Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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pérola

Quando a onda se aquebranta
em espumas lá na areia,
a jangada se alevanta;
quem é d'água não mareia!

Marinheiro que se encanta
não enjoa nem se espanta
com o canto da Sereia...

Inserida por mnora

⁠Conselhos

Se não foi tão bom, reclame!
Chame Deus no céu e clame!
Se você vencer, proclame!
Se for bem legal, me chame!

Pra quê medo de vexame?
Faça versos e declame!
Ou, então, apenas... ame!

Inserida por mnora

⁠Desequilibrista

Há equilíbrio na balança
a pesar, de tudo, um pouco
Há equilíbrio em cada dança
e em cada grito rouco.

Até quando o corpo cansa
e o equilíbrio nos balança,
apesar de tudo... um pouco!

Inserida por mnora

⁠Em um céu vasto e tranquilo

se levanta para o novo
um bater de asas suave.
Acompanha outro voo,
delicada e humilde ave...

É teu canto que entoo
o teu som, em mim, ecoo
delicada e humilde, Ave!

Inserida por mnora

⁠Familiar

Nunca diga que alguém
nunca disse que te ama!
Cada um - você também! -
tem seu jeito; não reclama!

Lá em casa sempre tem:
Boa noite, durma bem...
e não vai cair da cama!

Inserida por mnora

⁠Gol!

Tuas glórias brilharão
Nas estrelas posso ver
És eterno campeão
União te faz vencer

Pois é rubro o coração
Que entoa essa canção
Para sempre hei de torcer

Inserida por mnora

⁠Acessório

Passa o dia no Salão
e o cabelo despenteia
ou - pior! - um esbarrão
pode desfiar a meia.

Todo mal tem solução!
Pra qualquer ocasião,
leve uma amiga feia...

Inserida por mnora

⁠Beduíno

Quantas vezes eu me pego
a olhar os meus desertos
e parece que estou cego
Tantos vultos, tão incertos...

Não confirmo e não nego
Nas areias do meu ego
quantos eus estão cobertos?

Inserida por mnora

⁠Solidão

Segura e viciante
O tempo tirou isso de mim
Tornando pesada e densa
Não há coloração em meu mundo
Eu pintei de minhas cores, para ver só a mim
Em meu casulo natural
Nenhum Sol a nascer por mim
Cavei minha felicidade bem abaixo de mim
Para afinal ser abatido pela minha dor
Garanti minha passagem vitalícia
No labirinto chamado eu
Numa busca imprestável
Eu sou meu escravo
Na infinidade de possibilidades
Eu fiz de mim a mais desgraçada delas
Atirei-me ao fogo, na intenção de sentir
Para afinal perceber, que havia fugido de mim
Em solidão
Como o ninguém que desejei ser.

Inserida por cawan_callonny

⁠Em algum momento da minha vida

Eu me sentia como um parafuso que foi entregue ao um torneiro mecânico que me forjou e me modelou para me adaptar aquele momento da vida.

Talvez você hoje se sente igual a um parafuso velho torto e enferrujado, mas se você for apanhado por um bom torneiro e ele lhe forjar de maneira adequada poderá lhe fazer uma peça indispensável e desejável.

Da mesma forma que um bom torneiro mecânico consegue fazer de um pedaço de ferro velho e distorcido um lindo parafuso,
Deus consegue transformar uma pessoa que ninguém dar valor em algo extraordinário.

Inserida por Bertotti-Filho

⁠Era Das Trevas

Salmodiam palavras vazias
Ao Deus que tanto chora
Das casas anjo nenhum lá mora
O pesadelo do qual não se acorda
Agora é o dia que jamais retorna
Ansiando dominar o mundo lá fora
Acovarda bem alto, rotulada maldita
Impedida de alcançar, nem da asa ela toca
De meu ser tristonho, até o mundo lá fora
Atrai tendenciosas almas moribundas
Ao meu som que nunca tarda
Por ser puramente expiadora
Minha canção melódica
Domina tudo, sem se importar
Destruindo tudo, ela busca salvar
Na macabra sinfonia, o ser renovar
Destinado as infinitas notas
O mundo até por mim chora
Chocados, os olhos se apavoram
Amedrontados na realidade
Desejam sem aversão
Uma possível redenção
Por um Deus que já não chora.

