Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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Não sei qual o inventor
da bebida do café.
Quente, logo de manhã,
tão bom quanto cafuné.
Mas ele fica em segundo;
a melhor coisa do mundo
é beijar minha mulher.

Inserida por RomuloBourbon

⁠RECIPROCIDADE

Se queres ser respeitado,
respeita o outro primeiro.
Se queres ser muito amado,
sê no amor o dianteiro.
Aprendi com a idade
que, com reciprocidade,
conquisto o mundo inteiro.

Inserida por RomuloBourbon

⁠MAMÃE ASTRONAUTA

Minha mãe e eu voando
No espaço sideral
Unidos por todo o sempre
Por cordão umbilical
E na nossa espaçonave
Tudo corre bem suave
Na jornada espacial

Inserida por RomuloBourbon

⁠VACINA

O momento é de emoção
quando a gente se vacina.
Mas ainda não é tempo
de retomar a rotina.
Falta a segunda dose,
que não é uma overdose,
assim diz a medicina.

(Poesia em homenagem ao programa de vacinação para combater a pandemia de coronavírus, que fez muitas vítimas fatais no país e no mundo).

Recife, 14 de junho de 2021.

Inserida por RomuloBourbon

⁠RIO ADENTRO

Até breve, meu amor,
vou seguir o rio adentro,
buscar peixe pra pescar,
garantir nosso fomento.
Vou sem hora pra voltar,
só pensando em retornar,
para ter nosso momento.

Inserida por RomuloBourbon

⁠Escrever é um ofício
Quer requer inspiração
Inventar uma história
Que prenda a atenção
É pensar em um bom tema
Para criar um poema
Com um lápis na sua mão

Inserida por RomuloBourbon

⁠Dê-me uma razão para lutar pelo mundo,
Se por entre a iniquidade não existe um ideal.
Em seus olhos, o vejo moribundo.
Esperança é uma meta irreal.

Dê-me uma razão para ver o dia passar;
A dor e a tristeza simplesmente não vão embora
Desculpas não podem disfarçar
As cicatrizes que vão ficar...
Por que em minha existência devo continuar?

Dê-me uma razão para acender as luzes,
A escuridão me cerca dia e noite,
Exacerbe minha existência de regozijo em solidão,
Onde o silêncio soa como açoite
E a paz alteia como sublime galardão.

Dê-me uma razão para ficar aqui e tentar.
Por que não posso, como a águia, para longe voar?
Memórias vão se apagar, a cada dia se afastar;
Esperanças e sonhos não realizados,
Eu gostaria de poder partir...
Minha ausência é tão despercebida
Que ninguém sequer vai sentir.

Dê-me uma razão que justifique minha existência,
No arcabouço da razão,
Emoções evadem entre os vãos;
A morte no interior é velada pela aparência;
O tempo escorre pelas minhas mãos,
Transtornado ante o mundo absorto em insolência...

Assim como a foice não é talhada pela flor,
Você desperdiça seu tempo com quem te adverse,
Acoimado por uma febre de rancor,
Além de sua estreita visão, a realidade desaparece
Como a razão perante o amor...

Consegue ver seus dias arruinados pela escuridão?
Concebido sobre a solidão que exorta,
Preso em um mundo de isolação
Enquanto a verdade bate à sua porta.

Minha solidão não pode ser roubada
Sem que me ofertem verdadeira companhia.
Parado num momento de ensimesmo,
Não sei se o medo é de nunca mais sentir igual
Ou de voltar a sentir o mesmo.

Dê-me uma razão
Para isso então justificar:
O que te impede de soltar
O peso que não te deixa voar?

Inserida por esc_miguel

⁠Bardo

Viajante, eu te pergunto
“A tua paz a dúvida mina?
Não domina bem esse assunto?!”

Acompanhado pela calmaria da harpa
Parei unicamente para tirar uma farpa;
Bancando o tal bardo das culturas celtas
Garoto pardo andando em um carro celta

Tornando-se músico e poeta;
Compondo um clássico poema;
Viajando para além das fantasias
Me partem os mitos e as alegorias
Os recitados fazem parte das galerias;
Tais versos traduzidos de uma cantiga
Trago tal poesia de uma Europa antiga

Bem-vindo as novas poesias
Eu sou um contador de histórias
Apresentarei as verdadeiras lendas
Ele está presente, aquele negociante!
Num conto oral, e em cada vogal e consoante

Inserida por TipoLittleBoy

⁠Dia da Árvore

Hoje é Dia da Árvore
Que é fonte de vida
E deve ser protegida

A árvore também serve
No calor para refrescar
E para o passarinho criar

A árvore é muito importante
Para o ciclo da natureza
E para gerar pureza

E a árvore é especial, pois nos traz
Flores para embelezar
E frutos para nos alimentar.

Inserida por thaiscritocomamor

Sou uma árvore sem folhas
Uma figueira sem figos,
Uma nogueira sem nozes
Uma ribeira sem água,
Ouvindo pequenas vozes
Sou chuva que não tem chão,
Sou ponte que não tem fim
Uma luz apagada,
Uma porta fechada
Um poema sem palavras,
Um tronco sem raízes
As sementes desta fonte
Estão mortas, infelizes.

Inserida por bruno1011

Cantilena

Minha vida é mesmo tediosa,
é uma sucessão de mal-entendidos,
tantos amores não correspondidos,
é uma experiência dolorosa...

Realidade pouco gloriosa,
de vários fracassos assumidos,
infinitos sonhos mal-sucedidos,
triste vida, injusta e morosa...

Tal qual um filme de roteiro chato,
em que pouca coisa acontece,
me conduzindo ao tédio de fato...

E por isso meu coração perece,
tornando-me mais um poeta barato,
enquanto Deus de mim, se esquece.

