Poema Carolina
Ela era a dona dos meus mais belos sorrisos, e vivia rindo das minhas besteiras.
Dizia que eu era sua criança e que iria me cuidar.
Fazia planos e me pedia pra casar.
Dizia que gostar não era patético e que se sentia especial por eu gostar.
Dedicava as mais belas músicas a mim mas nunca me tirou para dançar.
Fumava e dizia que era para passar, eu reclamava e falava para parar.
Me beijava mas não prometia ficar.
Dizia "oi!" a minha mãe e sorria sem ter o que falar.
Sem dúvidas dizia que nunca me esqueceria... e olha só, já somos quase desconhecidas.
Mas sem dúvida alguma, um dia, ela foi o amor da minha vida.
"Eu fui a pessoa mais inteira e feliz enquanto te amei, e sou muito grata por poder ter vivido isso tudo com você.
Não acredito que viverei outra historia com a mesma intensidade...um passarinho machucado tem medo de voar outra vez.
Pude provar a intensidade de um amor, mesmo que ele tenha sido só meu...me explodi em emoções e momentos bons. Obrigado!
Só depois de viver muitas coisas foi que resolvi me tatuar, aos trinta anos.
Três tatuagens: o amor a Deus e ao próximo, o amor eros, e o amor ao conhecimento. Me definem. Tatuagem é mesmo vício: estou sempre pensando na próxima. Fazer tatuagem dói... mas o desenho fica tão lindo, a gente fica admirando... e é para sempre.
Tu podes "namorar" um desenho por anos, e quando o tatuador passar para a tua pele, pode dar errado... Bem errado. Tu também podes te arrepender de uma tatuagem e querer cobrir. Tatuagens meu amor, em geral, são desenhos lindos, com significado, e para fazê-las, a dor é inevitável...
Lembre-se disto. São lindas, mas doem. Tu já sabe onde eu quero chegar... O amor é lindo, fica marcado pra sempre, mas vale a pena. Se o desenho não ficar legal, a gente desenha outra por cima, mas é só disfarce, porque a gente sempre vai acabar lembrando do desenho feito por baixo. Mas lembra cada vez menos...
As tatuagens sempre vão doer... Mas ainda assim, vai valer a pena. E se não der certo fazemos um desenho novo por cima. Há cor, há beleza, há doçura, mas sempre haverá dor. Não deixa de fazer uma tatuagem só porque dói. Apenas, esteja preparado.
E não se desespere jamais: algumas tatuagens até sangram, mas vão cicatrizar e a dor vai passar.
Cada um tem uma forma de se expressar.
Cada um tem um jeito de sentir.
Somos seres individuais, não importa se possuímos algo em comum.
Um submarino momentâneo
Ela repetia:
"A cinestésia está me matando".
Era assim, tão difícil suportar o que lhe vinha a cabeça, os momentos sempre tão claros "eu me lembrava daquela cafeteria, era marrom com verde" a cinestésia a consumia.
Ela costumava olhar a janela molhada da chuva e dar cor para cada gota, tudo em seu comórbido imaginário...
Poderia ser mais fácil? Se fosse ouro, jogaria ao mar, como era feito de café, resolveu tomar.
Acordou com a mente atordoada;
Tantos problemas, um copo não muda nada;
Passa de um sentimento para agradecimento;
Seu medo é não mais acordar depois de noites conturbadas;
Você não se lembra, mas sabe que fez tudo errado;
Acordou com a mente atordoada...
Olhou para os lados, onde está ela?
Não videou nada.
Eu escolhi assim
Ainda que não te tenha só pra mim
Ainda que eu precise esperar
Ainda que eu tenha que ver alguém no meu lugar
Eu escolhi assim
Mesmo vendo tu partir
Mesmo sabendo que não vai ficar pra dormir
Mesmo que eu não possa impedir
Eu escolhi assim
Estando perto e ainda tão longe
Estando ao lado mas tão distante
Estando quente mas congelante
Eu escolhi assim.
Pois a tarde, a gente fica, brinca, queima, desatina, foge o clima, perde a linha, sai da rotina.
E no fim, da o adeus, o último abraço, corta o laço...
Esperando a hora de tudo recomeçar.
E para quem pensa no amor
E para quem luta por ele, nunca o terá.
O amor não funciona assim, o amor precisa se jogar, se arriscar. Perder e ganhar.
A noite se foi
Revirou
Retorceu
Retirou-se
E se foi
A noite se foi
E Levou-me junto a si
Teve a mim
Num pleno luar
Era minha
Era do meu pai
Hoje sou da noite
Da noite.
A noite se foi
Mas o dia não veio
E levou-me junto a si
Virei estrela.
A noite se foi
Se foi
Mas o dia não veio.
