Poema Casa
Endereço
Minha casa é um recanto do mundo
a doze passos do coração.
É horta fértil, jardim fecundo,
pelos Campos do Mourão.
Minha casa é colo e cafuné,
é cheiro de mate e pão caseiro,
é força e vida, vigor e fé
que canta o sino de Engenheiro.
Minha casa é abraço apertado
onde a Gralha Azul fez ninho.
É beijo tímido, apaixonado
nos cafezais de Sertãozinho.
Minha casa é floresta que se avista
da janela velha rindo à toa.
É semente nova que o altruísta
acomoda e rega em terra boa.
Minha casa é pinheiro, é cipestre
que penumbra, em trilha oportuna,
os tapetes do ipê roxo, flor silvestre
nas calçadas de Araruna.
Minha casa tem gosto de Carneiro ao Vinho,
Sabor sagrado, segredo sangrado no sul.
É terra rubra que pinta o pé pelo caminho,
é sossego, saudade e sol. É Peabiru.
Vendesse eu as palavras quando não tenho nada a fazer
Vendesse eu a alma quando chego a casa entristecida
Vendesse eu o coração quando me apunhalam pelas costas
Vendesse eu a casa quando a família não esta presente
Vendesse eu o espelho quando me vejo menos bonita
Vendesse eu a consciência quando não disse o que havia a dizer
Só para não ferir o coração d’outrém.
A verdade é que se eu vender as palavras não saberei usar a alma
Também vendida por não dar valor à tristeza
Que nos assola quando o coração é traído
Pelos que mais amamos em virtude da sua imagem
Que não vemos quando nos olhamos ao espelho
Traindo o amor que à nossa volta têm por quem somos
Pesando-nos mais tarde a consciência pelo que não fizemos
Pelo que não amamos
Pelo que não dissemos a tempo
Perdendo a única oportunidade que temos numa vida:
A de amar para sempre.
******
Deve ser ilusão
Hey, Hey, Hey, Hey , eiiiii
Eu chegava em casa mais cedo,
Louca pra saber de você,
E ao mesmo tempo com medo do que eu possa ver
Quando vi teu rosto na tela,
É que eu pude então perceber
Vi no seu perfil "Viajando"
Juro eu não queria ver
Se a até ontem a gente se via direto
Rolava altos papos amor
Deve ser fantasia
Não vai dar em nada
Eu estava sozinha na madrugada
Deve ser tudo ilusão
E faz muito mal pro meu coração
Não dar pra não pensar em você, porque tudo lembra essa paixão.
Se eu quiser ao menos te ver
liga a web, ou tento te esqueçer
Eu procurei e não achei seu coração.
(Rap)
Vou rasgar aquela foto, que eu imprimi
Deletar aquela foto, que eu gostava
Por você eu vivi, mais isso eu não quero lembrar
Eu torço por você, fique onde esta
Isso deve ser ilusão
Que se tornou ha 5 meses
Me iludi demais, mergulhei nessa paixão
Agora eu estou sozinha, sofrendo
foi tudo em vão.
Não quero que voce me veja assim, faça o favor de me esqueçer
É vou proseguir,
Se a até ontem a gente se via direto
Rolava altos papos amor
Deve ser fantasia
Não vai dar em nada
Eu estava sozinha na madrugada
Deve ser tudo ilusão
E faz muito mal pro meu coração
Não dar pra não pensar em você, porque tudo lembra essa paixão
Se eu quiser ao menos te ver
liga a web, ou tento te esqueçer
Eu procurei e não achei seu coração.
Cavalheirismo interesseiro
Saindo da casa da minha namorada, que agora é ex-namorada, isso faz uns três meses, eu acho, fui dar uma passada na praça, coisa que não fazia havia tempo, por causa das repressões do namoro. No caminho encontrei uns amigos e a Margarida. Eu não tinha nada com a Margarida, muito menos imaginaria ter algum dia. Passei apenas pra dar um alô, e já me despedi e Margarida foi comigo até a praça, paramos numa lanchonete, ela não queria comer, ficou fazendo-me companhia enquanto eu comia.
Tivemos uma conversa muito agradável, embora eu não me sinta bem quando estou comendo e conversando com alguém. Tenho medo da imagem bizarra das minhas mastigações e minhas abocanhadas no sanduíche, isso é muito pessoal. Mas eu gostei muito da doçura, da inteligência e da sensatez daquela menina, mas logo vinha à minha mente a lembrança do meu compromisso de namoro.
Meu último ônibus era às vinte e três horas, e trinta minutos, e já eram vinte e três e vinte minutos, ou seja, eu tinha ainda dez minutos até o ônibus aparecer. Ela decidiu ir embora também, não havia mais quase ninguém na praça. Margarida morava ali perto, eu poderia acompanhá-la até em casa, mas mesmo que eu voltasse correndo pro ponto passariam os dez minutos. Eu poderia ir andando pra casa, mas demoraria quarenta minutos, e eu tinha namorada, portanto o cavalheirismo não valeria à pena.
- Tchau Margarida, obrigado pela companhia.
- Obrigado você, boa noite!
