Poema Concreto sobre Festa
Não me dou com essas pessoas q só relatam fatos
Estou cheia desse mundo pequeno e concreto
Prefiro os loucos viajantes...
Do ponto de vista concreto, um livro é apenas um monte de páginas agrupadas, com um monte de letras formando palavras e um monte de palavras formando frases.
Quando lemos um livro, esse monte de páginas com palavras agrupadas em frases, colocamos sobre ele componentes muito abstratos: a nossa compreensão, as nossas exepriências e a nossa visão do mundo.
Temos no final da leitura de um livro um resultado totalmente individual, como são todos os seres humanos: únicos.
Um livro, quando está sendo lido, não tem nada de concreto. Um livro é a forma mais simples, rápida e poderosa para nos levar às maiores distâncias em uma viagem única, que somente cada um de nós poderá fazer.
Como puderam definir o livro como um substantivo concreto?
Escudos
Apesar desse concreto que te protege de mim..
Te sinto linda, doce e frágil…
Continuo a te buscar…
Ainda derrubo estes teus escudos…
Mimética
Sou da mata, não me acerto na cidade.
Defendo-me do cativeiro de concreto,
Num desejo violento de liberdade.
Desamarroto as asas do pensamento,
Extrapolo pés automotivos, passivos,
Sedentos... Olhos de onça pintada, radar de morcego,
Patas de guará correm no cimento.
Naturalmente anti-cibernética, instintiva, apelativa,
Permissiva... Sou bicho-palha, macaco-prego,
Saci de duas pernas, Caipora, trilha refrescante.
Toda mata vive no meu corpo, plagas verdejantes.
Em mim vivem formas selvagens,
Sonhos que devoram ansiedade, viragens:
Bosque de mil segredos e folhagens.
Minh’alma ponteia verde estandarte.
Disfarçada na anacrônica Campinas fumegante,
Sou anti-vigas de aço, primitivamente blindada.
Naco de floresta oculta por pele esbranquiçada.
Mimética, simbiótica, defendo-me da morte.
Mas se um talho, um corte...
Verão que é seiva meu suporte.
E eu que achava que meu jardim seria só concreto
Houvera um grande engano de certo
Engano esse que passo a me enganar cada vez mais
E nesse engano eu me embolo até não poder mais
Gosto tanto de me enganar! (Trechos do Poema '' Engano)
Matéria palpável incorpora-se à vida com toda praticidade
Sonho concreto e realista, conservador e sempre puro
Praticante da realização das idéias, a gerar estabilidade
Pragmático, fixa e mantém a terra firme e o porto, seguro.
"Corra de mim"
Ouça o som que vem do silêncio do abismo mais profundo e concreto de um coração que simplesmente amou...
Simples e abstrato como os retratos de tal Picasso do qual teve que morrer para ser reconhecido;
Veja a escuridão causada pela solidão e a proeza singela de um sentimento cruel e rústico do fundo de alguém que simplesmente parou.
Dessa vez não, dessa vez não!
Procure e chute qualquer coração, mas deixe-me aqui na solidão.
Abandone-me, largue-me, estrangule-me.
Mas não machuque outro coração.
Imploro...
Não machuque outro coração.
CONCRETO/ABSTRATO
Eis aqui minha solidão
que desorganizadamente teima em existir.
Eis aqui minha guerra
que caleidoscopicamente procura ideal.
Eis aqui minha lucidez
que meramente quer ser visível.
Eis aqui meu amor
que inutilmente permanece acordado.
Eis aqui o imprestável
que interessa a muitos.
Eis aqui a limitação
do que é possível.
Eis-me aqui desarticulado - ironicamente vivo:
o poeta que não sabe amar inventando uma realidade.
Suponho me entender
desentendendo-me
s u b i t a m e n t e ! . . .
"Na minha vida apenas o que é concreto é a cor do meu esmalte...
O resto é incerto,vou vivendo o que a vida vem me oferecendo, porque planejamento leva tempo e meu tempo pode não ser muito.Já o momento é o único de se viver!
Andrea Domingues
BRANCO CAPITAL
"Brasília é da cor do concreto cru; brancos geométricos sob o céu azul. Tem mais satélites do que próprio sistema solar e, porventura, sol não falta. Eis o que torna um solo de gente fria, que se cruza todos os dias e se perde no silêncio das tesourinhas - cujas só cortam nossos juízos."
