Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Hei de libertar-me novamente?
Definitivamente?
Eu e a mente
Que mente discaradamente
Desde que a alimente
Oh, tempo cruel
Que esmaga-me contra mim mesmo
Contra qualquer tudo e todo inclusive o nada
Oh, àlcool, à algo ali
Como em tantas outras
Substancias perigosas diversas
Sentimentos alimentados um a um
Ao mesmo tempo
A cada canção
A cada nova vontade
Desejo de amar e de andar
Solidão, que nada
Não é nada
Estar só
Ao menos
Não deveria ser
Bebi para dormir
Mas o velho romantico acordou
E ao som de Cazuza
Escreve loucamente
Desesperadamente
À mente
Que mente
Tu que pensas ultrapassar os fragmentos que ficaram no mais profundo lugar da tua essência...
Onde tua fragilidade ecoa entre os espaços que ora recortam, ora se confundem.
Nesse momento falar seria mais ou menos homogêneo no qual aconteceria tudo que diz respeito a teu coração.
O que está em questão há muito e,ainda no momento atual...
È saber se convém diferenciar o que existe dentro de ti, qual é a natureza que se situa entre o espaço do decidir e da decisão.
De repente a complexidade entre o que queres e o que sentes está sendo dotado de regras não específicas para a estruturação do teu interior.
Por vezes determinados sentimentos surgem da convergência das correntes negativas ou positivas sobre a retórica maneira de pensar e agir, tendo um comportamento de forma que haja entendimento recíproco.
Em suma, a existência daquilo que chamo AMOR consiste em que todo indivíduo, queira ou não, admita ou não, está colocado dentro de um sistema de regras que permitem qualificar seu comportamento.
Comecemos então desenvolver um sentimento dentro do conhecimento de nós mesmos, para que não sejamos restritos a nossa própria visão do nosso saber.
Deixar espaço para nossas condições ainda que fragilizadas decida até onde vamos aguentar.
eu sei que tu não sabe nem como me definir
mas to na expectativa de poder me redimir
eu nao sei fazer poema, nem lidar com relação
mas pra te dar um sorrisin eu faço tudo com o coração
eu nao sei de nada, muito menos o que tu pensa
mas eu sei que tu nao tira a maluca da cabeça
se te serve de consolo, aqui nao é muito diferente
aquele babaca do Marco fica sempre na minha mente
pode até te parecer que tá tudo resolvido
mas a historia muda quando é muito amor envolvido
Ode a QUINTANA
QUINTANA...
seu nome traduzido em versos
embelezando sua doce poesia...
Gabriel Souza
OS MEUS VERSOS
Os meus versos não são meus!
São um fio delgadinho,
Mais fino que o fino linho,
Da inteligência de Deus!
Sou o espelho unicamente:
Colho a imagem fulgurante
de estrela, de sol ardente,
Milhões de léguas distante.
Como, no búzio, cantando
Vem o mar, seu cavo grito
Anda talvez silabando
Em mim a voz do Infinito.
A frágil haste do trigo
Vibrou ao passar o vento;
Sucede o mesmo comigo.
Sacode-me o pensamento.
Ando, às vezes, distraído
E a ideia sorrateira
Vem-me achar de que maneira!...
E quando os meus versos traço
E os assino, como autor,
Reconheço que não passo
De receptor-transmissor.
Surge na várzea rasteira
Seara em verde lençol;
E cresce e fica altaneira
E quem a ergueu foi o Sol.
Até ao fundo covil
Do coração mais lapuz
Chega o hálito de Abril,
Vai uma réstia de luz.
O que somos, nesta vida,
Nós o devemos a Alguém
E passamos, de corrida,
Do além para o Além.
Viseu, Março 1948
Nada
Sou um nada
Alguns querem ser comigo
Exaltadas palavras penetram meus ouvidos
Minha boca cala-se, minha alma grata, sem graça.
Sou um nada
E alguns querem ser comigo
Minha loucura sentada na praça lendo livros
Olham, falam, sabem, se hipnotizam
Vejo minha bicicleta, riu de mim mesmo por um estante
Eu, um nada importante
De amor não conheço, tal relógio perdido
Eles, alguns querem ser comigo
Me perco entre milhões de estrelas
Bricando de monotonia
Eu...um nada, cheio de alegria
Elas, alguns querem ver comigo
Fatos, lendas, histórias e cavalheiros apaixonados
Abrem em seus olhos sorrisos
Se perguntarem sobre um sonhador?
Sou eu
Dança-te entre nuvens, perto de Deus
Brinca eternamente com as flores
Eu. Um nada de amores.
Fazer uma poesia.
Se poeta não sou.
Quem sabe uma prosa?
Ah, sim! Prosear eu vou.
Mas, se eu juntar as palavras,
E escolher um tema,
Quem sabe eu consiga
Em meio a ressalvas
Formar um poema?
Ricardo Cabús
AMOR E DOR
(Estações Partidas)
E pensar que a solidão
É tão maldita
Por trazer a dor
Mas o que dizer do amor
Com sua mão bendita
Que traz, além da dor, a desilusão
Que para iluminar tua estrada
Este simples conselho te valha
(Feliz é quem humilde o aprende!):
Por amor se livra o que entralha,
Pois o amor é que de fato prende.”
CANTIGA DO BANJO
Não faça drama, faça um chá quente com biscoitos, e me leve na cama. Esqueça essa covardia, me beija e usa essa cinta-liga. Quem sabe a vida seja curta e logo acabe, vamos lá, com teus beijos minha boca cale. Não temos mais tempo para viver de promessa, vem hoje mesmo, e esse coração me entrega. E no futuro, assim me disse um anjo, cantarão nossa história de amor tocando um banjo.
