Poema Azul
TRÊS
Três palavras, três suspiros
Três estrelas, cinturão de Órion
Três vidas, três canções
Três amores, vastidão
Três por quatro, três, quatro, cinco, seis, sete...
Nu quarto...
Três motivos, três centelhas
Três divinos, "trés bien"
Tríade perfeita, do sim, do não e do ser
Três quatros estações
Três letras : AMO!
Três anos de homogêneos pensamentos
De alguns poucos tormentos
De azul no firmamento.
Feliz sou por ser seu
Três mil vezes, três mil cantos
Três anos luz!
À Tais Nader, com todo amor que há em meus nada quietos, corações e mentes!
QUANDO TE ENCONTREI
Quando te encontrei
Num dia de sol
Eu pensei comigo:
Como é bom estar vivo e poder
Sei que a vida é mais
Que um amanhã
Vida é um dia
E hoje é o dia de você
Caminhei em busca de um nada
Nada encontrei até aqui
O som e a dor
E de cara encontro um sorriso
Foi você que fez nascer
Quando te beijei
Linda
Quando te toquei
Música
Pude acreditar
Que quando o sol brilhar
Quando entardecer
Quando ouvir um som
Será você
Quando o céu chorar
Quando o mar gritar
E a onda bater
Será você
Quando eu repetir
Eu vou te dizer
Como eu sou feliz em ter você.
ANÓDINAS
O que sou?
Sou um cão
Um grão
Um não
Um tudo
Um nada
Nada é talvez
Tudo é talvez
Mal-passado
Passado o mau
Peço anódinas
Quentes, frias, mal-passadas
Mas que cheguem depressa
Pois a depressão inútil e controversa
Está aqui, latente
Dentro de mim ou em forma de gente
Cercando minha casa de palha
Meu jardim de plumas
Meu viver de sonhos.
O que sou?
Um fruto de um ventre
Um soprar de um vento leste
Uma ponta de icebergue
Uma semibreve
Preliminar de uma vida seca
Linha torta desenhada pelo tempo
Que caleja e que ensina
Que somos o que não querem
Que fomos o que queriam
Seremos uma pergunta [sempre]
Quem sou?
A tépida face que gargalha
A funesta sílaba de uma fala
A sábia águia a voar
Na vastidão de mil tormentos
Em segundos, meses, momentos
Que voam em uníssono
Em diferentes cores e firmamentos
O grão germina
É da sua natureza
Quem enxergar tal grandeza
Há de ser sempre a tal águia
A grandeza de um grão está em sua morte
A grandeza do sim é suportar
Um simples não
Com ou sem anódinas
Passado mau
Leite derramado
Mal-passado.
Quem é você?
O que é você?
Outra luz a acender...
IN-SONE
Insônia
Única companheira que chamo também
De refúgio da criação
Invólucro dos pesares
Caixa de Pandora aberta
Em um eterno-efêmero momento de solidão
O estar perto e longe do firmamento particular
Uma algoz que atormenta o tormento
Uma sombra iluminada por idéias que se misturam
Em um liqüidificador de sons imaginários e reais ou solidificador de imagens de sons.
Vêm me buscar
quando não preciso
Me abandona quando o sim encontra o não
Paredes e arrebóis carregados de uma leve frustração
De quem quer o que tem e não pode ter o que quer
Penso! Penso! Penso...
Criação? Às vezes não.
A respiração predadora da alma inquieta
Não levanta sua flâmula, seu pendão branco.
E resta-me a réstia de um novo amanhecer.
Saudade em cores
Se quiser me ver, espere pelo alaranjado do pôr do sol
Se quiser me ouvir, dance com o verde das folhagens
Se quiser me abraçar, repouse no branco das nuvens
Se quiser me sentir, toque no vermelho das rosas
Se ainda assim a saudade persistir, voe no azul do horizonte
Volto do brilho colorido do nordeste.
Encontro vários tons de cinza.
Voo. Do avião, para a imaginação.
Cinza não é a cor do dia.
É só sombra das nuvens.
Acima delas todo dia brilha azul.
Toda noite brilha estrelada...
Paisagens deslizam na distância
entre minha alma e a sua
uma coleção de azuis irrompe
dos olhos meus procurando
um porto para ancorar
uma nuvem para descansar
uns versos para se encontrar
enquanto isso a luz da lua invade o quarto...
Olho em frente com o olhar fixo no céu, e com minhas palavras tento explica-lo, mas tentativas vão e vêm e percebo que não sei, então vou descrever o que vejo...
Vejo imensidão do azul,
Vejo ternura e aconchego no branco,
Vejo alegria em rajadas do sol em amarelo,
Mas agora, vejo vida em gotas de água caindo do céu, mas agora não existe cor, pois ela viraram um arco-íris, elas se transformaram em TODAS as cores
Falou: (...)Deve ser porque a gente é tão parecida(...)
