Poema 18 anos
“Mostre-me sua língua monsieur
E deixe-a dentro de minha boca
Desate os nós de meu cabelo
Enquanto eu desabotoo os botões
Do colete de seu terno.”
“És este um amor proibido
Um sonho que sonho acordada
Aos pés do Cristo Redentor
Sonhando que no Arco do Triunfo
Possamos triunfar.”
“Dizem que só se ama uma vez
E uma vez eu amei
Mas tanto esse homem amei,
Que a mim mesma deixei de amar.”
“Eu era apenas uma criança carente
Sem esperança à minha frente
Eu queria amar e ser amada
Uma paixão por Deus amaldiçoada.”
“Lembro-me dela na escola
Chorando de decepção
Com uma xícara de café na mão
Uma senhora ao seu lado lhe dizia:
- Fique calma!
Foi naquele instante que
Partiu-se minha doce alma.”
“Meu coração encheu-se de dor
O ódio delicadamente matou o amor.
O Inferno instaurou-se na Terra
Em meu interior havia uma silenciosa guerra.”
“Ajoelhava-me pedindo para ser poupada
Sentir-me-ia viva
Se não houvesse mais nada.
Hoje o que me resta é o que já não há
Perdoa-me, ó Senhor, por amar.
Eu tinha tão poucos anos...
Esses tempos, ó Senhor, eram insanos.”
Os poetas
Os poetas, depois que nascem.
Vão vivendo e ganham idade.
Prorrogam a vida, nunca morrem!
Apenas se mudam para eternidade.
Alberto Duarte Bezerra
Aos poucos, como bruma ao sol da manhã,
Foste partindo, tua ausência calada,
E eu, sombra que vagueia na solidão vã,
Senti a alma despida, a vida desnudada.
Gradualmente, o vazio tornou-se real,
Eco de um amor que se foi, ausente e cruel,
Resta-me a dor, companheira leal,
Num mundo sem cor, perdido em seu fel.
É perigoso escrever
É perigoso escrever
Pois posso dizer ao mundo
O que sinto por você.
É perigoso escrever
São muitos sentimentos escritos
Que o mundo jamais iria entender.
É perigoso escrever
Minhas lágrimas mancharam a folha
E eu jamais iria esquecer.
É perigoso escrever
Pois as vezes não sei expressar
O que meu coração tem a dizer.
É perigoso escrever
Pois tudo o que escrevo
Muitas vezes seus olhos não conseguem ver.
Alexandre C.
Poeta de Libra
Sinta
Quando não souberes falar.
Apenas feche os olhos e sinta
Pois teu coração não possui olhos,
Mas descreve cada linha.
Alexandre C.
Poeta de Libra
A falta de beligerância não diz nada
É apenas uma aparência de paz
A mente se movimenta numa encruzilhada
Tentando manter a respiração no interno caos.
O destino brinca de ter direções diversas
Mas há pontos nos quais se cruzam,
Num desses que traz recordações adversas
Verdades e decisões colidem e pressionam.
O fluxo já não parece ser como antes
Pois seus assuntos se tornaram incontornáveis,
Para que a máquina consiga seguir em frente
É preciso desbloquear a barreira erguida pelos execráveis
A falta de beligerância não diz nada
É apenas uma aparência de paz,
A mente se movimenta numa encruzilhada
Tentando manter a respiração no interno caos.
Quando os bloqueios são rompidos
Os pensamentos rumam fluidos.
Quando a verdade é posta no volante
Nenhuma encruzilhada mais é torturante.
Bença
Bença meu pai
Bença mainha
Bença meu tio
E também minha vozinha
Tomo a bença
Não por educação
Mas por que sem as bençãos
Fica um buraco em meu coração.
Alexandre C.
Poeta de Libra
Sertão
Há tantos rascunhos escritos
Que ao ler
Eu me pego a chorar.
O tempo passa tão rápido
E eu não sei explicar
A saudade do meu sertão
Que hoje veio me apertar
Maltrata meu coração
E faz os olhos derramar
Lágrimas de um paulista
Que ama o sertão do Ceará.
Alexandre C.
Poeta de Libra
Um lago transborda de felicidade e harmonia em tamanho desespero humano, desde a morte até a vida, desde o início ao fim. O lago próspera com sua água TÃO cristalina que se é possível ver o fundo, naquele lugar existe dezenas de milhares de flores dentro d'água, uma visão glamorosa e visceral. Pois os corpos descansam à margem da formação do corpo d'água e torna tudo tão mórbido todavia a morbidez desse lugar traz paz àqueles que tem suas mentes perturbadas pela contradição do lago. Seja ela boa ou ruim, sementes irão de brotar daqueles mais afortunados, enquanto os azarados serão apenas parte da terra pútrida e infértil...
Traga-me o cálice do meu âmago, traga a agonia consigo, traga o último dos teus. O lago será próspero pelos céus.
Horizontes
Deixaste-me ir
Tu que me devoras
Para longe, longe
Buscar novos pares...
Ou novos ares
De solidão.
Voltei.
Tem tu certeza, então
De que meu coração
A ti dedicarei
Por quanto durar
A eternidade.
Saudade
A saudade não tem nome
Nem tempo, para se acabar
Ela maltrata o coração
E faz os olhos chorar.
A saudade é o sentimento
Mais lindo no mundo
Pois nele contém o amor,
Desde a época de menino.
Dos amigos que nós víamos
Mas hoje já tem partido.
A saudade bateu no peito
E veio aos olhos embasar
Quando a vida tinha valor
E o homem, valorizar
Mas hoje por um simples olhar
Há de engatilhar uma arma
E a vida se acabar.
A saudade não tem face
Mas sempre a vemos no tempo
A imagem da pele que tem a enrugar
Mesmo que o céu se escureça
Ela jamais irá deixar de existir
Alexandre C.
Poeta de Libra