Poema da Fome
Dor doída.
Temos que pensar na vida
sem pensar no sobrenome
quando existe uma ferida
é tratando que ela some
nunca vi dor tão doída
quando a dor chamada fome.
“Todas as manhãs a gazela acorda sabendo que tem que correr mais veloz que o leão ou será morta. Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deve correr mais rápido que a gazela ou morrerá de fome. Não importa se és um leão ou uma gazela: quando o Sol desponta o melhor é começares a correr”. Provérbio africano
(do livro em PDF: A confissão da leoa)
Se você é o que você come, o que acontece com quem não come nada?
Será por isso que ninguém enxerga toda essa gente?
Simples!...
mente que me ama.
Sim,
please,
me engana.
Me declama
qualquer prosa.
Simplesmente,
mente.
Minha mente
não reclama.
Mas me leve,
leve,
pra sua cama.
Assim sim,
simples,
sim, please.
A ilha que sou.
Sou uma pequena ilha,
vivendo na solidão
do seu micro-clima,
afogando-me cada dia.
Sou uma pequena ilha,
que caminha pela rua,
alheia à dor do próximo,
insensível a tudo que não seja
minha própria necessidade.
Sou uma pequena ilha,
árida, seca e vazia,
que mata de fome e sede
a todo o que se atreva a visitar-me.
Sou uma pequena ilha
que se afoga e se perde.
Cada dia minguando,
afundando no oceano da vida.
Até quando serei uma ilha?
Abandono.
Foi você quem fechou a porta
Onde está o meu endereço
Mas se ninguém se importa
Este sou eu pagando o preço.
Empurrado pra's ruas
Disse que não me faltava quase nada
Mas quando me deu um cobertor
Não percebeu
Que o frio vem também da solidão
Da falta de um pão
Na barriga vazia de quem nada comeu
Disse que me arrumaria um bom emprego
Mas quando encontrou uma vaga
Esqueceu
Que pra tudo tem que ter formação
E pra quem não recebeu primeiro educação
Restou acostumar-se com a vida de plebeu
Disse que eu estaria limpo após um banho
Mas depois de todo um sabonete usado
Não percebeu
Que a sujeira vem das ruas deste mundo
E quem está sempre nelas continuará imundo
Porque não tem um lugar pra chamar de seu
Disse que resolveu minha vida
Mas quando falou que o fez
Esqueceu
De certificar-se que eu só sobrevivia
E que cidadania nenhuma eu teria
Enquanto a cidade crescer mais que eu
Alimento para dois
Por favor, exagere! Mostre-me o todo e mais! O tempo passa e ela está faminta!
Não deixe a fome se cansar, não deixe... Não deixe de procurar! Ela precisa em demasia e você, você depende da necessidade dela para se saciar e para saciá-la!
O tempo passa, Ela sempre faminta... Peço que não deixe essa boca sedenta, saliente e quente! Não a deixe ir agora!
Mude a receita, onde aquele sentimento está? Exagere e, então, prove! Provem os dois, saciem-se até que se possa ver o fundo emergulhem!
Sintam os dois como deve ser... Devorem-se! Seus corpos são um alimento que quanto mais se consome maior fica a fome. Exatos e sublimes por vocês dois!
E justamente porque são dois...
Inocências Feridas
O meu olhar,
A minha voz
O meu grito mudo de dor.
O meu eu aflito
A minha inquietude
A minha prece
Vão hoje para as crianças.
Que padecem
Por conta do maltrato,
Dos adultos perversos.
Crianças vítimas das guerras
Das pestes
Da fome
Da exclusão social que extermina seus sonhos
Suas cirandas.
Suas esperanças
Filhas de uma sociedade egoísta
Que nem as migalhas da sua mesa é capaz de repartir.
Dos governos soberbos e tiranos
Desumanos
Que se autodenominam salvadores
Enquanto roubam e mentem,
E se enriquecem
Enquanto apodrecem
Nas ruas e nos lixões
Crianças indefesas.
