Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Faca de dois gumes
Amizade um sagrado abrigo,
quando nos embrenhamos no escuro,
e sem ter opção batemos num muro,
que bom dispor de um ombro amigo...
Amizade é bem mais do que eu digo...
É confiar sem temer o futuro,
contra mazelas ter porto seguro,
é lealdade frente ao perigo...
Mas a vida é rica em dualidades,
toda moeda possui dois lados,
amor vira ódio, surgem rivalidades...
Estragar o que estão acostumados,
é o medo a aplacar possibilidades,
endurecendo corações apaixonados.
Ela
Ela se basta... Por si só é a natureza mais bela.
Ela é perseverança, luta, anseio... Desejo e contradição.
Ela é temperamental... Certa ou errada, sempre tem razão.
Ela é mãe, avó, esposa, filha, amiga... E já foi até costela...
Ela é universo... E todas as cores que contém uma aquarela.
Ela pode ser suave, pode ser cruel, pode ser um furacão...
Ela é alvo inconsciente de minha segunda intenção...
Não há nada no mundo tão complexamente belo como Ela.
Ela é nove meses de abrigo e uma vida inteira de desejo.
Ela é um divida de gratidão, gestação é o dom da vida,
o carinho mais aguardado, a saudade, o mais doce beijo...
Ela é única, Ela é todas, é tudo... É a conquista merecida!
Ela é o sucesso, a realização, é tudo aquilo que eu protejo.
E devia ser eterna... Pois na morte é a mais dura despedida.
Quando tudo acabar
Se tu choraste por mim,
de verdade eu lamento,
entendo seu sentimento,
mas o destino quis assim...
Sei que é triste o fim,
é duro esse sofrimento,
mas é apenas momento,
toda dor se faz trampolim.
Pois um dia serei passado,
nem lembraras que sofreu...
Aí sim... Terás acabado...
Virado a página que viveu,
desse amor desperdiçado...
E o sofredor serei eu.
Sob a luz da verdade
As vezes o silêncio é enlouquente,
mas não posso mais ficar calado,
o mundo anda deverás complicado,
a mentira sempre chega na frente...
O pior é que tudo isso é coerente...
A verdade é sempre um passado,
que como tal está sempre atrasado,
por isso a mentira sempre presente...
Mas a verdade vem, tal qual vento...
Sem pressa, ela tem sua própria toada;
e contra um fato não há argumento...
Ela chega, e resolve de vez a parada...
Ainda que tarde, ao chegar traz seu alento,
fazendo que toda mentira seja refutada.
Talvez a morte seja este silêncio em real definição...
Pois em vida não passa de sentença desmentida,
refutada por compassadas batidas; do meu coração.
Onde somente o mais forte sobrevive,
onde não há espaço para compaixão e delicadeza;
ser humano é subverter as próprias leis da natureza.
A sua indiferença,
me conduziu ao buraco em que estou.
Se de sua vida você me exclui
a inexistência do que outrora fui,
faz de mim o que agora eu sou.
Minha poesia é dramática,
acatafasia de temáticas vividas,
uma sucessão de idéias repetidas,
limitadas pela gramática.
Quando minha alma, este fulgor tépido;
de meu velho corpo irá se separar;
meu caixão, morada do cadáver fétido;
será o casulo que irei abandonar;
e estarei livre, me sentirei lépido;
borboleta pronta para voar.
Soneto de realidade
Outra vez uma história mal contada...
E acada frágil argumentolançado,
quebro, como umvaso despedaçado,
retrato da minha alma machucada...
A decepção bruscamente instaurada...
O afeto assim se fez, menosprezado,
a confiança, este bem tão estimado,
destruída, implodida; reduzida a nada...
Humilhado, sem ter tidoo ônus de errar,
iludido, perdido no limbo desse ínterim,
até sentir o açoite da traição aestalar...
Respiro consternado, perante o fim,
quizera eu, apenas a utopia de amar,
sem que fosse usado isso, contra mim.
Dramática limitação
Minha poesia é dramática,
acatafasia de temáticas vividas,
ama sucessão de ideias repetidas,
limitadas pela gramática...
Sentimentos em forma enfática,
exprimidos em frases batidas,
é osistema com suas medidas,
tornando minha poesia apática...
Assolado pela falta de instrução,
à insipiência, condenado estou,
ainda assim, sigo na contramão...
Incomodando,por todo lugar onde vou,
indesejável anticlimax de talobjetivação,
umgoleiro, a voar na bola e evitar o gol.
É ela
Ela sabe que é dela
Há um barco a vela
Na imensidão do olhar dela
Ou seria o mar nela?
Deveria eu ter cautela?
Nossa vida não é uma novela
Ela é bela
Eu fico olhando-a da janela
E tudo reflete aquarela
Se ela está longe me sinto numa ruela
Mas sempre a encontro na tela
Do porta retrato até a cartela
Sim é ela
Sempre foi dela
Agota que rola pela face,
Transpassa emoção,
Neste rosto onde a dor se abre,
Emerge a tristeza em profusão.
Qual rio que corre direção a nascente,
Lágrima revela a alma em exaustão,
No peito a mágoa corta, latente,
Toda a existência ecoa solidão.
Queria um abraço seu quentinho,
Mas hoje isso não vou poder ter,
Seu abraço faria meu dia,
Mas só de falar com você me sinto em um abraço, iguais aqueles da TV.
A pérola da noite escura.
O teu brilho branco me faz viajar
Por lugares que nunca achei querer estar
O teu contraste com a noite estrelada
Consola minha solidão alada
Tua distância quilometrada
Fortalece minha paixão platonizada
tenho ciência da morte
mas aproveito a viagem
antes de ser digerido
assim como a minhoca
no bico do passarinho
Acabei provando do seu gosto como uma dose sem medida,
Você mexeu com comigo e mergulhei em meus sentimentos.
Tanta coisa que agente não pensa e pensa quando está vivo nessa constante reciprocidade.
E agora, eu te quero a todo momento.
Te quero bem, te quero feliz e te quero ao meu lado pois sua essência me faz bem mais feliz. Como eu te quero!
Pinga. Pinga. Pinga.
Debaixo da pia sem pudor
Garganta inteira pede
Agua, poesia e amor.
Tontura permeia em meu corpo
Ao banheiro no caminho
Piso no chão de quadrados
Piso, como se fosse espinhos.
Lâmpeja na minha cabeça
Situações começa a criar,
Olheiras brutas nos olhos
Começam a afundar.
Deito. Olho. Penso.
00:00
Mais uma noite em claro
Descrito no meu caderno.