Um mês depois eu estava solteiro, e apaixonado por Margarida, e ela nem olhava mais pra mim.
Maldito cavalheirismo interesseiro!
Deixa eu te guardar a casa é sua
Faz em mim teu lar, me reconstrua
Queira me habitar onde eu me escondo
Faz deste lugar só seu no mundo
Eu quero ser onde você sossega a alma
Que chora e ri e encontra a calma pra sonhar sem dormir
Vem acender as luzes que iluminam o meu coração
Vem ter comigo sua parte da amplidão
De minha parte eu estou aqui...
"Fiquei voando,
esqueci das horas,
e o que seriam às horas?
me perdi à caminho de casa,
nem lembrava que tinha uma,
esqueci de ligar o rádio,
mas não houve um só momento de silencio,
e de tudo eu ria,
pra todos eu sorria...
Ah senhor, me devolve a realidade,
devo voltar a viver,
sonhar e depois acordar é ruim de mais..."
by Mel
Quando eu te vi eu me perdi em um mundo que eu não conhecia , mais eu me senti em casa , eu me senti vendo um quadro , um quadro
abstrato , do qual eu não entendia o significado , do qual me intrigava de uma forma intensa , porem a beleza
contida ali fazia com que eu gozasse de um prazer nunca antes experimentado por meu leigo corpo .
Havia um sapateiro que trabalhava à porta de sua casa e estava sempre cantando. Tinha muitos filhos que andavam esparrapados, mas à noite, quando a mulher punha a ceia pobre na mesa, ele tomava a viola e tocava sua cantigas, bem satisfeito.
Diante de sua casa vivia um homem muito rico, que reparava naquela pobreza toda, e um dia mandou dar ou outro um saco de dinheiro, pois deseja ve-lo feliz.
O sapateiro, muito espantado com aquela generosidade, pegou o dinheiro e à noite fechou-se com a mulher no quarto, para contar as moedas. Não tocou viola, e, por fazerem barulho as crianças levando-o a errar na conta, bateu-lhes, e elas abriram numa choradeira, pois nunca tinham apanhado e mesmo a fome não lhe doia tanto.
No quarto outra vez, disse a mulher ao sapateiro:
- Que vamos fazer com tanto dinheiro?
- Enterrá-lo.
- Podemos esquecer onde. É melhor guarda-lo no baú.
- Podemos roubá-lo. O melhor é pô-lo a render.
- Isso é ser agiota e eu não gosto.
- Então reformamos a casa, fazemos de sobrado e eu arranjo uma oficina toda pintada de branco.
- Nada disso. Não gosto do campo.
- Nada disso. Não gosto de campo.
- Pois a melhor coisa é possuir terras. O rsto não passa de vento.
A conversa foi esquentado, palavra puxa palavra,e o homem, exaltando- se dá dois tapas na mulher que desata num berreiro danado.
Durante a noite toda não pregaram o olhos. O vizinho ricaço estava espantado por não ter ouvido as canstigas de costumes, e sim choro de criança e ruídos de briga de adultos.
Finalmente o sapaterio disse à esposa:
- Sabes que mais? Esse maldito dinheiro matou nossa alegria. O melhor é devolve-lo ao vizinho. E tratemos de ficar com nossa pobresa, que enquanto fomos pobres éramos amigos e não havia choros nessa casa.
A mulher ficou muito satisfeita, e no dia seguinte o sapateiro devolveu o dinheiro ao vizinho e voltou a bater suas solas, cantando alegremente, como costume.
Até Mais
Antes a casa era tão cheia,
e tudo voava.
Hoje me parece tão vazia,
e tão cheia de nada.
Antes as noites eram dias,
viajava na fantasia,
fazia e desfazia magia,
mas a vida era vazia.
Hoje me pareço tão contente,
mas o que fazer se meu corpo mente,
me dê ao menos um sorriso,
vamos, não deve ser difícil,
dar adeus nem sempre é fácil
mas nós temos que dizer!
DE VOLTA
Ser viajante sem parada
De novo encontrar a mesma estrada,
Voltar à mesma casa que foi deixada,
De onde saíste sem pensar em mais nada.
Dos encantos que aprendi na vida
No profundo do teu corpo me fundi,
Nos caminhos percorridos
Sempre procurei o amor em ti.
Foi meu alento minha poesia,
Meu canto minha nostalgia,
Meu destino que te entreguei um dia.
Ó amor meu que ficaste ausente!
Não te apartas do meu amor presente
Deite em meu regaço tua alma para sempre.
MÁRCIA ROCHA
Enquanto os outros me dão planos felizes
Concretos
Casa, comida e roupa lavada
No máximo com pequenos problemas
Ciúmes
Você me ama
E eu te amo também
Mais outro sonho:
Era de noite e eu estava num lugar que parecia uma casa, só que sem teto... dava pra sentir o vento forte da noite. Eu passando de um cômodo pro outro te vi, te abracei forte, parecia que a gente não se via há séculos... foi um abraço demorado, de coisas ditas no ouvido só que não lembro o que... te soltei, nos olhamos, você pegou no meu braço e me levou pra um outro cômodo... quando estávamos passando pela porta você pegou na minha mão e acariciou com força e passou o dedo médio na palma da minha mão... sabe, nessa hora meu coração acelerou como se fosse real mesmo... senti a mesma sensação de quando estamos aqui, sentindo o que sempre sentimos... e quando você fez isso, eu olhei pra você, com o coração na boca e disse: não faz assim... você já estava se encostando na parede me puxando pra junto de você... daí acordei.
