Poema da Liberdade
Não há pessoa que não ame a liberdade, mas quem é justo exige-a para todos, quem é injusto, apenas para si mesmo.
A liberdade é um bem comum, e se todos não desfrutam dela, não serão livres nem os que se julgam como tal.
Num Estado, isto é, numa sociedade onde há leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer-se o que se deve querer e em não estar obrigado a fazer o que não se deve querer.
Eu nunca entendi por que as pessoas consideram a juventude como um tempo de liberdade e prazer. Provavelmente porque elas esqueceram as suas próprias.
Os regimes que reprimem a liberdade da palavra, por se incomodarem com a verdade que ela difunde, fazem como as crianças que fecham os olhos para não serem vistas.
A literatura num país sem liberdade pública é a única tribuna do alto da qual se pode fazer ouvir o grito da sua indignação e da sua consciência.
A prova básica da liberdade talvez esteja menos naquilo que somos livres para fazer, do que naquilo que somos livres para não fazer.
Há no mundo uma conjura geral e permanente contra duas coisas, a poesia e a liberdade; as pessoas de gosto encarregam-se de exterminar uma, tal como os agentes da ordem de perseguir a outra.
Não é livre o homem que não se governa a si mesmo; a liberdade existe na proporção do autodomínio equilibrado.
Se um escritor quisesse demonstrar que a liberdade não lhe é necessária, pareceria um peixe querendo convencer-nos de que a água não lhe é útil.
A maior parte dos males e misérias dos homens provêm, não da falta de liberdade, mas do seu abuso e demasia.
A autoridade é necessária para tutelar a liberdade de cada um contra a invasão de todos, e a liberdade de todos contra os atentados de cada um.
Não há amor da parte de um ser sem liberdade. Ao que ele chama o seu amor é à paixão dessa liberdade.
Os que reclamam para si maior liberdade são os que ordinariamente menos a toleram e permitem nos outros.
Toda a sociedade que pretende assegurar a liberdade aos homens deve começar por garantir-lhes a existência.
Liberdade e amor andam juntos. Amor não é reação. Se eu o
amo porque você me ama, trata-se de mero comércio, algo
que pode ser comprado no mercado. Amar é não pedir nada
em troca, é nem mesmo sentir que se está oferecendo algo.
Somente um amor assim pode conhecer a liberdade. (...)
Quando vemos uma pedra pontiaguda em um caminho
frequentado por pedestres descalços, nós a retiramos não
porque nos pedem, mas porque nos preocupamos com os
outros, não importa quem sejam. Plantar uma árvore e cuidar
dela, olhar o rio e desfrutar a plenitude da terra... para tudo
isso é preciso liberdade – e, para ser livre, é preciso amar
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Nota: A parte inicial é uma adaptação do poema "Alta Tensão" de Bruna Lombardi.