Poema Concreto sobre Festa
ESSE MUNDO SÃO PAULO...
Teus braços são de concreto
Mas, não me amedrontam
Ah! Minha linda São Paulo
Essa terra que a mim encanta
Vive-se num mundo lindo
Povo que abraça e acolhe
A noite é de sonhos
Boêmia deslumbrante
Se ama mulheres de todo lugar...
Aqui se vive, se bebe, dança e canta...
Ah! Como eu gosto dessa vida noturna
Passear nesses parques, nos museus,
Os shoping's cheios de gente, que chamam atenção
Ninguém sabe de que mundo para onde vão, ou virão
A Cantareira desse lindo mercado...Iguarias a mil
Um chopp gelado, salgados empanados, um kibe...
25 de março, Braz, Liberdade, Praça Da Sé...
O Bar da Brahma...Que felicidade!
Daquele sereno do orvalho da noite,
Que parecem cortes de faca
Na fria madrugada da Paulista...Alô São Paulo!
Que saudades que eu tenho!
Existe o eixo e o foco por onde a luz reflete.
Seja subjetivo ou impessoal.
Concreto ou abstrato.
Côncavo ou convexo.
Transcendente ou louco.
Fé ou ceticismo.
Crente ou ateu.
Não importa qual seja o seu globo ocular.
Cada um vive e sente aquilo que lhe agrega a busca por conhecimento.
Ainda tenho muitas incógnitas...
A história se faz antes ou depois da história?
"Primeiro a gente vive e depois vê como é que fica?"
De tal maneira, um insignificante e ignorante que sempre fui, ainda tento compreender o mínimo do caos impregnado no inconsciente particular e coletivo.
O preço que se paga por não pertencer a grupos ou a algum tipo de sociedade é esse?
Ostracismo, desterro, exílio...?
"Conhecerá a verdade e a verdade vós libertará?!"
A aquisição de consciência não te liberta totalmente das amarras, mas te deixa mais atento aos vacilos.
Porém, ainda sim somos orquestrados.
No campo de todas as ciência há a filosofia, sociologia, arte, religião... A quem pertence essa força reguladora?
...
Fugindo do incerto
Abrigando-se em algo concreto
Hipocrisia
De concreto nada tem
Apenas algodão o contém
O PARQUE
Em meio a tanto concreto,
Prédios, carros e asfalto,
Mais parece um oásis
O parque arborizado.
Gosto de correr por lá,
Alguns vão só caminhar
Com a natureza ao lado.
CAPRICÓRNIO
símbolo de ambição e resistência; é flor nascida no concreto, espírito de luta cultivado em persistência. é vinho sofisticado que melhora envelhecendo e uísque forte que desce aquecendo. semente que germina no próprio tempo, ela tem a paciência e cautela como adubos do seu crescimento. ela que é silêncio e livro discreto, jogo de xadrez, enigma secreto. é a ferida não exposta para não demonstrar fraqueza. amores rasos e conversas vazias não ganham sua atenção: ela ama com a cabeça e escolhe com o coração. trata cada bloco e cicatriz do alicerce que construiu de si mesma com respeito. é ser realista com sabor de pessimista e responsabilidade com olhar de seriedade. é a montanha profunda difícil de escalar. é guerra fria. território que poucos conseguem pisar. de energia leal, estrutura firme e honesta, ela é planta difícil de se abrir, paixão difícil de se entregar. é andar com os pés atrás, nunca esquecer de onde veio, e por isso sabe onde quer chegar.
Onde mora o amor? No País das Maravilhas? Porque não? No estado Abstrato, divisa com o Concreto. Rua dos Apaixonados, número 52, Jardim das Paixões. Naquela casinha vermelha de formato diferente. Esquina à rua da saudade e cruza a avenida da eternidade.
Onde o sol insiste em brilhar e as nuvens aparecem de vez em quando. Lá, às vezes cai uma intensa tempestade, mas o sol sempre é mais forte. E se tudo ficar escuro por alguns instantes, vem a lua e as estrelas para iluminar. Nada faz seu brilho apagar.
