Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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⁠Noite adentro


Uma lágrima e pálpebras molhadas
Coração a rebentar-se neste deserto
Nem sei mais quem sou ao certo
Olham e dizem, pobre coitada!

Sofro horas a fio em um pesadelo
Uma profunda tristeza me definha
Nesta solidão que é tão minha
Sinto frio, febre, desespero..

Que o meu verso nunca se cale
Por mais triste e adormecido ao vento
Um fogo que consome, um sentimento
Que enquanto o céu repousa, me invade

Em uma floresta esquecida adentrei
Sem rumo, por entre os arvoredos
De tanto medo, não sentia mais medo
E o vento que acariciava meu rosto eu beijei

Sobrevivo ainda por ter esperança e alento
Suspiro, na palidez das rosas brancas
Enquanto o silêncio derrama lembranças
Nas sombras do vale noite adentro.


Lucélia Santos

Inserida por poetisaluceliasantos

⁠Súplica Muda

Para fora
Para longe
Já foi embora
Em uma falta de firmeza
Permaneceu sem mudança
E perdeu por fraqueza

Chorou
Implorou
Clamou pela volta
Em uma súplica calada
Procurando sem sentido
Em um quarto sem mais nada

Levante-se
Faz alguma coisa
Perde o medo da vida
Perde o medo do pensamento
O pensamento de outras pessoas

Percebe
Que no fim já não importa
Que não deve nada ao outro
E que o sofrimento lhe devora
E que no fim das contas
Necessita colocar tudo pra fora

Se decide
Define a meta da felicidade
Corre atrás do que já foi
Em busca da liberdade
E da sua própria vontade

Entra na luta
Vai contra a sociedade e suas condutas
E argumenta incessantemente
Deixando de lado todo pudor
Rogando para que no fim
Tenha de volta seu grande amor

Inserida por Ebcz

Ansiedade

⁠respiração disparada
tontura inquietante
mente distante
em minha caminhada.

passos descontrolados
tropeços lesados
a troco do quê?
me pergunto em uma árvore ao lado

atravesso o limite em minha frente
algo novo a ser descoberto
tentando fugir daquela gente
nesse mundo indiferente.

cigarras estão a gritar
e eu sem saber meu lugar.
em meio as folhas caídas,
encontrei um jeito de me ajeitar.

ao sinal
essa pequena paz ganha um final
ao meu novo limite descoberto
eu digo tchau.

Inserida por YayLemon

Minha linda e doce morena!
Minha linda dos olhos pequenos!
Minha linda da voz serena!
Minha linda ⁠de coração pleno

Seus sorrisos mim encanta seu olhar mim desbanca!
Tudo que Deus faz é perfeito mais na sua vez ele caprichou muito mais!
Meu eterno amor você é a união homogênea perfeita da rosa gálica e da Rosa Juliet mais cheirosa e mais rara do mundo!

Sem dúvida só pode ter vinda do jardim do criador te amo muito muito muito muito quero

Inserida por YdevanAugusto

⁠No jardim da ilusão,
Florescem sonhos de emoção.
O sol beija a natureza,
E a vida ganha beleza.

Inserida por Imnotg4bx

⁠No campo verdejante,
O cantar dos pássaros é constante.
A brisa suave a soprar,
Transporta segredos no ar.

Inserida por Imnotg4bx

⁠Me espere,
irei lhe encontrar em alguma realidade onde nós dois demos certo,
onde eu consegui te ter,
onde eu não sofri,
onde o amor não me matou.

Inserida por iagosilva1

⁠Era quase as 21h que o filme acabou
Ainda ficou faltando segunda parte
Mas prometo ver um dia
É que depois da morte de Dobby
Foi emocionante a despedida.
Aquela adaga de uma certa forma também me acertou
E me deixou uma ferida.

Aqui a chuva não para
O dia está escuro e a cidade está fria
Embora goste de frio
Aguardo ansioso a chegada do verão
É que este clichê mar de amar já não encaixa nas minhas rimas
E os versos perversos que componho
não encaixa na melodia do meu violão

Tenho tentado bolar novos planos
Ano que vem está quase chegando
talvez não cumpra as promessas que me fiz
Mas vou tentar olhar esse mar imenso
E se uma leve brisa tocar o seu rosto
não se espante
Sou eu te amando em silêncio.

- Farley dos santos -

Inserida por FarleyDosSantos

⁠O ÚLTIMO ATO DO GUERREIRO

Se tombares o guerreiro errado
Cuja força vem do ideal
Saiba que mesmo derrubado
Ele será resistência até o final.

