Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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Dor que nem fogo apaga
Que prevalece do desejo do saber
Que me impede de viver
Sem saber o que faça.

Digo às folhas o que sinto
Não sei se haja alguém que as leia
Mas agora pouco importa
O futuro o dirá.

Raiva, fúria tudo isto me trazes
Tu, Ò dor que me afogas
Que da alegria me libertas
Mesmo com o fogo lá fora.

Se não estivesse só…
Não sei,
Não estamos todos?
Fingindo-se e iludindo-se
Não somos nada além de sós.

Inserida por noitescura

Tu, aquele que caíste
Como cai a noite
E tu que cais na noite
Onde ninguém te vê.

Nunca pensei nos que caiam
Apenas naqueles que voavam
Mais alto que o céu
Até que te vi tão baixo
Quase no chão como nós
Tu que voavas.

Como tu me sinto eu
E quem sabe muitos outros
Pois quem sobe há de descer
Então que desçamos até não mais haver
O que descer.

Inserida por noitescura

Eles que vivem
Não são como nós
Eu e tu,
Os mortos do real
Do que existe e do que não;

Tu que te iludes
Vós que vos iludais
Penseis que vivem
Quando o não;

Eu.

Inserida por noitescura

Tudo é incerto
Neste mundo de onde escrevo
Não há nada de sucesso
Para além do pouco
Que escondido e louco
Não deseja ser-lo;

Tudo é falso
E nada o é
Porque se o fosse,
O falso era o tudo
E nada era nada;

Dos poucos que com o nada se contentam,
Porque pouco mais têm
Que o nada,
Não sei se sou,
Porque nada eu tenho
Para saber o que é ter.

Inserida por noitescura

Nunca fui bom com palavras
Talvez porque palavras
São para ser sentidas
Coisa que eu não faço
Pouco sinto e menos penso;
E muito minto.

Quem me dera ter desejos
Eu que nem ambições tenho
Porque sem ambições não me decepciono
Ao falhar como tanto faço;

Nunca é diferente
Não mudo, não penso
Pouco sinto;
E muito minto.

Inserida por noitescura

Gostava de sonhar
Só para saber como é
Mas não o posso
Pois se pudesse não conseguia.

Inserida por noitescura

Gostava de ser como os outros
Os simples Calculista
Fingidores e inteligentes
Inocentes e malévolos;

Mas , se não consigo nem ser eu
Como hei de ser alguém que nem sou;

Gostava só de ser alguém
E não aquilo que sou
Que nem alguém sabe o que é
Porque alguém nunca o foi.

Inserida por noitescura

Por vezes sinto que nada sou
Por vezes sinto que muitos sou
Só sei que o sou
Porque se não o fosse
Nada seria;

Pouco sei
Não por querer
Mas por desistir
O saber não é algo meu;

E daqueles que sou
Um deles de algo sabe
Eu que eram todo
E agora sou muitos nada
Que dos muitos
Pouco sabem.

Inserida por noitescura

Nós somos os do fundo.
Piores do que ser nada,
Somos os que não se aguentam de pé
Pois nem pernas tem
Porque as perderam na queda.

E os que em baixo nos colocam
Os de mente poluída
São os que almejamos ser
Para sermos mais que nada
E sermos tudo.

Quem nos dera ser os outros
Que percebem o que digo
Sendo que nem eu, o nada,
O percebo.

Inserida por noitescura

Eu sou nada e eu sou tudo
Porque tudo é nada
E ninguém é algo;

Somos um mundo de nadas
E assim o seremos
Até que tudo acabe
Ou paremos de fingir que já não acabou;

Os outros que vêem a verdade
Não sabem se os ilusionistas a sabem
Pois será que sabe a lua que não brilha
Pois eu sei que sou tudo.

Inserida por noitescura

Como deixei o meu amor passar...
perdi o libido da vida,
larguei as coisas fúteis
para viver algo surreal.

