Poema da Fome
Ta tudo foda
Gente morrendo de fome
Gente morrendo de engorda
Recurso esgota
Agua não brota da grota
Ninguém se entende
No mundo poliglota
O nordeste visto em outrora
só se via fome e tristeza
miséria, seca e escora
e prato vazio sobre a mesa
mas quem tá vindo de fora
que vê o Nordeste agora
se encanta com tanta beleza.
Sofro de falta d'amor
Fome me escapa da pele
Pele sofre de fome
Fome mata a dor
Dor alimenta a fome
A fome me desespera
Também desespero a fome
Sou filha da sua quimera
Não raro ela me esconde
No fundo do seu penhor
Na casa da sua janela
O poço que me cavou
Sem por onde ela some
No barco da sua procela
A fome só me consome
Refúgio que me faz dela
Triste é quando a gente quer comer um sanduíche e não pode pagar.
Triste é a fome!
Nildinha Freitas
Fruto Proibido
A carne adocicada da fruta-pele
desliza ao céu da boca
amaciando a fome com seu gume
tirando lascas da língua
inocente de sua safra
chega ao estômago mostrando
ter apenas sabor idêntico,
e num simples deslizar sorrateiro de garganta
se desfaz de suas cascas de alimento
revelando ser fruto proibido
pronto pra saciar a vida
do degustador sedento pelo seu
sumo.
Daqui a alguns tempos os seres não morrerão de fome.
Iremos morrer contaminados aos poucos por fertilizantes.
Comeremos em mesas fartas, porém contaminados sem imaginar que o modificado geneticamente e molecularmente é oque está livre de impurezas.
Estão fortalecendo um bio tipo, o qual tomaremos remédios cada vez mais pesados mas como se fosse um formol pra viver sem prazer de viver, um mero está de olhos abertos, perceptível da dor em cada minúscula parte de nossos corpos.
E, pior, com antídotos e remédios os quais não surtem efeito, a não ser, o colateral.
PRATOS LIMPOS
Ao prato que come
Que sejas tempero
Difícil ter fome
Quem cuida o celeiro
Para o paroleiro
Só resta impropério
Sutil obsceno
Destila veneno
Só pode ser próspero
Um homem austero.
"Poema: Egoísmo mundial
Primeiro a ser independente,
E quase o último a ser descente.
Fome, sofrimentos e miséria,
Mas para vocês não é uma coisa séria!
Ricos se afogando em dinheiro,
As vezes até em exagero!
No Haiti pra você não há sofrimento,
Até porque você fecha os olhos
Para esse movimento,
Fome, miséria e pobreza,
Infelizmente pra você tá tudo beleza!
Nós temos que fluir, se não a coisa não vai evoluir!
Políticos mentirosos, na verdade eles são muito mais tenebrosos!
Eles não têm o mínimo, e nós exigindo o máximo!
O país atingido por um terremoto,
Fora devastado e logo perdeu-se!
A nação mundial não decorre a ajudar, estamos a falhar!
Todos são fúteis, até mesmo inúteis!
O Haiti precisa de ajuda!
Juntem todas as Nações, e o ajudem!
Ajudem o mundo, ou todo será imundo!
Vocês e preocupam com o seu dinheiro, riqueza e patrimônio?
Com toda certeza vocês são absolutamente o demônio!
(autora: Tainá Carvalho 1ºD 2019
Saciando a sede
Domando a fome
Alimentando a chama
Que arde e nos consome
Dois corpos enlaçados
Semi cobertos, atarefados
Entregues ao desejo
Se fundem, sem pejo
E num lampejo aquele beijo
Aquele amasso
Dão lugar ao cansaço
Ele fica prostrado
Ela se vira para o lado
Põe-no no seu abraço
E murmura: Descansa um pouco amor.
Estás morto de cansaço
Fartura
Se há fome, desconheço…
Sou guloso, reconheço
Sempre bem alimentado
Tenho até mesmo engordado
Eu me nutro com cereal,
Carne, fruta e vegetal…
E, às vezes, de surpresa,
Saboreio sobremesa
Minha vida se resume
Em fartura e capricho
Deixe que eu me apresente:
Meu nome é Saco de Lixo.
Fome e sede
... e disseram: — foi bem feito!
Quem mandou roubar sua horta?!
Nunca mais esse sujeito
bate aqui na sua porta.
Uma dor me ardeu no peito:
— E do homem, que foi feito?
— Eu não sei, mas... Quem se importa?!
