Poema de Amor e Saudade
DELITO
Literato poema, vós, estais, sabedor
De uma dor cometida pela saudade
Sagaz, traidora, ao infortunado autor
Que cá dá vida a tristura que invade
O verso, ferido mortalmente de amor
Por uma paixão, afiada, sem piedade
Que inflama até hoje com largo ardor
Causando um poetificar pela metade
Ó tempo, que é o apurado mediador
Da quietude, e, portanto, o defensor
Neste processo dum sentir constrito
Em nome da miseração, pede, urgente
Mandeis a censura ao verso insistente
E, então, privar a poética de tal delito...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 junho, 2023, 15’57” – Araguari, MG
Lembrei de nós.
Senti saudade de ti.
Senti saudade de mim.
Somos finitos habitando lembranças infinitas.
9.6.23. 6:03
Ainda perco o sono,
Meu coração inspirado de saudade,
Me acorda,
Eu te gosto tanto,
Você ainda faz parte de mim,
Dói a maneira como nossas palavras não se encaixam,
Nos afastam,,
Maneira abrupta,
Cruel,
Um corte,
Incompreensível no agora,
Mas,
O Universo sabe de todas as coisas,
Então,
Prefiro observar-te de longe,
Quero vê-la feliz,
Num amor sem posse,
Sem limites,
Atemporal,
Um dia ainda te reencontro,
Nosso amor não é daqui,
Não é de hoje,
Não sei mais quantas vidas,
Quantos desencontros,
Princesa,
Nessa e outras existências,
Conto as horas,
Minutos,
Segundos,
Milésimos,
Um dia novamente estará em meu peito,
Te darei cafuné,
Beijos,
Carinhos de dedo,
Haverão outros domingos,
Outras músicas,
Outras histórias lindas,
E você se lembrará das que passaram,
E serão lindas as que se tornaram,
Um dia a gente vai se compreender...
Dizem que temos mais entradas no coração, do que saídas...
Que a saudade só é boa quando tem hora e data marcada para morrer.
Que nesse mundo caótico, de que outra forma vamos saber se é amor ou não, se não fosse a saudade?
CARA NOSTALGIA
Saudade! Da tua voz balbuciando
E o bafejo na nuca dando arrepio
Saudade! Do teu olhar tão gentio
E os nossos sentidos se tocando
Noite de junho, frio, carinho macio
Ao luar e, nosso coração vibrando
Piando ao vento, ao vento brando
Acalmando a alma, doce fascínio
Saudade! De ter-te no sentimento
Sussurros atraentes, tão sedento
O teu toque, tão pleno de paixão
Saudade! Do que era importante
E que agora se senti tão distante
Saudade! Cara nostálgica sensação!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 junho, 2023, 19'34" – Araguari, MG
BENS E A SAUDADE
Infelizmente descobrimos um pouco tarde, que devemos viver para deixar saudades, boas lembranças e não bens, já que tudo perece,
menos a alma que é eterna.
Saudade doí e amarga o coração, cada dia que passa aumenta mais minha solidão, meu maior desejo e ter-te novamente,
sentir oque um dia eu senti, seu cheiro como a de uma rosa perfumada em um campo de flores, o aperto do seu abraço apertado que me traz uma sensação de amor e paz, toca a sua pele lisa como a mais cara porcelana e macia como a nuvem, beijar sua linda boca que jamais existirá uma com tamanha beleza,
eu te amo para sempre minha deusa
Encantos de um colo:
Na doce saudade, a sinto em meu colo,
Diante de mim, seu olhar sem o véu,
A verdadeira face, um doce solo,
Nesses momentos, meu coração, fiel.
Seus olhos, sem óculos, eu via enfim,
Seu rosto genuíno, lindo e sereno,
Fascinado, perdia-me assim,
Era nesse encanto que eu me perdia pleno.
Expressava meu amor, eu confessava,
Ela, um sorrisinho singelo soltava,
Aquele beijo após, terno e risonho,
Nos tornava um só, conexão rara.
Não se tratava de mera sexualidade,
Eu desejava sua alma, sua essência,
Ser um só, em amor e simplicidade,
Viver juntos, em mútua dependência.
Mas a vida nos traz caminhos incertos,
E a distância pode ser desafio,
Guardo em mim esses momentos tão puros,
Um amor verdadeiro, meu abrigo.
Na lembrança, a imagem mais bonita,
Daquela que tocou meu coração,
E mesmo longe, sua alma se agita,
Nos sonhos, ainda temos conexão.
"Nas delicadas intersecções do coração, a saudade nos lembra do passado recente que deixou marcas profundas, enquanto o desejo intenso de continuar vivendo nos conduz pelas estradas do futuro, tecendo uma narrativa de autenticidade e plenitude."
#Aniz
O abraço
O abraço é o aconchego nos dias de luto, nos dias alegres, nos dias que a saudade bate.
O abraço renova as forças, rouba-nos a tristeza e nos faz enxergar possibilidades. O abraço pode ser de perto, ou aqueles que falam, manda um abraço para ele, para ela.
O abraço aproxima uma mãe de um filho, é o cuidado mudo, é a forma que encontramos para dizer: vai ficar tudo bem, sem palavras.
É a proteção nas noites de dor, é o revelar sentimentos sem fazer estardalhaço. É encontrar o caminho na vida sem pedir informação. É o aconchego, a morada, o calor que vem do fundo do coração e acalenta a alma.
O abraço é o remédio para os desentendimentos, então não perca tempo, vá e hoje mesmo abrace!
