Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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⁠Dor que retorna


Ferir sem querer é lançar mão
de uma lâmina sem ver o fio,
e, no ato de se proteger,
cravamos cortes que escorrem silêncio.

Há uma tristeza que é faca cega,
um espinho oculto sob a pele.
E é só depois, ao sentir o eco
do que fizemos, que a dor se revela.

Nosso coração sabe o que é errado,
mas às vezes se debate, erra os olhos,
e atinge quem mais amamos,
num reflexo triste de autoproteção.

E então, o peso nos volta —
o corte que causamos abre-se em nós.
É a dor que revira, rasga por dentro,
e ninguém vê, mas em nós lateja.

Quis apenas me defender,
mas na pressa fui flecha cega.
E, agora, o arrependimento sussurra,
ferindo-me na ferida que deixei.

Inserida por samia_lourena

⁠Toca aqui
Você foi mais um convidado na festa da mentira e da ganância
Na Terra onde a cédula domina a célula
E o cérebro é o celular
Agora você já não sabe o que acredita e em quem confiar
Bem-vindo ao mundo em que não se vive e não queremos mudar

Inserida por pjsales

⁠Até a primavera

Deixo o amor seguir, com sua alquimia e vertigem,
liberto os pássaros, botões do céu com asas à voar.
Renúncio ao fervor de amar sem medida,
e me perco nas linhas da ausência incontida.

Já exaltei o amor, cantei a paixão,
mas dissolvi-me em palavras, sem definição.
Agora despeço-me desse encanto profundo,
abandono o amor e o seu misterioso mundo.

Quem sabe, um dia, ao pulsar renovado,
meu coração encontre um novo chamado.
Quando o inverno ceder à estação primeira,
numa explosão de vida, cor, e primavera.

Até lá, busco-me no vasto vazio,
na imensidão de um silêncio frio.

Inserida por Anonimarco76

Sinto a sua falta,
depois não sinto.

Te amo e não te amo...
Como pode ser possível?
Coisa de momento.

Quanto mais eu penso no que você fez,
pior eu fico.

Ah, como quero ter você!
Desisto.

Não vejo arrependimento,
não vejo sacrifícios,
ninguém abre mão de nada,
ninguém dá o braço a torcer.

Muito, muito difícil...

Perdoar? Quase impossível.
Quase...

Mas outra vez eu penso,
e logo desisto.

Inserida por IsraelCarlito82

⁠Que me falte cãibras
Que me falte sossessogo
Que me falte esperança
Que me falte alimento
Que me falte a paixão
Que me falte o vil metal
Que me falte a felicidade
Que me falte o estar
Que me falte o ser
Que me falte o lugar
Que me falte o amigo
Que me falte a poesia
Que me falte a energia
Que me falte o amanhã
Mas que nunca me falte a ousadia de ter coragem.

Inserida por r_maraja

⁠Rói dentro do mundo
O queimor do sem nem o quê
Rói o ácido espalhado
No mundo interno
Do corpo extenso
Rói o rueiro
Sem medo
Corrói a fome.


*Poema do livro Anjo da Guarda, de Rafael Rodrigo Marajá.

Inserida por r_maraja

⁠Será que não vê mais
Os mais do tempo
Os ais dos casos?
Que não sente mais
A mão que afaga
E apedreja outro olhar?
Não mais está no caso
Pelo ódio desprezar
O ar tirado?


*Poema do livro Anjo da Guarda, de Rafael Rodrigo Marajá.

Inserida por r_maraja

A letra que se perdeu

⁠Ah! Meu espanto a minha frente
Uma mão trêmula
Uma voz de lamento
Pelo tempo que se foi

"Não lembro nada da infância"
Dez anos foram lhe roubado
Por uma cabeça que doeu
Quando ao chão caiu

Se tivesse ido à escola
Não se sabe o aprendido
Após anos e mais anos
Mais quarenta e tantos

Sem tantos encantos
O estudo retomou
De dia árduo trabalho
Sobra-lhe a noite como retalho

E mesmo no ímpeto de glória
Nada tão fácil cabe na sua memória
Então, na minha frente implora:
- Me ajuda a ler e escrever melhor!

Sim! E assim diante de mim
As mãos como noite, trêmulas
Busca uma esperança
Do fim do ensino fundamental e tal

Inserida por marialu_t_snishimura

⁠milímetro de mágoa


foi uma dor cruel
pior que corte feito por papel
pequena, constante
e até revoltante
não era para acontecer.
e a gente vê
que o detalhe pode ser, então
imensidão.

Inserida por leromundointeiro

⁠As janelas de sua alma refletem o azul do céu;
Olhos amendoados, doces lábios de mel;
Cabelos encaracolados, ai meu Deus, que Escarcéu!

Inserida por IsaacRamoan

⁠Finalmente...

finalmente percebi...
O tempo, como o vemos.
O presente é sempre constante, e o passado sempre um pouco atrasado.
Quando dizem que não devemos sofrer com as coisas que já lá vão, não são apenas coisas que podíamos ter dito naquela discussão de á 10 anos atrás, mas todos os maus momentos que de um segundo para o outro se transformam de presente para passado.
É importante chegar a esta epifania, que por muito óbvia que seja, é fácil de esquecer.

