Poema de Outono
"Penumbra" – Rosângela Zorio
Se eu fosse o luar numa noite límpida de outono
Pelas frestas da janela ...Invadiria seu quarto,
Pra tomar em minha boca o seu fruto em abandono
loucamente sugando-o...Em puro deleite
Meus lábios entreabertos, mordiscariam seu pomo
E a língua quente e sedenta, a lambuzar a sua haste
Na quietude da noite...num ardente sonho
Convidando-o , chamando-o para adentrar o meu corpo
Nele deixando o seu néctar...ansioso, inquieto, esvaindo-se em mim
Seu fruto crescido em minha boca sedenta
Agora descansa em minha folha orvalhada, tranqüilo...saciado
O seu cheiro selvagem exala-se em mim
Ai..como quisera ter sido assim
***
Numa noite de outono, linda e serena...
O frescor suave do vento acariciava seu rosto pálido sob o luar...
Pássaros da noite, tristes voavam...
Voavam em direção aos seus recantos, seus ninhos...
Em árvores secas e sombrias...
Estavam prestes a pousar...
Continuava ela vagando tristemente...
Eu observava e pensava... "Por que será?"
Sua alma se encontrava angustiada e aflita, eternamente...
Caminhando ia ela... O seu amado encontrar...
Amor misterioso... Lindo... Puro e verdadeiro...
Chegando lá... Ansiosamente...
Seu amor beijou-a docemente...
Lua cheia... Brilhosa... Sobre o mar reluzindo...
Estrelas cadentes no céu... No horizonte caindo...
Tudo seria perfeito quando,
Com lágrimas nos olhos...
Seu amado disse-lhe com tristeza sorrindo:
- “Amor da minha vida... Ao amanhecer estarei partindo!”
Amanheceu e seu amado partiu tristemente...
Deixando-a com coração partido.
E voltou a adormecer eternamente...
As coisas já não tinham mais sentido.
Pois de que adianta ter as estrelas, a luz do luar... Ter o mundo...
Se não irá mais o encontrar.
O amor, um sentimento lindo e mais profundo...
Mas muito difícil de explicar.
Anoiteceu e tudo ficou mais triste...
Saiu a noite pra contemplar o mar.
Lua cheia no céu, não mais existe...
Agora tão longe do seu amor, já não podes mais o amar...
Nas vias do outono
as lágrimas vão ficar
E todo abandono
eu sinto vai passar...
As folhas pelo chão
o vento vai levar
E meus olhos verão
a vida se renovar...
mel - ((*_*))
As folhas do outono...
Hoje, fiquei observando
o quanto o vento foi implicante
com aquelas folhas amarelas
que insistiram e lutaram muito,
mas não se deixaram intimidar afinal,
faz parte do outono, amarelar.
Certamente, o inverno não vai perdoá-las,
mas até lá, descobrirão uma forma
para viver outra história e talvez,
sejam acolhidas pela primavera
para adubar os canteiros de flores
e tenham um final feliz
em algum jardim, próximo dali.
by/erotildes vittoria
Verbo
Para Monsenhor Juvenal Arduini.
Uberaba, MG, primavera de 1998.
Folhas de Outono, 2001.
O verbo é a essência.
O homem é o pote.
A oração é a mensagem.
O verbo, a prece.
Todas as coisas giram ao seu redor.
Sozinho, ele não é nada.
Como eu, tu e ele,
Todos dependemos do nós.
E dos nós que desatamos...
Algures na vida e no tempo,
encontramos e desenhamos Outono,
o “Nosso Jardim”… só nosso e do mundo...
- É o princípio de tudo! O mar e a serra,
num abraço, o vislumbrar da voz do vento,
o brilho da noite, os sons e o cheiro da alegria…
- O encanto da imagem, a cidade!
- A Lua está agora comigo, bem perto,
ela me conduz de um lado ao outro,
me fascina quando fala, me faz sonhar…
- Meu Deus, é hora! Porquê agora…
- Tenho de novo regressar ao oceano,
ele me chama… Eu quero, eu devo!