Estou inerte, incumbida, ensandecida de amor por ti.
teu cheiro me alucinou, fui do inocente ao delírio no instante que passa.
que traços são esses,
perfeitos, esculpidos por mãos delicadas
que olhos marcantes,
por que me olhas assim?
não vê o que estou a mercê doa meus desejos?
estou afogando areias nessa onda,
tirando pássaros do céu...
que sentido isso tem?
eu não sei. perdi os sentidos, perdi a cabeça,
perdi meu subconsciente pra esse amor.
que louco amor.
e agora, que faço?
estou demente, inquieta, perdida, incolor
dê-me o teu melhor,
faça do nosso caso uma história.
o que faço comigo, amor?
o que faço se sinto a cada hora
a cada dia, a cada instante,
a dor da perda de vc?
se é saudade, não sei
se é desejo não sei,
se é egoísmo, não sei
são marcas, sequelas, rastros de ti,
sonhos pisados, sentimentos quebrados
e um coração despedaçado
que queres de mim?
que eu sofra?
que eu morra?
não sei o que fiz,
só sei que vivi
entreguei-te o meu mais profundo 'EU'
te amei como só 'EU' podia amar
beijei como só 'EU' beijar
e você me deixa no meu mais triste 'EU'.
Vaidade.
Um espelho, Narciso.
O mais grave dos sete pecados.
Atrair atenção, atrair olhares teus.
Cobiça. A vaidade quer aplauso.
Golpe.
Aquele álcool que viajou por minhas veias, retardou meus reflexos, fez-me deliciar nos graves braços do ignorado que me beijando os lábios calou-me as palavras. Larguei por distração. Ouso dizer que algo me prende onde não deveria. O odor de fumo encravado em meus fios de cabelo relembra-me do instante em que virei deixando marcas de batom; joguei-me de cara aberta, sem minha espada e armadura, pensando no ineficaz, abocando em mim uma cobiça daquele corpo, desejo frígido, consternação, com uma breve pretensão de assassinar, trucidar por despeito. Sinto-me obtusa.
Hausto.
Em meio a murmúrios de versos abafados pelas gargalhadas, encontro-me, minúscula, debilitada por uma hipnose descuidada. Olho a minha volta, melancólico júbilo, ecoei sublimemente, refleti afastada. Egos, ostentações dispersantes, rompidas.
Eu, outrora entusiasmada por mãos robustas, pujantes, vigorosas, já amei servilmente, estoicismo era minha dita muda. Hoje não, apenas desejo, ambiciono o acesso dos encantos vedados, um desses cujo desdouro possui a mesma fórmula intensa que o rosto de um idiota.
Vou pra casa descansar. Deleitar-me-ei, beberei, traçarei o rum aos grandes tragos.
Curva dos S.
Singelamente poder dizer-te amor.
Singularmente poder sentir-me tua.
Separadamente de outrem ter meu peso sobre ti.
Supinamente repartir do mesmo devaneio.
Simplesmente eu, inteiramente você.
Conflagração.
A tempestade fluindo pela vidraça, adágios além-mar, o frio cortando-me a tez crua e a fragrância intensa penetrada em minhas madeixas trazem-me a nostalgia. Encontro-me entorpecida e ainda sinto seu gosto doce, aturado, por entre meus lábios. Meu corpo sente falta dos braços teus e unhas ferindo-me o dorso. Fechar os olhos, dormir, acordar e reviver tudo do mesmo modo numa magnitude muito mais elevada. Num inevitável incêndio libertino, senti-me manipulada por alguns dons artísticos dele no tocar-me.
Pra quê?
Pra que há guerras, que não acabam mais?
Pra que há morte e rendas desiguais?
Pra que há pobreza? Pra que destruição?
Por que não um sorriso? Ou um aperto de mão?
A culpa, na verdade é nossa.
É da humanidade.
É do homem que cansou de dizer não e
Que se acomodou com essa realidade.
A culpa de um mundo assim,
De um mundo que parece perto do fim,
É de todos e não é de nenhum.
É do homem que resolveu matar,
São dos muitos que preferem roubar,
A culpa é da bala perdida e da bomba que caiu do céu.
A culpa é da corrupção
E é da lei que não prende ladrão.
Na verdade a culpa é minha e sua,
Que resolvemos nos acomodar.
De nós que fechamos nossos olhos a noite,
Sem em nossos irmãos pensar.
Sem pensar no tiro, sem pensar na morte,
Sem pensar na agressão.
Na verdade a culpa é nossa,
de nós que esquecemos o que é ajudar.
Carinhoso.
Nosso delírio
Teu desvairo
Meu frenesi.
Doce insensatez
De puro encanto
Porte dote.
Minha graça
Tua poesia
Nosso poema.
Meu fascínio
Tua atração.
Meu trovador
Meu bardo
Meu poeta
Meu amor.
amar é divino, é pra poucos.. ser amado então, é muito mais raro, mais delicado, mais sutil, mais honesto..
aprendi que não sei o que sinto, e isso é bom,
por que o verdadeiro amor, é indescritível..