Poema da Fome
Nota:
Em Dezembro, lembrar de acolher órfãos e viúvas que passam essa época sozinhos e nem sempre têm o que comer nesse tempo de tanta festa e desperdício de alimento!
19122023
Alegria do Povo
O povo-criança,por ser comportado
Ganhou um presente de pouco valor
Uma bola,uma trave,uma taça,uma faixa
E um grito de gol.
E o povo,coitado,pensou,enganado,
que a rua era sua,que a noite era dia
E gritou,e pulou e berrou e gritou
E bebeu e morreu,no seu jeito triste
de ser alegria.
A tristeza saiu pelas ruas
sentindo alegrias de Carnaval
A fome saiu pelas ruas
comendo fatias de vendaval
A Esperança ficou bem quietinha
virando poesia de Festival.
Esperança em que um dia esse povo
Contente de novo,cantando na rua
(que então será sua),
tenha outros motivos para festejar
Não tema as palavras, não fique calado
Nem grite esse grito,estranho,orquestrado
nem espere mais.
Na noite que é dia
O grito de gol se transforme em Poesia
Em grito de guerra,em cantiga de paz.
Sejam conscientes
E libertem_se da escravidão
São anguessugas
E querem que vocês se danem,
Se lasquem, fiquem na miséria e com fome... Que todos fiquem pobres, famintos, Sintam_se desgraçados, humilhados e envergonhados da sua própria nudez, da sua impotência, da sua ignorância e sinta_se miseráveis...
Que precisam de ajuda e de amparo de um "ser" que os salvem dessa destruição...
_ Ha! Há! Ha!...
Assim é que eles conseguem arrebanhar todo os países, continentes e o mundo... Com medo, desesperados, sem emprego e sem comida...
Sim... Aquele "super homem" que surgir para salvá_los: vai ser idolatrado, contemplado e vão trabsformá_lo em um Deus...
Mesmo que ele só ofereça esmolas, bolsas de tudo o que vocês imaginam: a
Até de esmolas e farinha com água...
Vão servi_los de joelhos...
Amém!...
Libertem_se...
Paz no coração!...
Deus no coração
Deus no coração sempre
Amor por todos que nos acompanham
Gratidão pela vida
Busca incessante pela paz
Pela liberdade
E pela irmandade no mundo.
Por alimentos na mesa de cada ser
Por caminhar com gratidão
E amor no coração
Abraços
Deus conosco
Estamos sozinhos
Somos nós por nós
Enquanto uns brigam por poder na nação
Uns brigam por emprego entre a população
Enquanto uns vivem nas ruas
Em busca de nao viver mais condenados
Outros esbanjam e gastam
E superfaturam em leite condensado
O salário aqui é mínimo
Mas não temos nem direito ao mínimo
Mínimo de conforto
Mínimo de um dia de paz
Um dia morre a moça e sua filha
No outro o filho daquele rapaz
A fome na rua
Não tem nome e nem certidão
Não tem endereço e não possui cpf
Uns ajudam e outros esquecem
Tem até aqueles que dizem
"Se está ali é porque merece"
O sonho é de ter casa própria
O sonho é de que não nos falte o que comer
Sonhar em ver o filho sobreviver
O sonho de ver o filho crescer
O ruim é que a história se repete
Pra gente que na vida não ganha oportunidade
O mesmo pobre que é pobre aqui
Também vai ser pobre em outra cidade
O sistema quer nos ver ali
Trabalhando pra que eles possam ganhar
Mas nunca vamos desistir
De uma vida digna alcançar
Que um dia o fardo nao seja tão pesado
Que um dia não troquemos o almoço pela janta
Que nesse dia sejamos todos alegres
Que tenhamos mais visibilidade para nós e nossas crianças
Prazo raro pra viver dia a dia
Desconforto pra quem zera a vida
Ser Brasileiro é um evento
Digno de pena para Unicef
Viver dançando não é mania
É pra esquecer o que ver nas esquinas
Crianças nas ruas pedindo comida
Obrigados pela fome adquirida
E quando a Pátria se lembra da gente
É pra saber em quem votar
Nos fazem crer que somos diferentes
Amarelos e vermelho de vergonha
Inclinando para guerriar dia pos dia
Me prato é raso pra aguentar o dia
Agua amarga pra adoçar a vida
Enquanto alguns os comem ouro
Muito nao sabem se acordam noutro dia
Meu prato é raso pra comer de dia
Meu pão mofado pra aguentar a vida
Eu sinto seus olhares
Famintos em mim
Eu sinto o seu corpo
Pedindo o meu
Eu sinto sua boca
Me chamando pra perto
Pois saiba: Eu te também te quero.
O trabalhador trabalha,
O empresário ganha.
Só recebe migalha,
Enquanto o empresário ganha.
A barriga ronca,
Mas precisa alimentar as crianças.
O empresário tem a barriga "cheiona",
Enquanto o trabalhador só tem esperança.
A fome assola o mundo,
Matando mil por dia.
Existem ricos vagabundos,
Que nem compartilham.
Recito essa poesia,
Com amor e carinho.
Para que um dia,
A fome acabe e todos estejam "cheinhos".
( Fiz esse poema pra um trabalho de escola)
Não é muito agradável
se lhe pede um alguém
um dinheiro pra comprar
o arroz e o xerém.
Mas, e se fosse você
sem ter nada pra comer,
sem ajuda de ninguém?
O MENDIGO
A calçada é meu lar.
Sou pessoa oprimida.
Cato lixo para achar
uma sobra de comida.
É tão grande a minha fome
que nem sei mais o meu nome
e nem mesmo o que é vida.
#ESCÁRNIO
Alguns casebres remendados...
Alguns casarões iluminados...
Resididos por fantasmas assombrados...
