Poema da Maça
“Deus ao criar o Paraíso e dá-lo ao homem,
concedeu um benefício. Proibi-lo de
comer a maçã, era o custo imposto”.
Plano mal pensado não é passado pra gente.
Corrente que aguente transtorno baque do acidente,
Macaco aprende o que no homem está ausente.
Pare e pense, pense.
Não sou aquela maçã perfeita lá no topo da árvore, tive quedas na vida que já me machucaram bastante...
Já fui mordida quando não merecia, já tive que amadurecer muito rápido, já tive pragas em minha vida, já fui apanhada de surpresa por mãos ruins, já caí em galhos podres.
Apesar de ter tido estações ruins, de ter vivido tempos difíceis, de ter enfrentado dias secos e de ter suportado muitos tombos, eu não apodreci! Muito pelo contrário, criei defesas em mim.
Aprendi que estar no topo não é exatamente o mais sensato. porque ter plantado novas sementes em mim e ter aprendido a colher novos frutos na vida, me ensinaram muito mais. Agora eu posso optar em colher e não esperar ser colhida. Para muitos o topo é mais importante, mas pra mim, as raízes são mais fortes, porque foram com os pés no chão, que eu aprendi a escolher melhor os meus frutos.
A maçã envenenada
A maçã que se envenena, não vale mais a pena.
Por fora pode parecer boa, mas por dentro um grande problema.
Aquele que envenena a maçã, espera que alguém a devore.
Às vezes não existe antídoto e de fato o sujeito morre.
Vence quem envenenou a maçã, pois fez o sujeito acreditar que comer aquela fruta iria fazê-lo se alimentar.
E muitas vezes não sabemos quem a envenenou, pois pode não ter sido aquele que te entregou.
De certo temos tragédia, fruto de uma imprudência e o arrependimento por não ter sido avaliado, a futura consequência.
O melhor é não comer essa fruta e entregá-lá de volta para o seu dono e no caso dele insistir que a devore, ofereça primeiro um gomo.
Sempre devemos ter cuidado com a verdadeira intenção, pois podemos estar sendo manipulados a provocar a nossa própria destruição.
A maçã continua reluzente e atrativa no pé da macieira; mas está bichada por dentro. O(a) incauto(a) ainda se detém na beira da estrada, chegando bem perto do perigo, se deixando seduzir pela bela aparência da maçã...
A um passo de saciar o seu desejo pecaminoso e abocanhá-la com sofreguidão; mordida fatal, um gosto de fel espirra contaminando todo o seu ser; morto mas saciado(a), enganado(a)...Caminho bem acelerado para o inferno
Malícia
...E ele dizia...
_ Teu beijo tem sabor de maçã.
_ Tua pele aquece como sol da manhã.
_ Rolando na cama tens perfume de flor.
_ Acariciada, exalas bálsamo de amor.
Confiei!...
Tinha-me o corpo ainda em broto...
Cravo cravado, me fazendo gemer...
No auge do amor a estremecer.
P’ra mim...
Versos de Zeus.
Quanto engano!
Quando se fora,
Amor cigano.
Nem adeus...
Cleir
Deus expulsou Adão e Eva do paraíso
por ter descumprido suas ordens mesmo
Sabendo que comer a maçã seria
um dos maiores pecados, Eva foi e comeu
E por ciúmes Caim matou Abel
entao daí pra cá, poucos aprenderam a lição.
E continuam a pecar com falsidade, inveja
sempre tentando destruir a vida do próximo
E esquecendo de viver a sua própria vida
Existe o paraíso, mas vocês preferem ficar dando
murros em ponta de faca do que viver nesse paraíso.
A MAÇÃ
Se esse amor ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor, vai se gastar...
Se eu te amo e tu me amas, um amor a dois profana
O amor de todos os mortais...
Porque quem gosta de maçã irá gostar de todas
Porque todas são iguais...
Se eu te amo e tu me amas e outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar?
Infinita tua beleza, como podes ficar presa
Que nem santa num altar...
Quando eu te escolhi para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi que além de dois existem mais...
Amor só dura em liberdade, o ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar...
O que é que eu quero se eu te privo do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar...
Quando eu te escolhi para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi que além de dois existem mais...
Amor só dura em liberdade, o ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar...
O que é que eu quero se eu te privo do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar...
