Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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⁠Você é tudo

Quando nos conhecemos não imaginava que sentiria
um amor tão verdadeiro, tanto encanto e magia

E fomos nos encontrando, aos poucos eu percebia
que você era a pessoa certa aquela que tanto eu pedia

Você é tudo, simplesmente tudo
que um dia eu sonhei pra mim
você é tudo, simplesmente tudo
nosso amor nunca vai ter fim

Formamos um casal tão lindo no início daquele dezembro
o amor nasceu entre nós, foi Deus, eu sempre me lembro
Você apareceu na minha vida e preencheu todo o meu ser
o meu coração é só seu, é todo seu meu querer

Você é tudo, simplesmente tudo
que um dia eu sonhei pra mim
você é tudo, simplesmente tudo
nosso amor nunca vai ter fim

Eu que não tinha nada, ganhei você de presente
vivo um sonho ao seu lado. Eu te amo eternamente!
você é tudo pra mim, hoje eu quero te dizer
Pra sempre estaremos juntos porque você é meu viver

Você é tudo, simplesmente tudo
que um dia eu sonhei pra mim
você é tudo, simplesmente tudo
nosso amor nunca vai ter fim

⁠Dia do Garçom

Ser garçom é gostar de servir
É servir sempre com amor
É ser educado e sorrir
E da gorjeta ser merecedor

Ser garçom é saber
Que servir exige destreza
É servir sem conhecer
É ganhar confiança da mesa

Se o destaque é o garçom
Merece reconhecimento
Afinal um lugar só é bom
Se tem bom atendimento

⁠A mágoa

Os telhados sujos a sobrevoar
Arrastas no vôo a asa partida
Acima da igreja as ondas do sino
Te rejeitam ofegante na areia
O abraço não podes mais suportar
Amor estreita asa doente
Sais gritando pelos ares em horror
Sangue escoa pelos chaminés.
Foge foge para o espanto da solidão
Pousa na rocha
Estende o ser ferido que em teu corpo se aninhou,
Tua asa mais inocente foi atingida
Mas a Cidade te fascina.
Insiste lúgubre em brancura
Carregando o que se tornou mais precioso.
Voas sobre os tetos em ronda de urubu
Asa pesa pálida na noite descida
Em pálido pavor
Sobrevoas persistente a Cidade Fortificada escurecida
Capela ponte cemitério loja fechada
Parque morto floresta adormecida,
Folha de jornal voa em rua esquecida.
Que silêncio na torre quadrada.
Espreitas a fortaleza inalcançada.
Não desças
Não finjas que não dói mais
Inútil negar asa partida.
Arcanjo abatido, não tens onde pousar.
Foge, assombro, inda é tempo,
Desdobra em esforço a sua medida
Mergulha tua asa no ar.

Clarice Lispector
Diário de São Paulo, 5 jan. 1947. In: Moser, Benjamin. A Newly Discovered Poem By Clarice Lispector. Revista de Literatura Brasileira, n. 36, p. 37-46, ano 20, 2007.

Nota: Esse é um dos dois únicos poemas que foram publicados em vida por Clarice Lispector. Esse poema também tem uma versão em prosa publicado em “A descoberta do mundo” com o título A mágoa mortal. O outro poema publicado em vida pela autora é Descobri o meu país.

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⁠⁠Que Saudade!

Saudade dos que já foram
Saudade dos que nem chegaram
Pois sei que irão partir
Saudade de brincar
Saudade de sorrir
Saudade das coisas que aqui estão
Saudade dos amores que virão
Saudade de todos que amei com paixão
Que saudade!
Saudade da minha avó, do meu pai, da minha mãe
Saudade dos meus tios, saudades do meu avô
Saudades de todos que o tempo levou
A vida é assim, chegada e partida
Mas só existe saudade,
Se a vida foi bem vivida


Do livro Turbilhão de Emoções

⁠Espero ansioso todos os dias

Para a luz do sol

Iluminar teu rosto e assim te admirar

Como a praia admira o mar



Você

⁠Viver é bom
A vida é bela
A ti dedico ela
Beijos quentes
A luz de velas

⁠Sem Querer Amei Você!

