Poema Casa
Poemas e versos se amontoam nos cantos da casa.
E o caos se instalou aqui dentro.
Versos se amontoam nos cantos da casa.
Tudo rima, dor com amor, paixão solidão, tudo rima com sofrimento.
Tudo se amontoa nos cantos da casa e a dona morte é meu único amigo.
Tudo se amontôo nos cantos da casa até mesmo eu.
Será que é castigo?
RECIFE, MINHA CASA...
Recife de lindas praias,
Como adorno, lindas mulheres pelas calçadas,
Provocando a paixão aos homens em seus olhares.
Recife capital do carnaval,
Festas do frevo e do maracatu, de euforia sem igual,
Reunindo foliões por toda a madrugada do Galo.
Recife de belas praças,
Avenidas, viadutos e pontes que se entrelaçam,
Até metrô existe cortando a cidade.
Recife de grandes prédios,
Bem armados em seu concreto,
De fachadas com arquitetura de causar inveja.
Recife de grandes negócios,
Lojas, indústrias e fabricas... Muitas de grande porte,
Investimento SUAPE, que à economia traz grande suporte.
Recife, minha casa,
Distante dela sinto que o tempo passa,
Por desejá-la, gostaria que o passado voltasse.
Ele queria um futuro melhor, um lugar melhor, uma casa melhor, uma grana melhor....
Ela queriiiia o muuundo e viu que ele era pequeno demais para acompanha-la nisso, por isso não deu certo, por isso ela não fez dá certo!
O céu não é o limite brother!
Ao infinito e muito muito muito mais além! ;)
A porta e o buquê
Eu queira alguém que tocasse a campainha da minha casa, e quando eu perguntasse quem é, esse alguém ficasse em silêncio só esperando eu ceder e abrir a porta. E quando eu abrisse a porta o rosto desse alguém tivesse coberto com um lindo buquê de rosas. E quando esse alguém baixasse o buquê, fosse você.
Você me olhando com os olhos brilhando dizendo que me ama. Com um sorriso no rosto esperando um beijo meu. Com os braços trêmulos esperando um abraço. O abraço que pararia o mundo e nada mais interessaria além de nós. E depois de tudo isso, você pegasse o violão e cantasse a nossa música, aquela do primeiro tudo - olhar, abraço, beijo - e depois de cantar, você me olhasse mais uma vez e não parasse de me olhar por um longo período de tempo e que depois você sorrisse e bem depois me abraçasse e fechasse os olhos e depois me beijasse. E quando eu abrisse os olhos olhasse ao redor e visse que tudo era real e não mais um dos meus delirantes sonhos.
Então você chega em casa , e morde seu punho , pois tudo o que aconteceu esta passando em sua mente .
Dai você percebe a chance que desperdiçou .
Mas não adianta é sempre assim .
Encontro
A casa estava vazia
Sozinha, caminhando pelo jardim
Fui ao encontro da paz
Fugi para dentro de mim
Pensamentos agitados
Como as ondas do mar
Não era eu
Não era nada
Inebriada pelo jasmim
Corri para a calçada
Não era eu
Não era nada
Retornei para a casa
A paz estava ali.
O João viajou,
Mas Joana ficou em casa,
Seu cachorro ele levou,
Mas deixou sua amada,
Sua amada que o amava,
Hoje não o ama mais,
E o cachorro que levara,
Já o deixou para trás,
Desprezado e sem ninguém,
Via a miséria acometê-lo,
Tinha fome de leão,
E da noite tinha medo,
Foi um ato sem motivo,
O acaso o desterrou,
Por um mísero cruzeiro,
Um senhor ele matou,
Já não era mais o mesmo,
Já não vivia pelo bem,
Os valores que antes tinha,
Forem-se,
Hoje é João-ninguém.
Noite de São João - 2008
“......Longe de casa e distante da Garota de Xuxinhas; em uma noite adormece em um sono tão bom em meio ao barulho...mas aquela voz permanecia em meus pensamentos com a esperança de reencontrá-la e dizer olhando em seus olhos o quanto à tornastes especial....”
Ribeirão, madrugada
Todo mundo lá em casa
O mundo é muito mais água
Do que eu posso beber
Sépia
Estou com cara de fotografia em sépia;
Com saudade do verde…
Da minha casa…
Do vento, da paz.
“Estou em sépia”.
Quero ser beijada pelo vento,
Tocada pelo Sol da tarde.
Quero sentir o cheiro verde do mar,
Deixar que o entardecer me envolva de prazer…
Estou como uma folha,
Como uma folha seca,
Caída e esquecida no bosque da minha vida,
Esperando a Primavera chegar
Com seus florais de mil cores…
E minhas tardes… Perfumar.
Estou em sépia e sou o outono antecipado;
O silêncio morno do Deserto
E o meu olhar tem o açoite do tempo;
O murmúrio das ondas
E um poema largado.
Toda Cor e Exagero
Tick tock tick tock sapatos de boneca,
Passos apressados volto pra casa.
Momentos em off, no quarto janela aberta,
Nada arrumado, música que marca.
Em casa as pessoas em outra dimensão,
Tiro o fone, silêncio no almoço?
Uma nova crítica soa, mais uma pra coleção,
Não me defender aqui já deixou de ser esforço.
Esperando acabar na última garfada,
Enquanto falam mais alto observo muda.
Planos pra uma tarde numa mente acelerada,
Nenhuma mágoa fica, deixo minha alma pura.
