Poema de Pablo Neruda Crepusculario
ACALANTO
Ide amor.
Traga de onde quiseres
O ser amado. De onde for!
E,
se não o teres
No prazer do teu calor
Volte! Não é adeveres
Tê-lo como louvor
Se acaso cansares
Outro conforto há no Criador
Se desejares
Serás vencedor
Pois amor é satisfação
E,
não um gestor
Acalme o seu coração!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 12, junho
Cerrado goiano
Hoje dia de Santo Antonio e Fernando Pessoa.
Um nasceu no dia em que o outro faleceu.
Se Santo Antonio foi Fernando de Bulhões, Frei António e depois Santo,
Fernando Pessoa foi Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.
Um fazia milagres o outro criava poetas inteiros.
Aprende logo menina:
Tudo na vida passa. A vida não espera
Suas dores passarem, não seja só mais
Uma passageira diante da vida.
Não espera pelo tempo, nem
Pelo destino, nem por Deus.
Desapega do que só te leva para trás
E só te trava o andar e pega uma
Carona com a vida e corre
Atrás daquilo que te faz bem
E se afasta do que só te faz mal.
Seu sucesso
Seguido de sua queda
Vieram ambos repentinos
E lhe deixaram a mercê
De seus demônios
Com seus vícios famintos
A lhe corroer as entranhas
Não sou sábio e nem poeta;
Sou apenas um peregrino.
Sou passageiro viajando,
Nesse trem da vida chamado DESTINO.
Em pedras pisarei;
Espinhos me ferirão.
Sem medo, seguirei meu caminho.
Sem mágoas no coração.
Ainda que me assalte;
Essa solidão voraz.
Seguirei meu destino,
Com o coração em paz.
Ainda que eu caia;
Mas tão logo levantarei,
Mesmo com pedras e espinhos,
Com FÉ, sei que vencerei.
CANÇÃO ILUSÓRIA
No mistério do cerrado
estórias e mais contos
E, nos contos, alados
e, nos alados, pontos
nos pontos narrativa
e, elas, em confrontos
entre a quimera e o real
no voo da imaginação viva...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
ITINERÁRIO
Ainda deslizam fantasias pelos
meus cansados, tristes dedos,
na saudade vã do passado,
em copioso senso alienado.
Todos os dias ainda presente
no pensamento descontente,
a insistente dor na inspiração,
ó doidivanas e dura sensação.
Não sou mais do que um peregrino
viajante solitário no meu destino,
que a sorte me guia de mão dada,
pelos devaneios da vida, mais nada...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Aprenda a demonstrar
Carinho é ato nobre de se valorizar.
Quem nunca recebeu pode aprender a dar.
Mas que economiza no afeto é melhor evitar.
Hesite em escolher quem sofre de mal estimar.
Pabulagem dos covardes
Vade-retro com sua inveja faceira.
Mau sintoma de cobiçar a habilidade alheia.
Abrenúncio toda infestação de raiva pela incapacidade.
Tarrenego o desperdiçar da vida e fica aí, comendo poeira.
Escreveu não leu
Fiz poesia pra você
E você nada, você nem
Um dia você vai ver! Um dia você vai ler!
Se vai gostar ou não
Aí o poema é seu.
BORBOLETA (soneto)
À flor de lobeira do cerrado, azulada
Voa a borboleta erradia lentamente
De asas tal multicor do sol poente
Num dueto de um balé na estrada
É tão imponente e é tão refulgente
No horizonte rubro, em uma toada
Que hipnotiza o ver e mais nada
Doidejando o encanto da gente
Só a flor, o que importa, a ela atada
Somente! E ao seu redor indiferente
Onde ali, a vida se faz multiplicada
Neste valsar vaporoso e inocente
Do diverso do cerrado camarada
Borboleta em voo, é o belo ingente!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
TRAGÉDIA, SANGUE, SOLIDARIEDADE
"Bom dia" só que não pra muita gente
Que em luto hoje chora magoado.
Batida, a colisão de frente a frente
Com morto e ferido, atordoado.
Se foram muitas vidas preciosas
Em última viagem, vaticínio.