Inserida por cawan_callonny

Autor

O livro o pertence, mas ao autor nunca se mostra
Como um ser de muitas faces
Possuindo vontade própria, da vontade não controla
Incompreensível, folheia as paginas em demora
Em passos penosos, perpassam as palavras
Manchando as paginas de sua revolta
No desencanto o seu livro ele joga
Da amargurada dor ele transforma
Em belas palavras para outrora. ⁠

Inserida por cawan_callonny

⁠Liese

Nomeada Elizabeth
Eu a adoro como minha Liese
Imponente como a própria rainha
De seu cargo o mesmo não a merece
De indisputável nobreza
Ela vive se fechando em si mesma
Mas de meus olhos cansados
Tamanho fulgor de mim não foge
Na falta de palavras para descrever
O significado em si se contorce
A procura do par perfeito
Nas tentativas sussurrantes de possuí-la
A mascara enfim há de cair
Sob chão molhado, ela tenta pôr de volta
Sem sucesso, a adorável Liese
Se aceita sinceramente ao agora
Protegida em mim das facadas chuvosas
Abrigo suas feridas nas minhas próprias
Amparada sem mais nenhuma preocupação
As feridas de outrora, hão de cicatrizar
E viveremos alegres juntos
Se amando e se beijando
Observando sem nenhum pesar
O belíssimo luar a nos atravessar
Clamando para o raiar nunca chegar.

Inserida por cawan_callonny

⁠Amor Sufocado

Um coração cansado;
Castigado pelos pecados cometidos;
Poderia parar sem volta!
Perdido na paixão cega;
Desorientado pela ilusão;
Quase silencioso.
Guarda tantos segredos Contidos.
Paralisa-se pela amargura;
Comete um erro;
Desassossego;
Feito poesia sem leitura!
Bate, sempre repetidamente;
Desacelerado;
Acometido pelo quebranto dos ciúmes sem sentidos;
Essência da solidão;
Desvirtua o tempo!
Para pra a vida passar;
Quase como um relance!
Olhos turvados;
Lágrimas acumuladas;
Momentos guardados;
Suspiros sufocados!
Apenas o desejo silencioso;
Calado pela saudade;
Um amor forte;
Sem retoques!
Preso no norte d'alma;
Apenas cala-se!
Entrega-se ao silêncio.

Inserida por Vanessafontana

⁠Mentiras...

Me incomodam as mentiras disfarçadas de boas intenções;
As mentiras caladas apelidadas de omissões;
Por isso deixo-te ir mesmo que me doa o coração!
Melhor é tratar o mal ate a cura absoluta a alimenta-lo diariamente em um processo masoquista e doentio.

Inserida por Vanessafontana

⁠Olhar além de si

Apaixone-se por você;
Decida conhecer-se;
Aceite-se!
Olhe-se no espelho d'Alma;
Somos muito maiores do que este pequeno corpo;
Ou suponho, que talvez existam
alguns menores.
Na verdade,
somos do tamanho que imaginamos!

Seja um louco voraz!
A loucura é feliz!
A loucura é sensata!
Acredite!

O borrão,
é apenas o início da obra;
As cores e possibilidades são infinitas!
A beleza, está nos olhos de quem a vê.
Não siga padrões!
Tenha o horizonte, como limite;
Entretanto, a distância só serve para
percebemos que sempre podemos ir além!

Não exija perfeição!
Quer paraíso na terra?
Plante flores em seu próprio precipício.
Aceite-se!
A humanidade usa como referência padrões
sem sentidos, frívolos, preconceituosos.
Crie seus próprios padrões próprios, mesmo
que diferente de todo resto da humanidade.

Seja o primeiro lugar de sua vida;
Respeite-se!
A vida não é um produto;
A vida não é apenas o palpável.
Sempre terá alguém que não te aprovará;
Aprove-se você!

Permita-se sorrir, mesmo tendo guerras no mundo!
Crie seu mundo!
Não falo em irresponsabilidade ou egoísmo, muito menos, em frieza.
Mas, não deixe que o mundo cale teu sorriso;
Isso chama-se depressão coletiva!

