Poema de Amor e Saudade
O meu amor já era tão grande, mesmo assim você
pediu mais espaço, disse que precisava de tempo...
Agora o que faço com esse vazio que você deixou?
Preciso saber como passar o meu tempo sem você.
Babhina
►Outra Vida
Mesmo que não seja nesta vida, meu amor
Ainda serás minha, algum dia, ainda que eu pegue outro voo
Talvez te encontre em um outro lugar, mas, sigo a te amar
Mesmo que não se lembre de mim, ainda sonharei contigo
Sentirei seu calor, a maciez de seus lábios a me acalmar
Que eu fique sozinho pelo resto da minha existência, só peço
Para que fique bem, se soubesse o quanto te prezo, se eu pudesse
Daria a ti, um castelo, um prédio, um arranha-céu completo
Diga o meu nome no sexto dia de minha ida,
Que suas lágrimas, ao caírem, entristecerá o sol,
E a lua lhe dará boas-vindas.
-
Cada passo dado, é mais um minuto afastado
Acredite quando digo que me enraiveço ao não estar do seu lado
Isolado, passo então a me mutilar, as dores da separação me lincham
E assim parto, para longe, para as montanhosas colinas, sem saber para onde
Mas, te deixo meu querido, e sofrido coração, sem rancores
O deixo para ti, para que ele fuja do monocromático, que conheça as cores
Entrego a ti também, um buquê de flores, silvestres, como o nosso amor
Um morango do Nordeste, louco, resistente, valioso, tanto quanto ouro.
-
Crio então, uma carta em dissonância
Sentimentos abalados pela distância
Perdi a harmonia, sinto-me perdido, como uma criança sem o seu abrigo
Perdi o futuro tão cobiçado, tão bonito, uma utopia sem razão ou juízo
Encontro-me aqui, abatido, morto, ferido, numa distopia sem sentido
Mas, guardo bem seguro, o seu sorriso, seus olhos coloridos
Seu amor ficará comigo para sempre, guardadinho
Então, sonhe comigo, que sonharei contigo até que eu fique velhinho
E a loucura me devore, e apague seus olhinhos de esquilo.
Amor de avó (in memorian)
Sua alma
ainda vive pulsando
dentro do meu coração
e a sua essência
ainda motiva o meu ser.
A sua fé
engrandeceu a minha fé
e o seu amor
foi a prova de que O amor
andou entre nós.
Amor secreto...
.
"" Hoje se o vento me der uma cantada, assobiando
dizendo sim, balançarei minhas folhas,
qual menina a rodar a saia
hoje e somente hoje estarei disponível
deixarei que sinta meu perfume,
pois é certo que assim como veio, também irá
mas que leve uma lembrança minha
nesse cheiro de folha molhada
eu fico aqui, esperando outra visita antes do verão
porque no verão ele chega como louco
arrancando minha folhas como um amante sedento
e eu toda carinhosa suporto sua impetuosidade
abracando-o como posso, até novamente senti-lo esvair e amansar
deixando-me desfolhada em suposta euforia...
lembrando de nossa última vez,
esperarei ansiosa ele voltar...
"" Sim é puro, polido e feito a partir do amor
é ousadia que irradia
poesia e imensidão
é para valer
somos luares, tantos mares
só para se ter,
sol nas tardes de verão
adoração que lava a alma
além de mim, além de ti
somos iguais,
verdades recitadas em tantas vontades
somos dois
numa paixão
que não cabe num só coração...
"" Ver o orgulho imperar apenas por teimosia
em corações inundados de amor,
ver esses mesmos corações chorando pela falta
de um pouco de ousadia
é imperdoável
às vezes é preciso ter coragem de buscar o que é seu, esteja onde e com quem estiver...
lá vem meu amor
como qualquer amor que chega
mundo aflora
traz esperanças de uma nova história
lá vem o riso a brincadeira
o gosto de ter alguém, que é um bem
que se admira, curte
lá vem a felicidade, deixando para trás as saudades
os medos
lá vem a chuva que molhará nosso chão
chão que de repente
fertilizará nossa semente
semente que poderá florescer e fazer nascer
um grande amor...
"" Lá vai meu amor
como qualquer amor que parte
mundo afora
deixando lembranças
viagens na memória
inocências como as crianças
apagando uma história
lá se vai o riso,a brincadeira
o gosto de ter alguém, que apenas é um bem
que se admira, curte.
lá vem a solidão, na contramão da felicidade
que logo se chamará saudade
lá vem a chuva que também molhará o chão
chão que de repente
fertilizará uma nova semente
semente que poderá florescer e fazer nascer
um novo amor...
