Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Oh, coração fulgurante e acintoso
No etéreo azul voais exuberante
Causais o pranto a quem o amou errante
Em função de seu amor aleivoso.
De atenção quente ao frio doloroso,
Do desprezo atroz e dilacerante,
Fizestes do amor lágrima constante
Afogando-a no sonho impiedoso.
Amai Clítie, a paixão correspondente
E deixai de alimentar-se do pranto
Que a inundou de desamor inclemente.
Certificar-se-á do amor ardente,
Deixarás de fitar o áureo manto
Que a ti ignora constantemente.
Um segredo simples:
Não por mim,
agora, sinto-o eu
por ambos
Ainda que nesse momento, outrora
doutra maneira.
Ainda que nostálgico.
As vezes na vida não fácil te cuntivar mais se crê na vida de Deus ajuda aquele sofrerá ou dificuldade ou na deonça
Sou apenas um pequeno ser
Com uma mente tão cheia,
Turbulenta perspicaz
Transborda palavras em versos
Aqui o presente jaz
Padece e resplandece, escuro
Faz e desfaz, futuro
Parei de sofrer ao pensar na possibilidade de você encontrar outro alguém e ir embora.
Quando percebi que isso me fazia deixar de gostar da minha própria companhia.
Já que por mais que doa, se você partir, eu ainda posso me convidar para dançar.
O erro dele foi tentar ser perfeito
Enquanto tudo aquilo que eu queria
Era o completo
De longe o observo, talvez esteja nas estrelas ou em uma viela qualquer
Bêbado como sempre ficava
Talvez tenha nova namorada
Um novo pra sempre
Não sabe seguir em frente
E mesmo sabendo me amar
Não soube espalhar amor.
Tic Tac
O tempo passa as pessoas falam, eu olho mas não enxergo nada, não escuto nada. Como resolver isso?
Se estar presente e não está não faz nenhuma diferença, pois invisível pareço ter me tornado.
Quem sou eu? O que sou eu? Quem devo ser? Quem eu quero ser?
Dúvidas sempre existiram, elas vinham e iam, mas agora elas vêm e ficam, martelando, perturbando, enlouquecendo.
No peito bate a falta, a falta de algo, um sentimento, uma atenção, uma palavra, um sorriso, um toque, um abraço, um olhar...
Vazio o peito está, depois que todos se apropriaram do que ele ali existiu... um Amor já não existe, uma felicidade já se foi, resta apenas um corpo vazio com uma máscara sorridente trincada, empoeirada e cansada, andando como se tudo não tivesse mudo e que tudo está tudo bem...
Quando tudo estava bem, meu relacionamento, minha carreira, minhas ambições...
Olhei para o céu sem luar, naquela rua escura, silênciosa e um tanto quanto azul.
Desejei morrer...
Pensei.
"Talvez seja isso! O prólogo da morte. Quando você a esquece, e acredita que de fato vive, ela te rouba. Quando a felicidade que tens não condiz com o saldo que você deve ao carma, acredite, logo será cobrado."
Cadê nossas Artes?
Onde estão os nossos poéticos?
Hoje isso é patético?
Quero pensamentos mais ecléticos
Que me façam ser menos cético.
Onde estão os versos de paixão?
O amor de formas absurdas,
Será que as pessoas calaram,
Ou a poesia está a ficar muda.
As músicas já não trazem sentimentos
Não há melodia como antes,
Esta arte cada vez sinto menos,
Está cada vez mais distante.
Não há mais grandes pintores?
Que trazem nos seus traços os amores,
Uma arte que fique para sempre,
Precisamos logo encontrar toda essa gente!
DECEPCIONANTE REALIDADE
"A vida é uma improvável perfeição cósmica, em meio à um universo lúcido de amor e ódio.
Não sou o queriam que eu fosse, nem o que precisavam, talvez eu seja um monstro ---- acho que não saberia se fosse um.