Inserida por ClayWerley

Onicofagia

Nos limites mais extremos da tensão,
a assumir caráter destrutivo...
Tendo como berço cativo,
o tédio, a ansiedade e a depressão...

Válvula de escape em momentos de pressão,
tendo como princípio ativo,
um forte instinto auto-depressivo,
que nessas horas sobressai-se a razão...

A angustiante espera por definição,
acaba sendo o principal motivo,
até que enfim apareça uma solução...

Que venha modificar o ambiente apreensivo,
e então, os dedos doloridos de minha mão,
serão a prova, de que ainda estarei vivo.

Inserida por ClayWerley

O abstrato mito do silêncio absoluto

Um dia resolvi contemplar o silêncio absoluto,
queria saber o que estaria além de tudo o que escuto,
determinado contra os barulhos do mundo me isolei,
em um ambiente de total isolamento acústico tentei...

Surpreendentemente meu objetivo não pude alcançar,
impedido por sons sincronizados de meu respirar;
tomei fôlego, prendi a respiração, tentei novamente;
e percebi o quanto a tentativa se mostrava incoerente...

Talvez tal silêncio seja incompatível com a vida;
já que esta é movimento, respiração, pulsação;
estagnação vital é algo insustentável e sem medida...

Talvez a morte seja este silêncio em real definição...
Pois em vida não passa de sentença desmentida,
refutada por compassadas batidas; do meu coração.

Inserida por ClayWerley

Me condenaste ao limbo

Eu sou a página virada,
o sonho que não vingou,
a felicidade que acabou,
o tudo que tornou-se nada...

Sou a ironia velada
do momento que passou,
e da lembrança que restou,
sou a saudade jamais exaltada...

Triste dor... A sua indiferença,
me conduziu ao buraco em que estou.
Se de sua vida você me exclui

a inexistência do que outrora fui,
faz de mim o que agora eu sou...
Ausência, ausência; ausência.

Inserida por ClayWerley

Argucia

Sou um animal frágil e pouco competitivo,
sou um cidadão pobre e sem influência;
sou mais um ignorante subnutrido,
e não bastasse minha própria miséria,
ainda sou um perdedor por excelência...

Mas de minha realidade sou consciente,
clássico exemplo de humano angustiado,
as vezes agindo de forma incoerente...
Por vezes deprimido, por vezes irado;
no fundo, no fundo... Um pobre coitado.

Defeitos me conduzem a beira da imperfeição,
sou falho; e por isso mesmo sou humano...
Pois onde somente o mais forte sobrevive,
onde não há espaço para compaixão e delicadeza;
ser humano é subverter as próprias leis da natureza.

Inserida por ClayWerley

Auto-prazer

O ser humano faz da busca por prazer obsessão,
contraria a si próprio, suporta dor e até humilhação,
sofre, se reprime, se acovarda por medo da rejeição,
negaceando instintos básicos dessa humana condição...

Machos e fêmeas tem o sexo como inerente destinação,
onipresente inconscientemente como segunda intenção,
sutilmente camuflado em meio a cinismo e dissimulação,
e quando naufraga no eterno jogo da sedução...

O instinto reprimido sobressai entrando em ebulição,
e o desejo intransigente tem como única solução,
aliar-se ao poder realizador de nossa imaginação...

Um pseudo prazer em que o orgasmo põe fim a ilusão,
nos atirando de volta abruptamente em uma explosão,
a estatelar-se pateticamente na realidade da frustração.

Inserida por ClayWerley

Vida, abstrata vida...

Eu vejo o tempo passar...
Quem poderá entendê-la?
Vivo sem compreendê-la,
penso a olhar para o mar.

Até onde irei chegar?
Não sei como resolvê-la...
Um dia desses irei perdê-la,
não tenho como evitar.

Não sei para onde vou,
como encontrar saída?
Mal informado estou...

És viagem só de ida?
A chama já se apagou.
Oh vida! Abstrata vida.

Inserida por ClayWerley

Origami

Para você um dia dobrei,
o mais belo origami...
Mesmo que tu não me ame,
De ti, para sempre eu lembrarei...

Destino não quis? Não sei...
Por mais que eu reclame,
e em meus poemas declame,
de certo, nunca saberei...

Sutil arte em definição,
meu amor por ti assina,
singela obra de paixão...

Geometria divina!
Resta lembrar que perfeição,
para mim és tu, menina.

Inserida por ClayWerley

Escravo do sistema

Segunda-feira, obrigação de ter que ir trabalhar.
O sono ainda reside em meu corpo, me sinto cansado,
o relógio já despertou, e me vejo novamente atrasado,
ainda há estrelas no céu, mas tenho que levantar...

Tomar banho, escovar dentes, enfim me arrumar...
Acelerando meu próprio ritmo ainda que contrariado,
rumo ao ponto de ônibus rezando que não venha lotado,
esquecendo o café da manhã; sem tempo para tomar.

Mero detalhe diante de tantas outras adversidades,
que durante a semana inteira irão me aborrecer...
No fim de semana o cansaço esgotará as possibilidades.

Trabalhar, trabalhar; trabalhar... E não viver.
Escravo do sistema, encurralado por minhas próprias necessidades,
não tenho direito a nada que me dê prazer.

Inserida por ClayWerley

Soneto da paixão recente

É felicidade plena,
senti logo de início,
por ti, todo sacrifício,
se torna coisa pequena...

Você faz valer a pena,
tudo... Qualquer artifício,
mesmo sendo malefício,
ou qualquer insensatez terrena.

Por ti faço o que for...
Afim de que resolva,
abrigar-me em teu calor.

Vem... Me leve, me envolva...
Inebria-me com teu amor,
e nunca mais me devolva!

Inserida por ClayWerley