Poema de Pablo Neruda Crepusculario
O Vazio
Fala pra mim, ó vazio
O que é que tu tens
Que faz de todos bens
Um nada mais que vil
A letra já é numero
O papel já é manchado
E a mancha já escura
Faz do nada algo bordado
Num ombro todo o ouro
No outro a beleza
No meio nenhum louro
Só a nuvem de tristeza
E na longa estrada que desce
Guiado por ti, podre vulto
O ser outrora culto
Fecha os olhos e obedece.
O Herói
Os tambores da luta gritaram
E os sinos da terra tocaram
Dos deuses a grande fúria
Veio o fim da eterna injúria
O menino da nuvem nasceu
Com a adaga divina em mãos
E quando a sombra cresceu
Lutou ao lado de irmãos
As árvores da vida choravam
E os rios da morte cantavam
O lobo noturno era atroz
E a flecha de fogo veloz
O homem do menino veio
E a adaga à espada luziu
O mal que era inteiro
Tornou-se um fraco vazio
As lanças e escudos se ergueram
A esperança num belo clarão
Os ossos das trevas tremeram
Perante o poderoso guardião
Por anos lutou pelos campos
Montanhas do medo livrou
Por mares e rios navegou
Quebrou os mais altos encantos
Dos reinos tomou a coroa
Dos homens virou o senhor
Da era tornou-se a proa
Das sombras tornou-se o terror
Mas o tempo sua glória abalou
Na vasta planície de ouro
Sua última batalha lutou
E sucumbiu a coroa de louro
Seus feitos e honra viveram
E o herói foi sempre louvado
Como o rei do trono dourado
Cujos anos nunca morreram.
O Anjo Negro
Anjo negro, estrela do crepúsculo
Fala agora onde estás
Tira minha alma desse reduto
Pois somente tu me alegrarás
Estende tua mão agora
Tira de mim esse peso
Não deixa que nasça a aurora
Mata esse medo
Por sobre o chão de pedra negra
Eu logo hei de caminhar
E a luz que passa a fina seda
Com minhas mãos hei de apagar
Me envolve em teu abraço
E me dá com a adaga forte
Faz do meu passo
A casa de tua sorte.
Crepúsculo do Mundo
Onde está a espada?
Onde está a coragem?
A princesa encantada
O salvador de passagem
O tempo já levou
Ou a verdade se encarregou?
Sendo a areia ou a visão
Findaram a bela criação
Onde está a doce arte?
As linhas fortes da alma
Ou o som do sol da tarde
Sofreram dor ou trauma?
A sinfonia alta e regente
Fugiu do encontro com a aurora
A flauta que erguia a serpente
Fez dela uma sombra de outrora
Onde está o sábio
Aquele da mente hábil?
Outra vítima do humano
Que fez da coruja um pelicano
O mestre dos quatro elementos
Já fraco, menor e antigo
Fez do vácuo profundo um amigo
E sumiu como um grão aos ventos
Onde está o rei guerreiro?
O senhor da honra e da glória
Sucumbiu no ouro da vitória
E o nada virou seu inteiro
A torre dos homens caiu
E a árvore da vida secou
O leão das sombras rugiu
Quando a cova do mundo fechou.
A janela
O belo símbolo da esperança
A que traz a luz e o vento
E o doce riso da criança
O velho que olha de dentro
A moça que fica debruçada
Olhando as vidas da calçada
O pássaro nela se senta
E a beleza dali aumenta
Com seu mais puro canto
Olha para fora da janela
E faz dela a tua porta
Para um mundo de encanto
Curarás qualquer mazela
Ou árvore que cresça torta
Tu verás um outro lado
Poderás lançar o dado
Com a tua sorte a testar
E com o pássaro a cantar.
A ponte da vida
Aos passos vagos e curtos
O homem na longa travessia
Enfrenta todos os vultos
Das ideias ele se sacia
As pontes da própria mente
Que ligam o gênio presente
Em sua genialidade total
Essa tão viva e também fatal
Ele atravessa a árdua ponte
As dificuldades do caminho
Endurecerem sua fria fronte
Fazem da água o vinho
O filósofo cumpre seu destino
Eleva-se ao saber divino
À outra margem tendo chegado
Vive então do bem dourado.
É preciso coragem pra estender a mão pra alguém e acreditar que ela não vai soltar.