Pra aquele que não tem
O que mais possa perder,
Já não teme nada e ninguém
E revela a verdade doa a quem doer.

Jogou o jogo atrapalhado
Crendo que o calaria,
Ferindo o melhor soldado
Você não pensou no que viria.

A palavra lançada certeira
É arma justa que não falha,
No último ato muda a história inteira
Deixando nú seu algoz canalha.

Pra aquele que não tem
O que mais possa perder,
Já não teme nada e ninguém
E revela a verdade doa a quem doer.

Inserida por GabrieldaLuz

⁠Quando as crianças brincam
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.

E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.

Fernando Pessoa
Poesias. Lisboa: Ática, 1942.
Inserida por pensador

⁠Lua de sonhos
Quando você fala o tempo se cala;
Eu não sei senão amar até o fim.
Quero um carinho sem fim, que dure a vida inteira, que tenha o sabor do mais doce dos beijos.
A luz da lâmpada sombria, sobre o leito de flores, a lua por noite, entre as nuvens nós dormimos!
Manias de sonhador no mundo colorido, onde cada sentido é um ator.
Arde sem perceber que é fogo e também é ferida que dói e não se acha; É uma descontente busca na aventura da paz que desejo e quanto mais procuro, mais sofrimento de não achar tal...
Que importa? Se tu, lua desta noite,
Fosse já a lua dos meus sonhos!

Inserida por majorado

Amor,
o amor?
é como uma flecha de eletricidade
que atinge o mais profundo condenado,
o mais sofrido e destinado
a se perder nos próprios precipícios,
o amor desaparece na primeira percepção
de realidade que obtemos
ao enxergar o quão inútil e desprezado foi
o nosso amor pelo outro,
nosso sentimento alheio jogado às traças,
o amor é como uma taça de vinho destilado de uma adega,
que acaba tão rápido quanto começou e foi ingerido.

Inserida por iagosilva1

⁠Lares Desfeitos

Em meio à vastidão de salas vazias,
Onde outrora ecoavam risadas e gritos infantis,
Resta agora o silêncio, a memória dos dias
Em que a família se reunia, sem perfis.

Olho para as fotografias empoeiradas,
E vejo faces que o tempo levou,
Rostos jovens, esperanças aladas,
Agora apenas sombras do que restou.

A mesa posta para muitos, agora serve a um,
O relógio da parede, com seu tique-taque incessante,
Marca não só as horas, mas o ritmo de um mundo comum,
Onde cada membro da família parece tão distante.

E, ainda assim, na solidão do meu canto,
Sinto o calor, o amor, o encanto
Da família que, mesmo dispersa, nunca se vai,
Está nas memórias, nos sonhos, nos laços que a vida nos trai.

Ah, família! Mesmo quebrada, fragmentada,
És a âncora, o porto, a jornada.
E embora a vida nos leve por caminhos separados,
Nos teus braços, sempre voltamos, renovados.

Inserida por AugustoGalia

Tristeza que não vai embora e me espera na porta, com olhar cansado de me ter.
Ela não espera para entrar, entra sem avisar e me acolhe sem saber como me tratar.
Tratamento solitário sem ninguém para olhar, não... quem observa é a culpa. Sem pretensão, a culpa ri, gargalha e fica até quando a tristeza vai embora. A culpa é ardilosa, me provoca com sua pertinência de querer me ferir.
As duas juntas me deixam acomodado, porque em meio à solidão me apego a elas, sinto compaixão.
Afinal, é melhor ter algo mesmo que te fira, do que não ter.
Elas são minhas amigas e não divido com ninguém, e se eu pudesse pegava a tua tristeza e a tua culpa para me sentir mais aquecido, quem sabe até amado.
Na pior das hipóteses, se elas me deixarem, fica o vazio dentro de mim, mas quem vai me preencher? Talvez a alegria, mas a alegria não gosta de ficar, é apressada; ela vem e você nem vê.
Mas quem eu quero mesmo é a esperança, mas conquistá-la não é fácil, para ficar precisa ser nutrida, nutrida de amor.
Mas o amor não cabe em mim, e se cabe é muito pequeno para preencher o vazio e tornar a esperança em amiga.
Sinto que não tem jeito, tenho que enganar a esperança, mas como, é que eu não sei; talvez invente um amor. Será mesmo que ela seria boba assim!? A esperança é boa, deve aceitar algo dessa maneira, mas precisa ser bom para não a perder jamais.

