Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Entre as letras
Soltas de uma oração,
Um pouco de fé,amor e ilusão!
Dedos cruzados
Olhares marejados,
Trazendo dias e levando anos...
Coração morno, sorrisos largos,
Buscando nos desencontros
Afagos e vontade de viver.
Um pequeno conto sobre amor
Com corações partidos,
Sorrisos e lagrimas.
Olhares trocados
Papéis rabiscados,
Juras de amor
Dor, sem pudor.
A estrela
Eu procuro uma estrela. A estrela mãe.
Que causará a felicidade e explosão.
Que tornará possível toda a nossa constelação.
E de todas as galáxias, nosso brilho será visível.
E todos os cometas, derreterão ao nosso calor.
E todos os sóis serão ofuscados pela nossa luz.
E todas as luas serão atraídas pela nossa energia.
E todos os astros, tornar-se-ão meras celebridades.
E no futuro nebuloso, apenas uma certeza.
Sem trevas!
Não explica a física, pois.
Nosso universo sem buracos negros.
Apenas nós dois...
Nem tudo que falo é verdade,
Mas nem tudo que sinto é mentira!
Nem tudo que vejo é belo
E nem tudo que ignoro é cinza!
Nem tudo que ouço é doce
E nem tudo que passa é atoa.
Certas coisas deixam um pedaço
Certos momentos deixam um rastro,
Um caminho.
Para quando olhar para trás perceber
Que existe sentimento,
Mesmo quando se parece estar
Sozinho.
Memorias de curto prazo.
Ocupam sua calçada
Sua rua, sua vida,
Escondidos pela mídia
Ignorados pelos que podem ver.
Não estão nos jornais
Em nenhum programa na tv,
Não tem dinheiro
Agua ou pão pra comer.
Mas sentem fome de tudo
Atenção, dignidade, afeto e carinho,
Excluídos por entre sombras
Vivem de sobras de um rebanho mesquinho.
Falsas ideologias postas por políticos
Abraçados por demagogias (demagogos) dilaceradas (dilacerados),
Memórias desumanas de curto prazo
Que se preocupam apenas com o futuro do umbigo.
Ame em silencio
Para não aguçar a inveja
De mal humorados,
Mas gritando por dentro!
Arda em desejo
Além de poucos pensamentos
Extrapole tal sentimento.
Faça o olhar brilhar!
O sorriso não caber no rosto!
O coração pulsar mais forte!
Escolha o amor, do que a sorte!
Escreva nas paredes de seu corpo
A intensidade do que você sente,
Por que quando todos estiverem foscos
Você estará reluzente!
Foi o café que não tomou
O sonho que não sonhou,
O beijo que não deu!
O sorriso que não apareceu
Foi a sorte que não sorriu,
A lagrima que não caiu!
O sentimento que nunca existiu
A vida que não viveu!
Muito além das entrelinhas
Existe algo dentro de você, que não percebe ou consegue ver em determinados momentos, mas que ligeiramente te conecta com o mundo, com as pessoas e objetos. Mas você sente, sabe que está lá, adormecido e pequenos olhares e gestos o fazem despertar.
Quando nos deparamos com algo que nos chama atenção, toca e nos prende de forma única, tão sutil, acabamos por descobrir pequenos tesouros e que provavelmente nenhuma outra pessoa no mundo entenderá ou dará o mesmo valor.
Pode ser em forma de uma frase, uma fotografia em preto e branco, uma caneca velha ou até mesmo um empoeirado LP, mas tão valioso quanto ouro ou diamante. O apego nos faz ter outra dimensão de valores, o que era errado se torna certo, o que é inútil acaba por ganhar nova vida.
Nossos olhos lentamente percorrem por entre pequenos objetos, apreciando, lendo e relendo suas cores, seus detalhes, passamos de simples admiradores para entendermos muito além do que se esta nas entre linhas. Começamos a compreender o sentimento que exerce sobre nós determinado nossos desejos, como se pudéssemos sentir sua energia. Quando percebemos, um acaba pertencendo ao outro, a identidade acaba por ser completa, mesmo que isso signifique ser estranho diante de outros olhos ou outras manias.
