Poema Arte
A arte, clama, concorda, concorre ou se manifesta subliminarmente com o que nos incomoda diferentemente.
A arte e a cultura mais que só avança perante ao novo. Ela em si por tempos retrocede ao velho, resinificando o que já existe e foi feito por futurismo no passado, mas que começa a fazer mais sentido perante o hoje, diante da contemporaneidade.
Maravilhosas as esculturas vegetalistas em aço dos jardins de Caio Mourão....a Arte Joia em grande formato com a sutileza da criação em movimento de um artista plastico e visual, joalheiro que navegava entre varias plataformas....Meu amigo e parceiro Caio Mourão era assim um jardineiro de pétalas, flores e espinhos... inquieto e curioso, e ao mesmo tempo objetivo e generoso...mas sempre sonhador....em um único movimento de buril resolvia o fato, de fato...ainda me lembro como se fosse ontem, Caio me ligando para me falar empolgado sobre novas esculturas que tinha feito...e falávamos das gemas, de coisas e das formas que Di Cavalcanti pensava, indo para o cearense Antonio Bandeira em Paris e do Ado Bonadei.....Carlos Martins e de tantos outros.....a arte para nos sempre foi uma colcha de fuxico coloridos com as lembranças de quem tinha partido, na frente..mas grande parte dos sonhos que sempre ficaram, afinal nunca que cria com emoção, nunca morrem...persiste.... de certa forma fica aguardando no ar até outro alcançar e continuar.
A arte por criatividade reinventa a realidade para sonharmos com o novo mais bonito e perfeito ou mergulhar por reflexão no que de feio, triste e errado, imperceptivelmente já existe.
A obra de arte de um maduro artista e o dialogo com os diversos sentidos do espectador é inerente, constitutivo e essencial a alma da própria criação. O artista sensível fala muito mais pela construção de indefinidas perguntas e reflexões atemporais e não dimensionais do que por respostas tolas que ele mesmo não reconhece ou tão pouco acredita.
A arte plastica e visual não é e nunca será uma plataforma para amadores. Mesmo os que vivem amando arte e lendo algo sobre o assunto, aconselho nos finais de semana ficarem fazendo seus quadrinhos bonitinhos e bem coloridinhos.
Cada qual eleito tem a difícil arte de governar para o povo e ao mesmo tempo atender os compromissos feitos em campanha junto a alguns empresários tubarões e as alianças no pluripartidarismos.
Esse negocio de achar que a arte e a pintura contemporânea é isto ou aquilo....já era, pois vivemos em tempos de respeito as diferenças desde que não atinga o direito do que existe e do outro. O pseudo-artista que ainda não percebeu isto, não vive a arte hoje em dia e ainda vive soterrado no passado.
A arte contemporânea brasileira tem que sair das famosas galerias brasileiras e ir de forma cultural, social, cidadã e educacional para as obras publicas nas periferias e nos bolsões de miséria espalhados nas principais capitais brasileiras. O artista plastico e visual que esteja distante disto, não percebe nossa realidade também não exerce sua justa ativa cidadania cultural e deve ser visto pelo mercado como um mero personagem equivocado de espetáculo, onde ele é a unica atracão "mamulenga" do picadeiro e a própria triste e indiferente plateia, desqualificada de um só espectador.
A arte plastica e visual muitas vezes podem ser uma excelente terapia coadjuvante em tratamentos psicológicos e psiquiátricos mas também a falsa arte de ruins pintores de finais de semana pode ser o agravo de uma doença de baixo estima, um complexo perigoso de inferioridade de ser falso importante e uma contumaz ilusão e perversão.
Colecionar obras de arte de artistas brasileiros é bem mais que um mero investimento prazeroso. Em uma nação educada e civilizada sabe se que é preservar a historia, exaltar o belo, fortalecer a soberania artística e cultural, guardar a identidade nacional para as próximas gerações.
Em arte se aprende com o passar dos anos que a criação do mais erudito se inspira inevitavelmente no mais simples e popular.
Quem diz que sabe de tudo não sabe de nada especificamente. A arte de saber desde a mais remota antiguidade está intrinsecamente ligada a arte de reconhecer que não sabe mas quer aprender.
A arte do comercio no Brasil, segue originalmente a tradição da mercancia dos velhos mascates e a filosofia dos mercados persas, que é regida milenarmente assim - Se eu lhe peço um preço e o comprador paga sorridente, não reclama, elogia a mercadoria e ainda por cima me agradece. Não quero mais vender por que você está me roubando pela oportunidade e eu estou vendendo muito barato a mercadoria que vale bem mais. Dito isto a velha arte do comercio a ser seguida, exige o regateio, o choro, a reclamação, o pedido de desconto e a ampla conversação entre as partes para ser um bom negocio, tanto para quem vende como para quem compra, seja o que for.
A arte e a anti-arte em confronto nos caminhos oblíquos da chamada arte contemporânea. A matéria criativa e a anti-matéria destrutiva, evolução e involução perante as novas técnicas, plataformas, olhares e modalidades digitais tecnológicas. O artista como modus operandi propulsor da inquietação e o espectador como um isolado condutor do que quer ver e foi por ele intimamente criado. Artista e espectador em dialogo constante sobre a insólita realidade e a arte como instrumento de comunicação sensorial inventiva geradora de múltiplas perguntas e respostas, por infinitas possibilidades.
Uma opção bem difícil para mim mas ninguém me disse que seria fácil, viver de politicas de arte e culturais heterogêneas sem o apoio da maquina publica por não ter e não ser filiado a partido politico menor algum. Meu partido é atemporal por convicção e trabalhos, o meu Brasil e todo o nosso povo brasileiro, sua identidade, sua diversidade e cada vez mais sua soberania e cidadania cultural enquanto nação continental livre pelas diferenças.
A festa, o espetáculo, a arte e a cultura em prol do turismo sustentável que é, sempre foi e será o caminho mais prospero na principal vocação politica, social e econômica da cidade do Rio de Janeiro.
Não consigo ver a arte contemporânea fora de seu papel institucional construtor na linguagem prospera de ponte, atmosfera, instrução e interlocução da cultura, o tempo e a educação.
A boa arte é atemporal, comunica se em um dialogo mudo com o espectador infinitamente e de uma forma diferente, toda vez que ele com novos olhos, a vê.
Sem investimentos na educação, na arte e na cultura, mata se a verdadeira liberdade e a soberania das escolhas, ficando bem mais fácil a dominação por qualquer um para qualquer direção, sem incomodas resistências.