Você chegou como quem não quer nada,
se aproximando lentamente, igual o Sol
que chega ao alvorecer se sobrepondo
a escuridão.
Com um brilho intenso no olhar, você foi
me envolvendo, com o calor de seu corpo,
você foi me aquecendo, com suas palavras
doces, você foi me conquistando.
Pouco a pouco, você foi me convencendo
que o amor não maltrata, não machuca,
não prende e nem destrói, porque amor é
sinônimo de liberdade, de paz e felicidade.
E de repente, me vi acreditando, o gelo foi
lentamente derretendo, e pouco a pouco,
eu fui me entregando, sem perceber fui te
desejando e sem querer amei você.

⁠Tu és meu grande amor,
Que arrebata minha alma, inflama meu ser,
Me consome até o último alento,
Mesmo quando machuca, sou incapaz de te abandonar.

És fonte de incertezas e esperanças,
Um paradoxo que desafia a razão,
Mas entre nós, surge a clareza:
Há diferença entre o grande amor e o amor certo.

O grande amor, um fogo ardente que consome,
Deixa cicatrizes profundas, marcas da paixão desenfreada,
Enquanto o amor adequado é o fogo que aquece,
Que acalma a tormenta e traz serenidade.

É o amor que não causa dor, que não traz sofrimento,
Mas sim paz e plenitude,
Aquele destinado a mim,
Que nunca deixa dúvidas, simplesmente é certo e perfeito.

⁠CANTO II

Janela d'alma, visão
Íris líquidas pingantes
Longe, longe, coração
Ah, distâncias distantes.

Na ronda teu juízo
Envolto em madeira e terno
No bosque paraíso?
Na floresta inferno?

Se com luz,
Voo alto
Asas de Ismália.

Se na cruz,
Não falto
Mortalha.

⁠RUSH

Quando passei nas Andradas
Uma quinta-feira dessas
Caminhando com pressa
Vi os carros parados
Olhando pros lados
Ansiosos
Rosnando.

E no meio da rua
Um mulato vestindo verde
Com a carne nua
Sangrando
Morto.

E nas calçadas, nos andaimes
Doze menos um operários
Todos temporários
Trabalhavam.

E os caros com pressa.
E o mulato não saiu.
E como não saiu,
Passaram.

⁠VALSA

No morrer da lua alva
Giram
Dois pares apaixonados
Olhando-se apaixonados
Querendo-se apaixonados
Perdendo-se entrelaçados e chorando apaixonados
E ninguém, no mundo ou nas estrelas, os salva
Giram apaixonados
Dois pares coitados
Dois pares trocados.

⁠Sobre tudo

Falar sobre tudo e difícil
Seria mais fácil se tudo assim fosse
Ainda que esse Sobre tudo cubra-me de forma dócil
Meu corpo se incomoda, irradia como tosse

Sobre tudo, lindo, sorridente e alegre
Cobre tudo, e uq tenta escapar persegue
Pessoas perguntam "como pode-se dar por entregue?"

E eu lá, embascado
Pessoas endagam
E eu apresento meu recado
Sobre tudo, aí elas engasgam

"Se assim tudo fosse, assim tudo seria"
Surgi essa pessoa "sabia"
"Mas se tudo fosse, como saber eu poderia?"
Perguntei

A inquietude retorna ao salão
Eles se olham e pensam
E assim se torna uq as pessoas ansiam⁷
Eu consigo responder se ele não?

Saúde mental
⁠Não sabemos o que acontece na mente de ninguém.
Até pequenos detalhes podem ferir alguém.
Saúde mental é coisa séria e deve ser cuidada.
A mente pode ser nossa amiga ou nos armar uma cilada.

Não julgue quem faz terapia ou precisa da psiquiatria.
Ouvir e ser ouvido. O que há de mau nisso?
Quem nunca teve que ser ajudado?
Por que não procurar um profissional formado
que nos faça enxergar um outro lado?

Por que não podemos cuidar da cabeça
se cuidamos do resto do corpo?
Respeite quem sofre de qualquer doença,
e cuidado ao usar a palavra "louco".