Em seu trajeto pelo espaço
O Universo revolve
Abstrato e concreto
Enquanto tudo se move
O tempo muda as coisas de lugar
Ou modifica as que permanecem
Outono, as folhas caem
Primavera, outras crescem
Os raios de Sol e a água e outro ar
Renovando promessas
Os pássaros retornam de verões distantes
Percebem no primeiro instante
O viço da folhagem nova
Tudo até parece igual
Mas as flores recém-chegadas
Se postas à prova
e lhes fosse permitido algo dizer
descreveriam essa euforia de reencontro
Como sendo-lhes algo estranho e sem sentido
Pois, a olhar para os mesmos pássaros
À elas, não significa nada
Simplesmente não os reconhecem.
Pois é na sutileza inconteste
do jeito que as coisas são
Que se esconde
a pureza do conhecimento
Ter vivido a vida
momento a momento
No mais, tudo é sofisma
É luz enganosa
Que se decompõe
Sob o prisma do menor confronto
Universo em documento
Eternamente pronto e aberto
Peneirando eternamente
Não se dobra a nenhuma vaidade
Consolidando a verdade
O resto é coisa que voa ao vento
Bastaria pra nós
O gesto de simples pensamento
Mas a mera simplicidade
É coisa que há muito tempo
Foi relegada à espera,
Perdida
em meio a tantos outros compromissos
Na esfera do esquecimento ela aguarda
Enquanto bem poucos aprendem
Que precisamos de menos disso
Mas ao mesmo tempo
Um pouco mais que isso.
Edson Ricardo Paiva.
Acredite num final, seja feliz ele ou não, apenas almeje algo concreto
Sabe aquele percurso que parece não ter fim…quando até o cansaço se satura
Do “Desistir” tire o “D” e coloque “R” do retroceder que ficará Resistir
Estique o braço e abrace…porque o amor fortalece o espirito e saberá prosperar
Cré que no fim está o recomeço
O amar…só será amado se saber que vale a pena amar.
HOSPÍCIO
vivo num concreto espaço
e fujo da besta draconiana
tão besta quanto insana
ela degrada pelo cansaço
a fraca mente humana
aqui, neste louco hospício
neste pouco espaço
isolo-me do homem demente e mal-encarado
imundo, mas bem-humorado
vejo-me são num mundo deturpado
para além daquela porta
reina a insanidade, a vida de ilusão
mas aquém da vida torta
apenas eu, e meu mundo são
neste cubículo
tão concreto como abstrato
eu vejo o meu retrato
e nele percebo
o quanto sou ingrato
já vivi lá fora
e um dia fui um louco
agora, eu tenho um grande amigo
o médico do inimigo
hoje me chamou, sorriu e escancarou:
- lamento, meu amigo, mas a inês é morta.
lamento pela Inês.
CONCRETO
sinto na pele
o toque
frio
tenaz
concreto
meu corpo sucumbe
mas não o coração, que sem noção insiste
tampouco a mente, que brava mente resiste
na sensação de um tempo estagnado
não mais suporto esta pressão
que só aumenta e atormenta
tempo, por que não passa?
venha logo e me leve deste inferno
por que esta eternidade?
será esta sua última maldade?
ah, não mais importa
pois agora eu realizo
meu iminente e certo fim
neste eminente instante
que, de agora em diante, será eterno, constante
minha mente inebria-se
e se entrega ao coração
que pulsa lentamente
e mantém a mente tão lenta quanto vazia
solto meu último suspiro
e, assim, não mais respiro
esmagado, morro sozinho
sob o peso do concreto
quisera eu não houvesse peso
quisera eu fosse abstrato
Mãos se cruzam acompanhando a apatia
Própria que se trancam entre o aço e o concreto
Destino, também, que ironia!
Dos que escapam, ao menos mau, do urbano tormento
A fuga do incoveniente não esquipa à inexorável certeza:
Os maus em aspas se encontram no ápice de suas extremas
Unção somente aos nobres
Aos plebeus a indiferente natureza.
EDIFICIO
Edifício diante de tanto concreto
Não sentir-se abstrato...
Edifício diante de tanta opulência
Não sentir-se humilhado...
Edifício diante de tanto luxo
Não sentir-se miserável...
Edifício diante de tantos espelhos
Não sentir-se desfigurado...
Edifício diante de tantos andares
Não sentir-se sem passos...
Edifício dentro do elevador não sentir-se
Rebaixado
Edifício diante de tantas câmeras
Não se sentir marginal
Edifício no jardim não se sentri
Um gnomo
Edifício na cobertura
Não se sentir um sem teto
Edifício diante de olhares
Não se sentir um suspeito...
Porque no “é difícil” onde moro
São fáceis os sorrisos, a hospitalidade,
a amizade...
Paixão e amor
A paixão é dispersa, o amor é concreto; a paixão tira o sono, o amor faz sonhar; a paixão é passageira, o amor é eterno.