Poema de Mãe pra seu Filho Recém Nascido
A atriz
Eu vi as minhas surpresas passando
Em seus olhos de euforia
E não sabia se estava interpretando
Ou só dizendo à platéia
Que podia existir a poesia
Eu vi as minhas alegrias passando
Em seus gestos de leveza
E não sabia se estava aproveitando
Ou só contando à platéia
Que podia brincar com sua beleza
Talvez seja, a atriz, o complemento
Do meu curioso destino
Passeia pelo meu papel
Decifrando emoções, criando hinos
Já não consigo decifrar
Se ela vive ou atua, então
Deixa o espetáculo continuar
Que tentar decifrar é em vão
Eu vi as minhas paixões passando
Em seus beijos ardentes
E não sabia se estava morrendo
Ou só mostrando à platéia
Que podia um momento ser eternamente
Eu vi os meus sonhos passando
Em seus suspiros dobrados
E não sabia se estava no céu
Ou só dizendo à platéia
Que é futuro, presente e passado
Canto de partida
Se levaste o teu olhar,
Leva também este altar
Que enxergavas em nós
Se levaste as tuas mãos,
Leva também a canção
Dos teus toques, a sós
Se levaste o teu sorrir,
Leva também o porvir
De toda a minha dedicação
Se levaste os teus planos,
Leva também os enganos
Que eu fiz ao meu coração
Se levaste o teu zelo,
Leva também este apelo:
Nunca deixe de fazer - te amada
Se levaste o teu cheiro,
Leva também meu corpo inteiro
Que é tua maior morada
Se levaste os meus pensamentos,
Leva também os juramentos,
Que ecoam como uma tortura
Se levaste o teu tempo,
Deixa – me também isento
Leva esta hora impura
E por fim, se levaste a minha vida
Leva também a tua partida
Pra eu nunca mais lembrar quem fui
Impressionista
A resposta pra tudo
Meu porto seguro
Uma resposta ao tempo
E eu te amo
E pode a vida passar
Sem parar
E pode o céu repousar
E eu vou te amar
Simples, concreto
Ninguém é de ferro
Meu amor se se faz assim
Nascente, sem fim
E um sorriso se faz meu
Como o meu futuro se faz teu
E eu poderei dizer minha lei
Fui homem, imperfeito, mas amei
Metamorfose - I
É bossa nova o som que sua luz toca
Mescla os raios de sol ao puro vermelho
Que enaltece sua branca face em anseio
A confirmar meu juízo: é carioca
Mas não conclua agora nem muito pense:
Leves traços, mas seu olhar irradia
O poder de atrair com toda a ousadia
E assim me faz pensar: é brasiliense
É a moça que brinca com meus sentidos
É dentre todas, a mulher mais bela
É a dona dos tesouros escondidos
Onde o sol e o céu são somente dela
É a menina que faz sonhos partidos
E eu pergunto: afinal, quem é ela?
Nunca espere demais das pessoas ao seu redor, lembre-se que nem todo mundo terá o mesmo respeito, admiração, amor, carinho, empatia e principalmente a mesma reciprocidade que você.
Aprenda que nem sempre essas pessoas terão as mesmas atitudes que você, pois muitos não possuem a mesma educação, os mesmos princípios, valores ou o mesmo caráter que o seu!
Entretanto, aprenda que nem sempre tais atos são propositais, entenda que assim como você as pessoas têm suas fases, seus momentos, seus problemas, suas angústias e que elas NÃO SÃO PERFEITAS, ou seja, talvez aquele tenha sido um erro momentâneo por um fator ou uma série de fatores externos e que TALVEZ aquela não era a intenção.
Sendo assim, compreenda que jamais deve julgá-la por isso pois um dia poderá cometer o mesmo erro que ela, mesmo que sem querer!
Portanto, espere sempre de MENOS das pessoas, assim você jamais se decepcionará. Porém, tente sempre ser MAIS, assim nunca será motivo de decepção!
As bocas falam,
Os ouvidos ouvem,
Os cérebros registram,
Os corações sentem,
Os seres humanos reagem,
Para o bem ou para o mal...
Não conseguimos entender a simplicidade de tudo isso.
E não é simples?
Você me assusta...
Mas não quando briga
ou grita, explode
os sentimentos
que a gente evita
Nem quando me
olha de lado
querendo evitar
fogo cruzado
Tampouco quando ampara
o muro que separa
o meu e o teu chão
e leve faz a ponte
à linha do horizonte
até que eu te encontre
feliz na contramão
Você me assusta,
mas não quando
desvia o olhar
àquilo que eu
não consigo enxergar
ou quando fala
que me esquece
e depois aparece
como quem não
consegue esperar
Tampouco quando finge
que o mal que nos oprime
é maior que o teu coração
e sai sem dizer nada
fica assim então calada
até ver que à cruzada
não se nega a doação
Você me assusta
por não ter nada de mais
nada além do que me faz
perdoar minha loucura
quando deixo o meu lugar
e te peço pra ficar,
contestar minha censura
Por deixar na tua ausência
um vazio sem consequências
que antes era o meu recanto
por fazer com que a vitória
represente a minha glória
se durante a trajetória
findar-se o teu pranto
Por ignorar o roteiro
que um dia tão certeiro
protegeu o meu caminho
e fazer com que pareça
que a história às avessas
é sempre o melhor destino.
