Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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⁠Olho de caranguejo
Lua virada do avesso

Poema de Jeyne Stakflett

vazio cheio de você
deserto tempestuoso
areia nos olhos boca e ouvido
seco horizonte vertical
árido, áspero, espesso, escuro
sem música, rima, poesia
nosso amor já não é mais nada
o dia passa a noite fica
eu neste estado morro e renasço
morta de saudade presa nesse estado
vivo a deriva fora do vestido
morro de amor a saudade é meu destino
desmaio sem saber se era
verdadeiro ou falso o anel que não dera
galharufas da sorte
ela estava vazia você não existia
mas levarei teu espelho comigo
até minha morte
pra te lembrar que um dia
fui só sua você teve sorte

na passagem da vida

ai de mim, se te amei, nem sei nem te conhecia
Confiei, me entreguei, me amarrei
Ele cortou minhas asas e voltou a reinar

Olho de caranguejo, Lua virada do avesso
Olho de caranguejo, Lua virada do avesso
Olho de caranguejo, Lua virada do avesso
Olho de caranguejo, Lua virada do avesso

Inserida por JeyneStakflett

⁠vou lhe escrever um poema por dia
até te esquecer


cigano

cigano dos desejos
meu reino por seus beijos
de olhos abertos em meu leito
medito a esquecer o cheiro do seu peito

bela coca cola branca
fez de mim uma santa
me abraça decidida e franca
caída no vão da cama

já é verão nosso inverno, mudamos de estação
essa rádio toca música oriental enquanto ouço minhas lágrimas no quintal
pássaros migrando no horizonte
lembrou que você existia ontem

Hoje meio agradecido deixa obrigado na caixa
talvez ele seja mesmo, mas preferia arrependido
trazido por Iemanjá pra juntá nosso elo perdido
um bem te vi abrindo mais um dia rompido

Inserida por JeyneStakflett

⁠Quando você ler ou ouvir este poema estarei longe
mas não tão distante que não possa me sentir ao fechar os olhos

já sei que tu não vens
se foi como assim chegou
você me vê nas nuvens
mas a mim cegou

partiu como quem morre
não posso mais te ler
só posso mesmo morrer
foste tão de repente ainda não posso crer

se ainda estiver vivo
no reino onde vives
se ainda me sabes
acho penso e sinto
se ainda pensa ou sentes

é porque ainda te respiro

venhas logo não demore pois
perecer a cada dia a cada instante
e ainda ter a chama acesa
não é fácil estar na estante

se virei livro, poema ou piada
não importo com nada
se fui a primeira ou a última
às vezes triste ou magoada

se falas bem ou mal de mim
me basta saber que não passei impunemente assim
me afasto vou pra longe
oceanos de jasmim, alfazemas e capim

sigo meu caminho certo que um dia
hei de te encontrar sozinho
lá na frente mais contente
quem sabe me olhes sorrindo

quem sabe neste dia que ainda não existe
eu possa lhe dizer do amor que tive
eu possa lhe abraçar ao ar livre
onde haja apenas o verbo amar

pois sem amar não se vive

Inserida por JeyneStakflett

⁠fiz um poema sobre voce,
gostaria que voce tivesse lido...
mas voce foi viver, foi nisso
que eu esqueci de viver
foi assim que me lembrava de voce
e esquecia de mim...
porém, a vida é assim
uns esquece, e outros lembram
mas os que lembram são os
que mais amaram, e osque mais
sentiram...
senti a sua partida
e a te hoje sinto ela

Inserida por vigome_s

Um Poema para Ti -

Foi de mim que nasceu
este poema para ti,
não tem principio nem fim
nem palavras que o sustentem
no passar da madrugada ...
E o silêncio é tão frio
mas o amor 'inda é maior!
E foi por ti, só por ti
que o embalei no meu seio
desde o ventre de minha mãe,
sim, tu já lá estavas também!
Não te via mas sentia que estavas
entre o ali e o agora,
estavas no meio ...
E o tempo passou
e todos passaram,
tu chegaste, o teu olhar veio.
E aqui estou
dividido mas inteiro
só por ti, só por ti
à espera que venhas
que me abraces
sem princípio nem fim
como o poema que escrevi
nestas linhas para ti ...

Inserida por Eliot

Naquela Campa -

Há um poema cansado
Nas rimas do meu sofrer
Mais um momento marcado
Pela vontade de morrer.

Há um silêncio que agito
No fundo dos meus sentidos
E o meu poema é um grito
São meus sonhos perdidos.

