Poema da Maça
Me deixe em paz.
Não conheci a Eva,
nem estive no tal paraíso.
Eu não mordi a maçã.
Aliás, eu odeio maçãs, gosto mesmo é de goiabas.
Preferências
Para Nelson Gonçalves Maca*
Acho o Machado porreta
Tanto quanto o Barreto
Assis está para Lima
Quanto o enredo e a vida
Usam os dois como estetas
São também compatíveis
De modo natural
D2 , Cartola, BuleBule
Bezerra, Djavan e Mano Brown
Nunca recuse o conhecimento
Não adiantaria o som do clássico
Se omitida a voz do gueto
A alma humana, alegre ou trágica
Ergue-se, acima dos preconceitos
Quero ligar, ouvir e ver
Quilombo Vivo,
Blackitude
Maestros e ÊMeCis
Afrogueto, Quilombola
Testemunhas, Chopin
Buarque e Elemento X
Ogãs, makotas e pierrots
Hera Negra
Os meninos do CRIA
Pois em tudo mora a arte
Em todos vive a poesia
Viajo na batida
Libertária, confidente
Na denúncia da violência
Do policial demente
Gosto da espera vertida em versos
Ou o olho vivo que espreita
Quilombo armado de rima
Lanças, línguas e canetas
Espetando de todos os jeitos
As goelas dos racistas, elitistas
Pretensamente perfeitos
A perfeição pode ser métrica
Mas o poema da vida
Nunca se deu só por ela
Feliz ou satisfeito
A perfeição é um A U com rolê
Ou o passo da passista
Um Stradivarius, Monet
Transformando agonia e fome
Em arte pura e sem nome
Que brota da pedra e da pista
Dos fatos, do incidente
Da criação, do artista
Rima, peleja, repente
Cantador ou DJ, nesta fita
Daí certas preferências
Que alimento, como revide
Desaforo posto no verso
Como nos versos do Thaíde
Ou de outros repentistas
Profetas de toda coragem
Carregando pelo mundo
Caminho novo e viagem
Fazendo de modo correto
Ensinamento e mensagem
E outros atrevidos, sagrados
Estrelas brilhando no dia
Como meu mestre Maca
Língua qual gume de faca
Entendendo toda poesia
De Homero ao quilombola Juno
Vencendo os estereótipos
Reeducando a academia
A maçã
És pela manhã meu alimento
Ver-te verde ou vermelha
Mãos e lábios se aproximam
A ingestão que preciso
Como olhos, tu brilhas
Doe a mordia, doe a distância
O cheiro da conexão perfeita
Desfeita a cada partida.
Somos dependentes da mordia
Do suco, do suor e do aperto
Sem medo, o mesmo
Sempre será o mesmo
Seguindo o teu caminho
Tu vais limpando e arrumando
A minha volta
O meu partir
Sei que voltarás
Mas, quero morder e me alimentar
Todo dia.
Com a paz e o amor que eu preciso
Mão na nuca, te aperto sem parar
E tu paras sem falar.
Não se encontra a metade da sua maçã em qualquer esquina, qualquer mercearia.
A metade da sua maçã, será aquela que lhe fará feliz com simples gestos.
Que lhe faça sorrir, mesmo que você esteja no seu pior dia e que acima de tudo esteja com você em todos os momentos da sua vida. Sejam eles bons ou ruins.
Essa sim será a metade da sua maçã!
Contrariando de Cazuza
Eu fiz um blues em tua homenagem
O inverno é amanhã,
Baby Maçã...
Eu vou rimar em você minhas ultimas bobagens
É que talvez não tenha se tornado um fruto proibido...
Teria entrado em meu quarto
Assim como aquele disco entrou no meu ouvido.
A MAÇÃ
Se esse amor ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor, vai se gastar...
Se eu te amo e tu me amas, um amor a dois profana
O amor de todos os mortais...
Porque quem gosta de maçã irá gostar de todas
Porque todas são iguais...
Se eu te amo e tu me amas e outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar?
Infinita tua beleza, como podes ficar presa
Que nem santa num altar...
Quando eu te escolhi para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi que além de dois existem mais...
Amor só dura em liberdade, o ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar...
O que é que eu quero se eu te privo do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar...
Quando eu te escolhi para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi que além de dois existem mais...
Amor só dura em liberdade, o ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar...
O que é que eu quero se eu te privo do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar...
(Raul Seixas)
Minha alma nao é forte,
Talvez eu não suporte,
O pranto que me cai sobre a maçã
Que se nega a cessar,
Transbordando meu Pesar
Na Esperança de manter minha mente sã.
Plano mal pensado não é passado pra gente.
Corrente que aguente transtorno baque do acidente,
Macaco aprende o que no homem está ausente.
Pare e pense, pense.
Suco de maçã
Aquela noite não quis sair. Preferiu ficar no aconchego da casa.
Na rua só fatos rotineiros, nuvens pesadas escondiam a lua, pela qual tinha grande atração.
Nos bares em frente a sua casa, os amigos riam e bebiam em mesas colocadas sobre as calçadas. Cenas absolutamente rotineiras. Na sua solidão fitava a rua pela janela de vidro e mantinha-se atento ao telefone celular. Como não surgia a tão desejada ligação resolveu fazer um suco. De maçã. Se sua amada estivesse ali diria que era da fruta proibida. Sempre era assim. Esta insignificante lembrança deu-lhe certo alívio e conforto.