Você me assusta
porque eu volto a ser menino.
Informou-me a bela rosa
com muita sinceridade
que era doce o seu perfume
e discreta a sua vontade
disse ainda que era mito
que eram só pra proteger
sua frágil estrutura
os espinhos em seu ser
pois gostava do poder
que surgia na derrota
do gigante que caía
por sonhar além da conta
mas ainda que eu soubesse
as regras todas do jogo
e não quisesse arriscar
colocando a mão no fogo
cometi um grande erro
ao olhar todo o cenário:
conhecer as consequências
não te livra do calvário
quando pude reparar
o meu sangue já descia
pela inerte flor do campo
que eu achava que sorria
tinha um tom bastante intenso
de vermelho em sua cor
o que sempre teve antes
quando era incolor
tinha a mesma densidade,
sua aparência se mantinha,
nada estava ali mudado
nem ao menos parecia
mas enquanto perfurava
o meu dedo a flor apática
eu só pude me calar
e sentir de forma estática
que era minha a natureza
porque dela eu sempre fui
relembrou-me a flor imóvel
que por mim a vida flui
Pai
“Quando a vida lhe der um Pai
Viva a vida que lhe atrai
Pai sempre será Pai
Pois a vida eterna lhe trará
A sabedoria de se revelar
A que um dia será um Pai
Do fruto do Pai, sai a semente de Papai
A semente do querer, vem a emergir a vontade do querer
Querer nem sempre é poder
Mais meu Pai me deu o poder de querer
E por querer, lutarei para obter
A sabedoria de meu pai
Que tanto me atrai
Para um dia, ser como meu Pai”
26/04/2017
A minha amiga
a minha amiga eu não sei de onde veio
mas de lá trouxe tudo que podia:
o tempo que lhe falta na rotina
e se estende pela sua companhia,
a vontade de abrir o próprio peito
e abarcar esse mundo em um só dia
sem perder a leveza de sentir
o compasso que une a melodia
o que trouxe consigo a minha amiga
eu não sei se consigo descrever
é um pouco de tudo que eu já vi
mais um tanto de coisas pra aprender
é o sopro de vida que eu senti
quando a sorte me deixou escolher
que eu queria que fosse também seu
esse sangue que eu não pude eleger
à minha amiga ofereço o meu ombro,
o meu colo e a vontade de ficar
conversando como quem não quer nada
e desconhece a hora de parar,
o sorriso que de mim toma conta
ao dizer qualquer coisa sem pensar
pois é isso que ofereço e recebo:
a beleza de sentir sem julgar
o presente que eu dou à minha amiga
não tem fita, não tem laço, nem preço
é o que o espelho me mostra agora
e aquele jovem que eu já não conheço
é a dor que só vai porque demora
e aquilo pelo que mais tenho apreço
é o que vai sem medo de existir
pois não tem a sua morada endereço
ali surgiu, sem uma explicação
o que não tem nome e nunca vai ter
dali fluiu, sem uma só razão
o que a gente nunca vai entender
eu só queria, com muita afeição
não deixar pra depois e já dizer
que o tempo só vai dar a direção
pois és minha amiga e sempre vai ser
No caminho da mudança
No caminho da mudança
há um pouco de esperança
no que se vai construir
e se busca a liberdade
de poder criar a chave
para o que se quer sentir
e de luta é feita a estrada
em silêncio a caminhada
desemboca em um lugar
em que ninguém sabe ser
mais do que se pode crer
que se era ao começar
há o medo do que vem
da semente que contém
o futuro a ser criado
mas repousa na bravura
o dever de achar a cura
para o que feriu o passado
tem o sonho o seu recanto
ao criar com o seu encanto
o que vaza o homem são
e o limite da coragem
é a própria realidade
que se serve da ilusão
quem anda carrega em si
a certeza de que ir
é melhor do que ficar
leva tudo que não sabe
todo o anseio que não cabe
no receio de parar
mas quem deita dorme e esquece
que a resposta da sua prece
já está no seu perdão
e a sombra que o olho vê
não é nada além do que
produziu a sua ação
no caminho da mudança
há um pouco de esperança
há um passo e nada mais
agora
tua ausência já não se faz notada
aos poucos some o que restou de ti
quando percebo já é madrugada
e o meu silêncio deixa-me dormir
eu não peço para o destino nada
além do tempo que eu não vi partir
mas o impossível pavimenta a estrada
de quem ainda tem o que eu perdi
e na ilusão de que era meu o riso
que eu entreguei já antes de entregar
eu me esqueci de que era preciso
andar na areia para ver o mar
e este chão em que, com receio, piso
é a cidade em que vou habitar
Sonhei contigo esta noite
mas não quero nem lembrar