E o que ficou do que fomos
Está preso ao fado, à poesia
P'ra mim seremos e somos
Aquele amor que eu sentia.

Aquelas horas tão nossas
Só eu as guardo no peito
Talvez também 'inda possas,
Lembra-las tu ao teu jeito.

Naquela campa tão fria
Deixo uma rosa e um beijo
Que a Musa desta poesia
Fica virada p'ro Tejo.

(Poema escrito pelo Poeta junto ao túmulo da sua sua Inspiração, Celeste Rodrigues, no Cemitério dos Prazeres em Lisboa, no talhão dos artistas, virado para o Tejo)

Inserida por Eliot

Poema Triste -

Há uma musica triste, distante,
um quase silêncio
que me toca no rosto
que me acaricia a Alma,
uma angústia fria e vaga
uma sombra profunda
um grito cansado
um destino por viver
um sonho por sonhar.

Há uma voz doce, presente,
uma quase alegria
que me envolve o coração
um triturar de gestos quentes
um quase vento de asas
um leve entendimento
uma breve lonjura
um poema que acaba de nascer!

Inserida por Eliot

⁠- Versos no Espelho -

Ontem escrevi um poema
Guardei-o bem no peito
Sem passado nem presente
Ao meu gosto, ao meu jeito
Dormi com ele no meu leito!

Hoje sinto-me diferente ...
É que os versos são presságio
D'uma Alma sem descanso
Que se canta num Adágio
Profundo, triste e manso!

Amanhã a vida seguirá
Outros versos nascerão
O silêncio será voz
Vestirei a solidão
Estarei de novo a sós!

E depois? O que virá?
Terei Alma? Terei corpo?
Só Deus sabe o meu destino ...
E as maselas do meu rosto
Hei-de vê-las no caminho!

Inserida por Eliot

⁠Poema inacabado -

Numa praia distante
ficou meu corpo abandonado!

Sonho esquecido,
coração afogado,
naufrago perdido,
abraço não dado.

Numa praia longinqua
ficou este Fado, intimo gemido,
Poema inacabado ...

Inserida por Eliot

⁠A Noite de Évora -

A Noite de Évora escorre-me os Sentidos!
Meu intimo Poema, meu corpo de Saudade,
meu jardim feito de cedros, eternos e perdidos,
minha Terra dolorosa, sem Tempo nem Idade ...

A Noite de Évora grita-me ao ouvido!
Quadras, versos, Sonetos de solidão ...
Mortos os Poetas, vagueando sem sentido,
buscam pelas ruas um singelo Coração ...

A Noite de Évora é feita de Silêncio,
pausa e Silêncio, mil aromas d'açucenas
que arrastam pela Vida muitas penas ...

A Praça, a Fonte, o Templo, a Sé,
tudo em mim, oculto e presente,
tão perto, tão longe e tão distante ...

Inserida por Eliot

⁠Poema Controverso -

Lá longe, tão longe, por ti clama a minha voz!
Cá perto, tão perto, em ti meu pensamento!
Pensar, quão triste, pensando em nós,
dor, tão funda, o teu afastamento ...

Um nós, tão longe, não existe ...
Existe, é fim, meu triste coração!
Eterno e vago, instante que persiste,
numa triste, eterna e vaga solidão!

Triste meu pobre coração - tão triste -
sem destino ou direcção,
esmorece, pobre e escassa ilusão!

Minha Pátria, minha casa, meu deserto,
minha asa, meu orgulho, meu chão,
meu desejo incontrolado, meu poema controverso ...

Inserida por Eliot

⁠Retracto de Celeste -


És filha do Fado! Irmã do Tejo ...
Um verso de Poema! Uma guitarra ...
És silêncio de seda, Lisboa de mil beijos,
que sobre a vida se debruça e amarra!

És a glória do meu punho de poeta
que treme ao sentir o coração ...
És a cor de uma imensa aguarela
que alguém pinta ao vencer a solidão.

Teu cantar é de cetim, em mim, é saudade,
de Camões, a voz, num semblante Portuguez!
És poema inacabado, tempo sem idade,
que repousa no regaço da eterna D. Ignês!

Óh Celeste derradeira, Fonte de Leanor,
descalça pela cal da madrugada,
pisando lirios, alabastros, sobre a dor,
indo e caminhando pela vida, tão amada ...

tão amada ...


(Para Celeste Rodrigues)

Inserida por Eliot

⁠À Beira de um Poema -

À beira de um poema
lembro a noite que então havia ...
Fecho os olhos, morre o dia,
onde foste coração
num morrer que me doia?!
À beira de um destino
fui além do meu tormento
sem verdade nem tino
com a cruz no pensamento!
Num sentir que me tortura
num viver que não sentia
sobre a minha sepultura
nem uma cruz havia...

