Poema sobre a Chuva e o Vento
Às vezes fada, às vezes bruxa... Que fala com os bichos, que escuta o vento e encanta-se com a noite e com os dias de chuva... Vivendo no mundo da lua, à procura de si mesma e fugindo deste mundo desencantado.
Todos os nossos sonhos e planos foi anotado á caneta em um simples pedaço de papel.
A chuva molhou;
O ventou secou;
E nada se apagou;
E se me perguntarem quem eu sou, eu diria que sou uma imensidão de infinitas coisas...
Posso ser a brisa que toca o seu rosto em uma manhã ensolarada de domingo. Como também posso ser o sol que aquece os seus dias frios e cinzentos. Como também posso ser aquela leva chuva que cai e te molha nas manhãs de primavera. Como também posso ser aquele vento suave das tardes de outono que chega sem avisar.
Sou uma multiplicidade de infinitas coisas e cada um tem de mim exatamente aquilo que cativou.
ILIMITÁVEL
Queria sair de si e ganhar o mundo,
conhecer lugares, pessoas, prazeres,
sentir o vento no rosto,
sentir a chuva no corpo,
sentir algo ao qual nunca havia vivido antes.
Impossível...
Então mergulhava nos livros:
aventura, ficção, romance, poesia
queria voar, correr, viajar sem sair do lugar
sem fermentados, sem ilícitos, nem destilados,
sem alucinação ou devaneios,
apenas a imaginação como passaporte
pra ir até onde sua mente o permitia chegar.
E conseguia facilmente ir a qualquer lugar
a qualquer hora
mesmo preso naquela cadeira de rodas
que o fazia ganhar o mundo
sem sair do lugar.
Eu quero viver. Eu quero sorrir.
Eu quero andar e ser livre por aí.
Eu quero amar. Eu quero sentir
o vento, o sol, a chuva e o frio.
Quanto mais lutava contra o vento, mais cansada ia ficando e o que era para proteger, estava a desgastando...
E ela soltou, deixou o vento levar. Uniu-se a tempestade, deixou a chuva a tocar...
E naquele instante percebeu o que aquela situação representava em sua vida,
o apego só gera sofrimento e continuar com algo que está incompleto é viver em tormento.
Uni-se a tempestade, deixe ela te tocar. Observe o agora que tem muito a te ensinar.
Pessoas e nuvens
São muito parecidas
Algumas o Vento trás
Outras o Vento leva
Algumas vem e ficam
Algumas vem e vão.
Posso te servir mais um café
Na intenção de fazer você ficar
La fora tocam gotas d’agua na janela
Fazendo o cantar das aves cessar
E na porta aberta o vento vem dizer
Que o tempo para pra quem sabe viver
O vento carrega teu perfume
E o conforto pousa aqui
Nos meus braços cheio de espaço
Com meus abraços sempre a te cobrir
O céu agora toma a cor Marinho, como princípio de um tapete que se estende, opaco, sem suas luzes reluzentes.
Apenas sons tomam conta da apreciação, como se cada gota fosse uma nota, entoando a canção mais bela de ninar.
O vento calmo quase não sopra, tudo fica estável, a não ser o odor que invade meu paladar. Trazendo em meus lábios o gosto de barro, da terra que pisava descalça quando criança.
A água que desce do céu é fria, a noite está fria, mas meu corpo ainda quente pelos dias infindos, pedem que meus cabelos se deixem molhar.
Mas esta noite, esta e mais nenhuma, quero apenas permanecer imóvel, emoldurada pela janela do meu quarto, ouvindo o bailar da orquestra formada pela chuva.
Queria
O Sol que raia pela manhã faz um lindo espetaculo sobre a sua pele;
Enaltece sua formosura e desperta sua doçura.
Ha filha da lua como eu quisera ser tua moradia,
para que seu primeiro suspiro do dia se torne minha melódia.
Quisera eu ser o vento para beijar tua face
Quisera eu deleitar nos encantos da sua sedução.
