Poema Arte
Nós dois, amor.
Nós dois em uma sintonia perfeita, na noite escura iluminada pelas estrelas, você me levaria para seu restaurante favorito. Eu escolheria a mesa fora do restaurante, ao ar livre, eu prefiro assim, sabe. Então, você pediria ao garçom sua comida preferida e eu pediria um delicioso macarrão com castanhas, eu adoro, meu amor. Você não beberia, seu coração iria me acompanhar esta noite com um suco de laranja bem gelado, sabes que não suportaria te beijar e sentir o hálito alcolico. Você perguntaria sobre minha próxima obra, porque mesmo aos dezoito anos já lançaria meu primeiro livro. Eu olharia o mendigo da esquina e levaria a ele um prato especial que você mesmo escolheu, porque você já faria parte da minha caridade. Estaríamos presos um ao outro, de fato, já sabias: estávamos destinados para sempre, e eu sou a pessoa perfeita pra você, e você repetiria isso sempre que eu duvidasse de mim. Depois voltaríamos juntos e no meio da madrugada te surpreenderia com uma poesia, e você me chamaria de sua poetisa. Delicioso é o amor que nos une, e que nos deixa próximo, já vejo nosso futuro. Te amo.
(PARA CANDIDO PORTINARI)
A sua lágrima colore duas açucenas. Nas mãos: o mestiço sorrir dos olhos fechados. Colhes as flores que nascem em cima dos túmulos e te alimentas dos vermes expostos aos urubus. De manhã, o suor da capoeira. A tarde, fome na seca. Noite: o sonho. Fantasias um Brasil que existe e crias o surrealismo do cotidiano. Levas a morte às sesmarias desnutridas, cantas os cores de João Cabral de Melo Neto e invades os postigos da grande impossibilidade. Hades ergue-te adorações. Zeus curva às prosopopeias dos teus pincéis. O Olimpo arruína. A Arte é tua filha. A inspiração é tua mãe. O olhar perdido: a vereda do teu coração.
Veranear como pássaro que procura ninho - paz!
Aprendi que sorrir faz bem.
Levar alegria
para alguém!
Aprendi a ser educada,
mesmo que o assunto,
não seja agradável.
E o que esperar do outro lado?
Não confundir
simpatia e educação,
com alguém de fácil aceitação.
Seja educado também.
Respeite o espaço
e a minha opinião.
Se em coisas banais repousar o meu silêncio, ali viverei.
A luz já não precisa ser branca, luminosa, transparente, não tem que provocar nada, não necessita de aprovação.
A luz é só luz de novo, intimista, queimada de amarelo, uma teoria antiquíssima, um trajeto percorrido repousando numa clareira. Entre o ser e o estar, o que existe, entre a onda e a partícula, a incandescência.
Um repouso trabalhado, desejado, esperado por milênios, uma torre alta e o vento que nos rouba o ar. Os feixes de realidade decompostos em manchetes criminosas que aquecem os sonhos das fachadas cinzas, de homens raquíticos e empoeirados.
Onde tudo é verde a força é natural e despreparada, a luz é filtrada, e o canto dos pássaros nos distrai..
Quando a tristeza chegar, não se acanhe.
Se apegue a melodia, e cante.
Porque como diz o ditado:
"Quem canta seus males espanta".
Dos gases às águas
Dos ares às algas
Da areia à praia
Da flor à mata
Dos peixes aos primatas
Da fome à caça
Do fogo à prata
Da fala à arte
Da roda à máquina
Do amor ao ódio
Da dor ao ópio
Sou
Transbordo a expressão do ser no tempo
Sou essa interação, esse senso
Sou essa liberdade, esse contato integrado
O tempo passa e eu penso, quando eu penso o tempo passa.
Mas já até perdeu a graça.
Viver de forma indigesta com a face que disfarça!
Dançar...
(Nilo Ribeiro)
Dançar,
é estar em poesia,
é poder se entregar
de corpo à sintonia
é o elevo da alma,
é a paz do espírito,
é se cobrir de calma,
em detrimento ao conflito
é entrega sonora,
sem tempo, sem hora
é o equilíbrio do ser,
unindo mente e corpo,
é um doce prazer,
um sereno conforto
é a grande união,
do profano e o sagrado,
é a prova da paixão,
da amante e o amado
dançar,
é troca de intimidade,
momento de confidenciar,
é se dar com verdade
a dança contém magia,
é a arte com amor,
são versos na poesia,
expressando seu esplendor
a dança reverbera a vida,
ela cura toda ferida,
não há quem a resista,
é a delicadeza que conquista
venha, vamos dançar...!!!
não decline ao meu convite,
venha me acompanhar
nesta arte de requinte
danço porque preciso
e dançando me sinto vivo...
A Noite!
Já é noite, ainda estou pela rua
Na calçada, sentado admiro a lua.
Pois quando a vejo,
Logo me vem aquele desejo.
Que faço, componho, mas não entendo!
O porque dessa paixão,
De poesia fazer, de poesia entoar!.
Meu caderno me chama,
A escrever e pensar,
Pois hoje vai nascer,
Mais uma para recitar!
Hoje a noite é clara, lua cheia.
Hoje nasce sátira.
Prosa e poema.
