Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Porque eu tenho pesadelos que parecem tão reais até quando você me abraça. E eu acordo triste, e brigo de verdade e passo o dia grave e dolorida como quando a gente leva um tombo no piso liso... que é só o passado. É como se eu sentisse um ciúme horroroso do meu livro predileto comprado em sebo, a dedicatória apaixonada que não é a minha, os resquícios do manuseio de outras mãos. Alguém corrompeu o trecho que eu mais gostava quando grifou à caneta algo que não pude apagar com borracha e que era tão secretamente meu. Desenhou corações onde só havia minha dor e eu discordei da interpretação alheia. E achei aquilo tudo de uma crueldade atroz. Mas permaneci com o livro no colo, cheia de um afeto confuso por ele: afeto pelo que era, angústia por já ter sido de outro alguém, e aquela sensação (imbecil) de falta de exclusividade. Eu que sempre achei que tudo é e está para o mundo. Perdoa o meu senso de autoimportância, já que não consigo perdoar o meu egoísmo. Eu sei que em alguns presentes, no embrulho, laços do passado são aproveitados. Eu só queria que eles não fossem tão vermelhos: desses que doem nos olhos e no coração.
Ninguém se evade das consequências de seus atos, como planta alguma produz diferente fruto da sua própria estrutura fatalista.
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.
O tipo mais desprezível que existe é aquele que esconde a própria sujeira por trás de versículos da Bíblia.
“Enquanto o amor humano tende a apossar-se do bem que encontra no seu objeto, o amor divino cria o bem na criatura amada” (Tomás de Aquino).
Quando digo o que sou, de alguma forma eu o faço para também dizer o que não sou. O ‘não ser está no avesso do ser’, assim como o tecido só é tecido porque há um avesso que o nega, não sendo outro, mas complementando-o. O que não sou também é uma forma de ser. Eu sou eu e meus avessos.
Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto - pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente - e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia - para viver um grande amor. (...)
Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva escura e desvairada não se souber achar a bem-amada - para viver um grande amor.
Nós sempre precisamos de amigos. Gente que seja capaz de nos indicar direções, despertar o que temos de melhor e ajudar a retirar excessos que nos tornam pesados. É bom ter amigos. Eles são pontes que nos fazem chegar aos lugares mais distantes de nós mesmos.
Amar...Desamar...Amar...Como podemos gostar tando de alguém e sofrer tanto...Como podemos amar tanto uma pessoa, mesmo sabendo que nunca daria certo...Mas o sentimento chega sem pedir licença e quando percebemos, já está aí, dentro da gente.
Vai falar com o coração: não vai dar certo, somos diferentes, esqueça esse aí, vamos procurar outro menos complicado, que pense como a gente. Não adianta, ele não escuta! Nem está aí pro que a gente pensa. Só quer saber de amar e amar...Aí que gente sofre e sofre...Porque só amor, isso mesmo, somente amor, não é garantia que um relacionamento vá dar certo.Outras coisas estão em jogo, e fazem a diferença. E mesmo sabendo que não é essa a pessoa com quem sonhamos, não deixamos de amá-la...E é aí que a gente sofre...Tantos conflitos, desentendimentos, e passamos por cima de quase tudo pra não sofrer com a separação...E é aí que a gente sofre...Até o dia em que chega o limite, e o orgulho e a razão, que estavam lá no fundo, escondidinhos, se revelam. E é a hora do fim... A dor é tamanha, que é quase palpável, física. O chão se abre, e a gente se perde por esse poço vazio. E é aí que a gente sofre...
Não importa pra onde ou por quanto tempo a vida me leve. A força da saudade sempre me trará de volta!
Amar a Deus sobre todas as coisas não é propriamente uma obrigação. É uma graça extraordinária, o mais alto grau de consciência que um ser humano pode alcançar. Quando Deus manda você fazer uma coisa que só Ele pode fazer por você, o que Ele quer é que você a peça.
O amor, no sentido verdadeiro da palavra, vence barreiras, supera distâncias, se resguarda na espera. É o elo eterno que une dois corações. Nasce primeiramente na alma. Não sendo assim, não é amor.
Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo.
Os palavrões, segundo entendo, foram inventados precisamente para as situações em que uma resposta delicada seria cumplicidade com o intolerável.
A característica mais proeminente do imbecil é a incapacidade de sair fora da sua esfera de interesses e perceber que a do interlocutor pode ser outra.