Como toda casa, tem rachaduras, goteiras e contas à pagar, mas nada que uns rebocos, baldes e uns trocados não possam sanar. O amor estudou na Escola da Vida e fez curso de idiomas. Hoje já fala espanhol, inglês, francês, alemão e italiano. É Te amo, I love you, Je t'aime, Ich liebe dich e Ti amo. Na verdade fala todas as línguas. Está presente em todas as civilizações e espécies.
Não há idade, momento, condição ou tempo. É simples e complicado, quente e gelado. Ele mora nos campos e nas cidades. É na ficção e na realidade. O amor mora em todos e em ninguém. É bandido e é refém. Adulto e neném. Mora com os pais, irmãos, avós, tios, primos, sobrinhos, netos, namorados, amantes, amigos... Ele é grande o suficiente para caber todo mundo.
Entretanto, é pequeno o suficiente para caber dentro de cada um. Já sabe onde ele mora? Dentro do coração de cada pessoa. Basta ela abrir a porta dourada com chave da mesma cor e deixá-lo habitar o seu corpo, tomar as rédeas da sua vida e lhe trazer felicidade eterna.
Abençoarei seu planos
Sonhos e projetos, no íntimo abstrato e concreto, sei dos teus desejos, sei da sua capacidade, sou eu que alimento teu pensamento, sou eu que cuido da tua ferida, curo tua dor, equilíbrio a tua mente, atendo o clamor pela tua gente.
Oh amigo e amiga, oh Brasil, oh povo, Deus fala contigo eu creio que assim seja, continuo no clamor gladiador, que não pode cessar, a mim e a ti que está lendo, pelas famílias brasileiras, pelo desamparada, humilhado, pelo necessitado, pelo desprezado, as crianças inocentes, aqueles presidiários e também os presentes em asilos, órfãos, viúvas, estrangeiros refugiados, oh altíssimo, socorro presente, atenta tua misericórdia e teu amor, pelas promessas da cruz, ao nome de Jesus, acolhe estes teu filhos no colo, suplico e imploro, invoco e me humilho, tão que sozinho nada posso e nada consigo e é em ti que espero, para teu nome ser glorificado por toda geração de graça e bênçãos recebidas.
Giovane Silva Santos
Tempo, um substantivo concreto que ultrapassa as barreiras do infinito, leva esperança, destrói impérios, cria deuses, ergue e derruba reis.
O tempo, apresentou a homens comuns a grandeza dos reis, a tolos a nobreza dos sábios, e a gentileza dos monges.
O tempo não se desculpa, não se recente, não se limita. Ele vem e vai de acordo com sua vontade constrói e destrói se isto o convier, tempo ele é, o que é.
A este mesmo tempo que te trouxe para mim peso apenas que me permita uma ponta de seu olhar, e que eu não me envaideça, e com o passar do tempo tenha direito a um lugar no seu coração.
Eternamente.
Está tudo na balança
O passo do universo
Dança entre o concreto e o aço
Arquiteta espaço entre as estrelas
Exatidão termina
Onde germina a escolha
e recomeça na colheita
É preciso olhar a casa
Alguns instantes, dentro
Antes de abrir as janelas
Toda vela içada
Há de soprar pra todos
O seu vento ou não devido
Sem ruido ou pressa
Aos pássaros, eternamente
O céu nosso de cada dia
Sem nenhuma garantia que é de sol
Não importa quantos cravos há
Sempre haverá mais rosas
Ela nascerá mais linda
Às roupas no varal
Um pouco mais de Sol te resta
E se ajeita, ainda
Pra toda dúvida, uma incerteza
Migalhas no caminho
Nunca vão fazer ninguém voltar
Muda a estação, folhas vivas
Pra morte, o facão
O tempo, o vento e o chão
Uma fase vivida, o momento
Pra qualquer quase vida,
a diária desistência
Igualmente contrária
Resistente, existe
Se houvesse algum pranto escondido
Assim permanecesse
Cada coisa em seu lugar
Quando a palavra
Que apesar
De repetidas vezes repetida
De repente
Ela não for ouvida
Grita mais alto a dor devida
Ao tenor, o contralto
O verso ao avesso
Uma grande verdade apenas
Partida em milhões
de mentiras pequenas
Em cada cor, a parcela de luz que lhe cabe
À escuridão, a vela
À vela, o vento.