Você é minha coisa favorita, eu roubaria o tempo pra estar com você.
Passaria horas só olhando pra ti,
Tentando ler teus pensamentos,
E desejando que o fim demorasse o infinito pra chegar.
Queria poder te falar algo que te fizesse feliz...
Mas apenas espero que entenda
Você importa pra mim
E só posso esperar que não solte minha mão.
PICO DO MARUMBI
DE TODA BELEZA QUE VEJO.
AQUI MESMO EM MINHA TERRA!
O QUE MAIS ENCANTA MEUS OLHOS
É A DESCIDA DA SERRA.
NUMA ESTRADA TÃO GRACIOSA
QUE ESTE NOME LEVOU,
COM CURVAS SERPENTEANTES,
RIOS, CACHOEIRAS
NATUREZA EXUBERANTE.
LÁ É MORADA DE TI!
MEU DESEJO CONTAGIANTE.
FICO CÁ EMBAIXO A NAMORAR PENSANDO.
QUE NUNCA ESTÁ COMO ANTES.
POIS CADA VEZ QUE O VEJO!
SE MOSTRA MAIS RADIANTE.
A DESPONTAR NA FLORESTA,
ME FAZ UM CONVITE DESAFIANTE.
DE SUA PAREDE ESCALAR,
COMO FAZ SEU VISITANTE.
EU CÁ EMBAIXO A TE OLHAR,
CADA VEZ MAIS APAIXONADA
COM UMA VONTADE A PULSAR,
MAS SEM PODER FAZER NADA.
MINHAS PERNAS NÃO AGUENTAM,
PRA ENCARAR A ESCALADA.
FICO AQUI SENTADA OLHANDO,
MEUS PÉS MOLHANDO NA ÁGUA.
AQUI DESTE IMENSO RIO,
QUE POR SUA ENCOSTA PASSOU.
ANDOU LIVRE POR ALI.
ONDE EU SEMPRE QUIS CHEGAR,
EM SEU PICO MARUMBI.
Quero que saiba que todos os dias quando acordo, lembro de você.
Todas às noites que vou dormir,
Todas às noites mal dormidas, lembro de você.
Carrego comigo um pedaço seu,
Para que eu possa me sentir bem...
Porque basta eu me lembrar de você, que o sorriso vem!
VIDA PASSAGEIRA
Irreversível é saber que tudo que fiz era certo!
Vivi na crença dos meus ideais...
Gana, persistência e vontade de vencer...
Não é fácil, mas assim que dá gosto de ver.
Nesta fase que eu vivo, bato palma até com pé.
Ando certo, confiante, sem perder a minha fé...
Muita gente no caminho não aguentou e desistiu.
Minha força é combustível, faça chuva ou faça frio...
Nesta vida passageira, já sorri e já chorei.
Conheci algumas coisas que até me arrepiei.
Já perdi alguns amigos, que não estão mais entre nós...
São momentos, são lembranças... pra curtir quando estamos a sós.
Eu não sei por quanto tempo ainda vou respirar...
Mas eu sei que esta vontade esta acessa e não vai se apagar...
Eu adoro a liberdade, os amigos que eu fiz...
Nesta vida passageira tenha fé e viva feliz!!!
Cego Blues
Num chapéu cor de farinha
Com uma cachaça e uma garrafa quase vazia
Uma cegueira cega que nem ela
Um tempo certo na hora errada
Um blues de um forró bem triste
Uma criança que não chora nem vai embora
E três mesas vazias.
Uma lembrança de um perfume
Um chale branco, saudade e ciúme
Uma parede de uma alusão púrpura bondade
Um amor insano, regado e negado
Invejado pelos anjos, flechado caboclo
Uma antiga mentira virou verdade
E as tais mesas vazias
E depressa vai cada vez mais lenta
A noite e o dia feito o amor que se inventa
Arde, queima e contenta
Falso feitiço feito a destilada água que torpe
Os modos e as giras
que envolta de nós se sustenta
Nenhuma mesa, onde não a via
O local deixou a razão com sorte
A música acabou e o bumbo coração tenta
Bem mais poema do que cena
Eu sorrio vida que brilha, não me faço de dentes.
Vida não esfazia no feitio de mesas fazias.
