Poema Concreto
Terra cinza de concreto
Lugar que se torna infértil
Natureza bela e gentil
Com delicadeza o concreto partiu
Nasceu uma linda flor
Que o concreto não matou
Um coração que se endureceu
Tornou-se terra cinza de concreto
Também se partira com um gesto de delicadeza
Fazendo voltar a pulsar seu calor e sua gentileza
Magnetismo concreto
Dos intervalos passo a passo
Um magnetismo concreto
Sem perceber foi traduzido
Em meu estado Sóbrio
Voraz incerto certo
Um magnetismo concreto
Do prudente e louco
A fantasia do amanhã
Meu erro ou acerto
Minha culpa ou desculta
Ela bela hoje ontem
Em um magnetismo concreto
Procura-se um amor, que seja real, concreto e leal;
Procura-se um amor, que seja duradouro, forte e verdadeiro;
Procura-se um amor, que esbanje compreensão, carinho e atenção;
Procura-se um amor, que queria realmente amar, estar junto e abraçar;
Procura-se um amor, para a alegria e a tristeza, para a saúde e a doença;
Procura-se um amor, mesmo que áspero, o amor que eu espero, o meu amor sincero.
Gosto das luzes da cidade
Cada luz, é o mundo de alguém aceso
na terra de concreto [...]
Enquanto as luzes da cidade, abraçavam o mundo de alguém
Cada uma delas
Eu, em meu mundo te vendo dormir
Em meu mundo, nem sei ao menos se estava
Mas esteve em meus braços
Você, eu
Alma
meu amor é de pedra
tem cheiro de concreto
e olhos de moça virgem
é branca, é negra
deixa a vizinhança toda ouriçada
quem nela entra, nela deseja ficar
meu amor tem nome e sobrenome
aí que saudades de Montes Claros
O CONCRETO E O VERDE
Dá pra ver pela janela
Que ainda é pouca a esperança,
Mas, tão vibrante a música,
Que sem compreender se canta.
E o verde ignora o concreto,
Confunde sua arrogância.
Não me dou com essas pessoas q só relatam fatos
Estou cheia desse mundo pequeno e concreto
Prefiro os loucos viajantes...
Do ponto de vista concreto, um livro é apenas um monte de páginas agrupadas, com um monte de letras formando palavras e um monte de palavras formando frases.
Quando lemos um livro, esse monte de páginas com palavras agrupadas em frases, colocamos sobre ele componentes muito abstratos: a nossa compreensão, as nossas exepriências e a nossa visão do mundo.
Temos no final da leitura de um livro um resultado totalmente individual, como são todos os seres humanos: únicos.
Um livro, quando está sendo lido, não tem nada de concreto. Um livro é a forma mais simples, rápida e poderosa para nos levar às maiores distâncias em uma viagem única, que somente cada um de nós poderá fazer.
Como puderam definir o livro como um substantivo concreto?
Escudos
Apesar desse concreto que te protege de mim..
Te sinto linda, doce e frágil…
Continuo a te buscar…
Ainda derrubo estes teus escudos…
Mimética
Sou da mata, não me acerto na cidade.
Defendo-me do cativeiro de concreto,
Num desejo violento de liberdade.
Desamarroto as asas do pensamento,
Extrapolo pés automotivos, passivos,
Sedentos... Olhos de onça pintada, radar de morcego,
Patas de guará correm no cimento.
Naturalmente anti-cibernética, instintiva, apelativa,
Permissiva... Sou bicho-palha, macaco-prego,
Saci de duas pernas, Caipora, trilha refrescante.
Toda mata vive no meu corpo, plagas verdejantes.
Em mim vivem formas selvagens,
Sonhos que devoram ansiedade, viragens:
Bosque de mil segredos e folhagens.
Minh’alma ponteia verde estandarte.
Disfarçada na anacrônica Campinas fumegante,
Sou anti-vigas de aço, primitivamente blindada.
Naco de floresta oculta por pele esbranquiçada.