- A estrada que percorro, sempre…
Que a luz do sol ao entardecer nos esclareça.
Que a beleza de uma árvore no outono nos abrace;
e que as mais belas paisagens nos enlace.
Desejo que um chão de folhas secas nos mostre o caminho.
E que no amanhecer um céu nublado nos contemple;
E que aquele vento nos envolva.
Me abrace apertado, me cuide, me proteja.
Simplesmente me ouça.
Uma coisa te peço; de mim nunca se esqueça.
Desejo que as coisas simples nos acompanhe, nos aconteça.
Diga que guardará minhas lágrimas uma a uma numa caixinha,
e quando elas necessitarem rolar, diga que não estarei sozinha.
Me cativa, me sorria, seja minhas asas, minha euforia.
Diga baixinho ao pé do meu ouvido, que meu sorriso lhe deu sentido.
Pegue minha mão e coloque-a no seu coração e diga que tudo dará certo;
Me fale que ao me ver sorrindo de longe, você sorriu, e que ao me ver triste, você sentiu.
Diga o que está aí dentro guardado.
Diga o que quiser dizer, mais simplesmente me diga.
Mais me diga com palavras, porque quando dizes com o olhar, eu nem se quer consigo pensar.
Primavera
É outono quando acordo,
primavera vem.
Jurei, prometi não voltar.
Conhecendo os teus espinhos
no calor do teu abraço,
até o inverno acabar.
na tentativa de apresentar
meu céu, meu mar.
Tantos olhos verão
os fatos da vida
brincam num vem e vão.
"Veio por acaso,num outono distraído, e então,
se passou, um dia, uma semana,um ano,
uma vida toda, e foi ficando... ficando,
e passava os dias ali aguando
o jardim que tua alma floriu..."
SIMULTÂNEA E COMPENSADA BELEZA
Quando o outono entardeceu a última folha eu
Vi nascer o primeiro broto de flor da primavera!
Guria da Poesia Gaúcha
O outono veio carregado de maresia
Junto das tardes banhadas das folhas secas que as estradas amarelecia
Ventro rubro de saudade que as campinas percorria
Trazia solidão para um coração que tinha o como uma única companhia
Folhas de outono caem da copa das árvores como lembranças do passado aconchegante
Que em todas as estações no pensamento segue avante
Vivo e imortal na alma do solitário viajante.
É outono...
Como folhas, quedo-me às horas sem horizonte de mãos vazias... Uns parcos grãos atirados ao solo, por certo, não germinarão.
Então... Quebro o silêncio ou - resignada - aceito a queda? Cadê teu ombro, agora?
Se vejo, não sinto; se sinto não há escolha, senão adormecer... E renascer em verdes dias.
Exatamente 5 horas de uma fria tarde de outono. Desceu de seu Landau vermelho 1977 cheirado a roupa limpa, o cabelos esvoaçando e se perdendo no vento. Com toda sua sutileza e com a cara mais oposta para a situação impossível caminhava com um ar de quem esperava algo a mais da vida, ou simplesmente daquele momento. Ela estava sentada com as mãos nos joelhos suando frio e quase tendo um colapso nervoso, ou um derrame emocional. Com toda sua tranqüilidade sentou ao lado dela e a beijou na testa. Tenho mera certeza que aquele beijo a levou a 30 lugares diferentes sem se mover. Perfeito era o momento e não a noticia que ele vira trazer. Estava partindo, aquela pequena cidade do lado norte do país era pequena demais para ele, para os sonhos dele, para o sentido que ele queria dar ao seu próprio viver. Ela não sabia se era só a cidade, ou se ela era pequena de mais também para faze-lo ficar ao seu lado até os fins dos seus dias. Lágrimas envolveram seu rosto, e quando iria se pronunciar o dedo indicador dela tocou seus lábios em um gesto que pedia silêncio, e então ela se pronunciou:
- Como, como me manter longe de ti se minha boca procura a tua, meu corpo pede casa ao enrosco desordenado dos teus braços, minha mão sem pensar sempre avança a tua nuca! Como?