A gregos e troianos não dá pra agradar.
A velocidade das mudanças me fascina.
Aprendi aos de passos lentos respeitar,
Toda Cor e Exagero do meu mundo ensina.
O Reggie da Abandonada
Outro dia fui na sua casa
Pensei que fosse rolar
Você me deu esperanças
Mas não quis em mim tocar
Não sei mais o que fazer
Para você ver que eu existo
Tenho tentado de tudo
Até sua roupa eu lavo
Mas você não se toca
E eu fico aqui sozinha
Sem esperança nenhuma
De um dia você me amar.
Que desperdício de tempo,
Que falta de amor,
Eu com tanto sentimento
Fui entregar minha vida
A um ser que hoje
Faz questão de não me notar.
Em busca de Jesus
Depois de uma longa noitada, o bêbado está voltando para casa quando se esbarra em um pastor que se prepara para batizar um grupo de evangélicos à beira do rio.
Sentindo o cheiro de álcool, e querendo dar um exemplo a seus fiéis, o pastor o segura pelos ombros:
- Gostaria de encontrar Jesus?
- Sim, claro. Gostaria de encontrar qualquer pessoa para discutir sobre a vida, e beber mais um gole.
O pastor não se dá por vencido. Pede aos fiéis que dêem as mãos, todos entram no rio, mergulha o bêbado, retira-o da água, e grita:
- Irmão, encontrou Jesus?
- Não, não encontrei.
O pastor pede a todos que cantem Aleluia, e o mergulha mais uma vez.
- Agora, irmão, encontrou Jesus?
- Ainda não encontrei – responde o bêbado.
Desta vez o grupo inteiro começa a fazer um longo exorcismo, e no final o bêbado é mergulhado pela terceira vez no rio. Triunfante, o pastor o retira da água, clama aos céus que as bênçãos desçam sobre todos, e virando-se para o homem, afirma com toda convicção:
- Tenho certeza que desta vez encontrou Jesus!
- Sinto muito, mas não consegui encontrar. O senhor tem certeza que ele se afogou aqui mesmo?
O vazio total e a urgência de recomeçar
Em que casa, em que rua, em que mundo eu vou morar?
Onde eu vou entre o fim do trabalho e o começo do sono?
Prá te esquecer me entrego pra qualquer bobagem na TV
disperso-me por aí
feito brisa
depois me rejunto e chego como ventania
varro a casa
derrubo coisas
safadamente
devasso a monotonia
talvez eu seja um vento mau
talvez injusto
para quem tinha olhos postos no horizonte
a procurar por mim
não me desespero
e não quero
ser feliz de outro jeito.
Expectativas
Busca incansável
Confiança evaporando pelas frestas da janela.
Toda a casa suspira sua falta,
Mas você não vem... Você nunca vem.
A expectativa se frustra na indecisão,
A força se encontra na percepção da realidade
No desejo e na plenitude de si mesmo.
Você não vem. Eu não vou.
As coisas não mudam.
Não nos encontramos e tudo está suspenso.
Mas em mim me acho, me sustento, me espero.
E a neve tão fria,
Cansada de ser pisada
No caminho de casa
Resolveu se mudar para outra região.
Revelou para uma nuvem sua teoria.
Gostaria de ser amada, não pisoteada. Daí a necessidade,
De obter o menor contato com a humanidade.
E a nuvem compreendeu a situação.
Disse que durante 9 meses o sossego que tanto procurava, teria,
Embora seria obrigada a voltar assim que o inverno se instalasse.
Só assim para conseguir sua sonhada vida campestre.
E no Alasca, em seu novo lar, aos poucos esquecia
Dos sádicos que sempre diziam: "seria perfeito se hoje nevasse"
Mas eram os primeiros a utilizá-la como faixa de pedestre.
Sempre achei lindo ter uma casa com flores nas janelas, um jardim com caixa postal de madeira e um labrador latindo ao amanhecer quando passa o Jornaleiro...
No forno, uma colorida forma de cupcakes e ao acender o abajur um beijo de bom dia...
Aos que pensam que isso não é vida real, muito prazer, eu também guardo um chá mate gelado, logo alí em jarra de vidro dentro da geladeira com pingüim ...
Carpe Diem
"DE VOLTA PRA CASA..."
Entre os sorrisos disfarçados, a lágrima contida. Era mel que desejava, mas dos seus esforços só via brotar féu. Questionava as leis do mundo, e não obtinha resposta. Pensava em desistir. Seria hora de partir? Não sabia o caminho... "para onde ir?". Por mais que soubesse que aquele não era o seu mundo, também não conhecia o de origem. "E aí?". Resolveu, então, pintar o seu, à sua maneira... fazer de um, dois; multiplicar os pães da esperança. Trabalho árduo, cansativo; por vezes, quase esmorecia. Mas, algo maior lhe esperava - sabia. Então, numa manhã de outono, ao abrir os olhos, convidada pela luz da manhã que entrava pela janela, ouviu uma voz que dizia: "vem, minha menina... a sua hora chegou. Vamos fazer a sua tão esperada viagem. A viagem dos seus sonhos. A viagem de volta para o seu verdadeiro lugar". Não hesitou. Abriu os braços e deixou-se levar. A brisa tocava-lhe o rosto. Ela sorria. Relembrava da sua história. Sentia orgulho. E alívio. Estava indo... de volta pra casa...