Viagens e estradas furiosas,
Ceifando muitas vidas, extermínio.
Eu quis doar um pouco do que tenho
E ia com alguns outros doar sangue.
Mas muitos outros querem nesse empenho,
Eu não vou mais, mas calma, não se zangue.
Pois já tem muita gente nesse ato
É a superlotação de doadores.
Por isso, tendo em vista esse fato
O grupo aqui adiou nossos favores.
Mas deixo aqui meus pêsames e digo:
Seja mais consciente nas estradas.
Também, sim, doe sangue, seja amigo,
Ou queres ver outras vidas ceifadas?
23/06/2017
Onde mora a fé, tem esperança.
Onde mora a felicidade tem um sorriso disponível.
Onde mora a saudade, tem um amor escondido.
Tudo passa
O tempo passa
O amor passa
A vida se vai
Até o orgulho se desvai
Não há sentimento que perdure
O tempo deixa cicatriz
Nos magoamos infelizmente
E perdemos tudo em um tris
Perdão e amizade
Mesmo não tendo o que se espera
Podemos lutar
E vencer o mal que dilacera
Deixemos a paz
Deixar tudo ir
Ninguém é de ninguém
Por mais que haja desdém
A felicidade brota de si
O amor próprio também
Podemos seguir a vida
Mesmo depois da despedida
Enquanto há vida
Enquanto viver
Enquanto andar
Trabalhemos em comum
E os males sanar
Se vencemos
Se perdemos
Se hoje você aquilo tem
A Deus graças demos
Nos maldizer
Nos lastimar
Más energias trazem
Faz tudo piorar
Há horas para sorrir
Há horas para cantar
Há horas de chorar
É bom às vezes desabafar
Não queiramos ser melhores ou piores
Sejamos pacíficos
Os outros gostando ou não
Do mal guardemos o coração
Então vai lá e me esquece
se tiver rancor não o leve
Contigo pro caminho
Apenas embrulhe o carinho
Para viagem
Já estive naquela cama
De quem diz que ama
E não sabe amar
Mesmo que por uma noite
Um único beijo que fosse
Pra saciar o desejo doce
Que a carência insiste em deixar
O que te faz humano não é a roupa que tu vestes
O que te faz humano não é o dinheiro que investes
O que te faz humano nem todo o humano conhece
Multipliquem sua humanidade
Isso é uma prece
Humanidade por favor em suas próprias essências
Criemos respeito pelo próximo
E ajamos com tenência
Não somos computadores, mas temos inteligência
Tenhamos competência, apesar das negligências
Não existe perfeição perante tantas exigências
Nada é incorrigível, tudo é questão de ciência
Então pós reflexão mostro com transparência
Que busco transmitir o conhecimento
Que hoje está em decadência
O Pensador
Que pensava sobre o pensar
Pensando sobre o Pensador que era
Pois sem ser o Pensador
Jamais pensaria
E se não pensa
Não seria esse tal pensante
Que pensara antes
Sobre o pensamento que
O levara a pensar
Que pensadores são assim mesmo,
Ficam pensando sobre esse
Pensamento incrível
Que é o pensar sobre
a Vida.
Sentirei saudades, saudades daquele amor que nunca foi meu, daquela boca que não me pertenceu, daqueles olhos que nunca me olhastes como olhas para ela, Doi, sabe? Me fala onde errei? Me fala o que aconteceu, as vezes penso que a culpada fui eu, fui eu?
Meus dias tem andando tão estranhos sem você, é normal isso acontecer? Talvez essa distância faça você perceber que dentre milhões eu fui a única a te querer, a te querer mesmo sem você me pertencer.
É, quem disse que consigo te esquecer? Isso está muito longe de acontecer, quem mandou laçar meu coração assim? Eu não mereço ser tratada assim.
Só quero que saiba que mesmo você não me pertencendo eu continuarei te amando, te amando, mesmo que isso me doa eu continuarei te amando, até o meu coração parar de bater.
Te amando, te amando, eu continuarei te amando.
Te amando, te amando, eu continuarei te amando até meu coração parar de bater.