A ESPERA
Ouvem-se passos de alguém que nunca chega. Onde estará?
O vento começa a soprar ao leste, e encontra o oceano a oeste apenas depois de cruzar por montanhas e vales sem fim. É nesse longo caminho que o vento sopra por entre os cabelos da jovem, faz levantar o cachecol do idoso, leva para longe as folhas do outono.
O vento adquire experiência, aprende a conhecer os caminhos do mundo, viaja com os pássaros, vira brisa, tempestade e furacão. O vento torna-se verdadeiramente livre.
Ao fim, quando a longa jornada parece querer fazê-lo desistir, eis que o oceano aparece, imenso, majestoso e sem fim. Ar e água juntam-se em um só. Ondas começam a arrebentar na praia. Os passos silenciaram-se. Tudo agora é bonança.
A espera acabou.
DOS CABELOS COLORIDOS
- Os cabelos são coloridos, mas o coração é preto e branco, eu disse.
- É a espera, ela falou.
Então eu respondi:
- a Espera é a primeira parte da Esperança!
Ela então sorriu para mim e o que coloriu foi o meu dia. Sem saber, ela havia tornado-se um arco-íris ambulante.
Menininha
Abuse da essência,
Brincado no aroma da primavera,
Primavera das flores,
Das cores e dos perfumes...
Jasmins, margaridas e girassóis,
Nos reflexos das cores, tudo é vida...
Menininha
Que caminha a beira-mar,
Das manhãs surgem os crepúsculos,
Atraindo os passarinhos...
Do brilho dos seus olhos,
Não sei sê a castanhos ou verdes,
Encantam os vaga-lumes...
Do Sol...
Viaja o verão, mais brilho,
No bater da brisa,
Saudade no coração...
Jmal
2013-10-26
Um dia uma estrada vou pegar
Sem olhar pra trás,
Sem arrependimento
Seguirei meu caminho sem suspirar
Pois conto com a coragem,
Não com o lamento
Essa certeza,
Sem mesmo saber onde chegar
Às costas,
Vai ficar todo o sofrimento
O BOM POETA
O bom poeta gosta de mediar
A luta entre a pena e a espada
Não cala nem procura se emendar
Quando exagera ao contar sua toada
O bom poeta conhece os anseios mais quentes
E a natureza humana vive a espreitar
Entre suas paixões e desejos ardentes
Sua mente afiada cria vida ao recitar
Esse poeta que endurece no sofrimento
Sabe rir, entre a lágrima e o lamento
E derrama no papel sua tristeza
Ele goza, esse poeta, de merecimento
Se seus versos envolvem por um momento
Revelando a todos sua destreza
TEMPLÁRIO PERDIDO
Como enfrentar nossos demônios?
Criaturas terríveis e imortais
Que dia a dia matam os ânimos
De quem disse não voltar atrás
Não há mais fé, religião, nem magia
Que traga paz à alma ferida
Essa luta que travamos todo dia
Verter o sangue e tirar a vida
Morte, luta, sangue e vitórias
Com sabor de derrotas, cicatrizes
Vim em busca de honra e glórias
Nos olhos dos mortos: que fazes?
Nem em livros sagrados e profanos
Encontrei esperança e explicação
Tudo o que fazemos e planejamos
É derramar o sangue de nosso irmão
Não acredito mais naquelas palavras
Que Deus, em sua imensa sabedoria
Inflama nosso ódio, tal qual larvas
Que corroem e violam com rebeldia
O que pode justificar, meu Senhor
Tanta ânsia de sangue, tanta traição
Seu sumo sacerdote, pra mim traidor
Manipula nossa fé, pra sua ambição
Perdoe-me Senhor, se me levanto
Questionando suas ordens, do altar
Não encontro mais nenhum acalanto
Não consigo mais matar e pilhar
Minha alma triste chora, padeço
Vou-me embora, me esconder de Vós
Chorarei minha tristeza e me despeço
Talvez um dia perdoem todos nós
VICTORIA
Se tao somente
Me pudesses explicar
Por que simplemente
Te recusas em me amar
Se me dissesses francamente
Por que nao te posso namorar
Talvez buscasse internamente
Uma forca para suportar
Mas se me vieres com a velha historia
De que existe outro na parada
Nao te prometo tregua minha amada
Enquanto nao me deres teu coracao
Continuarei nesta obsessao
Ate seres minha Victoria.
VELAS DA ALMA
Nao namore uma mulher
Se nada com ela quer
Nem pise o sentimento dela
Se quiser que a vida seja bela
Nao deixe que teu amor acabe
Se nao quer que tudo desabe
Quando o amor por ela morre
Ela tomba feito uma torre
As mulheres sao perolas
E nao elas bolas.
Entao nao lute para ir a final,
Se nao quiser se dar mal
Sao velas das nossas almas
Rosas nas nossas palmas
Nao deixe se apagar sua luz
Nem a beleza que nos seduz.
Doce Tristeza
Está ficando frio?
não é o mundo la fora.
Você está com medo?
sim! e está chegando á minha hora.
Você tem pesadelos?
só quando estou acordado.
E quando está dormindo?
prefiro não acordar e ficar dissimulado.
Por que tanta revolta?
não é revolta! é realidade.
Mas que realidade?
que não existe igualdade.
Por que pensas assim?
não penso, é o frio...
Que frio?
do mundo la fora.
Perdemos
Perceba que as águas já pararam de cair,
olhem e vejam que o sol já não brilha mais,
tudo está chorando tentando nos atrair
despontando tudo que não fomos atrás.