Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Se queres a paz, deve equilibrar-se, se queres a ruina, deve ensoberbecer-se, se queres o caos, deve encorajar-se, se queres a gloria, deve humilhar-se. Agora, se queres a Deus, deve amar-se.
Homens de alma pequena não podem reverenciar o sucesso e a proeminência alheia. A contemplação e a admiração de uma glória externa pertence apenas a seres de aura grandiosa.
A mulher quer que a estética triunfe sobre a essência, contudo não descobriu ainda que é a segunda que eleva a primeira. É como uma reles laranja fresca colhida no pomar: ela pode ser amarela, redonda e formosa, porém, se for amarga não passará de objeto obsoleto e nulo.
Cuidado com os seres que usam máscaras: eles têm poder de machucar a sua alma e de rasgar o seu coração.
Todas as dores do mundo brotam das mentes malignas. Se as pessoas controlassem seus pensamentos, praticando a bondade e a abnegação, as trevas deixariam de existir.
Caráter, conhecimento, equilíbrio, tenacidade e autenticidade são os pilares cróceos de qualquer ancião erudito.
Mães são genuínos anjos terrestres: servem sem esperar nada em troca, amam de maneira ilimitada e incondicional, destroem seus maiores tesouros por nada e morrem por criaturas que nem sempre merecem suas santas venerações.
Quando uma pessoa escolhe a bondade em detrimento das outras coisas, algo acontece em sua existência e transforma tudo ao se redor. É como uma semente mágica que cresceu e rendeu frutos raros e especiais por ter sido plantada por alguém que acreditou que ela pudesse intrepidamente germinar.
A literatura é veneno e a cura das almas. Nela há um antídoto lídimo que pode nos matar e nos salvar.
Embora seu corpo esteja regredindo, sua alma está evoluindo. É a lei da invisibilidade: enquanto sua aura ascende e se destaca, a casca que a abriga reflete uma imagem ridiculamente contrária.
A meta mais importante de um homem consiste em desenvolver e administrar sua ampla personalidade, de modo que sua cultura esteja completamente entrelaçada e petrificada ao seu universo interior.
Amo as moças da minha era: não sabem falar, ouvir e nem pensar, mas agem como se soubessem todas essas coisas desde a meninice.
Todos se tornam marionetes ao se depararem com um grande amor. A única maneira de escapar dessa ventriloquia do Diabo é destruindo o próprio coração até que não reste uma só gota de sentimentos.