Poema Colcha de Retalhos
AMOR BACANTE
a noite divide o dia em retalhos,
cada resto de luz some num abraço.
na cama, também me desfaço:
são teus todos os meus pedaços.
RETALHOS DA VIDA..
Algumas almas não se separam…não importam quantas voltas a vida dá.
Quando isso acontece é porque nossas energias se reconhecem e nós percebemos que a outra pessoa faz parte de quem somos, de alguma forma, e que não importa quais caminhos a vida nos faça percorrer, estando fisicamente juntos ou não, sempre estaremos juntos.
Não precisamos estar ao seu lado para saber como se sente, e não precisamos necessariamente conversar para saber quando alguma coisa não está bem, não importa se seguirmos caminhos diferentes ou deixarmos de nos ver, sempre estaremos conectados, porque estaremos unidos pela energia do amor, que é maior do que tudo que conhecemos. É por isso que a força desse vínculo foge ao nosso completo entendimento.
Os acordos realizados entre almas não possuem uma data de validade. Estaremos juntos até que aprendamos todas as lições que precisamos, ainda que isso leve mais do que um tempo de vida.
Essas almas tão especiais não necessariamente se unem a nós de uma maneira romântica. Elas podem ser um amigo, um pai, mãe, filho e até mesmo um desconhecido de quem acabamos nos aproximando muito. Não importa quem seja, ela tem uma participação muito intensa em nossa história, e certamente faz parte de nós. Quando aprendemos a valorizar esse relacionamento e aprender com ele, crescemos dia após dia, evoluindo enquanto pessoas e também enquanto espíritos.
Portanto, valorize esse relacionamento e entenda que cada pessoa que está em sua vida tem algum papel a desempenhar em sua jornada.
Ninguém chega por acaso, temos a oportunidade de aprender e evoluir com cada um que encontramos.
Se você ainda não consegue reconhecer suas almas gêmeas conscientemente, não tem problema. Seu coração e espírito sempre saberão quem são essas pessoas, e se permitir que ele tome o controle em determinados momentos, ele o guiará exatamente para onde você deve estar. Lembre-se disso!
RELÍQUIAS
Num velho sentimento de um passado
que no matiz do tempo já tem outra cor
retalhos do versar, assim, relembrado
poetizam em prosa, a saudade, o amor
São sussurros, juras, hino apaixonado
que se transformaram em vazio e dor
restos de olhares do estar enamorado
e a recordação daquela concedida flor
Ah! breve a ação do fado que aparta
deixando no espirito lembrança farta
de sensação aflitiva que doridas são
Relíquias... de valedouiro tão presente
guardadas em uma poética tão latente
dos versos reminiscentes no coração!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 março/2022, 12’47” – Araguari, MG
XIII - Caso Ontem II
Peguei-me pensando no ontem como quem junta retalhos, agora, o ontem, é apenas uma lembrança fragmentada a ser discutida.
Para mim tais lembranças são como um sonho, tendo em si mesmo sua própria condição de realidade, porquanto, diante da perspectiva do tempo, a diferença do ontem para o hoje é a reminiscência do instante no processo de transição da realidade temporal à realidade atemporal.
Trata-se de um rudimento surrealístico do tempo que transgride a verdade sensível e condicional do momento.
Retalhos lesados
Era uma vez uma mulher sozinha.
Fechada em sua agonia ela escrevia.
Histórias de amor e fantasia,
e coisas que jamais vivia.
Um dia,percebeu que o tempo escorria
e resolveu se apaixonar.
Mas,em tudo e todos,punha defeito
sua alma não tinha mais jeito
machucada e com defeito.
Quando se apaixonava fugia
e o amor que queria ficava somente
nas páginas que riscava
linhas descaradas do ser complexo
que se tornara.
Mas dentro do peito sangrava
Sua vida era colcha de retalhos lesados
que ela tecia
Com fios de poesia costurados
sua alma era doente e ela nem sabia ...
Trapos e retalhos
assustado com a luz cavei minha própria cova em frente aos portões do inferno
o jardim de cristal iluminou-me por um breve tempo dando-me esperanças de redenção e ressurreição
até que novamente entorpeci-me no adormecer das madrugadas mórbidas
gritando dores solitárias minha alma geme sem causar comoção as Flores
quando fugi de mim mesmo pus-te em fuga de si mesma, e, nos perdemos a não nos encontrarmos
não há perdão no meu julgamento onde recebi condenação sem ser ouvido e minha pena mais dolorosa é saber seus gemidos por um partir que nunca houve
a doce lembrança do sorriso de suas palavras de outrora embaçam em lagrimas a memória do caminho sonhado um dia percorrermos
na minha morte almejo sua face, face a face um sussurro a dizer que te Amo e nunca sequer cogitei lhe deixar
a lua ergue-se em meio a sombras sedutoras contemplando minhas dores em mil pedaços costurando-se em trapos e retalhos em decomposição daquilo que um dia fui
gemidos anuciam uma dolorosa busca de um iminente e último suspiro..
No emaranhado do tempo
Entre o fortuito e o destino
Mil pedaços de retalhos
Bordei as linhas da vida
Escrito por Leovany Octaviano
@direitos reservados
[…] E as roupas, os mais coloridos retalhos de pano com os quais você me ensinou a criatividade e a renomada moda feminina, uma das grandes paixões que compartilhamos. E como não bastavam as diversas saias, e adornos, o ponto cruz foi um dos primeiros que aprendi e, mesmo não mantendo a prática, ainda me recordo muito bem seu método.
