Poema Colcha de Retalhos
A minha maior decepção foi quando eu descobri que estava em seus retalhos...
Era alí que eu morava...( num canto qualquer, numa gaveta qualquer).
nas sobras do seu precioso tempo!!...
sacou?
..
Retalhos...
Há um pedaço de saudade,
um fragmento de qualquer coisa
que resolveu ficar ali.
Há sementes derramadas sobre o tapete
e sob ele, gritos abafados,
com retalhos de emoções
corroídos pelo mofo.
by/erotildes vittoria
Bom dia meu MS amado...
Nossa cultura é feita de retalhos, de sonhos e emoções, de lutas e verdades! eterno, aquele que nesta cultura deixa um pedaço de sua alma...
(Zildo De Oliveira Barros)
RETALHOS DE AMIZADE
Ao longo de nossas vidas...
Vamos construindo
e remendando
novos sentimentos
intensos , genuínos , de igualdade ...
Costurando nossas feridas
em cima de cada retalho
Descobrindo
novas cores
novos ventos
novos ares
novos olhares ...
É como um gesto e-eterno
de pura simplicidade .
No fundo ...
Somos como retalhos
que a cada ponto
se unem a uma vivência
e lembrança
E que juntos se firmam
numa linda
história de Amizade.
Coração em Retalhos
Sem valor, sem pudor, incena o amor, sem vergonha.
Causa dor, fere a alma, rompe lágrima, banha o rosto.
Sem malícia, sem premissa, sem cautela, sem ter medo, por si fere, se congela, pelo pranto, pelo canto, tão tristonho um flagelo.
De onde vem, como Sara, como cura, esse grito, alivia, esse grito, esse mito, que de manhã tudo passa.
Que tristeza, que peleja, sem conquista, sem carícia, sem verdade, sem compaixão.
Caminhe na tua trilha
Alimente a tua matilha
Costure os teus retalhos
Adube os teus carvalhos
Enxugue o rosto do suor
Das tantas pelejas de amor
E segue o teu caminho...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
VESTÍGIOS DE SILÊNCIO
Retalhos
de nostalgia
cobrem
a nudez
da noite...
Há
vestígios
de silêncio
ao redor
da emoção!
Debruço-me
sobre
as horas
e desato
uma
canção!..
bordava vestidos para as bonecas
com retalhos e pedaços de roupa
outrora escrevia, enrolada nas cobertas
confusas palavras e não eram poucas
hoje bordo a pele com que escrevo
tecendo cada centímetro
sem saber o que vai ser
um casaco de lã, talvez um vestido
eu decido quando por fim me cansar
há quem duvide, há quem se encante
apesar do fio ser frágil
e eu costureira iniciante,
espero tocar
não somente na pele,
no que tens de artificial
aqui tem dor e alívio
verdades que não calo
mentiras que não falo,
escrevo
bordo
RETALHOS DE UM VIDA...
Já amei tantas vezes sem ser correspondida. É triste dizer também que sofri por inúmeras despedidas. Agora guardo retalhos de lembranças só minhas, de histórias que somente eu sei contar.
Músicas, fotografias, até mesmo papéis com algo escrito fazem-me lembrar...
Momentos que marcaram, amigos que partiram, amores que se foram...Independente do que passou ou o que há de vir, é preciso fazer valer a pena existir.
No silêncio choro calada...
Coração em pedaços, retalhos na alma.
No silêncio choro calada...
Em meu coração a saudade do que se foi e não volta mais.
No silêncio choro a dor de um amor....
No silêncio da minha alma um amor ali guardado,
abraços imaginados, beijos sonhados.
No silêncio choro a dor de uma despedida..
Ferida na alma ,choro calada.
CACOS
Somos todos feitos de cacos,
pedaços de sentimentos bons,
pedaços de vida,
retalhos de decepções e alegrias
ora remendados ora colados e
infelizmente eternos imperfeitos.
Somos todos feitos de cacos,
tentando de alguma forma
sermos pelo menos inteiros.
" Vida ,porque faço questão de te-la ainda?
Me sinto-a em retalhos tão pequenos...
-Alguém se aproximou como se ouvisse meus pensamentos e mostrou-me na palma de sua mão uma pétala tão pequena qual eu ainda não tinha visto e disse -me :Esta vendo esta pétala ? sim,respondi.Ele disse : Então minha amiga ,peguei esta pequena pétala de uma linda mine-flor e a trouxe de presente para alegrar o seu dia!"