Exatamente o que ela descreverá em sua unica fala estava acontecendo, lá estavam eles mais uma vez se perdendo de si e se encontrando um no outro. Mas como as folhas do outono estavam tocando o chão, o amor avesso também estava indo ao chão. O passar do trem e o barulho que as ferragens antigas fazia nos trilhos despertou eles do topor aonde se encontravam. Ele se levantou em um pulo desajeitado e se lembrou que aquilo era só mais uma das várias coisas que ele haveria de esquecer se quisesse ser mesmo livre. Ela ficou no chão, sem entender. Com a fome de um lobo faminto, enterrou sua cabeça entre as folhas e quis por um momento que a terra a engolisse.
...Do Sabor Outonal...
O Outono tem sabor!
De manha...de amor sob o edredom
Ao meio dia...saboroso piquenique no parque
E quando cai a tarde...o aquecimento num café com conhaque
De uma noite que promete as delícias de vinho com jazz
Passou o outono já, já torna o frio...
- Outono de seu riso magoado.
Álgido inverno! Oblíquo o sol, gelado...
- O sol, e as águas límpidas do rio.
Águas claras do rio! Águas do rio,
Fugindo sob o meu olhar cansado,
Para onde me levais meu vão cuidado?
Aonde vais, meu coração vazio?
Ficai, cabelos dela, flutuando,
E, debaixo das águas fugidias,
Os seus olhos abertos e cismando...
Onde ides a correr, melancolias?
- E, refratadas, longamente ondeando,
As suas mãos translúcidas e frias...
" Amor de Outono"
Já tive amores
De todas as maneiras
Amores de Verão...
Quentes, impulsivos
Amores de Primavera...
Doces, romanticos, floridos
Amores de Inverno...
Aconchegantes, mas frios, racionais
Hoje quero um novo amor
Hoje quero um amor
Companheiro, calmo...
Que caminhe ao meu lado
Que contemple ,
O pôr do sol comigo
Que me dê a mão,
Para seguirmos na mesma direção
Que me faça segura,
E não me deixe escapar
Que me faça sentir amada
Que me faça rir
Que me faça chorar
Que me faça acreditar,
Em anjos, novamente
Que me faça duvidar,
Que tudo tem um fim...
Hoje eu quero um amor
De Outono
Quero um amor que
Junte todas as estações
Ou todos os amores...
Autora: Noemia
Aurora de um outono qualquer.
Esvazia-te de ti mesmo
Respira essa brisa que vem de novos tempos.
Deixa o pasado repousar leve, sem mágoa, no alto daquela última onda.
Vê! É grande esse teu coração!
Chega mais perto, olha-me nos olhos...
Quão amplo é o teu abraço!
Ama sem preconceitos
Ama este céu e este mar.
Ama tudo o que tens em teu cirro,
Ama também o que nunca caberá em teu sorriso...
Esvazia-te de ti mesmo, e sorve, sorve toda a doçura desse espaço...
Abre tua mente...
Liberta-te...
E vive!
Caminhar com folhas de outono no chão...
Fins te tarde no portão...
Anoitecer em tuas mãos...
Flutuar de amor e paixão...
Adormecer com emoção...
Te amar sem limitação...
Ser amada sem dimensão...
Outono
Assim como as folhas secas caem.
Eu tambem já cai e me ralei.
Elas caem tristes e o vento leva sua poesia longe.
Eu poço levantar para onde o vento sopra, buscar.
Na minha vida me dedico a elas.
São lindas em vida, continuam lindas mortas.
Já vi em outro lugar e concordei, vivas são poeticas.
Assim como Cazuza depois de morto lembrado foi.
Um trabalho leva uma vida.
E assim como as folhas já cairam.
Terão outras, as mesmas que iram nascer no mesmo lugar.
E é por isso que depois de cair vou levantar.
Não sou folha, depois de morto estarei acabado.
Tenho medo de não renascer ou reencarnar.
Por isso de nada dessa vida eu desisto.
Sei que tudo consigo se meu tudo tem fé.
Errado não é cair.
Certo é levantar.
Triste não é sonhar.
Felicidade é realizar.