Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Trevas Data: 28/01/2021 Hora: 18:18
As vezes ando na luz
Mais há trevas dentro de mim
Trevas aonde me leva ao sombrio
Trevas aonde perco minha liberdade que existe em mim
Trevas aonde eu me ponho a chorar
E um rio a transborda
Trevas aonde eu vejo o luar
E o recair do sol
Trevas aonde eu sinto só
E vejo mar me traga
Trevas aonde eu carrego a culpa
Aonde há sangue que não pertenceu
Trevas aonde eu vejo
A paz me tirar
Trevas aonde enterrei um punho em minha alma
E me feri
Trevas aonde esqueci da luz
E deixei escuridão fazer morada
Se eu contar a luz esta aqui
Mais não posso deixar ela parti
Além do que vi ou senti
O segredo mantenho
Em juramento calada permaneci ...
Novas esperanças Data: 04/02/2021
Essa noite imaginei em um oceano
Transbordando em uma maré de sangue
Imaginei alguém tirando minha vida
Aliviando meu sofrimento
Quanto mais gritava
Mais me torturava
Quanto mais chorava
Mais me via agonizando
Quanto mais queria a vida
Mais fria eu ficava
Estava indo pro além
Entrando em um mundo desconhecido
Que senti a dor e o desespero
as chamas entrando atravessando minha alma
Me mantendo prisioneira
Mais acordei desse pesadelo que estava imaginando
E do abismo que estava caindo
Alguém me fez subir
E imaginei
As coisas mudando
o mundo girando
E as pessoas mudando
Então caí em si
E procurei meu argumento
Mais não o encontrei
Procurei a tristeza mais vi a alegria
Procurei o ódio mais ali estava o amor
Procurei tudo aquilo que me machucava
E vi a paz
E mais uma vez a vida sorria
Me levando pra fora do oceano
E me dando novas esperanças...
O vento levou Data: 24/02/2021
Às vezes a lua esta lá
Revelando segredos obscuros
As estrelas brilhando
E a opostos se desejando
A maré esta agitada afundando as mágoas
E levando as inocência brotando desejos
E invadindo e limpando as impurezas
A vida que levamos a cada onda que vai e vem
Fazendo nadar em uma maré de sangue
De quantas vida já trago
De quantos amor se crio
E agora nós separo
Na areia com coração e seu nome gravado
Sua pegadas apagadas
Deixando os rastros para trás
Apenas recordação na memória
Esse mar a frente refletir
Esse luar que guardo nosso segredos
E nós levou a brisa e o encanto
E agora uma flecha atravessou nossa alma
Afundando para nunca mais
Deixando o vento levar
Deixando a maré arrastar
E com o tempo em outros braços encontrar.
Eu vou dançar Data: 25/02/2021
Eu vou dançar
Para esquecer a dor
Eu vou dançar pra esquecer o amor
Eu vou dançar para não ter que chorar
E me lamentar por estar só
Eu vou dançar porque é a única coisa que me cativa
E me deixa feliz
Eu vou dançar está noite
Espera o luar as estrelas está lá
Pra senti essa brisa
Pra sentir o gelo
Pra sentir o calor em meu corpo
E me jogar para o encanto
Eu vou me entregar a dança de corpo e alma
E deixar a virtude entrar
Eu vou dançar pra esquecer a irá
E realizar meu desejo sensualizando
Ou de extravasar
Sendo um funk
Ou um dance
Sendo sexy
Ou shuffle
Eu não vou parar...
Vou me acabar...
Esta noite que me acompanhará é o luar as estrelas
E a solidão
O mar e a areia hoje não estará lá para me ver se envolver
O mar é um amigo perigoso que curtiu minha adrenalina
O mar já viu minha dança
E escutei seu som e sua irá
Cativei sua beleza
E deixei meus rastros na areia
Foi levado ao vento
Apagado com a maré
Mais neste lindo ritmo dancei até transbordar
Vibrar de emoções
E me entregar
A este desejo mortal.
