Poema de Albert Camus
"Também lá, em redor desse asilo onde as vidas se apagavam, a noite era como uma treva melancólica"
Mas estava a ler este romance. Aí está um desgraçado que é preso de repente, numa bela manhã. Ocupavam-se dele. e ele nada sabia. Acha que é justo? Acha que há direito de fazer isso a um homem?
Gostei muito de ti, mas agora estou cansada... Não me sinto feliz por partir, mas não é necessário ser-se feliz para recomeçar
"Sabíamos então que a nossa separação estava destinada a durar e que devíamos tentar entender-nos com o tempo"
A percepção de que a vida é absurda não pode ser um fim, mas apenas um começo.
O que era necessário era reconhecer claramente o que devia ser reconhecido, expulsar, enfim, as sombras inúteis, tomar as medidas que convinham.
Mas os dias passam-se sem dificuldades desde que se tenham criado hábitos. Sob este aspecto, sem dúvida, a vida não é muito emocionante. Mas, ao menos, não se conhece entre nós a desordem.
... e a sociedade dos vivos receava durante todo o dia ser obrigada a ceder o passo à sociedade dos mortos. Era a evidência. Bem entendido, era sempre possível esforçar-se por não a ver, fechar os olhos e recusá-la, mas a evidência tem uma força terrível que acaba sempre por vencer. Qual o meio, por exemplo, de recusar os enterros no dia em que aqueles que amamos têm necessidade de ser enterrados?
Os homens só se convencem de nossas razões, de nossa sinceridade e da gravidade de nossos sofrimentos com a nossa morte.
Não é necessário existir Deus para criar a culpabilidade, nem para castigar. Para isso, bastam os nossos semelhantes, ajudados por nós mesmos.
" murmurou que eu era uma pessoa estranha, que gostava de mim decerto por isso mesmo, mas que um dia, pelos mesmos motivos, era capaz de passar os sentimentos contrários"
"desejava fugir ao sol, ao esforço, às lágrimas (...) desejava ,enfim, reencontrar a sombra e o repouso"
"...quanto mais pensava mais coisas esquecidas ia tirando da memória. Compreendi, então, que um homem que houvesse vivido um único dia, poderia sem custo passar cem anos na prisão. Teria recordações suficientes para não se maçar. De certo modo, isto era uma vantagem"
"Mas, por causa de todas estas extensas frases, de todos estes dias e horas intermináveis durante os quais tanto se tinha falado da minha alma, tive a impressão de que tudo se transformava como que numa água incolor, que me causava vertigens"
E ele sabia também o que o velho estava pensando enquanto suas lágrimas corriam, e ele, Rieux, pensava também: que um mundo sem amor é um mundo morto e sempre chega uma hora em que se está cansado das prisões, do próprio trabalho e da devoção ao dever e tudo o que se deseja é um rosto amado, o calor e a maravilha de um coração amoroso.
O que se denomina razão de viver é ao mesmo tempo uma excelente razão de morrer
Minhas noites são sagradas. Como dizem na minha terra: “Não se deve deixar para amanhã”.
É necessário viver com o tempo e morrer com ele ou se subtrair a ele para uma vida maior.