Poema Borboleta
A civilização é uma coisa vulnerável. Um capricho do destino. A qualquer hora, a batida das asas de uma borboleta pode afetar esse capricho.
Não é sobre quem te dá um buquê de flores ou te causa borboletas no estômago, mas sim quem cuida de um jardim contigo e senta junto pra ver as borboletas pousarem.
Ver meu nome naquela lista valeu mais que qualquer beijo de qualquer garoto,mais que qualquer viagem que eu fiz, que qualquer paixão, e valeu cada uma das festas que deixei de ir para ficar estudando. Porque eu passei toda minha vida me escondendo,como uma lagarta em um casulo, achando que todo mundo era mais capaz, mais bonito e mais inteligente que eu, merecendo mais do que eu o amor, a felicidade e o sucesso. Mas algo mudou quando eu vi meu nome naquela lista de aprovados,algo que eu não entendo muito bem ainda, como se eu merecesse a vitória, e a merecesse mais do que ninguém.Então eu percebi que não sou a lagarta no casulo, eu sou a borboleta, uma borboleta que se esconde tanto que aos olhos dos outros parece uma lagarta, mas no fundo eu sou uma borboleta que está aprendendo a voar...
Quando eu era criança colecionava borboletas, hoje coleciono delicadezas, dessas que a gente só encontra em pequenos gestos de ternura.
Hoje estive a pensar em algo que representasse a vida. Pensei! Pensei, e não encontrei nada mais significativo que uma borboleta: vibrante e extremamente delicada.
A mocinha da fazenda corria livre e sem perceber encalços pelos caminhos. Seguia por musgos macios, beirando ribanceiras, arriscando-se a cair, mas loucamente prosseguia. Vestia suas asas de borboleta e voava sobre as paisagens, recolhendo a beleza que conseguia captar. Suas tranças eram velas ao mar em aventuras infantis ou seriam asas de um colibri em busca de néctar? Ela não percebia isso ainda, apenas voava em sua imaginação - ao sol cantava, as estrelas do céu apanhava e um colar fazia. Se enfeitava toda, não para aparecer, mas porque já viera ao mundo como poeta e assim seria, toda e qualquer poesia.
No casulo, em aparente inatividade, a lagarta aguarda, enquanto está sendo transformada, para uma versão mais bela e valiosa de si mesma.
Parei para observar, os sinais que só a natureza pode me proporcionar.
Em tuas asas, senti o desejo de voar. Mas, não é de minha natureza humana flutuar, contigo deixo meus segredos em um lugar genuíno que só tu podes ficar.
Não faz nenhum sentido dizer que ama as borboletas, quando suas atividades demostra ser um exterminador de lagartas.
O furor das ondas do mar estão em consonância harmônica, entre o ir e vir, como o remexer das asas de uma borboleta, em beleza inimitável, e o voo de uma águia em busca de seu renascimento pleno. A natureza entrelaçada em padrões de encanto imponderável
A lagarta vai crescer aqui dentro até ficar apertado demais. Todo esse ciclo se chama metamorfose. Ela vai precisar romper esse casulo. Mas só assim ela vai virar uma borboleta linda e pronta pra voar.
Você passou a vida num casulo. Tudo o que você fez, tudo o que aconteceu com você, trouxe você a este momento. E agora, você é uma borboleta, um lindo caleidoscópio de trauma e resiliência.
Delicada, pétala que voa, se mistura com as flores, mensageira espiritual, símbolo de transformação, inspiração para arte, tema de canção, renova e trás vida, motiva palavras que saem do coração,.... Gratidão, meu amor só gratidão,... por despertar diariamente minha melhor versão!
Um dia a pequena criança viu a nuvem e nela quis voar. Como doida pulava e obvio- jamais alcançaria . Resolveu formar com elas mil imagens que surgiam de sua fértil imaginação. Lá na amplidão azul mesclada de branco apareciam então mil carneirinhos, flores, dragões, barcos e monstros sem braços ...Depois esquecia de tudo e voltava a atenção aos pássaros que em revoadas passavam sobre sua cabeça no imenso jardim ou trilhas por onde andava. Com eles queria voar também e lógico não era possível, resolveu então vestir asas imaginárias e aos solavancos, descia rampas de gramados, achando-se uma sabiá. Até que rolou por uma ribanceira e feriu-se muito. Não desanimou, seus pés não se contentavam em andar apenas sobre o chão e vestiu asas de borboleta. Pelos prados sem fim, voava e ruflava, indo de flor em flor. Sabia todos os perfumes e texturas delas, mas um dia uma vespa predadora a quis pegar, ela perdeu uma das asas e caiu. Nunca mais voou e aos poucos morreu no jardim que amava. Não se deu por vencida, largou a fantasia de borboleta e virou vespa. Como essa, voava sem receio, apavorando borboletas, até que veio um pássaro e a comeu. A garotinha resolveu ser um pássaro e foi voando pertinho das nuvens e ali conseguiu por um instante tocá-las. Imaginou junto à nuvenzinha uma varinha de condão e como fada do faz de conta virou poeta para sempre.
Faça sol ou chuva, quando amanhece o dia, ela abre as asas e se prepara para voar: nasceu com alma de borboleta.
Pensamentos são casulos onde as palavras se transformam em poesia e saem por aí como borboletas pousando nos corações que são flor.