Nas entranhas da saudade, o coração geme em agonia,
Ecos de uma separação que cravam fundo, como espinhos na via.
O homem, marcado pela sombra da ausência querida,
Ama na distância, sofre na carência da alma ferida.
Em cada pedaço da noite, murmúrios do passado ressoam,
A mulher que partiu deixou um vazio que seus sonhos devoram.
Ainda o amor persiste, como um farol em noite escura,
Guiando a esperança, enquanto a dor perdura.
Cada toque, cada beijo, permanecem tatuados na pele,
Como promessas que o tempo não consegue apagar, nem cancelar.
Enquanto o homem sonha, acordado, com reencontros possíveis,
O coração se recusa a desistir, alimentando esperanças incríveis.
No ballet da vida, outras bailarinas tentam sua dança,
Mas ele, na teimosia do amor, recusa a oferta, recusa a mudança.
Pois a mulher que ama, mesmo distante, é seu farol,
E qualquer sombra de felicidade parece pálida, sem calor.
Recusa-se a aceitar o consolo de outros braços,
Pois neles não encontra a magia, nem os laços,
Que o uniam àquela que ainda é dona dos seus suspiros,
Mesmo que o tempo teima em ser o senhor dos retiros.
Oh, homem que ama com a chama da eternidade,
Ainda há esperança na alvorada da felicidade.
Que o destino, fiandeiro dos fios do coração,
Teça um reencontro com a mulher da tua canção.
Que a dor da separação seja um prelúdio,
Para um capítulo onde o amor é o núcleo.
E nos braços dela, encontre a paz merecida,
Na sinfonia da vida, uma harmonia restabelecida.
Quase...
Eu quase morri de saudade...
Eu quase bebi a cidade inteira...
Eu quase perdi a cabeça...
Anderson_rosa
EXÍLIO
Cobriu-me de tristura o ocaso pardo
Um aperto n’alma fino e sem trelas
A saudade com sensações donzelas
E o silêncio que pesava como fardo
E, cá neste soneto um penar guardo
A tatear as imaginações tão singelas
Arrancando emoções sem ser belas
Pra ferir a poética com duro dardo
E, vai, assim, em um versejar forte
Rogando em vão a esmola da sorte
Tragando a ilusão das covas rasas
Bardo triste afetivo em tuas prosas
Sou choro, sou riso, sou mais rosas
Amargo trovador com exiladas asas...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 dezembro, 2021, 05’40” – Araguari, MG
DIÁLOGO
Saudade torturante, é assim que te suponho
Com a sofrência a pisar na emoção sofrida
Nas dores letais dum sentimento de partida
Deixando estar o coração árduo e medonho
Quando tu vens apertando o sentido da vida
Imploro, sussurro, e na tua suplica deponho
Meu silêncio, meu choro, o apagado sonho
Hão de te tocar, sem me espancar, dor doída
Que seja sempre mais, e não apenas externo
O afeto mais profundo a tudo quanto existe
Sem o peso do vazio e do desejo subalterno
Vejo-te sempre passageira, fugaz para o triste
E, como uma emenda no desencontro traidor
Confessor, nesta tão inquieta tortura de amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 dezembro, 2021, 14’44” – Araguari, MG
HORA CREPUSCULAR
Passei a saudade pela hora crepuscular
De um inverno esfumaçado e tão parco
Pela esquina a melancolia vi murmurar
Onde transita infelizes do penar charco
Pedaços de mim, reparei, então, espalhar
Tentei recolher, rejuntar, mas era anorco
O sentimento. E no peito ardia sem sanar
Dos deslizes do coração cheios de marco
Lembranças sussurravam quanto passava
Questionando porque bramindo eu estava
Qual ausência me feriu, doeu tanto assim
E o pôr do sol que escorria pelo cerrado
Fazendo de meu sentir infeliz e calado
Se apartou, sem um ilusório para mim...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 dezembro, 2021, 20’51” – Araguari, MG
APENAS
Que eu trove, somente, a minha saudade
Como se fosse o suspiro em mais um verso
A rima perdida na recordação, no disperso
Enfim, a sesação de liberdade e de vontade
Que eu liberte uma qualquer imaginação:
Olhares meigos e aquela aprazivel alegria
Inspirada pra você, com a ventura luzidia
Inteira, pelos vários sentidos duma emoção
Que me tenhas teu, só teu, a todo momento
E seja o sentimetno, a tua boca o meu alento
Ousadia, companhia e tão cheio de fantasia
E que, apenas, sinta, sussurre á minha prosa
Agrados, emoções, aquela ternura carinhosa
Na poética saudosa com porção de nosgalgia
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 dezembro, 2021, 21’04” – Araguari, MG
SONETO DA SAUDADE II
Repete, no soneto saudoso, por mim, a versejar
O outrora, as histórias, os sentimentos amados
O vazio duma solidão, para ti, a me espezinhar
As marcas do penar, da dor no âmago gravados
Que possa o poema, do dilema plural, lembrar
Da sensação e da prosa, dos olhares intrigados
Do amor, ser amador e os encantos a acautelar
Todos, na impressão, recordação, enfileirados
Redigidos, tão só, pelo carinho e a docilidade
Cá no cerrado, sentado à beira dessa saudade
Própria de quem viveu a sedução da emoção
Aspiro à singeleza e a constância poder atingir
Ouvir, e narrar, qual sentido, esse meu existir
Poetizando a vós toda poética do meu coração!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 dezembro, 2021, 05’48” – Araguari, MG