A vida era bela Data: 26/02/2021
Á muito tempo eu queria estar lá
Para poder falar
A muito tempo que queria dizer que as promessas
Não foi nem o que me fez sofrer
A vida era bela
Eu era menina
Dançava na roda
E fazia birra
A vida era curta
Mais um espetáculo de aventuras
Que respirava fundo e não trocava uma noite por uma loucura
Você se foi
Eu fiquei
Uma lágrima no olhar
Uma lágrima que não me deixou enxergar
As nossas canções gravadas
No rádio velho tocava
A serenata que não será esquecida
Mais você roubo a inocência
E me deixo as impurezas
Me ensino a viver
E desfrutar da natureza
Ver o mar as estrelas
E o continente
Agora grita solidão
Por um momento de perdão
Sofre coração por um momento
De dor e lamentação
Amar já foi... passou...
Eu aprendi gostar
Mais esqueci de dizer
que nunca aprendi amar (você)
Não sou imortal
Data: 25/02/2021
Às vezes penso no que sou
E no que me tornei
Às vezes penso que navego as sós
Para me sentir em paz
Às vezes quero ser feliz com alguém pra me alegrar
Às vezes quero ouvir uma música para
Deixar o canto vagar e ver a imaginação nos carregar
Às vezes quero dançar
E ver o luar e as estrelas brilhar
Às vezes me sinto perdida
E me vejo em uma maré de sangue transbordar
Não sou imortal
Respiro fundo e enfrento obstáculos duro
Quero andar na escuridão
Desfrutar o mar o horizonte
Tomar uma gelada
Rir com a rapaziada
Chorar no meu lamento as sós
Espantar minha dor por uma noite calada
E guarda a angústia quando tiver as sós
Às vezes quero gritar
E baixar minha voz com o travesseiro pra ninguém escutar
Às vezes só quero ser amada sem exigir
Às vezes só quero te amar pra não ter que te iludir
Mais as lágrimas escorrem
E eu me coloco a um rio a transbordar
A maré já não pode matar minha sede
Deixa o canto influir
Deixa a natureza clamar
E a rosa brotar
Pra depois ter que ver vaiar
Pela dor do espinho que inflamou em mim
Sinta a brisa
Não diga que não faz diferença
Gira com planeta
Roda com o mundo
Mais não afunda com o maré
Me ver sangrar não é minha intenção
Apenas feridas por acidentes
Essa dor não da pra colocar pra fora
Esse corte profundo não será meu
Só pra ver o sangue escorrer e a dor fixar
Não irá aliviar
Essa dor nuca me pertenceu
Essa dor nunca será só minha.
Vamos curti Data: 26/02/2021
Não basta entender
Do quanto foi bom lembrar
Mais acorda baby
Eu disse que não era brincadeira
Eu vi o mar
Eu vi o mundo girar
E as pessoas rodar
Alegre-se
Eu não morri
Mais eu sei de tudo que fiz
Não era pra ser assim
Mais nunca é tarde para dizer
Meu bem
Não vai embora
Fica um pouco e toma um drink
Vamos curti
Vamos bailar
Vamos zuar
Deixa o que corrói pra lá
Deixar a dor passar
Vamos comemorar por nós
Essa noite do topo e vi continente
E vi horizonte
Eu vi o mar agitado
Passar e afundar
Trazendo a onda que nunca foi a mesma
Ela me faz lembrar de onde tudo começou
E de onde tudo terminou
Tente outra vez
Eu não quero sofrer só porque
Em outras falas me alegrei
Em outros encantos me joguei
Em outros abraços me deitei
Em outros lábios me perdi
Em outros toques me entreguei
Vou andar além de mim
Só pra lembrar que do topo da montanha
você já esteve lá.
O mar te sugou Data: 26/02/2021
Veja a morte ela esta tão perto
Eu vejo o medo nos seus olhos baby
Você sabe que chegou o fim!
Não diga que não avisei
Você foi meu bem querer
Até me fazer entender
Gostar de você
E não corresponder
Eu sei que nada restou pra você
Do que você tem medo baby?
Senta
Chora
Grita
Bota pra fora
Tarde de mais
Porque agora eu não te sinto
Porque agora eu não escuto
Lembra- te de mim?