Você acredita que está certo? Sente que está feliz? Que tem todas as respostas? Calma... Isso vai passar. Você acredita que está mal? Sente que ninguém te entende, que não é feliz? Calma... Isso também vai passar.
A vida não é justa, desde a fundação do mundo, a realidade tende a ser decepcionante, não espere justiça dela, mas aguarde ansiosamente por ela... Vivendo, até que nos seja apresentado uma nova realidade, boa e justa.
Por hora resido e a construo em meu coração, lá a realidade pode ser o que eu quiser"
Desista:
Sim, exatamente, desista
Desista assim como eu desisti
Desisti de ficar na zona de conforto
Desisti de ser o mesmo a cada dia
Desisti do medo da mudança
Desisti de não ser melhor
Desisti dos maus hábitos
Desisti das ideias ruins
Desisti das grosserias
Desisti de ser um personagem
Desisti de temer minha verdadeira personalidade
Desisti de ser sedentário
Desisti de ser destinatário
E me tornei remetente
Desisti de não ser o melhor de mim
Então, vos digo, desista
Desista de não evoluir
Persista para progredir
E insista para expandir
A sua beleza
É, o mundo seria um lugar melhor se tudo tivesse a sua beleza
Toda a vida seria mais feliz se tivesse a sua beleza
O amor seria mais intenso se tivesse a sua beleza
As pessoas seriam mais alegres se tivessem a sua beleza
As crianças sorririam mais se vissem, a cada dia, a sua beleza
O patrão chato seria legal se experimentasse um pouco da sua beleza
A sua beleza é acima de qualquer um que diga ter algo como a sua beleza
O capitalismo seria justo se tivesse a sua beleza
O anarquismo teria regras se tivesse a sua beleza
O fascismo seria democrático se tivesse a sua beleza
Os animais criariam sentimentos se pudessem admirar a sua beleza
Tenho dó do seu ex namorado por não ter tido, até o fim dos seus dias, a sua beleza
A sua mãe queria ter tido, quando criança, a sua beleza
O seu pai se orgulha, e muito, da sua beleza
O seu namorado tem muito ciúme, da sua beleza
Suas amigas invejam, dia após dia, a sua beleza
Sua avó ama falar bem, da sua beleza
Os cientistas sabem que não há nada tão grandioso quanto a tua beleza
Os matemáticos sabem que nenhum número chega a magnitude da sua beleza
Os professores dizem que nada é tão difícil de explicar quanto a sua beleza
Os químicos sabem que nenhuma mistura é tão intensa quanto a sua beleza
Nenhum biólogo consegue encontrar explicação para um ser de tamanha beleza
Eu nunca encontrei ninguém tão perfeito e com tanta beleza
Quero eu, um dia poder ter algo como a sua beleza
Esse é talvez o 30° verso sobre a sua beleza
e, para finalizar, não teria jeito melhor do que falar, mais uma vez, de sua beleza. De como é linda e ultrapassa todos os limites, até mesmo, os da sua própria beleza.
Esqueci
Eu finalmente esqueci
Esqueci seu rosto lindo
Sua voz doce
Seu corpo perfeito
Seu cabelo sedoso
Suas mãos pequenas
Suas unhas pintadas
Seus pés fofos
Suas coxas grandes
Seu nariz pontudo
Seus lábios carnudos
Seu beijo alegre
Seus olhos felizes
Suas roupas lindas
Seu vestido favorito
Seu jeito cativante
Sua presença formidável
Esqueci você.
De ti quero distância
Ó, meu amor
Nenhuma dor é tão certa
Quanto a dor que me penetra
Dia após dia
Sem sua companhia
Oh, distância, quero-te longe de mim
Por perto quero apenas minha amada
Que por mim foi cativada
E que me dá, a cada dia
Entusiasmo para a continuar minha jornada
Tristeza, afaste-se de mim
Quero apenas alegria, enfim
Ser feliz com o amor da minha vida
Que para mim, é mais valioso que marfim.