Inserida por ayumitries

⁠"Coisas que acontecem (Efêmero)"

Quanto tempo faz
O tempo que ficou para trás
Foi tudo perda de tempo
Um tempo que não volta mais

Num momento somos tudo
No outro, não somos nada
Para uns a vida começa
E para outros ela acaba

Nas amarras do passado
E anseios para o futuro
O presente é sufocado
Em um quarto frio e escuro

Momentos sempre passam
Lembranças permanecem
Histórias se modificam
São coisas que acontecem

Inserida por guilhermeoreis

⁠Como viver um amor infinito em um mundo onde esse amor nada mais é que um sonho?
Uma saudade do ausente e uma visão do que não se pode ter?
Na contradição da vida, será a canção reflexo de um poema e um poema reflexo de um amor?
Com o passar do tempo, amadureci..
Coisas boas me aconteceram, mas coisas tristes também. Estou diferente...
E todas essas emoções são traduzidas em forma de versos nas canções que transbordam a partir da minha alma
E nessa constante dialética entre o saber e o viver..
Entre o infinito e o finito que se revela, redescobri o fascínio da poesia que sempre esteve dentro de mim, mas que a seriedade do mundo por tempos ofuscou.
E, tentando entender a complexidade dos sentimentos, busquei uma síntese..
Algo que não pode ser encontrado nas palavras, nas páginas dos livros ou nos versos das mais belas canções
Mas somente no vento impetuoso do Espírito
Aonde o mais belo poema se tornou a mais bela canção já entoada em toda a Terra
Aonde o Verbo se tornou carne
E o Amor dividiu a história se tornando a própria história do nosso ser.

Inserida por verennadias

⁠Há um ar de tristeza quando chove
Frio, saudade e muta solidão
É uma melancolia que nos absorve
Nessa úmida desolação

Inserida por WillianBatistaNeves

⁠A esperança do sertão

As vezes me lembro da última chuva
A maninha ainda tava na barriga da mamãe
Conseguia ver o sorriso de painho em seu rosto
Agradecíamos a Deus por cada gota de água que nos abençoava
Ainda tínhamos esperança

Gostava dessa época
Acordávamos bem antes do galo cantar
Miguel sempre resmungava das longas caminhadas até o poço
Ajudávamos papai até nossas mãos se enxerem de calos
Eu nem ligava, o importante era que nós estávamos juntos
Ainda tínhamos esperança

Depois que partimos de lá
Não se falava mais com vovô
Tentava chamá-lo, mas ele não respondia
Mamãe rezava mais uma Ave Maria, com os olhos cheios de saudade
Ainda tínhamos esperança?

Muito tempo se passou e a chuva no sertão não volta atrás
Olhando para baixo, vejo os registros das pessoas que já passaram por aqui
Olhando para frente, vejo a seca assombrar cada pedaço de vida desse nosso interior
Olhando para o lado, vejo a face de todos se apagando lentamente
Não temos mais esperança

Inserida por Rubiare

CONSTRUA-SE

A máquina devora a terra,
entre lamentos e vazio,
carrega o peso das promessas,
nos braços frios do desvio.
Imagina-se um lar perdido,
mas tudo se desfaz no ar,
como sombras no escuro ,
e o sonho a se apagar.

Sem aço ao redor da alma,
solidão é mais que alicerce,
um eco brota dos muros
onde o coração se perde
E os tijolos, aos pedaços,
vão caindo ao chão sem cor,
na procura do que não existiu
encontra eco da própria dor.

Há algo que pesa no peito
mas só um nada a sentir
É um grito de frustração,
mas ninguém o ouve ali.
As mãos eram como nuvens
e o interior como trovão
vivia apenas pelo desejo
de acreditar nessa ilusão

As folhas partem no vento,
os sonhos não sabem ficar,
e a casa, feita de ausências,
se dissolve ao se desenhar.
E se o solo não serviu,
não desista do labor:
se a estrutura não se ergueu,
se construa, meu senhor!

Inserida por LuanLiraNascimento

⁠ Sonho. O desejo,
sonho o desejo
que desejo e não vejo
realizar pra mim.
O sonho que sonhei
nem mais sei,
sonhei outra vez.
Sonhe novo,
sonhe um
novo sonho,
Sonhe um sonho sem fim.

Inserida por JeffersonRodriguesPe

Para ela, é azul,
Para ele, cor de mar,
- Para mim, cor de vinho,
Ele, ele não descreve o que vê.
Até o momento, não sei por quê,
E ele também não sabe dizer.
- Oras, é azul!
- Oras, é cor de mar!
- Não, é cor de vinho!
Que costume mais mesquinho, de a tudo nome dar!
Para ela, é azul.
Para ele, cor de mar.
Para você, cor de vinho.
E para ele, bem, para ele tudo pode ser.⁠

Inserida por Histerye

⁠Rosas

me encanto com um sorriso em um retrato
com a curiosidade de ouvir uma voz
me apaixono por um par de olhos brilhantes
por vários instantes contemplo um rosto que só imagino
como é o movimento dos lábios
como é o movimento dos cabelos
imagino um corpo que eu nunca vi
só sonho
me encanto com letras que formam palavras
com rimas que se tornam versos
com versos que se tornam imagens e imaginação
procuro ver uma nova imagem a cada dia
com o mesmo rosto
o mesmo sorriso
não tenho ciúmes e sim inveja
inveja de quem toca aquela pele
de quem ouve aquela voz
de quem se mistura aquele corpo e sente aquela boca
inveja boa
como invejo todas as rosas que cabem no colo dos seus braços
com cada lençol que abraça aquele corpo
com o vento que passa por entre os cabelos e entre as suas roupas
com o espelho que vê ao natural o que deve ser insaciável
me encanto com esses meus dias mastigando o que imagino.

Inserida por Palhari

⁠É sensível e sobrevivente.
Ela nada em qualquer direção
Sendo muito atraente, seguindo sua intuição com liberdade e de puro coração.
Ela é de peixes, das águas da emoção, ela é de humanas, ela é atraente, é extremamente intensa e com pura dedicação, é saber que o perdido também é uma direção.

Inserida por Munizopensador