Chorei
Surtei
Mais você não correspondeu
A lua estava lá
Não poderá negar
O mar te sugou
A tempestade te carregou
Eu vi você
Eu ouvi você
Não pode menti
Você desapareceu na fumaça
E eu parti
E você fico sem ninguém
Não entendo de você
Porque não quer parar de brincar
Eu sei baby que eu gostei
Mais você só estava nos bons tempos
E agora cade você?
Quando lágrimas escorreu?
A dor apareceu!?
A vida desapontou!?
Você desapareceu!
E não me ajudou!
Agora quer voltar
Tarde de mais!!!
Porque eu não te sinto
Porque eu não te escuto
E nada foi pra sempre
E o pra sempre chegou ao fim.
Eu vi a morte passar
Data: 11/03/2021
Senta a dor no meu peito
Sente o alívio
Quando alguém morre
E de longe estão morrendo
Desculpa baby eu não matei
Mais já sou o gelo
Não me diga nada
Apenas sinto
Pelos meus prantos
Estou só
E ninguém deu valor
Eu dancei até me esgotar
Eu estive lá
Entre as trevas
Eu vi o mar me sugar
Eu vi a morte passar
Ela terá que esperar
Mais e daí
O que fiz
Minha alma
Não vendi
O imundo do mais lixo
Eu simplesmente retirei ele de mim
Prefiro o cheiro do jasmim
Água doce
Água salgada só pra mergulhar
Sente suave
Não cave uma cova para nós
Venha conhecer o que da prazer
E espera eu indo ao mundo
E dizendo o que eu vi o tempo me detendo
Estou me libertando
Sou a virtude com mistura mãos e dedos
Saliente como o vento
Veja o sangue mais não lamente
Apenas enterrei um punho em minha alma
Ela está sofrendo
Mais ainda foco naquela luz
Que se chama esperança.
Assim como Páris em sua busca fora do normal
Quero buscar-te, bela, culta e intelectual
Mesmo que eu tenha que lutar ou roubá-la
Mas a sensação de tê-la junto a mim, será especial
Assim como a mais bela das mulheres
Nos relatos filosóficos tenho com quem te comparar
Helena, a mais doce tentação que existiu
Que Tróia por sua culpa, teve um alto preço a pagar
Não esperarei por dez anos
E como Menelau eu terei que traçar uma missão
Para conquistá-la, buscá-la e tê-la
E para sempre ter seu puro e doce coração
Não quero perder a oportunidade de apreciá-la
Ó garbosa, cintilante e galante sedutora
Deusa filha de Afrodite no meu pensar
E do meu ingênuo e sincero coração receptora
As batidas do meu coração
pedem paixão
pedem desejo
querem emoção
ele não gosta do chato
e odeiam o parado
A beleza é o bem estar de se vestir
Aliada a naturalidade de ser
E a harmonia de se ver
E sentir gosto em se reconhercer
Quando vejo o céu estrelado
sei que não vivo mais só
estou mais seguro agora
agora que penso em nós
vodu
por entre os dedos da terra
sem pressa
sem deter
discorre sem forma
e incolor
o deus terrível
profundo
silêncio cálido
que inebria e incapacita
que engole
sem mastigar
os ásperos calos
deformando
as minhas trémulas e gélidas formas
encerrando os olhos
com o capim
e as pedras
e as folhas tardias
do longo inverno
na caverna aberta deste crânio quartzítico
incandescente luz que me atravessa
imobilizado pelas asas abismais
ouço e vejo o temporal
contra a gruta do meu próprio templo
eu sou o templo e a sua ruína
os seus antepassados futuros
isto é o princípio do meu renascimento
e por isso estou estendido nesta catarse
envolvido pelo frondoso sudário da floresta
aguardo a tácita palidez da minha própria morte
talvez eu próprio seja este terrível deus
porque ouço a voz da lua e o corpo do sol
invocando em extintas línguas os meus nomes.
