Poema curto
A PRIMEIRA FATIA
Deste bolo de sentimentos,
reservo a primeira fatia ao amor...
Todo o resto é paixão.
Somos aquilo que fizemos de nós.
As construções que edificamos em nosso interior, sejam elas motivo de orgulho ou não!
E inevitavelmente, somos aquilo que fizemos com o outro. Pois é impossível se construir sozinho!
Devíamos ter aulas de perdão desde o jardim de infância.
Essa sim seria uma grande matéria de cunho intelectual que faria de nós, seres humanos, muito mais úteis, capazes e felizes.
Perdoar não é um ato de bondade e sim de inteligência!
Carregar fardos é para os burros!
A poesia dos dias sem sol.
A melancolia das nossas dores de estimação.
A fé indômita nas coisas que não possuímos ou vemos.
A indulgência aos nossos próprios crimes.
E ao paradoxo humano que ora nos santifica, ora nos dignifica ao fogo.
Saudade
A saudade aqui
No infinito mar
Não carece de se preocupar
Não o esqueci
Num fluxo, as lembranças
Na onda minhas lágrimas
Na água, esperanças
E na correnteza,
sua beleza
Serás esquecido
Se minha falha mente falhar
Navegarei, entretanto
No infinito mar
Chega um momento de nossas vidas,
onde cansamos de forçar simpatia,
de rir sem sentir alegria,
de correr contra os monstros da vida.
Chega um momento de nossas vidas,
onde decidimos para de lutar,
fingir ser forte começa a cansar,
Nessas horas, só Deus pode ajudar.
Lhe jogaram a questão assim do nada,
Vai querer bolo ou namorar ?
Ela olhou pra baixo, olhou pra cima…
Estava bem pensativa.
Vai moça, me responde, anda.
Ela sorriu com o canto da boca e disse
- Espera, ainda não me decidi entre chocolate ou baunilha.
O LOUCO
Louco que louco
Que sabedes das suas demências
Talvez não seja louco
Ou talvez seja
Mas o louco que louco
Que se presume sapiente
Tende mesmo a ser louco
Puro demente!
FINGE
Fascínio libertino
De querenças e prazeres
Amasso e lambança
Tons desatinados de amores
Que amor que loucura
Que desejo que frescura
Finge,
Toques profundos e ardentes
Em mantos e prantos de prazeres.
BANCOS e JARDINS
(D'sorroco)
Verdes de Vida
Cruas
Bisbilhotando jovenildade
Aspirando ares da urbe
Passam por min
Amors de toda a parte
Encantam-me e me enamoram
Nestes bancos solitarios sem fim
MINHAS DECISÕES
Minhas decisões
Acertadas ou não
Sangraram
Rasgaram a carne
Quebraram a casca
Minhas decisões
Acertadas ou não
Fizeram-me sentir
A dor das metamorfoses
Sem elas eu não sentiria
O frescor do vento nas asas.
GAIOLAS
Abandonei as gaiolas
Para ganhar os ares
Enxergar novas paisagens
Sentir o vento
Larguei as gaiolas
E para surpresa minha
Escolhi o ninho.
RECOMEÇOS
Vou seguindo de recomeços
De todas as segundas
De tantos janeiros
Já não sei se sou pedaço
Nem sei se sou inteira
Vou seguindo desse jeito
Sou feita de recomeços.
Que dizer de alguns poemas ?
são efêmeros como bolhas de sabão,
brilham, encantam, emocionam,
depois de algum tempo
se desfazem, estouram, são frágeis,
restam apenas vestígios
pelo chão ...
Meus versos são seus
Guarda-os em teu peito frio
Pra quando seu coração estiver vazio
Se lembrar que nosso amor existiu
Se os olhos são as janelas da alma,
os ouvidos são as portas do coração.
Cuidado com o quê e quem ouve.
Com a liberdade vem as responsabilidades.
Então, logo a liberdade nunca existiu.
Presos as grandes responsabilidades de uma pequena liberdade.
Legado é sobre caráter. E caráter não é sobre a cicatriz. É sobre o que faz depois dela.
(Vanessa Brunt | Livro Depois Daquilo)