Ai como queria ser a chuva para acariciar tão formosura.
Quisera eu abraçar te como a noite.
Dividir um café e depois um cafuné;
Pois sou apesnas um poeta desconhecido onde só me resta a escrita.
Gosto do desafio de crer no que não se vê,
Gosto da química imperfeita que salpica emoções,
Gosto da brisa de primavera e da chuva breve,
Do cheiro do orvalho, do impalpável vento e suas canções...
Bom dia!
Novo dia mansamente nos chega
e ouvimos do vento um assovio,
dizendo - acordem, vamos à janela,
eis que estamos sob os ares de abril !
Neusa Marilda Mucci
O vento suave espreita de mansinho
a cada rosto e cada olhar
varre as folhas e flores
chega e abraça a todos sem receio
até passando um carinho
fazendo-nos sentir que outono
também é amor
e apesar de alguns dias cinzas
a vida deve e tem que continuar
"Quando o amor não mata, a lembrança do amar, o faz.
É a lembrança do nosso quase amor, que me faz querer-te, cada dia mais.
Eu já tentei de tudo, mas mesmo o tudo, parece ineficaz.
Cada gota de chuva, cada brisa do vento, até mesmo das folhas, cada farfalhar, me trazem as memórias de dias atrás.
Sou criminoso por tentar matar esse amor, mas o sou ainda mais, por te amar demais.
Cada pouco desse amor, que morre em mim, um pouco do meu eu, com ele jaz.
Infelizmente ele é capaz de renascer, o que o meu é incapaz.
Meu coração tornou-se um campo de batalha, agora só existe guerra, onde eu mataria pra existir paz.
São as recordações, que incendeiam a alma e o peito deste jovem rapaz.
Morrendo a cada dia, eu percebi que; Quando o amor não mata, a ausência do amar, o faz..."
BENÇÃOS DO SENHOR
.
Se você é daqueles
Que se abala com a dor
Dos que sofrem por aí
Sem cama, sem cobertor.
Passando fome ao relento
Pegando sol, chuva e vento,
Tem as bênçãos do Senhor!
Sem Talento
No pé de uma montanha
Cantando para as aves nas árvores
Dançando para o vento
Pronta para se jogar
Um dia nublado pronto para chover
Uma luz brilha no céu
Salva pelo próprio Deus
- Não chegou sua hora
A montanha foi feita para olhar a paisagem
A morte é um descanço
Se você cansou de viver
Dança, cante, solte suas emoções
Se sinta bem pelo que é
Não pelo que as pessoas acham que você deve ser.
PARADOXO
O vento fresco emaranha seus cabelos,
Outrossim, arrefece minha alma.
Os pingos do céu atalham seu deleito,
Todavia, atenuam minha rotina.
A semana vagarosa aborrece-o,
Contudo, para mim, é fugaz.
A terra enfada-o, entretanto,
Renova-me. O simples desinteressa-o,
Ainda assim, enobrece minha vida.
Com efeito, revolta-me, quem muito estuda, e nada aprende!
São gente que se abriga do sol, na sombra da chuva,
esperando que caiam gotas de vento!!!
novembro
já é novembro, dos ventos
o tempo fugaz caminhando
as quimeras em movimentos
rodopiando, e que seja brando
inflados de sentimentos...
as coisas já esquecidas
no bolso da promessa
que não sejam retorcidas
e tão pouco tenha pressa
que cure, todas as feridas...
há tempo após a existência
tenha fé, no nosso Criador
mais louvor... mais reverência
e assim, mais sal, menos dor
afinal, o penúltimo mês do ano
que o recebamos com amor
e que não sejamos, profano...
no coração todo o valor
lembranças, sem dano
mês de finados, luz, fervor...
bem-vindo!
- mês 11 do calendário gregoriano
chegou novembro, que seja lindo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01/11/2019, 05'35"- Cerrado goiano