A lição que te cabe, aprendida
Não dá pra entender quantas outras
Nunca tomaremos tento
Isso, é só Deus que sabe.
Edson Ricardo Paiva.
Em Brasília, cidade das retas infinitas,
Onde o concreto se ergue em altas vistas,
Há uma atmosfera densa de melancolia,
Onde a saudade vagueia, o medo se cria.
Nas ruas largas e desertas, ecoam os passos,
Dos corações solitários, em tristes compassos,
A desesperança permeia cada esquina,
De um lugar onde as incertezas se aninham.
Os monumentos frios, impessoais e imensos,
Refletem a alma vazia, quebrada em pedaços,
Os sonhos outrora vivos, agora adormecidos,
Na poeira das promessas não cumpridas.
E no coração da cidade, um silêncio profundo,
Onde o eco da tristeza ressoa, fecundo,
O olhar cansado dos que buscam um abrigo,
Na imensidão de concreto, perdidos, sem-abrigo.
A saudade, essa dor pungente, se insinua,
Pelas avenidas, pelos parques, na alma nua,
E os corações, em vão, buscam aconchego,
Mas encontram apenas a desesperança, no seu apego.
As lágrimas rolam pelos rostos envelhecidos,
Pelos sonhos que murcharam, sem terem sido vividos,
O medo paira no ar, qual sombra aterrorizante,
Crescendo nos corações, como uma erva sufocante.
Mas mesmo em meio às trevas da desesperança,
Resiste uma chama tênue, uma esperança,
Que clama por dias melhores, por uma nova aurora,
Por um renascer que dissipe toda essa angústia que aflora.
Pois Brasília, apesar de sua frieza e solidão,
É berço de sonhos, de lutas e superação,
E no peito de cada brasiliense, ainda pulsa,
A força para enfrentar o desespero que se avulta.
Que a saudade, o medo e as incertezas,
Se transformem em sementes de novas certezas,
E que no horizonte, enfim, se vislumbre a esperança,
Para que Brasília possa renascer em uma dança.
Que a desesperança dê lugar à resiliência,
E a cidade revele sua verdadeira essência,
Pois só assim, nas ruas amplas e céus abertos,
Brasília encontrará o alento para vencer seus desertos.
PILASTRA N' AMOUR
Oh! Estrutura massiva de concreto.
Suas vigas tem o poder de consertar o mundo.
Sua grandiosidade força é ao ponto de ser idolatrada mundialmente.
Quem diria à pilastra e à engenheira?
Imaginara quantos seres pensaram em ti hoje?
Imaginara quantos estudantes e expertises admiraram-te?
Imaginara quantas construções foram construídas por ti?
Em um mundo de infinidade de funções de uma simples pilastra.
Nem tão frágil para não desmoronar e nem tão grossa para não rachar.
Tu ergueras hospitais que abrigam doentes, prédios que são responsáveis pelo PIB e por ser o lar de famílias.
Tu viria casais se entrelaçando aos beijos em suas colunas mais baixas.
De fato nada a reclamar.
Contudo, pergunte aquele jovem, medonho, ao rancoroso casal de adolescentes que dirá que a pilastra foi a culpa do amor deles acabar.
Quem diria, tanta hipocrisia, para um mero pedaço de matéria-prima, inútil, adequado, fútil que um dia irá acabar.
Concreto reforçado com fios sintéticos.
Abriram o muro das lamentações,
e começaram a falar de vossos corações.
Abriram o muro das lamentações,
por isso, iniciaram-se as discussões.
Alguns têm o que falar,
outros, sei que vão se calar,
já que não querem se expressar.
Uma hora o muro fechará,
e no futuro, talvez, a harmonia se fará,
ou talvez não,
será tudo isso em vão?
A esperança sofrida,
sabe da história desse muro e de nossas vidas,
uma hora, essa esperança será trocada por orgulho
[ou não...]
esse será um de nossos caminhos
[ou não]
Com essas angústias vamos crescendo,
e cada vez mais sabendo,
que a paz,
é a gente que faz.
Como poderia eu, um ser espiritual
enclausurar-me entre paredes de concreto, enquanto aqui vivo?
Se o frescor das flores e ervas ainda me são perceptíveis,
a doçura da fruta me aprazível
e o caminhar sem rumo, ainda me é possível.