Que salivam atrás de uma vitrine
E expelem vermes
Enquanto se espremem
Em cubículos ínfimos
Do tamanho das consciências dos governantes.
Nas favelas.
Expostas às dores
Maiores que suas almas.
Enormemente maiores que a nossa bondade.
Quem come e guarda, come duas vezes!"
Para refletir com carinho e começar a mudar!
"Um grão de arroz e mais um grão de feijão.... deixado no prato, de cada um de nós, mata a fome de uma população imensa, muitos dos nossos passam fome e ou comem os restos que são jogados no lixo!
Sirva-se à vontade e só coloque no seu prato, o suficiente para se alimentar, não desperdice!
Geilda Souza de Carvalho
Na ponta da língua
Estava na ponta da língua
A palavra que iria te intitular
Mas um pensamento indecente
Apossou-se de mim ferozmente
E a este nome fez mudar.
Estava na ponta da língua
Toda minha fome de beber
Toda minha sede de comer
Mas um pequeno gesto teu
Tudo mudou e todo meu corpo ascendeu
Estava na ponta da língua
O resgate para o desperdício de sabor
Mas já com o corpo fervendo
As palavras foram se perdendo
Apenas entre os dentes a língua ficou.
Enide santos 31/07/15
Batata em ação.
Sem batata não fico não.
Excelente opção
Rica em carboidrato.
Alimento barato.
Vitaminas e minerais.
Saudáveis e naturais.
Propriedades e riqueza.
Em nossa mesa.
Não faltará batata.
Branca, amarela, vermelha ou mulata.
Em purê, suflê ou á dorê.
Quero sempre te comer.
Todo individuo conheça a Batata.
Da roça, da fazenda e da mata.
Ela ama seu coração.
Lhe dá força e razão.
São diversas opções.
Recheadas de emoções.
Batatas doces.
Batatas fritas.
Ou com camarões.
Todas tem uma relação.
De amor afeto e paixão.
Estão em todos os lugares.
Supermercados, feiras e bares.
Tem todos os formatos.
Enfeitando nossos pratos.
Sentir, cheirar, tocar.
Ò batata.
Contigo quero estar.
Junior Mansi
Triste
decisões oblíquas
ilusões colossais
vindas de espíritos opacos
triste
por natureza translúcido
nunca soube quem sou eu
conto agora minha história
de lutas e glórias
mas vem um louco sádico
acádico arcaico
me dizendo o que devo fazer
RAM!!! vou dizer:
ou melhor o meu querer
se expande do meu ser
vai além do que posso ver
olha aqui seu doutor
sou um mendigo desgraçado
em pais capitalizado
quase não como
quando bebo falo meu vômito
minhas entranhas, minha esperança
meu povo empalidece
mas não se esquece
chão rachado
vento calado
mas aqui a fome
não tem outro nome
bota mais água no feijão para o homem
aquele que consome a vida social
Indiferença...
Acordam, ainda respiram, se tem, tomam o café da manhã e, em seguida, se podem, buscam um banho.
A pé, de ônibus ou metrô enfrentam o desafio de chegar ao trabalho ou por mais um dia em busca dele continuar.
Convivem com a fome enquanto tantos, enfastiados, não sabem o que escolher.
Supermercados e restaurantes descartam comida boa todo santo dia.
A noite chega, lá se foi mais um dia, igual a tantos outros que já se foram e, indiferentes, seguimos.
Não nos importamos mais, estamos nos deixando envolver pela indiferença.
Alguém, sem alarde e como sempre, prestando atenção, oferece um prato à mãe e seu filho que, constrangidos, agradecem e procuram um canto, escondidos saciam a fome de horas.
Erros e acertos fazem parte de quem tenta realizar, não há certezas, a não ser a finitude que, dia-a-dia, se aproxima e com ela a paz do que se realizou ou se arriscou a fazer ou, pior, sequer saber que não se fez nada.