(Raul Seixas)
Preferências
Para Nelson Gonçalves Maca*
Acho o Machado porreta
Tanto quanto o Barreto
Assis está para Lima
Quanto o enredo e a vida
Usam os dois como estetas
São também compatíveis
De modo natural
D2 , Cartola, BuleBule
Bezerra, Djavan e Mano Brown
Nunca recuse o conhecimento
Não adiantaria o som do clássico
Se omitida a voz do gueto
A alma humana, alegre ou trágica
Ergue-se, acima dos preconceitos
Quero ligar, ouvir e ver
Quilombo Vivo,
Blackitude
Maestros e ÊMeCis
Afrogueto, Quilombola
Testemunhas, Chopin
Buarque e Elemento X
Ogãs, makotas e pierrots
Hera Negra
Os meninos do CRIA
Pois em tudo mora a arte
Em todos vive a poesia
Viajo na batida
Libertária, confidente
Na denúncia da violência
Do policial demente
Gosto da espera vertida em versos
Ou o olho vivo que espreita
Quilombo armado de rima
Lanças, línguas e canetas
Espetando de todos os jeitos
As goelas dos racistas, elitistas
Pretensamente perfeitos
A perfeição pode ser métrica
Mas o poema da vida
Nunca se deu só por ela
Feliz ou satisfeito
A perfeição é um A U com rolê
Ou o passo da passista
Um Stradivarius, Monet
Transformando agonia e fome
Em arte pura e sem nome
Que brota da pedra e da pista
Dos fatos, do incidente
Da criação, do artista
Rima, peleja, repente
Cantador ou DJ, nesta fita
Daí certas preferências
Que alimento, como revide
Desaforo posto no verso
Como nos versos do Thaíde
Ou de outros repentistas
Profetas de toda coragem
Carregando pelo mundo
Caminho novo e viagem
Fazendo de modo correto
Ensinamento e mensagem
E outros atrevidos, sagrados
Estrelas brilhando no dia
Como meu mestre Maca
Língua qual gume de faca
Entendendo toda poesia
De Homero ao quilombola Juno
Vencendo os estereótipos
Reeducando a academia
Me deixe em paz.
Não conheci a Eva,
nem estive no tal paraíso.
Eu não mordi a maçã.
Aliás, eu odeio maçãs, gosto mesmo é de goiabas.
Quando o sol se por e não banhar mais os seus lindos lábios cor de maçã, o orvalho pousará sobre as flores, o silêncio nosso cúmplice sentado dentre os canteiros escora-se no jardim como sentinela. O vento que não foi capaz de vivificar meu rosto, lampejo no céu marca a chuva prestes a chegar, nuvens cinza-escuro entristeciam meu olhar vagando pelo céu. Do ancoradouro amargo que vivi tantos anos, a felicidade foi aportar em outro lugar, eis que descobri, ela ancorou aqui!
Uma trovoada rompeu o silêncio e a sua concentração, trancou a janela olhando vagamente pelo vidro embaçado uma mulher correndo pela rua, fechou a cortina e no intimo do seu quarto, como se atravessasse um deserto buscando encontrar um oásis no recôndito das palavras pôs-se novamente a escrever:
Partindo do marco dominante eterno, o amor que encara a tempestade com bravura como uma estrela cintilante lá do alto norteia-se errante na eternidade. Reguei com lágrimas minha sabedoria e com derrotas o meu sorriso, aprendi que no céu sempre haverá uma tempestade e no caminho um tropeço para alertar que minha missão ainda não terminou. Por mais que a vida vede o meu falar ou estanque o meu ver, por você eu sussurro “Eu amo você”. Por mais que a sua ausência trescale em meu coração a sensação da dor mais intensão, que o machucado mais profundo impeça o meu deslocar, sentirei meu último frêmito quando o vento levemente tocar os teus cabelos.
Finalizando o seu âmago poético dobrou o pequeno rascunho, na incerteza de renúncias e na possível loucura, colocou no bolso de trás de sua calça jeans-clara buscando coragem e a certeza para que ela soubesse que dentro dele habita o amor.
Contrariando de Cazuza
Eu fiz um blues em tua homenagem
O inverno é amanhã,
Baby Maçã...
Eu vou rimar em você minhas ultimas bobagens
É que talvez não tenha se tornado um fruto proibido...
Teria entrado em meu quarto
Assim como aquele disco entrou no meu ouvido.
Os teus lábios parecem ter o gosto de maçã mordida
Como desejo de tê-la em meus braços, aproveitando a inspiração do dia
Eu a cortejo por todos os lados;
O dourado de seus cabelos
Me fazem admirar o céu
na esperança de sentir o gosto do seu amor
E não esperar o gosto de fel
Eu me simpatizei de verdade com você
Por isso eu lhe pergunto...
Será que eu posso te conhecer?
Branco Ocular
Das sementes
De maçã
Nas pedras
Do insondável
Que
Sempre é
Amar
Turbilhão
De
Emoções
Lúdica
Doçura
Delcioso
Sentir
Que
Mais
Não fora
Tão pouca
A vida
Então
No átimo
De um instante
Eternamente
Existir
Aquela maçã do amor
que dividi com você
se tornou lei para a vida toda,
Celebramos a macieira
da nossa união
com amor, fé e alegria no coração.
Seyitler
Do alto de Seyitler
danço com a maçã
na cabeça desafiando
o meu próprio equilíbrio
em nome do poema
que hei de escrever
sobre os teu olhos
desafiadores e comovidos,
A relação com o perigo fez
de nós indivisíveis e íntimos.
Um aroma gostoso
de Bolo de Maçã do amor
feito com todo capricho,
Para Santo Antônio de Lisboa
já está feito o pedido,
Agora só falta você
aparecer no meu caminho.
Na primeira mordida
se igual a festa que
faz a Maçã do amor,
É a minha poesia
junina para te inspirar
a festejar com sabor,
Não duvide que sou
brejeira e caipira
e para sempre na vida
serei quem eu sou.