Quando algo te surpreende, que te envolve e te lapeia,
Ao teu ouvido te sussurra que é mágico...
Quando algo te faz tornar e retornar a acreditar
No que é o amor, sem dor, sem rancor...
Sendo de verdade com a espontaneidade
E o brilho no olhar, como no luar
É algo que te lapeia a alma, te mapeia o corpo
Traçando um ar de pureza, azul e leveza
Dos cheiros que pairam, é o mais doce e singelo
Dos olhares que olharam, o mais sincero
Por instantes enlaçou todo o elo
Invadindo minhas retinas olho a olho
Esboçando alacridade numa obra de arte
Ao olhar e olhar e os olhares, se olharem.
Você está voando e não quer descer.
Mas sabe que vai ter que pousar.
Então você pousa e transforma tudo em
Nuvens e céu azul.
AS FACES DO MAR
De tudo o que poderia falar,
Resolvi falar do mar.
São tantas emoções quando nos encontramos...
Que me fogem as justificativas desse amor.
Só o que resta são adjetivos que exprimem o sentimento:
Azul.
Tranquilo.
Imenso.
Inexplorável.
Admirável.
Misterioso.
Tudo isso, e ao mesmo tempo um reflexo de meu próprio ser:
Em alguns momentos, turbulento.
Em outros, cinzento.
E em outros até furioso.
Mas mudam-se as estações, e ele se torna calmo.
Manso.
E até aconchegável.
Possui tantos segredos, que poderia eu passar uma vida,
E não desvendá-lo completamente.
E talvez, é assim mesmo que deva ser.
A natureza não deve ser compreendida pelo homem,
Mas respeitada.
E, bem lá no fundo, o mínimo:
Mantida.
Charlie Brown Jr.
exibições
8.052.589
Tão natural quanto a luz do dia
Mas que preguiça boa
Me deixa aqui à toa
Hoje ninguém vai estragar meu dia
Só vou gastar energia pra beijar sua boca
Fica comigo então
Não me abandona, não
Alguém te perguntou como é que foi seu dia?
Uma palavra amiga, uma notícia boa
Isso faz falta no dia a dia
A gente nunca sabe quem são essas pessoas
Eu só queria te lembrar
Que aquele tempo eu não podia fazer mais por nós
Eu estava errado e você não tem que me perdoar
Mas também quero te mostrar
Que existe um lado bom nessa história
Tudo que ainda temos a compartilhar
E viver
E cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver
Vadiar
O que importa é nossa alegria
Vamos viver
E cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver
Vadiar
O que importa é nossa alegria
Tão natural quanto a luz do dia
Mas que preguiça boa
Me deixa aqui à toa
Hoje ninguém vai estragar meu dia
Só vou gastar energia pra beijar sua boca
Eu só queria te lembrar
Que aquele tempo eu não podia fazer mais por nós
Eu estava errado e você não tem que me perdoar
Mas também quero te mostrar
Que existe um lado bom nessa história
Tudo que ainda temos a compartilhar
E viver
E cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver
Vadiar
O que importa é nossa alegria
Vamos viver
E cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver
Vadiar
O que importa é nossa alegria
Tão natural quanto a luz do di
O tempo.
O que ele é?
De onde ele vem?
Para onde ele vai?
Todo mundo se pergunta, reflete, entrete, se lembra e pensa... Pelo tempo que se foi... pelo tempo que está por vir. Por vezes o medo de perdê-lo nos atrasa, por vezes, o medo nos arrasa, tornando- nos capazes de carregar tanto...
O tempo é figura de linguagem... por vezes é azul, se torna obscuro, por vezes frio, nublado e cinzento. Por vezes está estrelado, porém sentimos que alguma coisa falta... ah, é mesmo, o tempo....
Será que vai chover?
Hoje está calor demais!
E mais tempo para o tempo... para o tempo..... Ainda assim... diz coisa alguma... Pois se dissesse, isso seria espetacular! Mas tempo não fala, tempo apenas cala e acomoda.
Depois disso tudo o que eu disse?
Coisa alguma, afinal tempo está... e está diferente agora.... e mais agora... Porém, em meio a o que eu não sei... e talvez nunca possa conseguir saber... o meu tempo está .... Todo tempo é tempo! e enquanto há tempo, vivamos. Se ouro é ouro, chamo-o de ouro, se é prata, chamo de prata e se cobre... provavelmente é só um fio desencapado, cubro também para não levar choque!
Nosso tempo.... somos nós, portanto não ato, não desato... Mas se algum tempo tiver tempo, ah!
o meu tempo será mais lento.