Jota Cê
-
Bem meio do nada. Mato por todos os lados. Uma casa. Eu e você dentro. Sol nascendo e se pondo. Cheiro de café e depois almoço. Cheiro do vento. Cheiro da chuva. Cheiro de suor. Cama desarrumada. Até imagino você toda à vontade andando pra lá e pra cá nesse cenário. Meu coração está meio besta hoje.Todo batendo pro seu lado. Não é todo dia que o coração da gente fica totalmente besta e idiota por um outro coração.
Jota Cê
-
Corri numa rua sem fim
Cresci numa casa sem paredes
Voei além dos limites triviais
Experimentei o que não tem gosto
Senti o que não tem cheiro
Vivi o intocável
Procurei noites ditosas
Acordei dias abrumados
Edifiquei-me além da negra aflição
Fraquejei-me sob o enorme peso do amor
Numa pequena casa de papel
Paredes separam o que não se vê
Portas fecham o que não se pode tocar
Janelas se abrem para o exterior daquilo que não existe
Pinta-se de branco o telhado da casa
Confunde-se o teto com o chão
Vê-se o horizonte da cozinha
Caminha-se pelos corredores
De um quarto ainda não construído
Cortinas se sustentam ao ar
Lembranças se constroem com o tempo
E permanecem num espaço em branco
De um pequeno papel tingindo
Como a nossa vida
Nessa minha casa sem nada, você é a chama acesa que me faz ter tudo. Essa chama que não se apaga nem com o sopro mais potentes de nossos suspiros de segundo em segundo. Te levo pro quarto e com sua luz vejo a cama que o seu amor sempre prepara pra mim. Te levo pra sala e com sua luz vejo um sol que sempre entra pela janela iluminado parte de um sofá, porque a outra parte quem ilumina é você quando deitada nele. Te levo pra cozinha e com a sua luz vejo uma mulher linda que sabe misturar tudo o que é de bom e fazer maravilhas com tudo o que ela tem de melhor. Te levo pra varanda e com a sua luz vejo uma rede que balança com o vento só pra não perder o balançar de quando perdemos horas fazendo de um tudo dentro dela. Você é a invenção mais perfeita que minha mente, que não entende nada de cálculos, soube projetar. E projetar você na retina dos meus olhos é viver de enxergar o extraordinário bem na minha frente.
Que na floresta da nossa vida o que não falta é o processo de respiração que o verde do nosso amor faz pra deixar o nosso ar sempre com cara de limpo.
Jota Cê
-
Este homem que esperou
Este homem que esperou
humilde em sua casa
que o sol lavasse a cara
ao seu desgosto
Este homem que esperou
à sombra de uma árvore
mudar a direcção
ao seu pobre destino
Este homem que pensou
com uma pedra na mão
transformá-la num pão
transformá-la num beijo
Este homem que parou
no meio da sua vida
e se sentiu mais leve
que a sua própria sombra
“Tardes sufocantes”
Adentrei em nossa casa e o silêncio sepulcral se fez presente, vazio pela casa, lembranças na mente.
Olhei o velho relógio pendurado na parede acima de sua foto, e por mais que tentasse, ele sequer mudava sua rotina torturante.
O telefone não toca, os pássaros sequer ciscam em nosso jardim, o tempo parece uma afiada navalha, rasgando impiedosamente, minha saudade insolente.
Os passatempos não me valem de nada, fechar os olhos além de doloroso, faz com que a distância engrandeça novamente.
Agora as tardes são insignificantes, o sol escaldante não aquece um corpo ausente, o café se tornou amargo, a comida insuficiente. Volta logo, assim posso abrilhantar o sol divinamente.
No dia que a gente se pegou mesmo, depois de tudo, quando você foi pra casa, fiquei sentindo, fiquei meio que bestando na emoção forte que eu vivênciei com você... foi foda, mas foi com o coração batendo forte de todas as maneiras... realmente você tinha que ser minha, não via de outro jeito... não depois daquilo tudo...
Jota Cê
-
“Somente uma morada”
Simples para uma casa, singular o que lá existia, simples quem lá visitava, singular o que se pedia, simples o que de lá se esperava, singular o que conseguia.
Não havia aconchego, mas havia barulho, não havia trapaça, mas havia magia, não havia espaço, mas havia sintonia.
Simples como a terra molhada, nunca é demais o que se fazia, simples como a estrada, nunca se perdia, simples como nós, nunca esperando o que não se queria.
Não tinha cor, mas por lá não se sentia dor, não tinha comida, mas com amor se vivia.
Simples tal qual a jangada, é o vento que nos guia, simples tal qual uma singela risada, é o presente da vida, simples tal qual respirar, é assim, irradia.
Não almejo dias para mais, só viver com maestria, não almejo me preocupar, só quero partir com alegria.