Entre os becos, mentirosos estúpidos...
Ratos gordos, bem vestidos...
Porcos bem criados...
Galos fanfarrões dopados...
Damas e cavalheiros de sapatos feios...
Pisando torto...
Joanetes inflamados...
O religioso embriagado...
A linguaruda cuidando dos desavisados...
Promíscuos...
Proxetas...
Muitos incubados...
Alcoólatras pederastas...
Afoitos pelos meninos...
Velhas carcumidas...
Sem noção, sem sentidos...
Mocinhas oferecidas...
Muitas delas apenas meninas...
Mancebo sem dinheiro...
De belo topete...
Pouco estudo...
Por pouco se vende...
Apenas um pó...
Um baseado...
Obesas matronas todas suadas...
Com piadas sem graça...
Rastejando pesadas pelas calçadas...
Outras tão magras e secas...
Passam fome com certeza...
A carne está tostada...
Cheira bem mal...
Comida mau temperada e cara...
Causa ventosidade o feijão queimado...
E pela cidade no circo armado...
A mocidade...
Consome drogas em liberdade...
Todo mundo quer ser o patrão...
Fumando bosta...
De pé no chão...
O pouco que ganha...
Gasta em uma hora...
E na cabeça com o pó Royal...
Fica gabola...
Sem saber o tanto que lhe faz mal...
Em cada canto...
Surge um querendo governar o mundo inteiro...
Em cada porta um orgulhoso...
Achando-se portentoso...
Na confusão do mais horrendo dia...
Essa estranha freguesia...
Mascara-se, quem diria...
Afinal a festa está pronta...
A lua no céu nos vigia...
E em grande euforia...
Todos fingem alegrias...
E eu...
Encorbeto ignorante...
Muitas vezes me calo...
Estamos condenados a falar o que se sente?
Tal qual palhaço me visto...
Antes rir da desgraça...
Do que chorar pela vida sem sentido...
De nada mais me assombro...
Esse lugar é bizarro...
Resta-me apenas o escárnio...
Cumprindo esse fado, sorrindo na dor...
Calado...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
.
"De tempos em tempos, duas questões vêm e me assombram a alma:
A primeira, a partir de quando a tecnologia da automação substituirá quase a totalidade da força de trabalho humano nas atividades comuns, com a extinção da imensa maioria dos postos de trabalho que temos hoje.
A segunda, saber se nesse período as pessoas nascerão fadadas a miséria, fome e criminalidade, um tanto do quanto já vemos hoje, ou se finalmente teremos evoluído enquanto humanidade para compreender o sentido e a relevância dos conceitos de redistributividade e justiça social.
Embora não tenha nenhuma previsão de resposta quanto a primeira, receio pela sua brevidade, já quanto a segunda, tenho medo de pensar sobre tanto, no entanto, não me calo, por isso reflito, instigo e falo."
(H)aja!
No ambulatório
Vidas que lutam
Haja coração!
No laboratório
Cientistas que buscam
Haja cura, haja solução!
No labor diário
Pessoas que correm
Haja fome, haja o que for, haja o pão!
Em tempos assim
Não nos esqueçamos
Haja caridade, haja amor, haja compaixão! Aja!
Da janela do quarto,
olhava para rua
Nua e crua,
revelava a tristeza
que vinha na rua.
O ser humano perdido
não era bandido,
não tinha destino,
caminhava sorrindo,
buscando comida
que encontrava nas ruas.
Como criança, não entendia
por que existia tanta comida na mesa
e barrigas vazias caminhando nas ruas.
(FERGOM, Edleuza. Indagações. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 99).
✍️
"Ela é animal selvagem,
camuflada no meio da paisagem,
somente ataca quando está com fome ou pra se defender."
***
Falsa humildade
A atitude de orientar alguém a não deixar sobra de comida no prato, não é uma virtude de um cidadão empático. Esse gesto não resolve o problema da fome no mundo, no seu país, no seu estado, nem na sua cidade, muito menos no seu bairro. Essa prática revela a falsa humildade.
131222
A cigarra e a formiga
Carlos Nery
Disse, com fome, a cigarra
Assim como quem se agarra
À tábua da salvação:
Escute amiga formiga,
Você nunca foi amiga,
Mas dê-me um pouco de pão!
A formiga, abundante de pão
E de mesquinhez,
Respondeu com seu rompante,
Negando ajuda outra vez:
Não pra você que é autora
De música e é a cantora,
Do dia azul de verão.
Não lhe darei alimento,
Pois Deus lhe deu o talento,
Pra que ganhasse o seu pão.
Mas se esqueceu a formiga,
Que no coração abriga
O egoísmo e o desdém,
De uma lei que é divina,
Que o nosso Jesus assina:
Dê sem olhar a quem!
O prato da amargura e mãe da destruição.
A guerra é um prato frio, e que se come com frieza, irmã da vingança e aliada do desespero, ela faz a sua vida se torna um pesadelo.
Geradora da fome, e promovedora de chacinas a guerra espelha uma vida sofrida,
onde sobreviver é a unica alternativa.
Quem vive em meio a guerra não pensa em ser artista, vive em meio a fome e luta para se manter vivo.
_Trágico, momento te amo
tento me controlar...
quero redimir...
mais tenho fome...
tenho tantos desejos
que sinto seu perfume
e gosto da sua carne
perdura a noite toda...
persigo meus extintos,
e abraço meu destino...
está tão viva que a desejo...
forço meus instintos,
me atrevo a lamber seu corpo...
Estou com muita fome...
Louco..a para devorar você inteira!
Mas fica tranquila..o, eu só vou morder e mastigar você no final.
No início eu quero lamber e degustar você com a língua primeiro.
Antes de chegar no principal eu vou saborear você, pelas beiradas.