FOME DE AMAR
Eu te amo,
E te amo tanto e de tantas formas,
Que em mim já não mais cabe
O tanto que te amo.
Amo-te com fome,
Com um desejo além de mim mesmo.
Amo-te com tamanha intensidade
Que já não me sou.
E te amo por seres quem és,
Sem retoques, sem máscaras.
E te quero porque te quero,
Sem razão, senão a razão de te amar.
És bela, és doce, és mulher.
Amo-te por tudo isso.
Amo-te porque em ti sou feliz:
Em ti me encontro em quem sou.
Amo-te ainda mais,
Porque se sei que te amo,
É porque em ti e em teu corpo
Aprendi o sentido da palavra amor.
NOITES INVERNAIS
.
Vejo sobras de comida na mesa
De quem não conhece a fome
E espaços vazios na despensa
De quem há tempos não come
Vejo também cobertores
Largados criando bolores
Sem uso nas noites invernais
Enquanto pessoas nas ruas
Apagam a luz da Lua
E se cobrem com jornais.
.
Para um lado da balança subir
O outro precisa descer
Para a primavera florir
O inverno precisa ceder
E para alguém ter milhões
É necessário que multidões
Vivam em total miséria
Então talvez o ideal
Para haver justiça social
Seja um País de classe média.
.
Não alimento a ilusão
De ter um País só de ricos
Porque sempre haverá distinção
Entre todos os indivíduos
Mas o que espero ver
É uma sociedade em que
Todos tenham acesso irrestrito
A tudo que alguém precisa
Para considerar a vida
Uma dádiva e não um castigo.
Tenho fome de vida.
Tenho alegria em viver.
Se a passagem é curta.
Porque? me preocupo em sofrer.
Tenho sede de amor.
Amores eu quero ter.
Se me entrego sem medo.
É por que eu amo viver.
Tenho equilíbrio, no que devo ser.
Se partir amanhã,
Vivi, amei e entendi o que vim fazer.
e quando me deparei
tinha perdido a fome,
"mas eu nunca perco a fome"
dizia eu mesma aqui dentro de mim,
as coisas mudaram,
mesmo eu não querendo,
e eu mudei,
mesmo eu evitando ao máximo que isso acontecesse,
mas ainda sou feliz fora daqui,
"talvez a vida seja mais sobre os outros do que sobre a gente mesmo",
pensava sempre nisso,
e continuo pensando ,
mesmo tendo mudado tanto,
e ao mesmo tempo,
tão pouco
(DES)NASCIMENTO
Temi a chegada do hoje, e agora ele me encara como se houvesse fome em suas mãos
Deseja tudo que há em mim, para alimentar um sonho que não me pertence
Diante de tantas guerras interpessoais, o ego é o único que vence
Alimentando as enfermidades da alma com míseros grãos
A fera que devora meu interior se soltou, vagando despida de qualquer culpa pela minha liberdade
Golpeia com seus dentes qualquer sentimento existente que movimenta meus campos
Seu único propósito é cortar qualquer veia que me liga aos planos
Me fazendo à qualquer custo vomitar na face da verdade
A muralha que erigi todos esses anos entre o Eu e o Ser desabou
Caiu sobre mim os destroços da minha existência
Mesmo ferido pela própria personalidade, tive que recolher cada peso que esmaga minha consciência
E para erguê-la terei que gastar o tempo que já se esgotou
Infelizmente o hoje chegou, precisarei lhe receber com o sorriso mais falso que contenho por inútil simpatia
Já me sinto cansado apenas de imaginar as consequências dos meus novos comportamentos
Não tenho mais vida, apenas momentos
Que precisarei desfrutar sem temer a agonia
Nasci da força da rebeldia,
do caldo da paciência, da luta e da labuta,
da fome um pouco por dia...
Cresci junto à raiz da mandioca,
no floreio do feijão,
na colheita da macaxeira
no fermento de cada pão.
Resisto no chão ressecado,
no alento,
perdido na rua...
Mas não deixo de acreditar
que a vida é flor de cacto
trazendo beleza ao sertão,
contrariando a seca,
transmutando-se em esperança
e enfeitando o coração.
Valnia Véras
Doces Momentos
Os dias passam…
Me arrasto desta fome
Em busca do desejo
Desta partilha
Os dias passam…
Mas a saudade aumenta
Neste coração
Que só deseja amar
Os dias passam…
E vamos à beira
Do encontro caloroso
De amor e desejo
Os dias passam…
E nós nesta busca
Nos entrelaçamos
Para o rito final do desejo de amor!