Inserida por magromatheus

⁠Eu só queria a veracidade das palavras proferidas pela magia da sabedoria, que atenderia meu chamado e enterraria minha dor.
Em meio a personagens da vida me sucumbo a ser aquele que não exerce afeto, não por falta de tentar mas por falta de receber.
Aquele que almeja o melhor para os outros, é carinhosamente rejeitado por palavras proféticas ou mesmo amaldiçoadas.
A razão de ser o que esperam é clara, não seja mais do que eles merecem, pois na tua ausência não choram por ti, mas na tua queda fingem ao menos um choro esquecido em meias verdades, já esquecidas na memória ilusória da afeição.
Ilusão achar que estão aí, no choro mudo proferido por ti a mania de querer ser, já não é escutada por tuas entranhas
O resto de esperança que existe no teu coração vai sendo dissipado na ausência da palavra do teu irmão, estar só é uma reciprocidade entre coraçõesperdidos..

Inserida por magromatheus

⁠Roda pião

Olhinhos extasiados,
ele observa o pião
gira-girar acelerado.
Colorido,
o brinquedo se enrola no corpo listrado
e roda como bailarina
a esvoaçar o tule do vestido.
Aos poucos, se cansa,
arrefece,
perde a força,
cessa a dança.
No desencanto dos olhos da criança,
a ciranda do pião
reflete a própria vida:
ao girar em volta de si mesmo,
retorna sempre ao ponto de partida.

Flora Figueiredo
Limão rosa. Osasco, SP: Novo Século, 2009.
Inserida por pensador

⁠CRIANÇA

De água e mato a vaca faz o leite
de flor e voo a abelha faz o mel
de milho e pena o galo faz o canto
de folha e terra a planta faz a flor.

Uma criança, com seu corpo e alma,
se faz de amor, amor, amor, amor…

Renata Pallottini
Rocha, Ruth. Poemas que escolhi para as crianças. São Paulo: Salamandra, 2016.
Inserida por pensador

⁠Ah, se eu pudesse voltar!

Cair e rolar no chão
sem medo de se sujar,
correr no meio da rua,
não ter conta pra pagar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!

Comer goiaba no pé,
soltar pipa, pedalar,
jogar bola no campinho,
ir pra escola estudar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!

Ir pra casa da vovó
pra comer e engordar.
Ser sincero e verdadeiro
falando o que quer falar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!

Ser o futuro do mundo
e nem se preocupar,
brigar com um amiguinho
e ligeiro perdoar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!

Ter amor em seu sorriso
e bondade em seu olhar,
sonhar e ter a certeza
de que vai realizar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!

Querer que o relógio corra
fazendo o tempo passar
pra ser grande, ser adulto
e, quando a hora chegar,
dizer repetidamente:
Ah, se eu pudesse voltar!

Bráulio Bessa
Um carinho na alma. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.
Inserida por pensador

⁠só se eu tivesse certeza que seriamos felizes

se eu soubesse que seriamos feliz
se soubesse que é isso que vc quer
se soubesse que isso ajudaria a curar minhas cicatrizes
se soubesse que superaria o que foi
se soubesse por um segundo que se não fizesse isso iria me arrepender
se soubesse
apenas se soubesse
talvez saberíamos que o resultado foi diferente

Inserida por saitotempest

⁠ Versos de um Futuro Incerto

A água que escorre, a vida que se esvai,
Nas cristas das ondas, o futuro se desfaz.
As geleiras choram, lágrimas de um tempo ido,
E o homem, em seu trono, parece perdido.

Os detritos espaciais, o céu já não é mais puro,
Cataclismos orquestrados pelo homem, obscuro.
O setor de seguros, um reflexo da tempestade,
A insustentabilidade, a face da modernidade.

A mão do homem, em sua marcha audaciosa,
Revela na Terra cicatrizes dolorosas.
A crise climática, o eco de um grito,
Na dança da morte, o homem é dito.

Nos meus versos a revolta se desenha,
Contra a ação do homem, que a Terra desdenha.
A busca pela máquina, pelo progresso sem freio,
Leva-nos a um abismo, num futuro alheio.

E assim, sob o olhar crítico do poeta,
A saga da humanidade, em verso, é completa.
Mas ao fim da jornada, o que restará?
Uma Terra desolada, ou a luz a brilhar?

Numa reflexão profunda, o poeta se vê,
Parte de um todo, na dor e no prazer.
A missão é clara, salvar o que resta,
Antes que a Terra, de nós, se despeça.

Inserida por AugustoGalia