E esse visitante acaba por nos dar algo mais, diferenciando-nos uns dos outros, nos envolvendo em universo paralelo a realidade tão crua que vivemos. Começamos a sentir aromas diferentes, começamos a perceber cores que não sentíamos e há viver mundos que não imaginávamos.
O silencio
Gota a gota
Entre uma xícara e outra
De palavras solúveis.
Soltas como os pensamentos
Presas na garganta,
Pedindo liberdade
Rasgando o intimo.
Momentos que persistem
Entre olhares desviados
De certos caminhos
Imaginados.
Passos que te prendem
Suspiros que machucam
Leve toque
Que não se sente.
Entre segundos
Não vividos,
Entre destinos repartidos
Escolhas feitas pelo silencio.
Que deixam as janelas e portas
Tão seladas quanto a mente
Machucam o intimo e cegam sorrisos
Dilacerando os ouvidos.
Por mais
Que se insista
Em sentir as noites,
Como se fossem as últimas
Da sua vida.
O amanhecer sempre vem
Com suas agonias e alegrias,
Lembrando-nos que depois de uma noite
Sempre existirá um novo dia.
“Os homens
são feitos da mesma matéria,
mas não dos mesmos sonhos”.
(Rotas da liberdade - Pablo Danielli).
Domínio publico
Letras, palavras,
Pensamentos proibidos!
Diante dos olhos vendados
Chove realidade em forma de caos.
No sistema de faz de contas
Tanto o povo, quanto a estrutura,
Não conseguem esconder a rachadura.
Que existe na mente, na sociedade que finge,
Na realidade coexistente.
De repente do olhar
Surgiu a duvida,
E da duvida a certeza
De que sua vida precisava mudar.
Não só de amores e estações
Mas o que possuía
No coração.
Marcas
Que pés são esses
Que deixam marcas tão profundas,
De escolhas e histórias.
Que olhos são esses
Que penetram na alma,
Mesmo quando estão fechados.
Que mão são essas
Que calejadas insistem em acariciar,
O rosto do teu amor, do teu inimigo, do teu intimo.
Que voz é essa
Que penetra e ecoa,
No vazio da alma, na mente perturbada.
Porque insistes em lutar?
Porque insistes em viver?
Porque insistes em chorar?
Não basta que teu corpo seja a prova do tempo?
Tão pouco as cicatrizes de teus erros e de teus acertos.
Que sobras desejam ter
Se somente o pó vai sobrar,
O silencio ensurdecedor
Ira dilacerar os desejos mais íntimos,
Mesmo o de vida e o que tiver em morte.
Não há ilusões
Não existem fantasias,
Falsas esperanças.
Apenas a realidade
Corrompida, suja e politica,
Não existe punição
Apenas acordos ,
Mensalão.
Mãos amigas
Inimigas e que sufocam
A nação.
Nasceu por acaso
Namorou por interesse
Casou-se por status,
Foi julgado como mercadoria.
Foi trocado quando perdeu a beleza
Vive de esmolas de velhas lembranças,
Enquanto se afoga em certezas
Absolutamente irrelevantes,
Que ninguém se importa,
Ou faz questão de lembrar
Quando vira as costas.
Acende uma vela
Reza pro teu santo!
Por desapego, por desespero,
E algum tipo de encanto.
Enquanto a luz do dia
Espera e te aguarda, como guia,
Pra você sentir a vida
Ao invés de ficar ajoelhado,
Em algum canto.
Lamentando
Por dizeres que sozinhos
Não movem um mundo,
Nem geram espanto.
De pedido em pedido
Impedindo de ser a vida
Que tanto ouve em forma
De melodia e canto!
Tem fé
Tem dó,
Tem força!
Contra o uso
Da ignorância!
Contra a arma
Politica!
Contra a policia
Armada!
Tem fé!
Que pra violência
Do dia...
Tem a paz e a lagrima
Da madrugada.