Poema Cordel
CATEDRAL DE PETROLINA
Tem lugar pra todo mundo
Nessa santa Catedral
Encravada em Petrolina
Tem salesiano vitral
A arquitetura é gótica
A beleza é bem exótica
Grandeza monumental
Um alguém, quando ferido,
Também pode machucar.
Quem com fogo fere alguém,
Com chama vai chamuscar.
Se pisar no calo alheio,
Depois vem um arrodeio,
E é você quem vai penar.
Atmosfera de amor
Um ambiente de paz
É assim o nosso lar
Lembre disso, meu rapaz!
Toda casa é refúgio
Não pode ser um dilúvio,
Faça o que for capaz!
IRACEMA
Na terra de Pindorama
A índia segura o arco
Virada pro oceano
Ela baliza seu marco
Do Brasil foi fortaleza
E também a realeza
Antes de zarparem barcos
Tem gente que só critica
E não vê o lado bom
Só enxerga o defeito
E não crê no nosso dom
O meu forte é escrever
O seu você vai saber
Bastar seguir o seu tom
Na estrada dessa vida
É preciso observar
Quando se é um bebê
Só se faz engatinhar
Mas o tempo vai dizer
Que se aprende a correr
E depois a pedalar
Pedalando, vou vivendo
Nas trilhas desse caminho
Não sei onde ele vai dar
Com Deus nunca tô sozinho
Na montanha vejo o mundo
Tiro força lá do fundo
Pra não ter um desalinho
Cai a noite, continuo
Sempre posso pedalar
Vem o frio da madrugada
Então penso em parar
Ouço a voz bradando forte
Só encerro com a morte
Sigo enquanto respirar
Então sigo nessa trilha
Vou curando as feridas
O pedal é que nem vida
A chegada é a partida
Tudo vai se repetindo
Quando chego já vou indo
Não existe despedida
RONALD
Meu filho, desejo a ti
Saúde e felicidade.
Hoje é teu aniversário,
Tu completas nova idade.
Então, pequeno rapaz,
Que tenhas amor e paz,
Sorte e boas amizades.
Nasceste de sete meses,
Foi muita preocupação,
Mas logo passou o tempo,
É agora um garotão,
Menino inteligente,
Amigo de toda gente,
Bom filho e bom irmão.
Nas provas tens boas notas,
És aluno estudioso,
Recebes muito elogio,
Por ser calmo e amoroso.
No xadrez és campeão,
Xeque-mate com peão,
Eita, cara habilidoso!
Hoje vai ter brigadeiro,
Bolo, torta e comilança.
Por isso vou me apressar,
Pra não perder a festança.
Aproveita esse momento,
Pois em nosso crescimento,
O melhor é ser criança.
(*poesia dedicada a meu filho, Ronald, que completou 11 anos de idade em 15 de outubro de 2020)
RESILIÊNCIA
Vontade de reagir
para superar o trauma.
Enfrentar dificuldades
com paciência. Ter calma.
Manter fé e equilíbrio.
Buscar cura e alívio
do sofrimento da alma.
CORRIDA
Não fique na inação,
calce o tênis, vá correr.
Há trilhas a percorrer!
Controle a respiração,
observe a pulsação
e regule sua passada,
pois corrida é ritmada.
Mas um conselho de mestre:
se não pode São Silvestre,
então faça caminhada!
Gosto das areias secas do sertão
Meu nordeste árido, com pequenas manchas perdidas na vastidão
Dessa caatinga estorricada do sertão.
Culposo é ter negligência,
imprudência, imperícia,
quando se faz sem malícia.
Quem estupra tem ciência,
o ato é sem inocência.
Juiz, não vacile não,
se for julgar essa ação,
condene o crime doloso,
e coloque o criminoso
para mofar na prisão!
ELEIÇÕES II
Tem cuidado, eleitor,
na urna, na votação,
evita enganação,
não elejas impostor,
que vive como um ator,
fazendo muita promessa,
mas para roubar tem pressa.
Candidatos tem aos montes,
mas muitos alteram fontes,
vidas são como uma peça.
JÚLIA
É pessoa jovial,
também é fofa e macia,
jovem que emana alegria,
música de carnaval.
Moça de fé sem igual,
olhos são tão cintilantes,
brilham como diamantes.
Mulher, menina crescida,
sorriso de bem com a vida,
amorosa e confiante.
MARADONA
Nos gramados foi lendário
Ídolo do futebol.
Porém abusou do álcool
De drogas foi usuário.
No Boca, extraordinário!
Na Copa, os dribles seus
Entortavam europeus.
Hoje fecha-se a cortina
Ele deixa a Argentina
Pra jogar bola com Deus.
DICIONÁRIO DE PERNAMBUQUÊS I
Cara chato é “cabuloso”.
Muito bom é “arretado”.
O bobo é “abestalhado”.
Tá em gangue, “galeroso”.
Se não presta, é “seboso”.
Tava ausente é “fuleiro”,
o mesmo que “farrapeiro”.
Tá por fora é de “borestia”.
Irado, “tá com a moléstia”.
Mau pagador é “xexero”.
VELHO CHICO
É um rio que nasce em Minas,
vem da Serra da Canastra,
ao Atlântico se alastra,
leva água pras usinas
e pra casa das meninas,
corta o Nordeste inteiro,
mata a sede do vaqueiro.
Esse é o rio São Francisco,
chamado de Velho Chico,
é o Nilo brasileiro.
Samba-enredo com escolas
na avenida, desfilando.
Gafieira, vou sambando
ao som do mestre Cartola.
Com cavaco ou viola,
componho samba-canção,
ou de Ary, exaltação.
De breque, partido-alto,
no morro ou no asfalto,
canto samba com emoção.
É dezembro natalino,
mês pra ser mais generoso.
Seja nobre, valoroso,
ajude velho e menino.
Na igreja toca o sino,
pra quem tem sua devoção
em Jesus, adoração!
E quanto ao Papai Noel:
é seu pai, Seu Manoel,
com presente pro filhão.
Alagoas, que beleza,
o Caribe brasileiro!
Mar e sol, altos coqueiros,
onde toco a natureza,
onde só vejo riqueza.
Pra ti, faço esse repente,
e te digo, eloquente:
ó, Estado de Alagoas,
és lugar de coisas boas,
és terra de boa gente!
MARCO ZERO
Onde o mar encontra o céu
Onde o céu encontra o barco
Onde o barco encontra o rio
Onde o rio encontra o marco
De onde contam as distâncias
Às cidades, às estâncias
E Recife faz seu arco