Inserida por Eliot

⁠De Poema em Poema -

Fui de poema em poema
à procura da razão
que me fazia ter por tema
a dor, a morte e a solidão.

Mas os versos não sabiam
o porquê dessa loucura,
só falavam, só diziam,
sempre cheios de amargura.

Digo aos gritos sem pudor
que meus versos são um pranto!
Mas o porquê de tanta dor,
tanta morte no seu canto?!

Talvez devesse procurar
a razão dessa agonia,
não nos versos, a chorar,
mas em mim, no dia a dia...

Inserida por Eliot

⁠Janeiro e Sol -

Janeiro, manhã cedo,
o Sol invade o horizonte
e a noite traz o medo
num poema dissonante.

Janeiro, tarde fria,
copas sem ramagem
vem a noite, vai o dia
e o amanhã é só miragem.

Num silêncio que me abriga
em tarde de mil escolhos
se é Janeiro alguém me diga!

E num Inverno que castiga
é Janeiro nos meus olhos
tão cansados pela Vida!

Inserida por Eliot

⁠Fiz um poema -

Fiz um poema:

Rimei esperança com virtude
saudade com cegueira
distância com regresso
nada com vazio
e água com poeira!

Fiz um poema:

Rimei silêncio com amor
alegria com paixão
medo com pavor
e o teu olhar
com coração!

Inserida por Eliot

⁠Naquela campa -

Há um poema cansado
Nas rimas do meu sofrer
Mais um momento marcado
Pela vontade de morrer.

Há um silêncio que agito
No fundo dos meus sentidos
E o meu poema é um grito
São meus sonhos perdidos.

E o que ficou do que fomos
Está preso ao fado, à poesia
P'ra mim seremos e somos
Aquele amor que eu sentia.

Aquelas horas tão nossas
Só eu as guardo no peito
Talvez também 'inda possas,
Lembra-las tu ao teu jeito.

Naquela campa tão fria
Deixo uma rosa e um beijo
Que a Musa desta poesia
Fica virada p'ro Tejo.

Inserida por Eliot

Poema do Dia Perfeito

Um dia dourado
Flores vibrantes
Verdes diversos
Brisa refrescante
Canto dos pássaros
Passo saltitante
Sorriso nos lábios
Coração palpitante
Cabelos ao vento
Longa história num instante
Um suspiro profundo
Sou viajante
Do sábio momento
Me mantenho distante
O modo elegante
Está inoperante
Pequena no todo
Me sinto gigante
A vida me cerca
Isto é o bastante

Inserida por Gracaleal

Poema publicado na obra: Quarentena – Memórias de um País Confinado - Editora Chiado Books

ADMINISTRANDO O ISOLAMENTO

No isolamento a saudade infinita aflora
Reinvento o abraço através da imaginação
Inimaginável este momento do agora
Que uma legião está presente na minha solidão

A quarentena é moradia da minha inspiração
E aproveito para interagir com o meu eu
Entre palavras, sentimentos e reflexão
Escrevo certezas e dúvidas, tento ser o meu próprio liceu

Corpo aprisionado na mente que segue liberta
Mente que resiste à estatística da dor
Cenas e números que no dia a dia à humanidade oferta
Incerteza, tristeza, piedade e temor

Daqui de dentro consigo com mais clareza
Perceber as lacunas de uma sociedade que nunca para
Seja em labuta, lazer, esperteza ou presteza
Escondendo-se em sorrisos ou mostrando a sua cara

O afastamento da rotina, é fato, adoece
Sigo em vigília para não fragilizar a minha mente
Mas, se na rotina o cidadão também padece
O momento por si já se mostra um docente

Aguardo confiante o fim da prisão do mundo
E que para o mundo um dia eu possa voltar
Sobre as perdas o meu lamento é profundo
Mas desejando às vidas alegria no recomeçar

Graça Leal

Inserida por Gracaleal

A hora certa surpreende

No poema que cura a alma,

A alma seca plangente

Da terra que não pertence.



A Pátria desconhecida,

Na poesia imaginada,

A alma surge extasiada

De tê-la assim escrita.



No galope do verso,

Na glória do Ahalteke,

Que o destino não me negue.



Na rima do deserto,

No rodopio do vento,

Que o som seja o do saltério.



Não estou autorizada,

A inspiração me encontrou;

Sei que ando radiante,

O Universo me iluminou.

Inserida por anna_flavia_schmitt