Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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⁠Para as estrelas…
Pra elas que mesmo com a escuridão e o tempo nublado,
sempre estão aqui…
Olhando para elas vejo o passado,
está ali,
a criança que olha as estrelas e se acalma,
que traz alívio a alma,
estrelas, que inspiram...
Estrelas que nem sempre precisam brilhar tanto,
estrelas que cintilam,
estrelas que mostram teu brilho único…
Há também aquelas estrelas que estão aqui, na Terra,
e me fazem bem tanto quanto…

Eu amo as estrelas...

⁠Chorei-me as lágrimas que não tinha,
dei a ti o tempo que não vivi.
E por fim, o que me restou
era eu,
apenas eu.

⁠Mundo perdido

Vivo em um mundo perdido
Onde ninguém quer saber sobre ninguém
E ao mesmo tempo se preocupam com alguém.
Vivo no mundo onde todos se preocupam,
Mas ninguém se preocupa com todos.
O sodomita só quer saber do sodomita,
O enfermo só quer saber do enfermo,
O homem só quer saber do homem,
A tribadia só quer saber da tribadia,
A mulher só quer saber da mulher,
O branco só quer saber do branco,
O pobre só quer saber do pobre,
O preto só quer saber do preto,
O rico só quer saber do rico,
Mas ninguém quer saber de ninguém.
Vivo em um mundo perdido
Onde o mim é mais importante que o tu
E onde o outro não tem vez.
Enquanto o Eu existir
E enquanto o outro não mais existir,
O mundo que vivo
Vai sempre ser perdido.
Vivo perdido em um mundo perdido,
Tentando me encaixar
Em algum lugar,
Mas nada posso encontrar,
Pois vivo em um mundo perdido.

⁠a arte de
renascer

só se dá
a partir
das cinzas
de nós
mesmos,

outra vez
feito
em cinzas,

renasço,

as dores,
no
renascimento,

cessam...

cessam no novo ser..

**Renascer

lembrei...
sorri...
sorri feito bobo!

lembranças são assim,
colocam sorrisos bobos
no rostos das pessoas...

lembrei...
ri...
ri como um louco,
eufórico!

lembranças são assim,
fazem as pessoas gargalharem
assim do nada...

lembrei...
chorei...
chorei feito criança!

lembranças são assim,
desmancham as pessoas

em lágrimas..

**Lembranças⁠

⁠e o que é a vida?
um milagre que busca a morte,
o Amor, sentimento que trás tristeza,
as palavras, gritos para almas surdas

isto a poesia quem me segredou..

[...]

⁠⁠Lua

Atraente e brilhante.
Guia da meia noite.
Sobre mim, carrega,
e como o mar me leva.

No escuro é a luz.
No meu pensamento reluz.
Dizem que tu és magia,
e, de fato, me encanta.

Para crianças é de queijo.
Para o sol, um lampejo.
Conjunta ao frio,
presencia abraços e beijos.

Te vejo refletir no mar,
e deitado na areia,
com tuas ondas em mim,
minha mente anseia.

⁠Pensei em dar-te a lua
Com a luz do sol toda vestida
Queria que fosse sua
Mas para muitos já foi prometida

Então te darei Saturno
Pois ele me faz sonhar
Com seu sorriso inesquecível
E o brilho de seu olhar

Sua beleza que fascina
Como um disparo no peito
Esse seu jeito, menina
O imperfeito mais perfeito

⁠Uma alma nova então ascende
Mostrando toda sua beleza
Contra tudo que há na natureza
Acordando um antigo arcanjo
que costumava ficar em toda mente
Para o mal fazê-lo

⁠Nada digo eu para aquelas plumas
quando as vi caindo
Enquanto jogadas nas ruas
passava dançando, sorrindo
e nenhum pingo de mágoa escorria
E as noites foram passando
cada vez mais as plumas brilhando
E cada vez mais o corpo decaía
e nenhum sorriso mais -senão o delas-
naquelas ruas surgia

⁠O dia em que não me viste
transformou-se em noite
a noite em escuridão
escuridão em sonho
sonho em delírio
delírio numa flor.

A flor murchou
e nas palavras se machucou
o meu beijo não foi enviado
a caminho de um sem face
não era teu.

Esse beijo meu foi para outra face,
essa tem cor, dor, amor,
a nossa história
o meu e o dele,
combinação em arte
um que dá voz e o outro
cria a outra parte.

Criaram-me em complexos jogos
amar não é jogo, é arte
e quando se tem com quem amar
a criar, um universo pode gerar
os dois partilham o mesmo corpo,
conhecem as linhas um do outro.