Se você não paga propina,
se você é honesto,
não coloque a corrupção do mundo
em suas costas,
muito menos, não a generalize.
Permita-se ser uma flor no espinhal!
E o mundo, mesmo com todos os espinhos, será mais belo!

Olhe-se no espelho d'Alma!

Inserida por Vanessafontana

⁠Riso Sorriso

O sorriso
Esse doce convidado
Que as vezes fica escondido
Assustado
É meu amigo
Pois me faz rendido
Espanta para longe de mim o desespero
As mazelas que gritam no peito
Quando o bandido
Rouba meu faceiro sorriso
Que distante, abre a porta para a dor
Ou talvez o desamor
Não me abandone meu companheiro
Eu sou humano
Provocado por sentidos
Vem sorriso nem que seja tímido
Invade meu mundo
Fica próximo
A tristeza é o fim do mundo
Mas tu, o começo de tudo
Sinto teu doce sabor
És, em meus lábios aguardado
Sem pudor
Encantador
Juntos somos inteiros
O desígnio da criação
O sonho dos arcanjos
Ou apenas o riso ingênuo
O que importa é que contigo não tenho rancor
Amo sorriso riso
Amo riso sorriso

Inserida por Vanessafontana

⁠Diálogo Divino

O sopro do mar ao pé do ouvido;
Inspira poesia de ondas sonorizadas pelo criador.
E me percebo magicamente sagrada;
Ouvindo da natureza palavras inaudíveis aos céticos.
O poeta é destinatário do sagrado!
E em um diálogo de mão dupla com o criador;
Torna-se porta voz dos prazeres divinos.
Quem disse ao homem que o sagrado é sofrimento?
Pobres homens, péssimos intérpretes!
O sagrado não é pranto, nem desalento.
De verdade, traz no vento o som inebriante do silêncio!
É que quando o vento bate na pele;
Traz calafrios reflexivos!
E na mente do poeta alegre e acolhedora;
Floresce devaneios do AMOR divino!

Inserida por Vanessafontana

⁠O Pântano

Submerso no espesso e escuro liquido
Meu corpo de madeira é minha certeza
Sem tomar rumo do meu remo
A insensível correnteza é minha guia
Me aconchegando nos ventos mórbidos
De meu caminho, a familiar melancolia
Percorrendo galhos rígidos e ramos mortos
Cercado da lama, só me resta uma via
Avisto peculiar figura, que aflige-me na agonia
Um ser de turbante a mim se prostra
De face não se mostra, envergonhado se faz
Oferecendo-me a pálida mão em socorro
Eu em resposta repulsiva, o ignoro
De sua aura fétida, atrai compaixão cega
Mas de mim só causa cautela
Pois sinto os seus olhos frios
E entendo os seus sussurros inaudíveis
Me tentando a jogar a consciência fora
E tomar o que um dia, o pertencia

Isolado em meu barco, a tendência é agonia
Encantado pelo brilho esverdeado
O ar não favorece, me dando em troca
A morte que antes residia
Gentileza nunca existiu
Dado a luz nesse mundo sem alegria
Me perdi na monotonia, pois o brilho nunca muda
Tento alcançar seu clarão esverdeado
Para isso eu devo abandonar a mim mesmo
E sem mais nada a perder, assim o faço
Jogado sem mais medo, ouço vozes em doce alegria
Indo a loucura, tomando violentamente o que me pertencia
Destroçam minha pequena e desgastada certeza
Lançando-me ao tenebroso obscuro
Perto do escondido fulgor, eu finalmente a seguro
Inerte e indefesa, cega e com medo
Do céu nunca mais viu, pois não mais existe
Acorrentada acima, acorrentada abaixo
Diferença não faz, para miseras criaturas
Nos perdemos na intenção
Na tentação de livrar-se da condenação
Vencidos, fomos engolidos e absorvidos
Tornados um só com esse maldito pântano.

Inserida por cawan_callonny

⁠Mesmo tendo pouco tempo.
Moça, eu lhe amo tanto
Pode até parecer espanto
Mas eu cai em vosso encanto.

Inserida por Bertotti-Filho