As incansáveis visitas ao teu closet para analisar algumas peças novas, ou tentar achar teu vestido de noiva, provar alguns dos teus mais maravilhosos casacos ou simplesmente provar os saltos, de alguma forma, me trazem uma recordação tão boa, um estilo tão único e nosso, que ninguém a não ser nós, entenderia do que se trata... uma moda clássica, com as mais variadas estampas, simples porém é o que denominamos: “chique do último”.
A Uma Fiel Escudeira: o que me ensinas?! Cartas de Agosto de 2021, para minha eterna Sancho Pança Ma.
Lá na pastaria onde lido
vez ou outra olho
para esse céu piscina,
cheio de algodão-doce.
Decerto que você também abaixa os seus olhos.
E daí dessa nau remansosa enxerga uma
colcha de retalhos
verdes claros,
verdes escuros.
Inevitável algum imaginário
adejo.
Bem perto do sonho é
tudo tão açúcar.
A terra é lollipop.
Reconstruindo de novo um novo que ainda não conheço.
Afinando em silêncios os meus outros de mim...
Recolhendo retalhos, estilhaços, cacos e sobras...
Mantas da vida..
Quando inquietos, o que hoje não é raro, talvez estejamos a buscar sentidos no que ainda se faz oculto, mas está presente em nossa caminhada.
Difícil, mas necessário aprender com o tempo que o melhor é não escolher atalhos afoitamente, embora aparentem encurtar caminhos, apenas ensejam e alimentam a ânsia de chegar mais rápido, onde estão nossas entranhas para lá nos fartarmos de todos nossos segredos.
Apenas engano, necessário jornadear por onde tem que ser, assuntando os sinais, sons e cheiros que, por menores e supostamente desconexos que sejam, na verdade são significativos retalhos das mantas das vidas, estas sim, entrelaçadas com um único fim que ainda desconhecemos...
CONSTRUÇÃO
Quero ser assim
Tal qual passarinho que constrói seu ninho
Um graveto por vez
Cada qual com seu tamanho
Uns fortes
Outros delicados
Pedacinhos de galhos que pareciam perdidos
Juntos viram ninho
Quero ser assim
Tal qual colcha de retalhos
Com tantos pedaços
Remendos
Que cresce aos pouquinhos
E sua beleza é trazer em si
Pedaços que não eram seus.
PEDAÇOS DAS COISAS
Nada do que se tem, sempre se teve.
nada do que existe, se fez...
E nada do que se quer se faz de uma só vez;
Pois, todas as coisas são criadas de pequenas partes.
Umas coisas têm seus traços
e outras seus recortes;
Mas tudo tem seus talhos e cortes.
Em pequenas partes, partes por partes,
nos traços, nos cortes e nos talhos,
vamos deixando recortes,
metendo os narizes,
as nossas marcas e as cicatrizes.
É assim a história da nossa vida:
Ela é escrita em pedaços;
Se costura no dia a dia em nacos,
como colchas de retalhos.
ENCANTADO ASSUSTADO
As pessoas me encantam..
Tanto quanto me espanta.
Atino: São seres humanos!
Surpreendentes, instáveis...
Não se pode contar nos contos.
Como as crianças me assustam;
Encantam-me enquanto crescem.
Crescem do dia para a noite...
Crescem na cabeça, na mente,
Crescem no corpo, físico.
E observam tudo e mexem...
O ser humano encanta...
Assusta a gente, que é gente
Ontem, hoje e sempre.
Não há luz.
Há ausência. Sombreando meus desejos, tentando ensinar meu coração a aceitar que não há mais você.
Há uma pausa, um hiato; uma possível falta, a suposta ausência, talvez uma certa ofensa condensada no silêncio que tanto se faz perceber.
Atos falhos, omitidos, sem sentido.
Obrigo-me a pensar. Ponderar o sujeito oculto em orações.
As preces sussurradas para que eu volte a sentir você.
E de tanto pedir... você se foi.
Uma ausência hostil e ostensiva, que cria rumores e mal humores dentro de mim.
Revolto-me, inquieto fico.
Amanhece. Já não se pode ver as estrelas de teus olhos.
Busco em meio aos escombros e pedaços interiores alguma explicação.
Vasculho os retalhos do meu coração e não encontro nenhuma resposta.
Não há luz. Há somente a poeira imóvel de algo adormecido e estagnado.
Busco atento palavra tua, um verbo velado, um brilho longínquo, mesmo que opaco. Em vão, pois não há você.
Converso com o silêncio e faço dele meu amigo.
Travo discursos ferrenhos com a quietude.
Então, sozinho, tento embalar-me entre meus próprios braços.
E, enfim, descubro que não há resposta quando o silencio insiste em responder.
Com paciência junta o botão de cor, que espalhou no chão.
Do cozer até o dia amanhecer.
Dos retalhos remendados, que costurados fez uma linda rede para dormir e sonhar.
Dos fuxicos coloridos, a confecção de uma glamourosa colcha para cobrir.
Adriana C.Benedito
E assim vamos vivendo... a tecer nossa colcha de retalhos...
um retalho de mar, um jardim em flor, o amor e o desamor, os dias de sol, os dias nem tanto.... Cada pedacinho completa o grande e colorido mosaico a que chamamos viver!