que se mostrou tão linda no meio de tanta ausência e abundância
Expressou sua beleza derivada do contraste
Plantada ali, no meio do mundo
Era só uma rosa branca no meio do campo
Se escondendo propositadamente no mato alto
Onde só se vê as pétalas macias
Você clamou o meu toque, pediu a minha mão
Rosa Branca no meio do campo, escondeu teus espinhos?
Você precisa de cor, o vermelho do meu sangue te colore.
Essa cor não é sua, Rosa Branca
Vermelho não te favorece,
sua beleza não precisa de pintura, não precisa do meu corte
Embora doa, eu não sofro, Rosa Branca
E o que te falta é você enxergar presença na sua cor ausente
Tenho vivido o tempo das intensidades.
Entrego-me ao amor de forma plena.
Já não aceito ser amado de forma superficial...
ATÉ QUEM NÃO VIU
Até quem não viu o vento o sentiu passar
Até quem não viu a água a sentiu ao provar
Até quem não viu a energia a sentiu ao eletrizar
Até quem não viu o som o sentiu tocar
Até quem não viu o tempo o sentiu passar
E passou...
16/09/2023
À TARDE
Agradeço a Deus pelo silêncio
Que às vezes se faz.
O silêncio permitido
Pelo rádio desligado,
A TV muda e vazia,
As vozes cessadas.
O som da voz de uma criança,
Medido e sentido pela distância;
O som do canto de um pássaro
Crescendo no silêncio.
O som de um serrote é o som do aço
E da madeira, tão primitivo
Quanto nos dias de Noé.
Baixo contínuo é o vento,
De tudo um violoncelo desafinado.
Os lindos olhos com um brilho veemente por refletirem a fogosidade de uma natureza vívida, que também possui um sorriso esplendoroso, encantos resplandecentes, que tornam cada instante valoroso, um sol ardente de um belo alvorecer, o fulgor gracioso de constelações, um girassol radiante de um almejado florescer.
Por consequência, ela deixa muitas marcas amáveis na minha mente, causa emoções intensas, esteja ausente ou por perto, é admirável, sendo um ser caloroso, cuja existência interage facilmente com os meus ativos pensamentos e logo, a inspiração se faz presente, um deleite incontestável, um bem aparente.
Resultando em um poema inspirado, feito com acalorados sentimentos e alguns versos consistentes, abrigando uma rica essencialidade a partir de um diálogo poético, um vislumbre esplêndido da realidade, que talvez, venha a ser um fato no momento certo, que agora está em forma de arte, um bim proveito do meu tempo.
Fachada
Logo vai terminar o prazo
para o homem construir sua fachada.
Ele continua em andaimes.
Provisório.
Exibe máscaras cambiantes.
Sua face inconclusa,
sustentada por ferragens,
parece esconder que,
em todos esses anos de obra,
ergueram-se inúteis plataformas
para edificar um escombro.
Negrume
podem me dar tarja preta
tentem me tirar do breu
o carvão aqui sou eu
Cidade
ó blues de cruciais impossibilidades
dores de amores inexistentes
rosas amarelas mortas no apartamento
beijos e salivas nas tardes desérticas
ó visão depressiva do asfalto molhado
prédios encardidos & horda dos bárbaros
arquitetura de guerra de dias provisórios
espelho poluído da cidade da chuva
ó mundo artificial com sua natureza de néon
espetáculo de vitrines e exibições
nada de eterno palpita no seu coração
tudo já nasce velho para ser refeito amanhã.
Atravessar as coisas
Atravessar as coisas
para melhor absorver-lhes
a duração e o gosto.
Aprender a paciência
de um artesanato.
Sair do outro lado
com outra densidade:
o corpo mais sólido
diante da correnteza
desses dias.