Pela passagem das brechas
que deixei escapar,
perdi o maior segredo
que um sábio me disse;

Ó amor..
vejo que é uma palavra
que os surdos ouvem,
sem despertar seu
verdadeiros significado.

Ouço pessoas famintas,
ignorando as vozes
de uma alma carente
e angustiada.

Estou angustiado
pela minha incapacidade
de armar,
desesperado pelo grito
de suicídio.

Ranjo e gemo de remorso,
remoendo as migalhas
da minha alma.

Inserida por FabricioSalomao

Advento

Como ato e consequência
Teu olhar e meu sorriso
Teu cheiro em meus pulmões
Ao sentir eu paraliso

Como à soar um aviso
Que o amor está por vir
Impetuoso, árduo, e viril
Doce, suave, febril à tinir

Consuma-se a esperança ardente
E o coração pulsa latente
Sua chegada à almejar
Sua constância à desejar

Vem amor
pode entrar
Espero que goste,
e queira ficar.

Ana Luiza Cirqueira

Inserida por analuizacirqueira

Incendiário

Na intrínseca de Minh ‘alma
Algo clama, algo queima, algo canta
Por sentir você, na essência, na calma.


E no âmago dos teus sentimentos,
Encontrar o mais seguro dos abrigos.
Sem que nada falte, sequer um fragmento.


Pois teu olhar me enfeitiça,
Tua voz me encanta, paralisa
E o teu cheiro, embalsama, alivia.


Ah! Como és incendiário sob minhas cartas,
Que jogadas no abismo das emoções
caíram bem em tuas mãos.


Faça destas então, relíquias de valor
Que ao arfar na doçura do teu toque
Eu possa me afogar em ti.

Ana Luiza Cirqueira

Inserida por analuizacirqueira

Amor a gente faz juntos, não só
É uma composição como canção
Com pausa e som, silencio e emoção.
Feito poema, papéis e tinta em pó

Tipo encanto das cordas que dão dó
Tipo tons que marcam a escansão
Tipo trem que encontra a estação
Tipo um enlaçamento, feito em nó

Faz amor quem compõem as melodias
Faz amor quem encanta com poesia
Faz amor quem espera noite e dia
Faz amor quem nos cerca com carícias

Amor não quer deixar para depois
Amor é não se faz só, mas a dois

Inserida por ZackCabral

Presentes na ausência
Ausentes na presença
Somos definitivamente
Iguais na diferença.

Inserida por egbravo

Você viveu a oportunidade
Mas deixou o sonho ir embora
A pergunta será sempre a mesma:
E agora?

Inserida por egbravo

Buscar sentido
No que não faz sentido
Tão louco quanto
Amar um amor
Que já esteja perdido.

Inserida por egbravo

Torturas

Nada mudou.
O corpo sente dor,
necessita comer, respirar e dormir,
tem a pele tenra e logo abaixo sangue,
tem uma boa reserva de unhas e dentes,
ossos frágeis, juntas alongáveis.
Nas torturas leva-se tudo isso em conta.

Nada mudou.
Treme o corpo como tremia
antes de se fundar Roma e depois de fundada,
no século XX antes e depois de Cristo,
as torturas são como eram, só a terra encolheu
e o que quer que se passe parecer ser na porta ao lado .

Nada mudou.
Só chegou mais gente,
e às velhas culpas se juntaram novas,
reais, impostas, momentâneas, inexistentes,
mas o grito com que o corpo responde por elas
foi, é e será o grito da inocência
segundo a escala e registro sempiternos

Na vida o que mais me satisfez:
Não foram os ensinamentos que recebi, mas os que transmiti.
Não foram as madeiras que utilizei, mas as árvores que plantei.
Não foram os poemas que li, mas os que criei.
Não foram as páginas que virei, mas as que escrevi.
Não foram as orações que li, mas as que a minha alma ditou.

Inserida por PierredaGama

Foi há muito tempo
Mas eu ainda me lembro
Como se fosse hoje
Por amor a um grande amor
Deixe de viver um grande amor

Inserida por VBMello