Alguns temas tem tomado grandes proporções este ano, eleições, olimpíadas de Londres e a Copa. Vêm então questionamento sobre a real importância de cada um desses fatos, que proporções eles devem tomar e o quão dispendioso cada um deles deve ser. O Slogan do nosso Brasil é “Pais do Futebol”, mas não seria país da fome?
Estima-se que diariamente 32.000.000 (9.000.000) defrontam com o problema da fome, a renda mensal destes lhes garantes, na melhor das hipóteses, apenas a aquisição de uma cesta básica. 7.200.000 desses famintos é na região nordeste. O problema não é gerado pela falta de recurso no país, mas sim pelo o mal e desproporcional emprego da renda gerada.
Os gastos estimados para que o Brasil sedie a Copa de 2014 chega ao absurdo de 27 bilhões. Se considerarmos a cesta básica melhor avaliada por um portal de notícias (R$ 299.96) e multiplicarmos pela quantidade de famílias, veremos que o gasto na copa daria para sustentar por 10 meses todas estas 9 milhões de familias necessitadas.
Só com estes dados já vemos que talvez o povo brasileiro deveria rever se não somos talvez o país da fome, e quando o problema da fome estiver totalmente resolvido poderíamos pensar em ser o país do futebol
Resumo da minha vida é:
Pensar que era sorvete, mas na verdade era feijão,
Pensar que era promoção, mas bem pequeno estava "5 x",
Pensar que era amizade pra sempre, mas levar uma furada de olho,
Pensar que era uma música foda, mas era a vinheta do rádio,
Pensar que era pra sempre, mas ouvir Renato Russo cantar que o "pra sempre sempre acaba"
Pensar que era amor, mas na verdade era fome.
Indelicada?!
Foi não.
Vivemos assim mesmo: nesse
emaranhado de novelos, nesse
samsara cotidiano.
Você é um doce sim.
Muito, sempre.
Eu que não ando
de alegrias.
Mas vai passar.
Tudo passa, não?!
Vou lá na cozinha
temperar meus olhos,
espantar minha fome.
Depois volto de novo
para inebriar meu senso
nesse ópio eletrônico.
N'zala
alimentaste meu espirito, esculpiste meu corpo,
AC de cristo ate agora, es um bramido na alma do mundo sem ouvido.
E depois?
Es um infalível destino trazido pelo infinito.
Es o que previu jose no sonho do farao?
Ou o que nunca extinguira a FAO?
Es a razao de jesus multiplicar o pao.
Que mácula para o que diz-se evoluido homem,
acorrenta com certeza o desnorte que norteia o filho do homem,
e com fé mata outrem com fome?´
n'zala
indectetável no roncar de panças vazias,
mas com antídoto gerado no ventre de Maria.
N'zala.
Dois cães se encontraram em uma rua do nosso imenso pais.
Um deles perguntou:
"Como coisas mudaram para você com o fim das ditaduras e o começo da democracia?"
O outro cão respondeu:
"Bem, a coleira ainda é muito curta, e o prato de comida continua longe demais... Mas agora podemos latir a vontade."
Eu lhes digo o saldo do Capitalismo:
1 Bilhão de pessoas vivendo bem, até melhor do que necessitam para viver, causando a obesidade e o desperdício;
4,5 Bilhões de pessoas que trabalham duro, só fazem isso da vida (não têm tempo para lazer, praticar esportes, viajar, nem descansar), ganham um salário que mal dá para viver e seu suor sustenta cada uma das pessoas que vivem bem;
1 Bilhão de pessoas passando fome, sobrevivendo com, no máximo, 20 dólares por mês, comendo biscoitos de barro para não morrer, sofrendo as mazelas das doenças erradicadas no "primeiro mundo" há quase 100 anos, sem direito a moradia, saneamento básico, alimentação mínima possível, nem educação;
Tirem suas próprias conclusões.