Poema 18 anos
não se vista para os outros
não esculpa seu corpo
maquie seu rosto
calce uma versão que não é sua
apenas para caber
no modelo da sociedade
você é seu próprio templo
e tudo aí deve ser celebrado para você
se for colher rosas, não tema os espinhos.
se quiser sorrir, aprenda a respeitar suas lágrimas.
se espera por dias ensolarados, aproveite os chuvosos.
se quiser viver o amor, prove um pouco da dor.
se deseja acertar, não se abale pelas falhas.
se procura a felicidade, resista infelicidades.
BURIL DE PLENITUDE
nesse iminente infinito
neste vazio turvado
neste vácuo absoluto
há forma
porventura haja reforma
não faça disforma
ainda que teus sentimentos te transforme
não possuo desejos que me conforme
por mais que esta peleja
corte-me estilhaços
não hei de viver sob nenhuma norma
mas por esta minha serena compaixão
alguma plenitude ainda me informa
que neste iminente infinito
neste vazio turvado
neste vácuo absoluto
haja alguma forma
Eu posso ser um pouco de medo, um pouco de raiva;
Eu posso ter um pouco de tudo e tudo de nada;
Eu posso ser luz e a mais constante transformação;
Eu posso estar aqui e ali dizendo coisas impensadas e verdades dispensadas;
Eu posso ser um grito de ira sufocado na garganta de quem chora em silêncio;
Eu posso querer chorar por coisas que não sei o significado;
Posso ter tudo e ser tudo e saber que nunca serei nada;
Nada além de infinitos pedaços de tudo que já vi ... de livros que eu li, de filmes que assisti, de erros que cometi, dos momentos que sorri, das pessoas que conheci, do mundo onde vim e dos lugares que quero ir;
Mínimos detalhes que nem eu percebi e que constantemente me constrói, me destrói e me desfaz...
O que me comove não me transforma, mas me expõe a mim mesma.
Se o passar do tempo te
melhorou interna e externamente,
por que razão a insegurança
hoje em dia seria maior?
Indecisão
Viver,
Morrer,
Ressuscitar
Extremos da vida
Tudo vai do que
Fica, tudo
Foge...
Em tormentos
Mas, no fundo,
Tudo é vício,
Tudo é droga
Coca-cola
Deita e rola
Num papel de cetim
E eu vou
E nunca fico...
CAETANIANDO.
O sol não nasce em Santo Amaro
Sem que o poeta Caetano
esteja com os versos cantando;
Poesia com samba de roda, meu caro.
Dança criança, velho e a moça morena.
Com isso faz o lindo recôncavo baiano se alegrar.
O tempo é um deus generoso que deixará
Caetano Veloso como um eterno poema.
A ditadura tentou lhe ditar,
Mas Caetano nunca andou só.
Ele é protegido pela força do orixá.
E abençoado pela reza de de Dona Canô.
Caetano é uma ladainha.
Sua amizade com Gil,
É como o berimbau e o capoeirista;
Que a capoeira da vida os uniu.
Caetano é filho da terra sagrada,
Que é filha da mãe África.
Que a pariu no fundo do navio.
A Bahia é a poesia
e Caetano Veloso é o poeta que a canta com muita alegria.
Sobre Mãinha escrevi: SOMOS UM
Meu olhar é o dela.
Meu cabelo crespo é o dela.
Meus lábios carnudos é o dela.
Até meu sorriso!
A cor da pele é dela.
O nariz esparramado é
o dela.
O rosto, é o dela.
Se tivermos distantes, a alma não se desconecta;
Somos uma alma, só dividida em dos corpos.
Nem a morte pode nos separar.
Pois até depois de mortos, a vida faz questão de nos juntar.
Somos a beleza do continente africano;
Eu sou seu poeta,
E ela, meu poema que declamo.
Mãe é um pedaço de Deus:
Porque é uma vida que gera outra vida!
Fragmentos do meu livro: Dom Amaro.
O amor platônico me deixa perdido,
Por não ser achado por quem eu amo.
Meu peito dói tanto
Pelo fato de não ser correspondido.
Não é uma dor que me mata.
É uma dor que me abraça,
Que me arde por inteiro,
E eu ao mesmo tempo, sinto-me bem.
Por saber que, mesmo sendo ser humano
Eu consigo amar alguém.
Trecho de um poema do meu livro: Dom Amaro.
da dor ela se fez poesia
do amor fez moradia
em meu peito adentrou
sem muita cortesia
cortou-me estilhaços
fez um balaio com meus pedaços
quebrados
deixados no armário
desde o dia de finados
refez em retalhos
me devolveu em afagos
soltou a fogos
fez um baluarte
me revestiu de arte
fez uma balbúrdia
desfez em luxúria
nem o sol nem a lua sabia
que de teus brilhos,
não mais careceria
teu fulgor é devido
tua risada é melodia
dei um dó sustenido
pois sol já fizera em mim
todo dia
Para! Eu digo.
O teu bater de canto me adoece!
Não tem gaiola pra não habitar em minha sala,
Voa pra bem longe!
Eu te odeio!
Um urubu caiu nas minhas costas, ele não tinha a intenção, se arrastou para baixo do carro e me olhou triste, pediu desculpas.
Tu és canário, alegre, bate à porta e ceia em minha mesa, não me espreita.
Eu sei que não desejas devorar a pele dos meus ossos quando cair morto, a tua diversão é cantar, pular e gritar, enquanto vivo em dor.
Morra!
Amor em distância
Anda nos ares
Olhando o infinito
Se procura vitória
Que vença.
NATAL DE JESUS
É natal, tempo de fé
De amor, de paz, de luz
De Maria e de José
Tempo do Senhor Jesus
Dia de muita oração
De louvor e devoção
Confia que Deus conduz
CHAPADA DIAMANTINA
Quando Deus criou o mundo
Numa tarde inspirada
Com um suspiro profundo
Ele fez essa chapada
Olha só que obra-prima
Se vê tudo lá de cima
É uma terra encantada
CIDADES IRMÃS
Vou subindo as ladeiras
Em Olinda, parte alta
Lá no fundo, bem pequena
Recife aos olhos salta
Cidades que são irmãs
Do amor são as maças
Que todo poeta exalta
Você colhe o que planta
Se xingar e ofender
Logo será difamado
Só o mal vai receber
Quem semeia a verdade
Leva troco de bondade
Muita benção vai colher
PRIMEIRO NASCER DO SOL
É na linda Paraíba
Onde o Sol nasce primeiro
Saudações ao novo ano
Em primeiro de janeiro
Ponto mais oriental
Pontapé inicial
Ser feliz o ano inteiro
O incauto tem certeza
O sábio diz não saber
O primeiro esbraveja
O segundo põe-se a ler
Quem é dono da verdade
Se mostra muito covarde
Tem medo de aprender
Assim como o sol se põe
Pôr da vida será fado
Só quero na hora
Ter meus filhos a meu lado
Apertar as suas mãos
Depois fechar a visão
Dar adeus a meus amados
O ano já começou
Tá na hora de acordar
Arregace bem as mangas
Vá simbora executar
Aquilo que planejou
Pois se você já sonhou
É hora de realizar