Poluição mental
Sensações paranoicas
Matando mentiras
Empurrando erros
Tropeçando na miséria
Desmoronando sonhos
Amortecendo a dor
Destruindo pesadelos
Chuva de Amor
Hoje,
Chove chuva, que cai devagarzinho,
Que canta e encanta tão veloz,
Em corrente matinal,
Alegremente sobre nós, e nós...
Encharcando e derramando vida,
Sem cessar,
Continua alastrando vida,
Aqui e acolá...
Água pura foge pra lá e cá,
Provocando enchente de alegria, atrevida, provida,
Misturada de amor,
Continua caindo, molhando, invadindo...
Que a saudade do amor,
Não nos mate,
Antes do nascer do sol e do brotar da flor...
Terra fértil, molhada,
Mate-nos a fome,
Mate-nos a dor,
Encharca-nos de vida e também do amor.
Jmal
2013-09-05
O meu destino
O meu pensamento metafísico
Leva-me a reflectir,onde fico?
Se já não tenho força para caminhar!
O Quão Quanto Te Amo
Por quê perguntas se te amo,
Tu sabes que jamais te direi um só palavras,
Pois meus sinceros sentimentos,
São segredos...
Nunca terás respostas,
Pois nunca falarei,
Pois meus lábios estão selados,
Tu terás que desvendar...
O brilho de meus olhos,
São revelador,
Quem sabe o tom de minha voz,
Quando brinco com palavras de amor...
São tantas portas, tantos brilhos,
Tantas palavras,
Tu saberás encontrar a resposta...
Sê nada lhe peso,
Apenas um sorriso de seu coração,
Tão-somente me compreendas,
Então desvendaras,
O quão-quanto te amor.
Jmal
2013-09-12
"AMOR"
Tantos foram os amores,
Que não mais os tenho,
Dê tudo e tudo, lembranças,
Amores, amores,
Tão muitos, Tão poucos vive...
O fogo da paixão que arde no coração,
Tantas e tantas possibilidades,
Mas quem poderá dizer,
Dos muitos e muitos, nada hoje há ter....
Sê do muito tive,
Agora nada tenho,
Mas uma verdade posso afirmar,
Nada finjo, ainda creio saber amar...
Perdi o temor,
Com o nascer do sol,
Assim pressinto,
Sê é legitimamente "AMOR".
Jmal
2013-09-13
RABISCANDO AO VENTO
Ah!
Como amei, amei perdidamente,
Amando em lágrimas, em todo azul do mar,
Das dores me fiz crédulo,
E dos sonhos, meus versos de aflição...
Como amei, amei loucamente,
Bebendo do chão o orvalho da manhã,
E da noite o sereno da solidão,
Como poeta salmeei, versos de ausência...
Como amei, amei usando disfarces,
Para o aquecimento do coração...
Dê tudo vivi,
Rabiscando ao vento,
O que pulsava neste coração.
Jmal
Final do inverno de 2013
Lados da vida
Por que complicamos tudo?
Ao bem somos mudos
Enquanto louvamos o mal
Não parece normal
Levamos os problemas a sério
E prendemos as alegrias
Com todo o nosso mistério
Pioramos nossos dias
Adoramos o errado
Reprimimos o certo
Estamos do outro lado
Do fundo estamos perto
A vida depende de nós
Pode ser leve ou atroz
Escolhemos a nossa visão
Que seja a clara então
Somos nosso próprio mestre
Se escolhermos o melhor lado
Por mais que a vida nos teste
Teremos sempre a amado.
"Pequenas palavras de um coração falante"
Por Thiago Augusto
Mas a vida prega pequenas peças em nós.
vivemos como que num livro
e a vários capítulos
A cada momento estamos em um
hora, no "é"
Hora, no "não é"
as vezes passamos pelo "talvez"
e as vezes ficamos no "quem sabe"
mas o melhor de todos é o capitulo " um dia"
dia esse que será após a noite
para tanto basta dormir
nada como um dia após o outro
um pé na frente do outro
cada passo dado
cada degrau subido
tudo isso nos leva em fim a
mais um dia
Senti isso hoje e decidi por compartilhar
Cada dia é um recomeço, uma reformulação de nossa vida, oportunidade para concertar nossas falhas, nova chance para realizar o que ficou pendente, um novo momento de reflexão, enfim cada dia tem seu brilho especial, sua forma de ser, sua magia existencial.
César Ribeiro