Mimética, simbiótica, defendo-me da morte.
Mas se um talho, um corte...
Verão que é seiva meu suporte.
E eu que achava que meu jardim seria só concreto
Houvera um grande engano de certo
Engano esse que passo a me enganar cada vez mais
E nesse engano eu me embolo até não poder mais
Gosto tanto de me enganar! (Trechos do Poema '' Engano)
Matéria palpável incorpora-se à vida com toda praticidade
Sonho concreto e realista, conservador e sempre puro
Praticante da realização das idéias, a gerar estabilidade
Pragmático, fixa e mantém a terra firme e o porto, seguro.
"Corra de mim"
Ouça o som que vem do silêncio do abismo mais profundo e concreto de um coração que simplesmente amou...
Simples e abstrato como os retratos de tal Picasso do qual teve que morrer para ser reconhecido;
Veja a escuridão causada pela solidão e a proeza singela de um sentimento cruel e rústico do fundo de alguém que simplesmente parou.
Dessa vez não, dessa vez não!
Procure e chute qualquer coração, mas deixe-me aqui na solidão.
Abandone-me, largue-me, estrangule-me.
Mas não machuque outro coração.
Imploro...
Não machuque outro coração.
CONCRETO/ABSTRATO
Eis aqui minha solidão
que desorganizadamente teima em existir.
Eis aqui minha guerra
que caleidoscopicamente procura ideal.
Eis aqui minha lucidez
que meramente quer ser visível.
Eis aqui meu amor
que inutilmente permanece acordado.
Eis aqui o imprestável
que interessa a muitos.
Eis aqui a limitação
do que é possível.
Eis-me aqui desarticulado - ironicamente vivo:
o poeta que não sabe amar inventando uma realidade.
Suponho me entender
desentendendo-me
s u b i t a m e n t e ! . . .
"Na minha vida apenas o que é concreto é a cor do meu esmalte...
O resto é incerto,vou vivendo o que a vida vem me oferecendo, porque planejamento leva tempo e meu tempo pode não ser muito.Já o momento é o único de se viver!
Andrea Domingues
BRANCO CAPITAL
"Brasília é da cor do concreto cru; brancos geométricos sob o céu azul. Tem mais satélites do que próprio sistema solar e, porventura, sol não falta. Eis o que torna um solo de gente fria, que se cruza todos os dias e se perde no silêncio das tesourinhas - cujas só cortam nossos juízos."
Em seu trajeto pelo espaço
O Universo revolve
Abstrato e concreto
Enquanto tudo se move
O tempo muda as coisas de lugar
Ou modifica as que permanecem
Outono, as folhas caem
Primavera, outras crescem
Os raios de Sol e a água e outro ar
Renovando promessas
Os pássaros retornam de verões distantes
Percebem no primeiro instante
O viço da folhagem nova
Tudo até parece igual
Mas as flores recém-chegadas
Se postas à prova
e lhes fosse permitido algo dizer
descreveriam essa euforia de reencontro
Como sendo-lhes algo estranho e sem sentido
Pois, a olhar para os mesmos pássaros
À elas, não significa nada
Simplesmente não os reconhecem.
Pois é na sutileza inconteste
do jeito que as coisas são
Que se esconde
a pureza do conhecimento
Ter vivido a vida
momento a momento
No mais, tudo é sofisma
É luz enganosa
Que se decompõe
Sob o prisma do menor confronto
Universo em documento
Eternamente pronto e aberto
Peneirando eternamente
Não se dobra a nenhuma vaidade
Consolidando a verdade
O resto é coisa que voa ao vento
Bastaria pra nós
O gesto de simples pensamento
Mas a mera simplicidade
É coisa que há muito tempo
Foi relegada à espera,
Perdida
em meio a tantos outros compromissos
Na esfera do esquecimento ela aguarda
Enquanto bem poucos aprendem
Que precisamos de menos disso
Mas ao mesmo tempo
Um pouco mais que isso.
Edson Ricardo Paiva.