cada detalhe furtivo
que roubou meu descansar
Quero aos poucos me entregar
ao que trouxe o meu desejo
sem, contudo, desvendar
o que move o que não vejo
Quero em mim redescobrir
o destino pelo mapa,
a coragem em sentir
a beleza em ser cascata
É você, e mais ninguém
o que é meu está guardado
no que eu disse sem dizer
na janela do meu quarto
no que eu mato pra viver
na frequência com que calo
Sonhei comigo esta noite
Breve
A noite leve que de mim fugia
Roubava insípida a minha exaustão
Não inspirava mais humor que o dia
Nem demonstrava por mim compaixão
Era tão breve a vida que partia
Levava intrépida a minha oração
Para que o tempo que de mim corria
Não me roubasse a minha solidão
E mesmo sóbrio, no temor das horas
Eu despertava a minha própria aurora
Cavando o óbvio no jardim do sempre
E mesmo louco, por querer tão pouco
Eu entregava enfim um canto rouco
Ao que de mim corria eternamente
VAI
Aquiete o teu coração
que a tristeza vai passar
nada além do que convém
no teu peito vai durar
que se esvai por entre os dedos
o que era então tangível
para sempre revelar
no distante o invisível
do silêncio que gritava
com carinho o seu pretexto
do rompante que calava
qualquer sopro de sossego
na procura de viver
o que era o seu destino
descartando sem querer
o seu conto genuíno
Nada além do que convém
no teu peito vai durar
deixe quieto o coração
que a tristeza vai passar
que é teu o mar salgado
que esvazia o peito aberto
e da nuvem faz chover
irrigando o vil deserto
fica aquilo que se foi
para nunca mais voltar
fica o que já era seu
para sempre transformar
e afinal o que se ganha
é aquilo que se tinha
com um pouco de relevo
com um toque de euforia
com um tanto de receio
de entregar o seu presente
mais a vida que se tem
e é toda pela frente
pois o quanto de poesia
que se esconde no caminho
não se pode descrever
nem sequer viver sozinho
Se eu pudesse cantaria
a canção que em mim se esconde
se eu soubesse a melodia
do silêncio que responde
aqueles
que olhos aqueles que eu não sei explicar
eu não vou me perder se eu não quero encontrar
o meu mundo pequeno, tranquilo e sereno
neste exagero que me leva ao me fitar
que olhos aqueles que eu não sei evitar
eu já não vou correr se eu não quero parar
perdido, distante, com um ardor infante
neste calmante que me turva ao me salvar
são muitos caminhos a se desenvolver
e tantos vestígios que se vão esconder
na busca daquilo que se quer desvendar
mas se ao longo da trajetória eu me entreter
já não há mais distância alguma a percorrer
é a chance de renascer, dois sóis, um par
Eu sei, você sabe
Tinta preta e papel
Um terceiro no par
Mesmo que seja leve
Eu nunca soube atuar
Melhor deixa como está
Eu sei, você sabe
Julieta e Romeu
Só se for pra casar
Mesmo que seja fácil
Eu sempre quis complicar
Então me diz
Que fica aqui
Comigo e vai demorar
Só se for pra deixar o teu abraço
Em volta dos meus braços
Quando a sorte não quiser me escutar
Só se for pra entender o que eu digo
Ser sempre o meu amigo
Sem perder aquele jeito de amar
Eu sei, você sabe
Tinta preta e papel
Um terceiro no par
Mesmo que seja leve
Eu nunca soube atuar
Melhor deixa como está
Eu sei, você sabe
Julieta e Romeu
Só se for pra casar
Mesmo que seja fácil
Eu sempre quis complicar
Então me diz
Que fica aqui
Comigo e vai demorar
Só se for pra deixar o teu abraço
Caber bem nos meus braços
E fazer a sorte desabrochar
Só se for pra tornar o seu sorriso
Meu mais seguro abrigo
Sem perder aquele jeito de amar
Você vai olhar pra trás
e ver que sempre é muito pouco
vai querer se antecipar
dizer que sabe brincar com fogo
mas vai acordar
ao lado da chance
de poder viver
tudo de novo
e vai entregar
à sorte o mapa
com as regras do jogo
e então vai descobrir
que não dá mais pra construir
sua prisão de pouco em pouco
vai sentir o que sentiu
mesmo que já conheça o novo
e vai entender
que saber aonde ir
não muda o caminho
e vai encontrar
um mundo que não
conheceu sozinho
e então vai descobrir
Você vai olhar pra trás
e ver que sempre é muito pouco
A minha andorinha nunca será presa em uma gaiola; Eu a amarei tanto que nunca surgirá no coração dela o desejo de partir, apesar de ser livre para ir;
Quem ama jamais aprisiona;
Quem ama conquista a pessoa amada todos os dias.
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