Segredos
"" Sem querer
o amor é sonho
é manhã
por puro poder, faz do ouro
nobre talismã
no peito
no dedo
no olhar
quando assume ser poesia
toma conta do nosso dia
segredo de quem sabe amar...
" Se der tempo, meu amor
ainda direi que te amo,
olhando no fundo dos teus olhos
independente do que eles disserem para mim
se um abraço me for permitido
farei do desejo abrigo
e do momento
eternidade...
O amor é companheiro, visa sempre o bem e não esfria nas dificuldades...
muito pelo contrário ao ver o outro cair estende a mão e ajuda-o a se reerguer,
quem ama preserva o ser amado,
coloca-se a frente nas tempestades e trabalha em conjunto por tempos melhores.
Quando se ama todo tempo é pouco e toda lembrança é saudade.
Quando chegar o momento
de encontrar um novo amor,
manda embora aquela dor,
dá adeus ao sofrimento,
joga fora o lamento.
Quando a vida der a volta,
aproveita e te solta
daquela velha prisão,
abre mais teu coração
para essa reviravolta.
ESPERANÇA (soneto)
Saudades de ti, me vem com ternura
Teu nome, ao amor, não é indiferente
Entre o poetar, e nos versos murmura
Recordação, nos suspiros, de repente!
Longe de ti, o pranto, mísero, tortura
Essa solidão, que geme tristemente
Mas, as alegrias vividas, porventura
Abalança o tormento, tão presente
Nesse amargo sofrer, o teu nome
A florescer na secura do cerrado
No peito o saudosar, me consome
Ao evocá-lo... agridoce atmosfera
Que no desejo é mais que desejado
E, na inspiração... ainda te espera!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/01/2020, 07’03” – Cerrado goiano
Olavobilaquiando
EVOCAR (soneto)
Meu amor diz-me como chamas
- 0 nome que deixei de recitar
Diz-me para não mais me calar
Nada além, diz-me se me amas
Diz-me apenas se tenho lugar
Ainda no teu peito em chamas
E nas lembranças se tu reclamas
Ou se no ignoto vou assim ficar
Minhas lágrimas são só saudade
Nesta felicidade que desaprendi
E os versos tornaram-se metade
Para que o coração lembre de ti
Então, diz-me teu nome, brade!
Antes que eu seja, nada, por ai!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/03/2020, 10’42” – Cerrado goiano
RECORDAÇÃO (soneto)
Não eras, pra ser, um amor oriundo
Do amor. Foi segundo intransigente
Lia-se-te no sentimento, claramente
O vagar distante, vazio e moribundo
Tinhas nos olhos, algo de profundo
Perturbador. Coisa que pouco sente
Em uma sede da alma tão diferente
Errando, e errante, e pouco fundo...
E nessa tristura, escura, fria, covarde
Na saudade aninaste, tão segregado
Reclinado na penúria dum mendigo
Porém, junto da poesia, ainda arde
Tua recordação. Cantar do passado
Que sinto há de ser teimosa comigo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21 maio, 2021, 07'53" – Araguari, MG
AQUELE AMOR
Era tão do agrado, almas enamoradas
As sensações que tanto gosto faziam
Cheio de desejo e emoções douradas
A paixão que os olhares consumiam
Aquele beijo molhado, doce ventura
Com força de quero mais, felicidade
Era tão comum na partilhada ternura
Ah! como deixou no peito a saudade
Eram eus que se davam com carinho
Por inteiro. Afeto sussurrado baixinho
Ao coração. E, no meu e teu, o ardor
Hoje, na solidão de você, recordação
Chora minh’alma querendo remissão
Pois, ainda me gastando aquele amor...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21, outubro, 2021, 15:39 – Araguari, MG
Ó TANGO QUERIDO!
Ritmo poético! O bailado em prosa
Versos de um amor não esquecido
Que no teu âmago foi adormecido
A ilusão cheia de perfume de rosa
Bandonéon sofrente, sussurrante
Que desperta o peito e nele brade
Num compasso pesado e vibrante
O instante de evocação a saudade
Ritmo d’alma, de sensação errante
Que leva o sentimento tão distante
E traz comichão ao coração sofrido
Ah! balada de insânia dum passado
Sonhos, devaneios, desejo sagrado
Inesquecível paixão, ó tango querido!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12 março, 2022, 17’00” – Araguari, MG