African Syle
Roxo luxo pra começar
Trás o ouro pra embelezar
seja fio ou seja colar
e a seda azul como o mar
enfeite com sementes
ou cate o marfim
deixado indiretamente
natureza contribuindo relativamente
África mãe
African style
fabricando recordações
quebrando padrões
procura o veludo branco paz
guerra, jamais
só quero achar o linho com estampa
abastrato, prateado
meio usado, mas muito bem conservado
e a onção não pode faltar
vá buscar que vou usar
e a zebra onde vou botá?
falta uma lã
pra esquentar
meu turbante é de cânhamo
fibra boa de se relacionar
o cetim rosa pelucia chegou
estilizando o lugar
trazendo a feminilidade
que faltava na gala.
João e o Oceano
Nasci com o sorriso do meu pai
E nos braços da minha mãe.
Ela teve que ir embora cedo,
Disseram que foi cuidar de uns anjos lá no céu.
Quando criança, aprendi a trabáia,
Aprendi a ser forte até quando o corpo não aguenta o peso do esforço.
Parei de contar as gotas do meu suor
Quando toda aquela água represô e virô um rio.
Meu pai não se demorô pra ir embora
Fiquei triste, mas aliviado em saber que minha mãe tinha uma companhia.
Não aprendi a ler porque não tive tempo,
E o pouco que me restava mal dava pra descansar à noite.
Ai, quando tudo pareceu ficar sem sentido
Apareceu uma companheira, trabalhadeira igual eu.
Não tinha medo de pegar pesado
E o rio dela se encontro com o meu.
A gente era jovem quando arrumamos um emprego
Na fazenda de um sinhô.
Tínha casa e trabaio não faltava.
A pele da cara tava tão grossa que nem o sol a gente sentia mais.
Eu fui feliz e sabia.
A dignidade me deu filhos
E ao contrário dos pais, eles foram para escola,
Depois para a universidade.
Nuunca tiveram que trabaiá até então.
Eu acostumei a dormir pouco e fazer o dinheiro render.
Nas férias dos estudos, eles nem vinham nos visitar
Colocavam a culpa no tédio
Dizem que roça num tem festa
Ficô eu e minha muié, de novo, sozinhos.
Tenho medo do tempo passar
E às vezes penso que meu pai e minha mãe
Estão em algum lugar a me esperar.
Mas sabe de uma coisa?
Nessa altura, juntando todo o meu suor com o da minha muié
Já dá pra fazer um oceano
Que deixo pros meus filhos
E o azul é tão bonito
Que dá até vontade chorar.§
A memória
É a coisa mais linda
Quando guardada e relida
Pelo coração
Sobre o passado
É depositado um sentimento
Quando olho para os olhos da memória
Vejo um amor que já foi vivo,
Fisicamente,
E hoje é vivo eternamente.
Quando olho novamente para seus olhos
Sinto saudade e gratidão,
Qual é o preço para recompor um segundo?
O que a memória faz de graça,
O universo não faz gastando mil estrelas.§
Meu casamento veio com as águas de Março
Escondido dos ventos de Abril
Protegeu-me do frio de Maio
Velou-me pelo solstício de Junho
Meu casamento se desfez na secura de Julho
Sofri pelo azar de Agosto
Ensaiei meu primeiro sorriso com os brotos de Setembro
Dancei com as primeiras gotas de chuva de Outubro
Renovei minhas esperanças em Novembro
Rezei todo Dezembro
Em Janeiro renasci
Em Fevereiro encontrei um novo amor
Meu casamento veio com as águas de Março.§
Em tardes de céus azuis que acabam cinzentos
Um silêncio alienado ecoa nos pensamentos,
É eleição mascarada, manipulação e banquete,
Moinhos de vento capturados em um tapete,
A farsa enganada por uma realidade atualizada
Encoberta de lama e sangue de encruzilhada.
Só uma vida
Só o amor
Um par de pês
Muita Melancolia
Minha querida
Foi você que me salvou
Você que me afundou
Uma bela visão
Uma coisa vivida
E uma composição
Um sofrimento
Uma ilusão
Um pensamento me fugiu
Uma vida
Um sentimento
Um amor
Um sofrimento
Um céu azul
Uma estrada
Astronauta Perdido
O universo do meu verso
São as estrelas sentinelas
Que revelam as minhas preces
E calam as minhas dores
Choque cósmico, é uma explosão
Meu coração em pedaços
Perdido sem deixar rastros
Pronto para partir em vão
Foguete, me tire desse pesadelo
Me leve para a terra dos sonhos
Onde não há flagelo, onde não há duelo
Escondido nesta poeira cósmica
Vejo apoiado neste raio solar
Este pálido ponto azul, nele a esperança de um novo lar