-Compreendi que assim é a VIDA : precisamos nos sentir pequenos para saber o quão GRANDE e VALIOSA ela nos é!!
Se o silêncio silencia-me?
... Nunca
Do lado de dentro
Há retalhos e retalhos de memórias
Vozes de corpo inteiro
Ao leme
Antigas e atrevidas
Agrilhoam-me os pensamentos.
Senta-se em sua cadeira de arames e retalhos,
fechas os olhos com pezar
com intuito de sua tristeza escapar,
a quem você quer enganar?
Não minta pra si mesma,
não diga que eu estou errado,
não feche os olhos
só para parecer mais fácil.
Os ponteiros do relógio
apontados como flechas
sobre nossas cabeças,
o tempo nos condena,
não há como escapar...
Uivos desertos, trêmulos incertos,
sobre a luz da noite
vagueiam por ai como insetos.
Nos devoram, nos condenam,
é o peso da carne sobre o medo e o arrependimento.
Olhares, bochejos,
é o peso da culpa sobre o insano desejo...
Retalhos ansiosos
Longe...
Tão longe vou...
Reticente por vezes,
mas tão longe a cada passo,
pacto e pranto.
Não posso,
pois logo passo...
Ligeiro, avante,
no afã de um grito de chegada.
Por isso parto a cada segundo
e tão longe vou...
Espalho por aí meus pedaços
esperando sorte em algum deles.
Me deixo por aí em retalhos.
Me deixo... me deito e vou.
Eu sou feita de retalhos
retalhos estraçalhados
remendados, recortados
pelas navalhas da vida
o sangue que dói, alimenta
como uma fênix
preciso me desfazer
pra só assim
renascer
Retalhos
Já não te encontro nos retalhos da saudade
tua vaidade nem o tempo vai lembrar
pra que chorar lágrimas de piedade
se a falsidade é tão difícil de ocultar.
Em qualquer lugar...
Aqui, ali, acolá...
São tantos pedaços de mim...
Que só em retalhos consigo juntar...
É você...
É o ato de te conhecer...
Agora que pertencemos a este mundo...
Consigo te observar mais a fundo...
Quem és?
A pergunta que não quer calar...
É uma inquietude que não consigo evitar...
Quem és? Repito...
Descubro além do que foi dito...
Sou eu...
Aquele alguém que ficou escondido no breu...
E que agora deseja sair...
É agora...
Vou me despir...
De tudo aquilo que já não me pertence mais...
Do que é passado...
E foi deixado pra trás...
Mas marcado, como memorial pintado!
Que já não afeta...
Apenas projeta...
Um novo agora!
O sangue e alguns retalhos de panos sem peso,
Amanheceram depois da litania dos arrependidos,
Ou oportunistas, que depois de tanto saberem
Fizeram ainda o holocausto, em nome deles.
Ninguém pedira, a não ser suas bocas para dentro,
Nenhum queria retirar-se da última esperança,
E só algumas gotas de sangue, não mais vermelho,
Quase cor de areia, infiltra-se no lugar.
Em meio aos gravetos apagados, pela tempestade,
Ainda em riste erguia o único tronco,
Aonde o esticaram, quebraram suas veias,
Canais que antes tanta bondade escoara.
Julgaram tê-lo tirado de dentro do mundo oco,
Agora muito mais deserto, e ninguém pra se escutar,
Pois que ao justo, exatamente o incólume de qualquer culpa,
Deles se agradaram como ovelha para o abate.
Dos pedaços de pano, que quase não se via,
Dava pra sentir um cheiro brando de cravo se abrindo,
E ele fora pisado, por pés desnecessários, sem valia,
E mesmo assim ardia, em pleno ermo, uma presença santa.
O madeiro, mais afortunado fora lavado,
Com o mais puro líquido. Uma nuvem vermelha,
A deslizar seu lastro, até tocar o ponto onde Ele punha os pés.
E quem dentre tantos maus abortos, poderia sequer querer,
Ter como Aquele justo, a mesma justiça, ser o mesmo Ser.
Um entre todos, o único entre todos, o que nunca igualou-se
A ninguém, nem com o acréscimo desses dois mil anos.
Mas quem julga tê-lo morto, esse realmente morreu,
Quem considera tê-lo tirado, esse sem dúvidas apodreceu.