Hoje nasce mistérios, e grandes histórias.
Hoje tem romance.
Literatura e loucuras.
A noite, tem versos em compasso.
Cheio de hipérboles e Descompassos.
Formo contos e desvendo casos.
Hoje tem saudade, de tempos passados,
Tempos de criança, recordados.
Tempos em que lembro dos meu primeiros passos.
A noite, não é escura e tenebrosa.
A noite, é a melhor hora para poesia e prosa.
A noite, não é fria e sozinha.
A noite, é reflexão e sonhos para melhorar o outro dia.
Uso a noite para escrever, compor e criar.
De dia vêm as ideias.
E de noite, escrevo linhas tortas, linhas retas.
A noite, é meu estilo.
Pois nela produzo com meu dom e minha arte.
Porque a noite, é liberdade não exilio!
Iusão
E quando a vida se fez pesar
Eu triste, machucado a chorar
Não hesitei em me reinventar
Fiz da mágoa, da tristeza, uma arte
Uma personagem
Em defesa do meu coração
Fiz-me forte e confiante
Mera e pura ilusão
Logo eu, um ser amante
E com tão pouca razão
Assim sigo vivendo
Escravo dessa amarga solidão
Quando a vida tende a machucar
Minha personagem continua a gritar
Essa fictícia vida de satisfação
A lágrima que por vezes brota nos olhos
Luta, faz de tudo para cair
Porém, a mente amarga e egoísta
Faz a lágrima retrair
Dando força a ilusão de não sentir
Mesmo sentido
E assim continuar sorrindo
Dando vivência ao ser que mente
E sempre sorrindo mente pensando que é feliz.
Há muita facilidade em se atirar pedras...
Difícil é lapidá-las e transformá-las
em uma obra de arte.
Epigrama
Sim, ser escravo da Beleza –
mais filho do escuro que encontro
do que escrevo da gente
e da contingência.
Procura-se
a custos exorbitantes
a órbita ao menos
da palavra justa
e resta quitar-se ao lado
do quanto a palavra custa.
Tirar a lucidez das palavras
para que reste só poesia
esconder-se inteiro num poema
consciência demais do ser
tanto tão pouco
as palavras contam
(quase tudo)
entretanto
entre tantos instantes
há coisas que permanecem
silenciosas e presentes
tocaias de sonho
poemas-flechadas
no meio do coração
pinceladas de eternidade
por toda a parte
arte .
IMPRESSÕES DE MAIO
.
AS pétalas caem como um banjo,
Um violão, um som vazio,
Lembrando a queda de um anjo
Na foz vertente de um rio.
.
Um silvo escapa pelas costas
Que a gente ouve sem saber
Que a foz e rio são opostas
À direção que se quer ter.
.
A tarde suave, um fio imenso
Recolhe as pétalas da aurora
Não gosto nada do que penso
Nem penso em nada nessa hora.
IMPRESSÕES DE JULHO
.
Frio! Tudo constantemente frio
É assim que o dia me parece
Não há mais chuvas, nem estio,
Tudo que sei - tudo que esquece.
.
Festas de julho, sem folguedos
Sem o amarelo dos balões
Sem transeuntes, sem brinquedos
no canto ausente dos salões.
.
É tudo assim, me diz se não,
A noite alta se assemelha
Às serenatas sem paixão
De um coração que se ajoelha.
dos olhos-nos-olhos, és meu abrigo;
dos sorrisos sinceros, a paz que eu preciso;
e dos abraços, a união de nossas almas que criou asas
num voo infinito para o amor eterno !
pediste me uma declaração de amor
Que fosse em forma de arte..
Desenhei sua linda face
Por todos os cantos da cidade
em meu coração seu nome foi tatuado
Deixei minhas digitais em tua alma
e com meu suor seu corpo autógrafado .
Hummm...
Cheirinho de café posso sentir no ar.
Só de pensar, chego a salivar.
Café fresquinho,puro,pingado,macchiato,cappuccino...
Na cafeteira ou coado.
Café na fazenda.
Sozinho ou no boteco
com um amigo.
Sabotagem
Eu aqui
Presa dentro de mim
Com correntes muito mais fortes que as convencionais
Aquelas que atravancam a alma
Eu aqui perdida em algum lugar difícil de encontrar
A escuridão e a sombra pairam em meu corpo fugaz
Eu aqui mutilada
Sem voz
Silenciada em minha arte
Em nome de uma suposta possessividade inoperante
Ou de uma corrupção ativa em que torna o poder mais valioso que o talento
Não entendo essa mania de sabotagem
De passar a perna
De tentar possuir o impossível
Em tentar roubar o sacrifício alheio
Ou quem sabe o brilho
Eu aqui no canto escuro
Calada, silenciada
De punhos e pernas amarrados
Esperando o circo pegar fogo.
"Em volta da mesa estava ele, aguardando que os convidados chegassem. Aos poucos foram chegando; assentou-se o amor, arrastou suavemente a cadeira, a elegância. A leve (e forte) luz acendeu o candelabro para o jantar. E a harmonia reinou absoluta na cabeceira. Todos os convivas se olharam e se amaram, como se fosse a primeira vez." (Convidados - Victor Bhering Drummond)
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