Poema de Mario Quintana a Pessoa Errada

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Em vão procuramos a verdadeira felicidade fora de nós, se não possuímos a sua fonte dentro de nós mesmos.

Os bens que a ambição promete são como os do amor, melhores imaginados que conseguidos.

A democracia é como a tesoura do jardineiro, que decota para igualar; a mediocridade é o seu elemento.

Os bons presumem sempre bem dos outros; os maus, pelo contrário, sempre mal; uns e outros dão o que têm.

O remorso é no moral o que a dor é no físico da nossa individualidade: advertência de desordens que se devem reparar.

A opinião pública é sempre respeitável, não pelo seu racionalismo, mas pela sua omnipotência muscular.

A maior parte dos desgostos só chegam tão depressa porque nós fazemos metade do caminho.

Há muitas ocasiões em que os ricos e poderosos invejam a condição dos pobres e insignificantes.

É um gládio perigoso o espírito, mesmo para o seu possuidor, se não sabe armar-se com ele de uma maneira ordenada e discreta.

É verdade que, por vezes, os militares, exagerando da impotência relativa da inteligência, descuram servir-se dela.

Se eu conhecesse alguma coisa que fosse útil à minha pátria, mas prejudicial à Europa, ou que fosse útil à Europa, mas prejudicial ao gênero humano, considerá-la-ia um crime.

É triste a condição de um velho que só se faz recomendável pela sua longevidade.

Se a vida é um mal, por que tememos morrer; e se um bem, por que a abreviamos com os nossos vícios?

O trabalho involuntário ou forçado é quase sempre mal concebido e pior executado.

Na verdade, o cuidado e a despesa dos nossos pais visam apenas enriquecer as nossas cabeças com ciência; quanto ao juízo e à virtude, as novidades são poucas.

O homem que diz não ter nascido feliz, podia ao menos vir a sê-lo mediante a felicidade dos amigos e parentes. A inveja priva-o deste ultimo recurso.

Quando moços, contamos tantos amigos quantos conhecidos; porém maduros pela experiência, não achamos um homem de cuja probidade fiemos a execução do nosso testamento.

Somos muitos francos em confessar e condenar os nossos pequenos defeitos, contanto que possamos salvar e deixar passar sem reparo os mais graves e menos defensáveis.

Muito pouco se padece na vida, em comparação do que se goza; aliás, não sendo assim, como se viveria?

Ambicionando o louvor e admiração dos outros homens, provocamos frequentes vezes a sua inveja e aversão.