(Pedro Rodrigues de Menezes, “vodu”)
baobá
procuro nos outonais trâmites do teu corpo
o insofismável vestígio das tuas raízes
salgueiro que jaz e se curva obliquamente
eterna a bênção, terrível o fim do tempo
deserto, areia, sol, miragem, saudade
serás sempre o antes e o depois de nós
e nós seremos tão pouco e tão poucos
depois de ti secarão todas as welwitschias
África não renascerá da força dos tambores
mil homens sangrarão entre solenes rituais
as grávidas abortarão com sede de terra
e o céu encher-se-á de conchas e espinhas
e virão os deuses deste mundo e do outro
velar a desgraça efémera da sabedoria
ninguém saberá mais falar, escrever ou viver.
Poema dedicado a Catarina Pereira do Nascimento
(Pedro Rodrigues de Menezes, “baobá”)
Já fui neve no mar, já fui espada na mão (José Afonso)
No passado sofri de algumas vaidades. Mas calei que prefiro ser neve no mar do que poeira pisada, caída no chão. Ser a neve que se funde com o mar é ser a frescura que sabe de antemão que muita gente lhe vai perguntar: quando cantaremos o Hino da Libertação?
No passado sofri de algumas vaidades. Mas agora, que vivo sem sedução, digo: ser neve que se fundiu com o mar é ser como a estrela que se fundiu com o céu (coisa que, antes, a estrela sempre temeu) e nele brilha mas sem chamar à atenção.
No passado sofri de algumas vaidades mas não falei de ser espada na mão. Hoje, que sou a neve caída no mar, muitas vezes me interrogo: ser lâmina afiada em ereção não será entrar no estranho jogo dos que põem pessoas a sangrar e querem sentir vida a pulsar no seu coração? Mais logo, quando a Musa Menina chegar, me dirá se tenho ou não tenho razão.
PORQUÊ
Por que é que as acácias de repente
floriram flores de sangue?
Por que é que as noites já não são calmas e doces,
por que são agora carregadas de electricidade
e longas, longas?
Ah, por que é que os negros já não gemem,
noite fora,
Por que é que os negros gritam,
gritam à luz do dia?
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.
Metade de mim é um mar revolto,
Ondas quebrando em desespero,
Em busca de um porto seguro,
Um abrigo para o meu coração incerto.
Metade de mim é um céu estrelado,
Brilhando em meio à escuridão,
Sonhos que voam alto e distante,
Buscando a paz na imensidão.
Metade de mim é um rio calmo,
Fluindo suavemente em seu curso,
Levando consigo lembranças e histórias,
Que se entrelaçam em cada verso.
Metade de mim é um sol radiante,
Iluminando os caminhos que trilho,
Espalhando calor e esperança,
Em cada sorriso que compartilho.
Metade de mim é um jardim florido,
Cores e perfumes que encantam,
Desabrochando a cada estação,
Embelezando a vida que se planta.
Metade de mim é um vento suave,
Sussurrando segredos ao ouvido,
Levando consigo palavras de amor,
Que ecoam no coração ferido.
Metade de mim é um abraço apertado,
Que acolhe e acalma a alma aflita,
Um refúgio seguro e acolhedor,
Que transforma a tristeza em alegria infinita.
Metade de mim é um poema,
Versos que se entrelaçam em melodia,
Expressando sentimentos profundos,
Que transbordam em poesia.
Metade de mim é um eterno aprendizado,
Um constante caminhar em busca de ser,
Um encontro comigo mesmo,
Para me encontrar e me reconhecer.
Metade de mim é um enigma,
Um mistério a ser desvendado,
Uma busca incessante pela completude,
Em cada pedaço que sou fragmentado.
Metade de mim é um todo,
Um ser em constante transformação,
Um reflexo do universo que me habita,
Em cada verso, em cada emoção.
Amor mil vezes já me tem mostrado
o ser-me vida o mesmo fogo ardente,
como quem queima um dedo e facilmente
no mesmo fogo o torna a ver curado.
Meu mal, tristeza, dor, pena e cuidado,
o bem, a vida alegre, ser contente
naquela vista pura e excelente
pôs, por essa maneira, o tempo e fado.
Que veja mil mudanças num momento,
que cresça nelas todas sempre a dor
não sei, que os meus castelos são de vento!
O tempo, que vos mostra ser senhor,
por mais que contra mi se mostre isento,
há de tornar por tempo tudo amor.