Não olhe com discriminação quem faz uso de medicação.
Hoje, a saúde mental merece a nossa atenção.
Porque consumimos todos os dias muita informação.
Depressão não é preguiça, nem frescura.
Ansiedade não é sinônimo de pessoa insegura.
Às vezes, a aceitação e o respeito valem mais do que a cura.

Poema publicado no meu livro solo "Celebre a poesia que existe em você"

⁠Ciclo sem fim (versão 2)
Vem primavera,
Mostre suas pétalas,
Como sonhos,
Deixe-os voar,
Folhas coloridas que nascem,
Como lagartas que secam,
Dando seu lugar,
Como esperança,
Tem sempre que regar,
Deixe-os voar,
É o ciclo sem fim,
Novas vidas em novas pétalas,
Novas ideias em novas formas,
Acontece a todas hora,
Nada se repete,
Tudo se completa,
É o ciclo sem fim.

⁠Quando estou a olhar para telas por exemplo, o relógio parece marcar seus ponteiros calmamente.
Mas quando estou frente ao prisma dos teus olhos, não vejo o tempo, mas sem espera ele caminha rapidamente.
Por através deles eu pude ver nossas almas em uma valsa suave, juntas, a dançar perenemente.

Ingênuo fogo que arde e queima,
Então, berro, grito, urro e clamo,
Impotentes são as minhas ações,
Sem melodia, sem festa.

Jmal
2013-10-25

⁠O dia em que não me viste
transformou-se em noite
a noite em escuridão
escuridão em sonho
sonho em delírio
delírio numa flor.

A flor murchou
e nas palavras se machucou
o meu beijo não foi enviado
a caminho de um sem face
não era teu.

Esse beijo meu foi para outra face,
essa tem cor, dor, amor,
a nossa história
o meu e o dele,
combinação em arte
um que dá voz e o outro
cria a outra parte.

Criaram-me em complexos jogos
amar não é jogo, é arte
e quando se tem com quem amar
a criar, um universo pode gerar
os dois partilham o mesmo corpo,
conhecem as linhas um do outro.

⁠AGENDA DE POETA:

Agradecer pela vida. Feito;
Cantar uma canção. Feito;
Desejar felicidade ao mundo. Feito;
Escrever um poema. Feito;

⁠As armas de um poeta:
são uma caneta e um papel
E com elas conquistamos
o nosso próprio céu

O poeta é aquele
que escreve a voz da alma
Como se fosse um dom...
Aquele dom que acalma

Ele fala da vida
de sonhos e de alegrias
Pois se não falar dos mesmos
dele o que seria?

Ele tem o seu mundo
repleto de fantasias
Mas é lindo, é belo...
E você entrando nele
Sair jamais deveria

Nesse mundo ele toca
Sua alma e coração
Sua vida interior
É tudo luz, é canção

Como também ele grita
chora como criança
Mas depois é tão incrível...
renasce sua esperança



(MARQUES, Iraci. Mundo-poeta. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 56).

⁠Sou filho: mas que filho sou?
Como nasci e como vou crescer?
Onde meu sangue está instalado?
Que lição na escola irei aprender?

Será que a vida me espera
com lápis e pincel pra eu pintar?
Com brincadeiras, musiquinhas
junto a colegas compartilhar?
E, se eu morar numa rua à margem
do coração desta periferia,
poderei contemplar a paisagem
do que hoje ainda é fantasia?

Tenho medo de ir à escola
e logo assumir responsabilidade
Mas quero conhecer o alfabeto
e outras proporções da cidade
para o meu futuro dar certo

Não, não! Não quero pensar!
Eu quero é me divertir.
Quero brincar no parquinho.
Quero cantar e também sorrir.
Quero fazer muitos rabiscos.
Quero meu mundo colorir.

Que não tardando me chegue,
o que prevê a Lei do Brasil:
creches, praças, cinema...
Quando a Magna sair do papel
se fará nosso justo sistema


(MONTEIRO, A. L. Pensamento Infantil. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 33).