⁠AGENDA DE POETA:

Agradecer pela vida. Feito;
Cantar uma canção. Feito;
Desejar felicidade ao mundo. Feito;
Escrever um poema. Feito;

⁠As armas de um poeta:
são uma caneta e um papel
E com elas conquistamos
o nosso próprio céu

O poeta é aquele
que escreve a voz da alma
Como se fosse um dom...
Aquele dom que acalma

Ele fala da vida
de sonhos e de alegrias
Pois se não falar dos mesmos
dele o que seria?

Ele tem o seu mundo
repleto de fantasias
Mas é lindo, é belo...
E você entrando nele
Sair jamais deveria

Nesse mundo ele toca
Sua alma e coração
Sua vida interior
É tudo luz, é canção

Como também ele grita
chora como criança
Mas depois é tão incrível...
renasce sua esperança



(MARQUES, Iraci. Mundo-poeta. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 56).

⁠Sou filho: mas que filho sou?
Como nasci e como vou crescer?
Onde meu sangue está instalado?
Que lição na escola irei aprender?

Será que a vida me espera
com lápis e pincel pra eu pintar?
Com brincadeiras, musiquinhas
junto a colegas compartilhar?
E, se eu morar numa rua à margem
do coração desta periferia,
poderei contemplar a paisagem
do que hoje ainda é fantasia?

Tenho medo de ir à escola
e logo assumir responsabilidade
Mas quero conhecer o alfabeto
e outras proporções da cidade
para o meu futuro dar certo

Não, não! Não quero pensar!
Eu quero é me divertir.
Quero brincar no parquinho.
Quero cantar e também sorrir.
Quero fazer muitos rabiscos.
Quero meu mundo colorir.

Que não tardando me chegue,
o que prevê a Lei do Brasil:
creches, praças, cinema...
Quando a Magna sair do papel
se fará nosso justo sistema


(MONTEIRO, A. L. Pensamento Infantil. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 33).

⁠Seria eu o sertão? De solo árido batido quebradiço
Terra sofrida
E poucos pássaros por aqui hão de cantar
Mas a questão é, oque a fez se encantar
Por tamanha e devasta terra que chamo de lar
Não sei, mas o teu caminhar
Faz dos sulcos da terra água brotar
E o verde começa a espalhar
Logo aparecem os rouxinóis a cantar suas melodias pelo ar
Árvores a crescer, onde fará ninho o sabiá
Talvez tamanha mudança seja feita de amor?
Tenho certeza que sim!
E logo a terra devastada, se torna vasta e densa de vida
Que tu trouxe, e logo parto contigo
Rumo ao infinito
Duas ararinhas vermelhas a voar
Os céus a desbravar, e seguindo as estrelas a nos guiar
E lá vamos
Juntos
Eternos amantes a voar
Eternamente se amar
E ver aos poucos a vida brotar

⁠E assim sigo criando nuvens...

Te trago em brasa
Desviando das névoas que surgem.
Transbordo em lágrimas
Esperando cair suas gotas pesadas
Deixando que nos inundem
Me leve em sua brisa levada
De leve a quebrada
Suaviza sua alma
Deus nos ajude! Thibor

⁠Você já viu o nascer do sol?
É a transição de temperatura
Onde o calor do sol
Aumenta o calor de sua gostosura

Seu corpo e suas linhas
São totalmente detalhadas
O corpo de uma Deusa
Que é linda e admirada

Sua beleza me encanta
Seu sorriso me alegra
Seu corpo me aquece
E você toda me completa

⁠Espero ansioso todos os dias

Para a luz do sol

Iluminar teu rosto e assim te admirar

Como a praia admira o mar



Você

⁠Viver é bom
A vida é bela
A ti dedico ela
Beijos quentes
A luz de velas

⁠Sem Querer Amei Você!

Você chegou como quem não quer nada,
se aproximando lentamente, igual o Sol
que chega ao alvorecer se sobrepondo
a escuridão.
Com um brilho intenso no olhar, você foi
me envolvendo, com o calor de seu corpo,
você foi me aquecendo, com suas palavras
doces, você foi me conquistando.
Pouco a pouco, você foi me convencendo
que o amor não maltrata, não machuca,
não prende e nem destrói, porque amor é
sinônimo de liberdade, de paz e felicidade.
E de repente, me vi acreditando, o gelo foi
lentamente derretendo, e pouco a pouco,
eu fui me entregando, sem perceber fui te
desejando e sem querer amei você.