Gargalhou da própria sorte. Fechou os olhos e deixou rodar na memória os mais belos momentos que junto passaram.
A rememoração do perfume dela enchia a casa de certo cheiro de saudade. Mas o telefone permanecia mudo e aquilo o angustiava. E aquela voz que o faria feliz não era ouvida.
Só uma ligação e bastava.
Contudo o dia amanheceu. O telefone não tocou. Ficou aquela lacuna sem ser preenchida.
Na noite seguinte quando ela chegou e perguntou se havia esperado muito pela ligação, orgulhoso, mentiu que tinha dormido cedo.
Assim teve uma noite perfeita.
Dessas que valem por uma vida.
Maçã podre
Planto na sombra dos corpos grudados
O cálice amargo do licor condensado.
A magia transformada em vultos derramados
Vozes se transformam em gemidos sussurrados.
Quem sente mais forte não entende
A fraqueza pragueja nos arredores.
Estica-te na suavidade que me rende
Prece vazia de filme de horrores.
Aquele que feliz sorri na vida
Que toca o pandeiro da alma contente
Tem minha inveja assumida,
Ah, não quero ver nem mostrar os dentes.
Junto no chão a maçã mais podre.
Escuto ao longe fortes gargalhadas.
Sento a beira da margem salobra
Sem força e sem rumo pra pegar a estrada.
A maçã envenenada
A maçã que se envenena, não vale mais a pena.
Por fora pode parecer boa, mas por dentro um grande problema.
Aquele que envenena a maçã, espera que alguém a devore.
Às vezes não existe antídoto e de fato o sujeito morre.
Vence quem envenenou a maçã, pois fez o sujeito acreditar que comer aquela fruta iria fazê-lo se alimentar.
E muitas vezes não sabemos quem a envenenou, pois pode não ter sido aquele que te entregou.
De certo temos tragédia, fruto de uma imprudência e o arrependimento por não ter sido avaliado, a futura consequência.
O melhor é não comer essa fruta e entregá-lá de volta para o seu dono e no caso dele insistir que a devore, ofereça primeiro um gomo.
Sempre devemos ter cuidado com a verdadeira intenção, pois podemos estar sendo manipulados a provocar a nossa própria destruição.
A maçã continua reluzente e atrativa no pé da macieira; mas está bichada por dentro. O(a) incauto(a) ainda se detém na beira da estrada, chegando bem perto do perigo, se deixando seduzir pela bela aparência da maçã...
A um passo de saciar o seu desejo pecaminoso e abocanhá-la com sofreguidão; mordida fatal, um gosto de fel espirra contaminando todo o seu ser; morto mas saciado(a), enganado(a)...Caminho bem acelerado para o inferno
Malícia
...E ele dizia...
_ Teu beijo tem sabor de maçã.
_ Tua pele aquece como sol da manhã.
_ Rolando na cama tens perfume de flor.
_ Acariciada, exalas bálsamo de amor.
Confiei!...
Tinha-me o corpo ainda em broto...
Cravo cravado, me fazendo gemer...
No auge do amor a estremecer.
P’ra mim...
Versos de Zeus.
Quanto engano!
Quando se fora,
Amor cigano.
Nem adeus...
Cleir
Deus expulsou Adão e Eva do paraíso
por ter descumprido suas ordens mesmo
Sabendo que comer a maçã seria
um dos maiores pecados, Eva foi e comeu
E por ciúmes Caim matou Abel
entao daí pra cá, poucos aprenderam a lição.
E continuam a pecar com falsidade, inveja
sempre tentando destruir a vida do próximo
E esquecendo de viver a sua própria vida
Existe o paraíso, mas vocês preferem ficar dando
murros em ponta de faca do que viver nesse paraíso.
Menina, nem tudo na vida vai dar certo.
Nem tudo vai ser cor-de-rosa e doce feito maçã do amor.
Às vezes, a vida vai te botar numas arapucas, que pra sair vai dar trabalho, vai ter que ralar, rezar, chorar...
Porque aqui, do lado de cá da vida, só sobrevive quem é forte pra entender que nem sempre vai rolar cafuné na cabeça.
Sobrevive quem tem resistência pra aprender as lições que a vida dá, por mais injustas e doloridas que pareçam ser.
Vai doer? Vai! Vai sim!
Vai doer e vai sangrar - muito - e não vai ter ninguém pra soprar e estancar a dor.
Só o tempo e sua persistência é que vão te estender a mão.
Isso não significa que você vai perder todas as batalhas. Significa, que você estará pronta pra escolher com sabedoria que armas usar quando a vida te botar cara a cara com as dificuldades.
E o que parecia ser castigo, vai te salvar de muita, mas de muita coisa mesmo!
Estou contigo nessa hora
A você, meu amor, me abro agora.
A maçã do meu rosto cora.
Entretanto, meu coração implora.
O sentimento, do peito, jorra,
Onde toda a bondade mora,
E toda a maldade se devora.
Meu amor, não chora.
Bota esses sentimentos pra fora.
Te levo naquele lugar que você adora,
E os babacas da vida você ignora.
Depois de certo tempo, você melhora.
Acredita em mim, também já vi a minha paz indo embora.
Não se apavora.
Estou aqui, contigo, nessa hora.