O que seria de mim sem meu amor?
Talvez apenas um homem qualquer
Com abundância na vida
De amargor.
Por favor, abandona-me tristeza
Busco unicamente felicidade
Talvez um dia rir com meu amor, que me alegra noite, dia e a tarde.
Cálice
Distância quero de ti, ó cálice
Eu tenho tanto a dizer
Mas o que posso ouvir é apenas
Cálice
Não quero um copo
Quero poder dizer
Não desejo bebidas
Apenas não quero ouvir, mais uma vez
Cálice
A dor que sinto diariamente
Me faz querer falar
Mas quando busco desabafar
Ouço apenas, cálice.
A desconhecida
Todo dia de manhã, ela está lá, a desconhecida
Quando vou ao banheiro, ela está lá, a desconhecida
Quando vou tomar café da manhã, ela sempre está presente, a desconhecida
Na minha corrida matinal, ela vai junto, a desconhecida
Na hora do almoço, com o filme na televisão, ela está ao meu lado no sofá, a desconhecida
No lanchinho da tarde, é ela quem me dá as frutas, a desconhecida
Na hora da janta, é ela quem prepara, a desconhecida
Quando vou dormir, ela está ao meu lado, a desconhecida
Eu sei que não a conheço, mas ela me faz tão bem, que para mim, ela não é uma desconhecida.
Fragmentos e memórias
Numa rua qualquer de uma pequena cidade, existia uma pedra, ela amava a sensação de ser rolada pra lá e pra cá pelos pneus dos carros, se sentia viva e radiante. Mas numa dessas aventuras, ela foi jogada em um rio, um rio tranquilo, onde ela passou anos e anos vendo o movimento dos peixes, sentindo a luz do sol e a corrente da água sobre si. Séculos depois, uma mão desconhecida aparece, pega a pedra e a joga em direção a uma árvore, era um garoto com raiva de seu pai pois ele não tirou o castigo que lhe havia posto, mas aquela sensação era quase nova para a pedra, havia anos que ela não sentia o vento, o calor do sol e a sensação de liberdade. Mas numa dessas jogadas ela cai novamente, agora em outra parte do rio, a pedra estava muito feliz por ter sentido tudo outra vez, mas, pelo fato de ter sofrido erosão da água e os impacto com a árvore ela começa a se quebrar já dentro do rio, porém a pedra perece com alegria, ela sabia que toda aquela sensação teria um preço, então apenas aceita seu fim doloroso, no entanto satisfatório.
VIDA E MORTE
"Muitos pobres de coragem e audácia, se apegam a vida e por isso morrem cedo, como miseráveis, com uma vida miserável.
Mas há aqueles cuja a ambição é tão verdadeiramente pura, que se apegam a morte, com sua certeza inevitável.
Por isso amam, descobrem, inventam, desfrutam, por isso vivem."
ANJO CAÍDO
"Ele treina, guerreia, cai e se levanta.
Pobre anjo caído, erga-se.
Eles dizem: "treine mais, faça mais, seja mais" e ele se afoga em sua perfeita imperfeição.
Eles dizem: "Não se cobre tanto criança, anjos caem."
Pobre anjo caído, treine mais, faça mais, seja mais.
Está sentindo o sangue, escorrendo dos seus ossos? consegue ver a miséria e se contentar com isso?
É como se meu espírito fosse implodir, arremessando todo o caos aqui de dentro.
Pobre anjo caído, erga-se.
Você ainda tem guerras aqui fora, ainda amam você, precisam de você. Um dia tudo isso terá fim, mas ainda não."
VERDE
"Verde é a cor da humanidade, da esperança, daquilo que veio, vive e ainda virá. Em sua singularidade ampliada, a sublime substância que liga água, terra, fogo e ar.
Muitas são as variedades de tons de verde, mas todas remetem a mesma ideia... Vida."
_Aquilo que veio, vive e ainda virá.