Difícil afirmar sem algo concreto, mas às vezes fico pensando: será que o "sistema" não simplifica as leis penais, permitindo que muitas pessoas ganhem com isso?
Lucrar em cima dos problemas.
Enfim, garantir o sustento de muita gente, incluindo juízes, delegados e advogados...
Polêmico.
Uma lógica semelhante à indústria bélica, que depende de guerras para lucrar.
Acima das nuvens
Distante do concreto, vê-se melhor;
Lá não há dúvidas.
Diante do infinito, apequena-se;
Ali fica claro.
Próximo de você, todas as chances;
Ai nada me impede.
Movimento, observação e liberdade, necessidades do meu eu;
pois acima das nuvens não há nuvens.
Eu realmente te amo.
E sim o meu maior desejo é construir algo concreto do seu lado.
Entretanto, fui lembrado hoje que não existe esperança para nós.
Provavelmente ficarei bem.
Mas uma parte de mim, sempre ficará presa no e se...
TRISTEZA MARAVILHOSA
.
.
Rio de Janeiro,
sob teu corpo de concreto
teu santo padroeiro
dorme, como um feto.
.
Ainda não nasceu, teu santo,
ainda é cedo para o milagre;
e a lágrima doce do teu pranto
não é vinho, é só vinagre.
.
Baía de Guanabara,
como mente o teu postal.
Vejo fome em pau-de-arara
sob a camada social.
.
Queria entender teu segredo,
tua miséria, tua mentira;
mas o que vejo é o degredo
que escapa da tua mira.
.
Seres humanos migratórios
compelidos à mudança
cujos mortos compulsórios
são produtos da esperança.
.
Rio, Deus te abençoe,
e do alto do Corcovado
em pedra o Cristo nos perdoe
por teu índio dizimado.
.
Cidade Maravilhosa,
herança dos guaranis...
na tua culpa misteriosa
guarda a lembrança dos brasis.
.
Rio, cidade poesia,
olha teu negro na construção;
não lhe conceda alforria:
tu és a própria escravidão.
.
Rio, alguém que tardia
espreita em teu carnaval;
sobre a tua fantasia
jaz a beleza de um postal.
.
Rio de Janeiro,
teu caminho não é reto;
ao sul do teu cruzeiro,
um voto vira um veto.
.
Ainda não nasceu teu quebranto,
ainda é cedo para o céu;
e a cachaça do pai de santo,
não é néctar, é só mel.
.
.
[BARROS, José D'Assunção. Publicado na revista Insurgência, 2023]
Na calçada onde o concreto se racha,
Sob passos apressados, vejo figuras:
Mendigos, esses monumentos esculpidos pela dor e pelo abandono,
Partes da paisagem, sombras de aversas.
Estátuas esquecidas em praças que ignoramos,
Com rostos e histórias, mas nós, indiferentes,
Passamos como se o tempo não os reclamasse,
Mergulhando na rotina, nas horas lentas.
Hoje me interrogo: o que é ser visível?
A roupa que visto, o bem que acumulo,
É só camuflagem, armadura que me isola.
Sob essa fachada, frágil e cativa,
Sinto a tênue linha entre ser e não ser. Vida miserável...
Eu, que me nomeio alguém, sou apenas um rosto entre muitas máscaras,
Um nome sem significado na memória do mundo.
Se eu me apagasse, quantos chorariam a ausência?
A vida seguiria, indiferente às minhas lutas.
Um mendigo cai, e a rua devora o corpo,
Com a mesma indiferença que o ignorou em vida.
Passam as gentes, a calçada permanece,
E a vida avança, sem pausas, sem lamentos.
A invisibilidade é pena pesada;
E eu, tão próximo desse triste destino,
Percebo que o meu endereço é só um nome,
Uma casa, talvez, mas não um lar.
Fernando disse sabiamente: “Hoje não há mendigo que eu não inveje,
Só por não ser eu.” Na imensidão citadina,
Todos somos mendigos, de afeto, de memória, de um sentido,
Buscando ser vistos, mesmo que por um breve instante,
Nessa profunda solidão que é viver.
Transitando entre o concreto e o incerto,
Dou adjetivos às coisas que desconheço,
O que há de ser absoluto, se a arte da vida é recomeço?